O Recomeço do Sempre escrita por Bru Semitribrugente


Capítulo 1
Não posso perder mais ninguém


Notas iniciais do capítulo

Ola! espero encontrar todos os meus leitores antigos e novos também!
Espero que gostem. Pode ser um pouco enrolação. Mas os proximos virão com ais conteudo.
talvez só depois do ano novo.



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Faz um mês desde que a revolução acabou, e faz uma semana desde que Peeta voltou da janela do meu quarto eu o observo cuidar das prímulas as quais ele vem colocando tanto trabalho e tempo. Eu o observo o máximo escondida possível, atrás das cortinas, pelo frestinha nelas, mas ele sabe que eu estou vendo, de vez em quando ele olha em minha direção.

— você devia ir lá falar com ele!— Diz Greasy Sae quando me vê na janela. Ela e sua neta mais velha são as únicas pessoas que falam comigo. Até pouco tempo eu na respondia, só ficava calada no meu canto, ouvindo as noticias, ela fazia comida, eu comia, a neta dela brincava e eu a via brincar. Foi assim por muitas semanas, o telefone toca e toca, mas eu não atendo. A muito tempo que não vejo Haymitch, desde que voltamos. Por muitos dias eu fiquei em uma estado de estupor total, nada que estava fora da minha mente me importava, mas a chegada de Peeta mudou alguma coisa.

— Eu não tenho nada para falar para ele! — minha voz sai rouca por ser pouco usada.

— Ele está tendo um trabalho bem grande naquelas plantas. Agradeça. E ele disse que está com tempo de sobra, e que tem feito muito pão. E se ofereceu para fazer com que você coma enquanto eu trabalho.

— Por quê?

— Porque ele te quer bem! Ele pode ter sido mudado um pouco pela capital, mas ele ainda tem o antigo Peeta dentro dele. O Peeta que fica se remoendo te vendo assim. Você devia sair. Ver com seus próprios olhos aquilo que eu tenho te contado.

— Não tem nada lá fora que eu queria ver.

— As pessoas estão voltando Katniss! Estão retomando as suas vidas! você devia fazer o mesmo. A comida está no forno. Eu não virei amanha, tenho coisas para resolver. Peeta disse que poderia ficar um pouco aqui para ver se você comeu.

— Tudo bem! — ela afirma com a cabeça, e vai para a porta, mas no ultimo momento ela volta e escancara a cortina que até agora só tinha uma fresta para eu poder observar Peeta. Ele ouve o som e se vira para a janela, por um momento nossos olhos se encontram, então eu me jogo para o lado, para longe dos olhos dele.

— você está agindo como uma criança! Daquelas bem irritantes. Eu sei que você passou por coisas difíceis, e que ainda está passando. Sem sua irmã, sem sua mãe, sem Gale. Sem Haymitch, sem Cinna, sem Finnick. Mas você tem o Peeta. E devia aproveitar antes que você fique sem ele também!

Agora ela sai de verdade, chama sua neta que sai saltitando, ouvir os nomes daquelas pessoas me dói, é como se alguém enfiasse uma faca em uma ferida já aberta, aos poucos eu vou indo para a janela. Peeta ainda está olhando, quando o encaro de volta diretamente e espontaneamente, a primeira vez em dias, ele acena com a cabeça e volta a cuidar da ultima muda de Prímula Noturna que ele plantou em volta da minha casa. Eu o vejo trabalhar por alguns minutos, estou ciente de seus olhos se esgueirando pelo canto de segundo em segundo para ver se eu ainda estou olhando. Meu estomago rança e então eu fecho a cortina e desço para comer.

Depois de um tempo Butercup se aproxima, e eu coloco meu prato quase cheio no chão para ele comer. Penso nas palavras de Greasy: “antes que você o perca também”. Levanto-me e encho um copo com água. Antes de sair, me olho no espelho. Eu voltei a tomar banho. Mas minha parecia não está melhor. Solto o cabelo e o prendo de volta em um coque mal feito, e saio pela porta dou a volta na casa, e paro quando o vejo, talvez tenha sido uma má ideia, a muito tempo que ele não me vê ao vivo e tão perto, e se ele tentar me matar ou coisa do tipo? Mas já é tarde demais, ele ouve meus passos e olha para cima me encarando assustado. Eu me aproximo e sem falar nada entrego o copo de água para ele, ele o pega ainda com a mesma cara de espanto, e bebe a água, depois ergue o copo vazio para mim.

— Obrigado! — ele diz, o som de sua voz causa uma reviravolta em meu estomago, acho que vou vomitar. Afirmo com a cabeça e volta para casa, quando estou longe do campo de visão dele corro, subo as escadas correndo e arrasto a cama para debaixo da janela, que é onde eu fico o vendo trabalhar, as cortinas ainda abertas, ele sabendo que eu estou aqui. “antes que você o perca também” não posso me dar ao luxo de perder mais ninguém!

Quando o sol começa a se por Peeta guarda as coisa e vai embora, me olhando uma ultima vez antes de ir em direção a sua casa. Eu me levanto e tomo banho, minha pele está seca, tanto a minha verdadeira quanto a reconstruída pela capital, ela arde, mas sei que se coçar só vou fazê-la doer mais então eu apelas dou leves batidinhas quando a ardência fica insuportável. Ponho qualquer roupa e prendo os cabelos de volta no coque. Vou para a cozinha e mexo nas panelas, mas não estou com fome, então me sento em uma cadeira. Buttercup se aproxima e eu tiro o cadarço da minha bota e fico passando de um lado para o outro enquanto ele o persegue. Paro quando ouço uma batida na porta. Greasy Sae tem a chave, então não é ela. Me levanto devagar e abro a porta. Peeta com seus cachos loiros molhados, e uma cesta com pães está parado a minha frente.

— Tenho feito pão demais! — ele diz. — você já comeu? — balanço a cabeça negando, então ele passa por mim sem pedir e vai para a cozinha, meche na geladeira e tira manteiga e queiro. — Estava sem queijo por isso não fiz pão de queiro, eu sei que você gosta então vou tentar improvisar. — ele coloca a manteiga e o queijo no pão e o coloca no forno. Então um silencio constrangedor se segue, me sento na cadeira. Eu precisava arrumar alguma coisa para falar, mas eu estava com medo, medo que se eu falasse alguma coisa que não devia ativasse o Peeta assassino de Katniss, medo que se tocasse em um assunto delicado ele se chateasse e fosse embora, medo que ele respondesse algo que me chateasse e eu o mandasse embora. Então eu me lembro do que Greasy falou. “Ele está tendo um trabalho bem grande naquelas plantas. Agradeça.”

— Obrig....— minha voz falha, e ele me olha, acho que ele não esperava que eu falasse. Pigarreio para limpar a garganta, respiro e falo— Obrigado pelas Prímulas!

— De nada! Elas são bonitas, quando brotarem vão deixar um cheiro bom na casa.

— Quando você vai terminar?

— Elas já estão prontas. Só precisam de uma chuvinha. Terminei agora pouco.

— Obrigado! — parece que o assunto acabou. Buttercup aparece e para me distrair eu o pego no colo e fico passando a mão pelo seu pelo. Desde que ele voltou, temos sido uma boa companhia um para o outro. Já não quero mais cozinhá-lo, primeiro porque não tenho mais capacidade, vontade, ou cabeça, para cozinhar. E segundo porque ele é a única coisa, alem das prímulas lá fora que tem ligação com Prim!

— Vocês se entenderão? — ele pergunta indicando Buttercup. Eu apenas afirmo com a cabeça. O forno toca, ele tira os Paes e coloca em cima da mesa desliza um para um prato e coloca na minha frente. Eu mordo a ponta, está bom, então ele pga um e come também, e as horas que se passam são seguidas do completo silencio de mim e Peeta comendo, e depois de Peeta lavando a louça, e depois de um momento em que ele agarra, a pia com força e fica parado por alguns minutos. Depois disso ele me encara por um momento e depois diz que vai embora, quando ele está na porta, uma imagem me vem a cabeça. Peeta saindo e nunca mais voltando. Eu não posso perder mais ninguém!

— Peeta! — ele volta e coloca a cabeça na porta. Isso pode ser uma má ideia, eu posso me arrepender muito. Mas se vamos conviver eu preciso saber, e eu preciso conviver com ele, porque se eu perdê-lo ai sim não me restará ninguém. — Como andam as suas visões, as do veneno das teleguiadas?— ele hesita.

— Eu estou em tratamento, elas estão... Ficando diferentes. Qualquer dia eu te explico. Vá dormir um pouco. Eu volto amanha! — voltar? Então as noites no trem vem a minha cabeça, as noites em que eu não tive pesadelos porque ele estava lá. Mas não é uma boa ideia, não agora!

— Boa noite!

— Boa noite. — alguma coisa rápido.

—você vai voltar mesmo ou vai voltar igual ao Haymitch?

— Eu vou voltar sempre! De verdade!

Então ele sai!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
feliz natal. e comentem.
o próximo eu ainda não sei quando vai sair, mas ele vai ter mais conteúdo que esse. obrigado por ler.
e que o papai noel traga muitas livros para vocês