Harry Potter - A nova geração escrita por Júlia França


Capítulo 6
A verdade


Notas iniciais do capítulo

Não me matem por favor...



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_ A v-verdade? – Gaguejei.

_ Sim. Você sabe que isso muda as coisas. Ele tem que saber onde está se metendo antes de começar um relacionamento! Sem ofensas.

_ Eu sei. Mas e se ele não me aceitar? – Meu coração se encheu de medo. Eu não podia ser rejeitada mais uma vez. Não assim. Não por ele.

_ Então ele não é a pessoa certa prá você. – Eu sabia que Scorpius estava certo, e eu podia ver a sinceridade na sua voz. Depois de um tempo convivendo com tudo isso, você acaba sentido o que realmente importa, e eu sabia que Alvo importava o suficiente.

Meu mundo estava de cabeça prá baixo. Como um redemoinho que não me mostrava a direção certa.

Desde o começo do quarto ano eu tinha virado do avesso, e não sabia como reverter isso. Flashbacks de como tudo isso tinha começado tomaram posse da minha cabeça. Lembranças que eu tinha tentado a todo custo manter afastadas de mim, mas isso não adiantava, porque uma hora ou outra as imagens voltaria à minha mente. Fechei os olhos e espantei-as novamente. Talvez eu consiga enfrenta-las mais tarde.

_ Tem razão. Mas eu não consigo fazer isso agora. Preciso me acostumar com a ideia. – Ele concordou.

_ Então vamos logo para a Dedos de Mel? Tô sentindo o cheiro de doces daqui.

_ Vamos logo. – Eu revirei os olhos. Scorpius realmente não tinha noção de nada.

_ Senti tanta falta desses doces! – Ele disse, provavelmente gastando metade do dinheiro do pai dele (que não era pouco) em doces.

_ Você não tem medo de ficar doente por comer tantos doces?

_ Não. E eu sei por que você está dizendo isso.

_ Por quê? – Perguntei rindo.

_ Você sabe que os doces podem estragar e se eu resolver parar de comer, vou dar prá você!

_ Eu não sou tão calculista, mas gostei da ideia. – Disse, pegando um pacote de jujubas que estouram na boca.

_ Tá vendo? Eu preciso de outro amigo. Você come demais!

_ Olha o respeito! Quer que eu te devolva? - Perguntei apontando para a minha boca.

_ Não. Pode ficar. – Ele fez uma cara de nojo. Comecei a rir, mas logo depois parei, vendo Alvo vir em nossa direção. Scorpius pareceu perceber, porque me olhou como se dissesse “Quer ficar sozinha com ele?” neguei com a cabeça e ele concordou, suspirando de seguida.

_ Então... você quer tomar sorvete? – Alvo perguntou prá mim.

_ Eu quero! – Scorpius se pronunciou.

_ Depois eu que como demais né? Não tá vendo que ele não te chamou?

_ Desculpa! Eu vou na sorveteria depois prá não trombar com a senhorita!

_ Não seja sarcástico! – Revirei os olhos, e nem percebi Alvo olhando prá mim e prá Scorpius no meio da discussão.

_ Porque eu não posso ir? – Ele perguntou novamente.

_ Porque eu tenho que falar com o Alvo! – Respondi entre dentes. Ele entendeu.

_ Tudo bem, então. – Disse, agora mais sério.

_ O que foi? – Ele perguntou assim que saímos de perto dos outros. Mas não obteve resposta. – Ju? Julie!

_ Ah! O que foi? – Perguntei, sem nem saber quantas vezes ele teve que me chamar para que eu ouvisse.

_ Você está bem? Eu tive que te chamar cinco vezes! – Ele disse, me olhando atentamente. Desviei o olhar. Não queria estar olhando nos seus olhos quando ele me negasse.

_ É estou. – Respondi. – Vamos? – Perguntei, apontando para a sorveteria, que ficava na próxima esquina.

_ Claro. – Ele respondeu, mas ainda parecia preocupado.

O sorvete não parecia tão bom agora que eu estava prestes a contar o meu segredo.

_ Al...

_ Oi? – Ele perguntou com o rosto todo sujo de sorvete de chocolate.

_ Você está todo sujo de sorvete. – Mesmo essa não sendo a minha ideia inicial foi engraçado vê-lo olhando no visor do celular e limpando a boca na manga da camisa, mas acho que até seria mais engraçado em outro momento.

_ O que você queria falar comigo?

_ Bem... eu...

_ Vem. Vamos prá outro lugar. – Ele me chamou, percebendo que o assunto era sério. Me vi caminhando por uma praça deserta, com alguns canteiros de flores e pássaros cantando livremente. – O que foi? – Perguntou mais sério.

_ Alvo... eu tenho um problema. – Resolvi contar a História aos poucos, assim, ele poderia digerir tudo de uma forma mais fácil.

_ E daí? Eu também tenho um problema. _ Estávamos nos sentado em um dos bancos.

_ Qual é o seu problema?

_ Eu tenho enxaqueca.

_ O meu problema é bem mais sério do que enxaqueca.

_ E qual é o seu problema? – Suspirei.

_ Você sabe que eu nasci trouxa não sabe? – Ele concordou com a cabeça. – Então. Quando a minha mãe estava de sete meses, a água da bolsa dela secou e o parto teve que ser feito às pressas.

_ Você nasceu prematura.

_ Exatamente.

_ Eu ainda não vi o problema aí.

_ Esse ainda não é o problema. Os médicos não contavam que o meu pulmão ainda não estava totalmente formado, e como eu tive que respirar antes da hora, houve uma pequena modificação anatômica que fez com que eu pudesse ter problemas futuros. Eu precisei fazer uma cirurgia de emergência.

_ Mas você melhorou não melhorou?

_ Sim. Eu melhorei. A cirurgia não causou nenhum problema. Acontece que eu precisei de doação de sangue.

“Depois disse, quando eu já tinha utilizado o sangue doado, descobriram que o laboratório onde a pessoa fez os exames para doar o sangue, fez uma confusão com as fichas, e elas foram invertidas. O nome do meu doador foi colocado na ficha de outra pessoa, completamente saudável. E assim, mesmo ele tendo um problema muito sério, isso não foi detectando. A doença poderia ser transmitida pelo sangue, e passou para mim.”

_ Você não está dizendo que... – Alvo começou, parecendo assustado.

_ Sim. Eu sou portadora do vírus HIV.


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Notas finais do capítulo

E então?



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