O Príncipe e a Rebelde escrita por Ami


Capítulo 4
Beija Eu, Beija Ele


Notas iniciais do capítulo

Omg!!! Nunca imaginei que teria reviews em uma fic LegoRiel, Taugolas, sei lá como é o ship kkkkkkkkk Mas estou imensamente feliz com os comentários de vocês, obrg por participarem e estarem aqui comentando e lendo com carinho! Mais um epi!!!



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– Não tenho que beijar minha namorada só porque você quer.

Estranhamente, só de receber o título de 'minha namorada' pela boca dele, eu me senti bem. Senti-me importante, mesmo que fosse apenas ilusão por alguns minutos.

A prima dele sentou-se em sua concha de volta e um de seus lacaios pegou a escova para pentear os cabelos dela. Ela estava se deliciando com nossa recusa em beijar.

– Vamos embora – Legolas puxou minha mão. Arwen enlouqueceu ao nos ver de mãos dadas. Eu estranhei aquele contato ainda – Já cumpri os minutos que precisava nessa festa.

– Esperem – ela chamou a atenção de todos dando escovadas num copo, antes que saíssemos correndo – Quero apresentar a vocês o mais novo casal da escola – apontou-nos – Legolas e Tauriel.

A maioria aplaudiu, deu assovios, silvos. E ficaram olhando.

– Quem diria! - um falou.

– Legolas gosta de homem! - outro falou.

– Tauriel gosta de mulher! - outro piorou.

– Não pode ser verdade!

– Ué, Tauriel, você não era socialista?

Eu não podia falar nada. Parte do trato era não falar nada! Oh céus! Oh céus! Dai-me forças, virgem Guadalupe. Mentaliza a torta de queijo! Mentaliza! Realiza!

Ele apertava minha mão bem forte. De uma certa forma, achei bem másculo e viril.

– Isso é ridículo, não vou forçá-la a nada – falou bem baixinho pra sua prima não ouvir.

Bem, quem estava na chuva era para se molhar, não?

– Beija! Beija! Beija! Beija! - parecia a torcida do flamengo! Eu me senti coagida, observada demais, senti minha garganta arranhando.

E engoli em seco. Olhares, pedidos, a cara de ousadia de Arwen. Estava me testando. Suor descia pelo meu rosto. Agarrei a cara de Legolas e lhe joguei para trás, com as costas em meu joelho. E dei-lhe um romântico beijo. Aplaudiram. Gritaram. Ele era a dama e eu era o vagabundo. Beijei aquela boca linda com uma língua envolvente e me perdi. Sem dúvidas, aquele era o meu primeiro beijo, nem sabia como fazer direito, mas foi tão natural! Tinha meus dentes fechados, mas conforme ele insistiu com a língua, abri meus dentes e deixei que ele atravessasse e me enlouquecesse. Quando dei por mim, estavam nos jogando água. O clima estava esquentando.

Zezinho veio até mim e perguntou:

– Ué, Tauriel, você não odiava ele?

Fiquei confusa. Fiquei atônita. Legolas estava cheio de mordidas na boca, me olhando, nos afastamos. O que eu fiz? Acho que eu não sabia beijar. Quer dizer, tenho certeza. Arwen olhava, tinha quebrado o pente ao meio. Legolas tentou dizer alguma coisa com seus olhos suplicantes. Ele não esperava por essa. E eu saí correndo do nada para longe das vistas de todos. Sinto que Legolas tentou segurar minha mão porque senti seus dedos alcançando os meus. Fui embora. Pouco a pouco a banda voltou a tocar e todos estavam felizes de novo.

– O que foi que eu fiz? - derramei uma lágrima – Gastei meu primeiro beijo com alguém para o qual sou só mais uma.



Legolas





Tauriel era difícil de entender. Me deu um BEIJÃOOOOO estilo Rodrigo Faro e depois saiu correndo. O que as pessoas pensaram? Que eu estava com mau-hálito. Eu não estava! Ela me beija e vai embora. Tauriel me usou da forma mais patética. Com certeza sou só mais um para ela. Fui usado, fui abusado. Pelo menos Arwen parecia convencida. Não sei... Pela primeira vez não pensei em Tauriel como um menino chato e turrão, mas como uma garota. Uma garota que destroçou meus lábios, mas ainda assim uma garota. Será que ela tinha passado a pensar em mim diferente?

Foi assim até a hora de ir embora. Indiferentes um ao outro. Poxa, eu tenho sentimentos.

– O que é, idiota? Perdeu algo no meu rosto? - ela perguntou com sua típica rispidez.

– Nada – respondi, coçando o nariz e me esticando no estofado da carruagem.

Quando voltamos, Tauriel ainda não dizia nada. A mesma irritante de sempre.

– Quero minha torta! - ela deixou bem claro que nosso trato não estava terminado, só a parte dela. Se ela não fosse tão arisca, quem sabe...

Quem sabe o quê?

Poderíamos ser amigos. Óbvio.

– Tauriel, eu – segurei a mão dela antes que ela entrasse no quarto para dormir – Eu te agradeço pelo que fez hoje.

– Ora, não me agradeça. Apenas cumpra sua parte do trato, está bem? - ela foi embora tão crua quando sempre. Amarga. Difícil de lidar.

.

.

.

Tauriel

.

.

.

Sentei na minha mesinha, acendi a vela. Marya estava dormindo, não fora à festa.

– Por que não foi? - perguntei a ela. Marya estava chorosa em sua cama, descobri ao iluminar seu rosto com uma vela.

– Por que foi com ele, hein? Você cansa de dizer que odeia ele, sabe que eu gosto dele e foi com ele!

– Do que está falando?

– Do Legolas! Você sabia que eu gostava dele e foi com ele à festinha. Já me contaram do beijo!

– Marya – fiquei sem palavras. Eu havia me esquecido completamente de que Marya gostava dele – Marya, foi tudo um plano. Ele me tiraria da cela e eu teria que fingir que era namorada dele, assim Arwen não perturbaria.

– Por que não sugeriu que eu fizesse isso?

– Porque eu queria sair daquela cela! Marya, eu não sinto nada pelo Legolas! E se quiser, posso até tentar descolar um encontro entre vocês!

– Você faria isso!? - ela estava chorosa, mas esperançosa.

– Claro! E você não perdeu nada. Fui totalmente humilhada por aquela bruaca da Arwen!

– Tem certeza?

– Sim – abracei Marya. Ela era minha única amiga ali. Apesar de ter boa família, não me menosprezava.

Eu ia conversar com Legolas sobre Marya. Mas antes, escrevi uma carta de amor para Fingon.

“Você é tão lindo e especial

Nunca iria olhar para mim

Mas te querer bem não faz mal

E eu me sinto feliz assim”

Coloquei no armário dele e me fui. Ele tinha dezenove anos, era do terceiro ano. Nossa escola contava o período letivo diferente dos humanos. Tínhamos aulas sobre todos os tipos de coisa. Idiomas, culturas, matemática e toda as ciências de maneira aprofundada até os dezesseis anos. Dos dezessete em diante estudávamos a cultura élfica e como nos encaixar na sociedade em que vivíamos. Qualquer elfo de nossa idade deveria saber falar os diferentes idiomas élficos, humanos e até mesmo de anões. Dos dezessete em diante íamos para a “faculdade”. Ali aprendíamos a cultura élfica a fundo. Arquearia, artes de guerra, técnicas de viagem, aulas de canto. Tudo que as pessoas nos vêem fazendo na floresta e acham que é um dom nato. Que nada.

Na calada da noite deixei o papelzinho ali, no armário de Fingon. No meio do dia, fiquei olhando direto para o armário dele. Fingon apareceu, remexeu nos papéis, mas parece não ter encontrado. Fechou-o e foi embora. Eu perdi a aula naquele dia ali olhando.

Ele voltou, ao fim do dia, com seus shorts de educação física. A coisa mais linda do mundo suas coxas torneadas e fortes naquele shortinho. Finalmente, pegou o papelzinho. Leu, olhou em volta, guardou na calça.

Não se importou. Mas não seria eu a desistir.





Legolas




Tauriel acha que somos idiotas. Todos a viram escondida olhando o armário de Fingon. Ela ficou uns três dias mandando mensagens e espiando para ver a reação dele ao lê-las.

– Tauriel, ele não está se importando. Recebe milhões de cartas de amor. Ele tem um fã clube. Se souberem que está dando em cima dele, te matam! - falei para ela. Por que ficava atrás de um cara tão disputado e indiferente? Existem pessoas ao alcance dela. Pessoas como eu...

Quer dizer, pessoas que parecem comigo mas não sou eu.

– Saia do meu pé, Legolas – ela nem olhava no meu rosto. Ficava só olhando o armário.

– Tauriel... ele.. Você está passando ridículo aí.

Ela se enfureceu.

– Ridículo? Ridículo é você com esse casaquinho colado! Deixe-me em paz!

Não era obrigado a ouvir aquele tipo de asneira. Ela que ficasse ali o tempo que quisesse. Fui pra minha aula de arquearia I. Dei meus disparos. Disparávamos em anéis. Não era difícil acertar. A maioria da turma já estava preparada, treinávamos após as aulas. A maioria acertou 7 entre 10. Eu consegui me superar. Sou o melhor da turma! Adivinhem! Errei, errei tudo! O professor colocou a mão na minha testa. Viu que eu não tinha febre.

– Você está bem, rapaz? - ele tinha consideração por mim.

– Não, professor, eu estou.. desatento – respondi procurando as palavras certas para que ele não acionasse meu pai.

– Está passando mal?

– Estou bem – só conseguia pensar em Tauriel lá esperando uma resposta dos céus.

– Está dispensado. Mas quero relatórios da aula de hoje segunda que vem em cima da minha mesa.

– Tudo bem – eu disse. Assim que saí da aula, fui procurar Fingon na aula de Arquearia V. Eles montavam cavalos, búfalos, e atingiam pássaros. Fiquei pensativo, será que eu conseguia? Fingon apareceu de trás de um arvoredo montado numa pantera gigante, atingiu um grilo! Fiquei assustado. Ele deu um salto, uma cambalhota no ar e pousou, sem perder o fôlego.

– O que faz aqui? - perguntou-me. Estávamos em campo aberto, o perigo era constante. O professor não salvaria ninguém – O rei me procura?

Ele limpou o suor da testa e jogou os cabelos para trás.

– Não, eu vim falar com você por outra coisa.

Fingon guardou o arco, curioso.

– O que foi? - resfolegava.

– Você tem recebido cartas da minha amiga Tauriel. Eu sei que são anônimas, mas já deve ter percebido que são dela.

– Na verdade, não percebi – ele apalpou o bolso da calça, deu uma outra olhada, amassou e jogou no chão – Bom saber, obrigado.

– Se não pretende dar atenção a ela, pelo menos avise. Não a deixe esperando o tempo todo em frente ao armário.

– Isso é uma ordem? - ele foi um pouco debochado.

– Não. Estou tentando falar com sua consciência.

– Eu tenho namorada, Legolas – ele me lembrou. Pegou seu arco e disparou em mim!

Não.

Quase em mim. A flecha tiniu sobre meu ombro e acertou uma aranha na árvore atrás de mim.

– Ela não sabe – revelei.

– Diga a ela.

Bufei.

– Se você não soubesse que ela está sofrendo... mas sabe. Tudo que se faz a uma pessoa que nos ama é nossa responsabilidade, sim! Converse com ela. Ela não quer me ouvir.

– Fique tranquilo, maninho – ele deu um soquinho no meu braço – Se gosta dessa menina, pode ficar.

Fiquei com cara de quem tinha recebido um balde de meleca na cabeça.

– Gostar? Não estou falando de gostar! Ela é uma amiga, só isso.

– Bom, então assim, sim – ele esticou a coluna – Não está em aula agora?

– Não.

– Hoje é sexta, vai voltar ao castelo?

– Vou.

– Vai ter uma surpresa quando chegar – ele deu uma risada tão significativa que fiquei preocupado.

Deitei na cama. Gostando daquela lambisgoia? Credo em cruz. Prefiro arrancar toda a pele do meu corpo e dormir numa cama de pregos. A garota só me esculacha. Tinha que encomendar mais uma torta de queijo.

A carruagem chegou para me buscar. Esqueci que hoje era sexta. Quando passei pelos armários, com minha mochila, lá estava Tauriel. E conversando com Fingon.

Bom, então finalmente ele diria a ela que tem uma namorada.

Escondi-me e fiquei olhando o desfecho.

E não é que, do nada, ele a beijou?

Beijou Tauriel ardentemente do jeito que ela sempre esperou. E eu? Eu fiquei olhando.






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Notas finais do capítulo

:3
Será que o Las ta sentindo algo por ela? Ou ela por ele? Ou nada disso? :(
Digam o que acham ^__^
Bjs amoras