Anteriormente...
Quando já iam saindo Castle ouve um barulho de passos e olha pra trás, Beckett estava do seu lado, um pouco mais atrás, quando ele virou, viu um homem apontando uma arma para a detetive pronto pra apertar o gatilho.
– BECKETT! – Em um segundo Castle pula na frente de Kate e o atirador dispara três vezes contra o escritor que vai ao chão.

– CASTLE! Ryan, Esposito, vão atrás desse homem, eu quero ele agora! – Ela se ajoelha com lágrimas nos olhos.
– Castle, você tá bem?
– Dolorido, muito dolorido. – ele fala com dificuldade e arranca um sorriso bobo de Kate.
– Melhor agora depois desse sorriso. – ela da um tapa de leve no ombro dele.
–Oh, desculpe Castle. – ela sorri novamente. – Levanta, vou te ajudar. – Ela o apoia nos ombros e o leva para o carro.
Eles se sentam nos bancos de trás e Beckett o ajuda a se livrar do colete.
– Castle, sinto muito por isso, eu deveria te proteger, mas eu disse que era perigoso.
– Valeu a pena correr o risco, não sei se aguentaria te ver nessa situação mais uma vez.
– Castle, eu também tenho um colete – ela sorriu
– Eu não pensei nisso na hora, só pensei em te proteger. – ele a olhou nos olhos
– Obrigada, obrigada por estar sempre comigo. – ela retribuiu o olhar
– Always.
Kate sorriu e lhe deu um beijo no rosto. O beijo foi tão espontâneo, Kate estava um pouco mudada, apesar de ser sempre “durona” tinha algo nela muito especial. Ele sentiu aqueles lábios macios tocando sua pele e sorriu.
– Beckett – Ryan bateu na janela do carro.
Beckett deixou Castle no carro e foi falar com Ryan.
– O que descobriu?
– A casa não tem câmeras, parece que ele não estava aqui por muito tempo, talvez estava procurando alguma coisa; não tem laptop, roupa, nem celular, o perdemos mais uma vez. – Ryan lamenta
– Nós vamos pegá-lo, em alguma coisa ele tem que falhar. Olha Ryan, esse cara atirou em mim, poderia ter matado Castle, não vou deixar isso passar, entendido?
– Tudo bem, vamos pegar ele... mas, vamos pegá-lo amanhã, acho que por hoje já deu.
– É, você tá certo, vamos descansar, vou deixar Castle em casa e vou pra minha em seguida, boa noite.
– Boa noite Beck.
Ela entrou no carro, Castle estava completamente jogado no banco de trás e ela sorriu.
– Quer ir ao médico Castle?
– Pra quê? Eu sou forte detetive, não são três balinhas que vão me derrubar.
– Ok então super-herói – ela sorriu
O silêncio os tomou por um tempo, tempo suficiente pra que chegassem até o loft de Castle.
– Pronto Castle, vamos, eu te ajudo a subir.
Eles saíram do carro e Beckett o apoio nos ombros, ele ainda sentia muita dor, mesmo estando de colete, a pressão do tiro é muito grande. Eles sobem e Castle a convida pra entrar.
– Obrigado Beckett, não quer entrar? Tomar um café?
– Oh, não precisa Castle, não se incomode, eu estou bem. – ela sorriu tímida – Você vai ficar bem.
– Obrigado por tudo detetive.
– Rick, por favor – ela sorrio – Você levou três tiros por mim, acho que estou te devendo uma –ela mordeu o lábio inferior. Particularmente, Castle adorava quando ela fazia isso, era sexy e o deixava maluco.
– Pensei em tantas respostas pra esperando esse dia, quer ouvir algumas?
– Sem propostas indecentes Castle – ela sorri – Agora eu preciso ir, mesmo. Boa noite super-herói.
– Boa noite detetive.
Kate foi para casa, tomou um bom banho e preparou um delicioso e forte café. Ela não conseguia parar de pensar em Castle, e o que ele tinha feito por ela, no momento em que ele a viu em perigo nem pensou em nada, ela teve a certeza que ele não hesitaria em salva-la em qualquer outra situação, mesmo arriscando a própria vida e aquilo a deixava segura. Ela soltou um sorriso bobo lembrando das investidas de Castle, mesmo não querendo, mesmo lutando contra, Beckett estava envolvida por Richard Castle. Lanie estava certa, talvez era a hora de enxergar o que ela realmente sentia.
Beckett acabou dormindo ali mesmo no sofá.
O sono de Beckett foi interrompida pelo alarme de seu celular, já era dia, um pequeno raio de sol invadia a sala da detetive, ela acordou bem disposta, tomou um banho e foi pra NYPD.
– Hi guys!
– Ei beckett - Ryan e Esposito responderam em coro.
– Tem alguém aí que não quis cometer o mesmo erro de ontem e madrugou aqui. – Esposito indicou Castle com olhar, ele estava em sua cadeira, com a cabeça apoiada na mesa de Beckett, estava cochilando.
– A que horas ele chegou?
– Antes de mim – Respondeu Ryan
Beckett foi até a sua mesa, abaixou lentamente a pasta que segurava, sentou em sua cadeira, colou os braços encima da mesa e falou baixo.
– Dormiu em serviço Castle?
– Hã? Temos um caso? – ele despertou assustado e ela riu
– Não... você deveria ir pra casa, não teve uma boa noite sono? – Ela bebeu o café que já a esperava.
– Na verdade não, tive dificuldades pra dormir, fiquei pensando em algumas coisas.
– Em que?
– Na verdade, em quem...
– Hmm, Richard Castle, quem têm tirado seu sono? – Ela o olhou profundamente
– Uma mulher. – ele a olhou de volta.
– E quem é? – ela disse um pouco enciumada
– Ela é linda, inteligente, tenho um sorriso maravilhoso – ele soltou um sorriso involuntário.
Kate ferveu de ciúmes e virou o rosto pro outro lado.
– Ela realmente deve ser muito importante.
– Sim, ela é.
– Ok. Vou ao laboratório.
– Eu vou com... – ele nem terminou e ela interrompeu.
– Não, você fica!
– Ok detetive.
Kate entra no laboratório um pouco abatida.
– Hey, Lanie.
– Hi, girl. Que cara é essa?
– Hã? Cara?
– O que está acontecendo?
– Nada.
– Hmm, e o que te trouxe até aqui?
– Castle está apaixonado por alguém! – Ela disparou
– E você se importa com isso?
– Mas é claro que eu me impor... – ela olhou pra Lanie pois percebeu que estava falando tudo sem pensar. – Lanie, não é nada disso que você está pensando, eu não estou com ciúmes, apenas curiosa.
– Eu sei que Sr. Castle está apaixonado.
– Por quem? – Ela olhou brava.
– Por você.
– Não Lanie, ele não estava falando de mim. Você tinha que ver como ele falava, a ternura, o olhar, o carinho.
– Talvez ele tenha cansado de esperar.
Kate olhou pra Lanie com medo de que aquilo fosse verdade.
– Esperar o que? Eu nunca dei esperanças ao Castle.
– Ah girl, por favor. Você é louca por esse homem.
– Estou com medo de que ele tenha cansado. – ela confessou – Mas agora ele está com outra pessoa, melhor assim. – ela sorriu sem vontade.
– Tem certeza? Menina, por que não conta tudo à Castle?
– Não sei. Não sei se estou preparada pra viver um romance passageiro com um escritor mulherengo.
– À quanto tempo não vemos Castle saindo com várias mulheres? Ok, tudo bem, aconteceu aquele fato na festa da Sra. Collins, mas só. Bom, ele é bonitão, não vai ficar trancado em um apartamento esperando um telefonema de sua musa. Você está com medo de tentar e dá certo, no fundo você acredita que nunca vai dar certo.
Aquelas palavras acertaram Kate como um flecha, ela sentiu seus olhos umedecerem, mas segurou as lágrimas.
– Eu realmente não sei o que fazer Lanie, mas obrigada por suas palavras sempre nas horas corretas – ela deu um sorriso forçado – Até mais.
– Precisando de uma amiga, estou sempre aqui.
Beckett saiu do laboratório pensando em tudo que Lanie falou, pensando em tudo que ela e Castle já haviam passado juntos. Castle realmente tinha algo especial. Deveria dizer isso à ele?
O medo de ser só mais uma conquista de Castle a impedia de fazer muitas coisas que tinha vontade. Se ele realmente gostava dela, por quê nunca tomou nenhuma atitude? Nunca disse nada?
Beckett voltou à sua mesa bem pensativa, sentou em sua cadeira e fingiu ler uns papeis enquanto Castle a observava.
– O que está acontecendo com você hoje? – Ele perguntou num tom preocupado
– Comigo? Nada, eu só... acho que que estou indisposta. – Ela olhou pro relógio mas as horas pareciam que se arrastavam.
– Fiz alguma coisa?
– Não Castle, você não fez nada. – ela aumentou o tom de voz e ele ficou surpreso. – Não quer ir pra casa? Você está dispensado, não temos nenhum caso e você nem trabalha aqui, pode ir!
Castle ficou realmente assustado com a reação de Kate, não disse nada, apenas levantou da cadeira, pegou seu paletó e saiu. Beckett pensou no que tinha falado e se se arrependeu, sentiu vontade de chama-lo e pedir desculpas, mas já era tarde, ele entrara no elevador.
Horas depois...
– É isso meninos, por hoje é só. Tudo muito tranquilo por aqui não acharam?
– Tudo tranquilo... tirando você né? – Esposito não se conteve em comentar – O que foi aquela cena mais cedo?
– Eu só estava nervosa e o Castle me enchendo de perguntas fúteis.
– Fúteis? O cara queria saber se você estava passando bem.
Ela olhou para Esposito arrependida, virou as costas e foi embora. No caminho ela pensou na situação que acontecera e jogou a cabeça no banco do carro.
– Droga!
Em casa, Castle tentava escrever mas não tirava a detetive da cabeça.
– Algum problema, Richard?
– Ah, oi mãe. Nenhum, estou tentando escrever.
– Tentando? O que te impede?
– Pensamentos.
– Em que?
– Em quem...
– O que aconteceu querido? Você chegou cedo hoje, algum problema? – Martha se sentou em uma poltrona de frente pro filho.
– Beckett estava muito estranha, praticamente me expulsou da delegacia, foi tão...
– Fria?
– Isso, fria.
– As vezes as pessoas fazem isso pra se proteger.
Castle não entendeu muito bem e olhou pra sua mãe.
– Querido, Beckett te expulsou por algum motivo. Fez alguma coisa à ela?
– Não mãe, não fiz nada.
– Talvez seja por isso. – Martha não deu chances do filho fala, levantou e o deixou sozinho.
Castle ficou parado por minutos tentando entender o que sua mãe acabara de te dizer. Depois, voltou a escrever quando suas ideias foram invadidas pelo barulho da campainha. Ele olhou o relógio, já era tarde, todos estavam dormindo, então ele se levantou e foi atender a porta.
to be continued...