Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 54
A jornada de Mario começou errada.




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De tantos países para marcar esse encontro era engraçado pensar que seu amigo havia escolhido logo esse. Claro, sabia que encontros como esse seriam fortemente repercutidos uma vez que eram figuras importantes de suas respectivas nações. Um era um reconhecido militar de Economist enquanto o outro se tornou um dos políticos mais icônicos da esquerda de Fantasy, mesmo com medidas completamente de direita.

O político esperava a chegada de seu amigo íntimo. Pois que não levem a mal, eram grandes amigos só que apenas isso. Não havia nenhum teor homoafetivo na relação e nem pensavam nisso. Eram como irmãos só que com sangues e famílias diferentes. Não se conheciam desde pequenos, mas seus ideais eram o mesmo e obedeciam ao mesmo chefe. A história entre eles era bem simples: Ambos estavam no grupo selecionado para executar uma tarefa e por terem ideais muito comuns acabaram ficando gradativamente mais próximos. Enfim concluíram o momento se tornando grandes amigos que mesmo com essa tarefa concluída, o que não era ainda uma realidade e pela vista do mar tudo indicada que ainda estavam longe de ver a terra, prosseguiriam se encontrando sem nenhum compromisso.

Ross era o nome dele. E o outro se chamava Von Claus.

Talvez seja engraçado pensar que um líder executivo de Fantasy e outro militar de Economist estavam trabalhando para o mesmo chefe. São países rivais e essa situação era mesmo muito engraçada porque nada disso era realmente oficial. Na verdade isso estava longe de ser oficial. Eram ideias completamente insanas que qualquer leitor não conseguiria entender. Entretanto há um artifício que pode ser utilizado para demonstrar, não só que você não é um leitor qualquer, mas também mostrar como era uma realidade muito distante do que poderia passar à mente das pessoas.

Pois volto à história de Shepard que talvez seja a que mais foi retratada nos últimos capítulos por motivo simples: a história de Mormada era mais do que necessária para a sequência dos acontecimentos. Lembra-se de Mormada Sparrow? Não necessariamente Mormada Sparrow que se localiza agora numa caverna congelada, mas o Mormada Sparrow – o líder do plano que decidiu levar uma vida pacata e morrer em prol do mesmo plano. É engraçado também o fato do próprio líder desse movimento, denominado plano, sacrificou-se para que o mesmo acontecesse mais depressa sem uma necessidade disso. Foi realmente um mártir desnecessário para que o objetivo fosse alcançado. Apressou sim a reação que estava para vir daquele mundo à ação que faltava pouco para ser imposta, mas por poucos minutos.

E voltar a história desse Mormada significa lembrar que está morto. E que Dom Picone chamou um colega para analisar bem a cena e conseguiu encontrar de fato o assassino: Um certo Robin. Não o Robin natal desse universo. Mas o Robin que viajou para esse mundo apenas para cumprir o objetivo de matar Mormada Sparrow. Talvez tenha ocorrido um erro no cálculo de Shepard: Aqueles humanos não eram tão idiotas como pensava.

Não pensava assim sobre todos os humanos daquele universo. Sabia que havia alguns que devia temer e boa parte deles estavam ligados a ABC Works, mas não era grande problema para Shepard. Manipulava a política de Fantasy por manipular Ross. Ross então lhe assegurou que a ABC Works seria desfeita, os membros desnecessários seriam mortos e os que Ross subjulgasse apto e fiel fariam parte do plano a partir do intermédio do próprio Ross. Entretanto houve um fato que Ross não conseguiu prever:

Existia um desses homens, dos vinte três que eram parte dessa organização, que era realmente fiel a Ross independentemente do que lhe fosse ordenado – era um daqueles militares alienados – e foi esse homem que o político julgou ser capaz de aniquilar os outros 16 traidores: Você, Claudinho, mate-os. Essa foi a ordem.

E Claudinho realmente ia matá-los, mas uma coisa aconteceu. Dom Picone ligou para Claudinho pedindo para que fizesse um favorzinho para ele. Claudinho era realmente um grande amigo de Picone e por mais que soubesse que teria que matá-la de uma forma ou de outra, preferia matá-lo depois de ajudá-lo e beberem um chope para comemorar. Aconteceu que Claudinho... Bem, essa é uma história curiosa.

C era dono de uma habilidade de leitura de mentes e era exatamente isso que estava fazendo ali depois de ter ajudado Picone na tarefa principal: rastrear os rastros de energia deixados na cena do crime – que a princípio Claudio não tinha ideia com a correlação disso com o Ross – e encontrar o assassino. Depois disso vinha o segundo estágio e foi exatamente nesse que aconteceu um grande problema. Pois bem. Claudinho morreu. O segundo estágio era ler a mente do assassino e isso fez com que Claudinho tivesse uma sobrecarga cerebral. Era muita informação. Estava lendo a mente de um homem que vivia num outro universo, via tudo por uma outra forma e o cérebro de Claudinho simplesmente não conseguiu associar esses conceitos.

Na verdade Claudinho nem encontrou na mente daquele Robin provas de que ele mesmo foi o assassino. Não houve tempo. Após dois minutos debatendo-se contra a visão diferenciada de um habitante dum outro universo sobre a realidade, morreu e assim fez Robin. Sim, o livro morre com o leitor, é uma condição da habilidade de Claudinho e bem... Fazer o quê? Dom Picone apenas se surpreendeu com seu amigo repentinamente cair ao chão e tcharam.

Dom Picone percebeu que ambos estavam mortos. E naquele dia Ross e o líder militar discutiriam como manipulariam as suas nações e como articulariam suas partes no plano. Na verdade esse encontro era desnecessário porque o diálogo que teriam era completamente desnecessário para que o plano progredisse. Enquanto isso, Ross tinha certeza que Claudinho tinha aniquilado provavelmente mais da metade dos nomes que estavam na lista que entregou para ele. Lembrou-se da reação de Claudinho ao ver a lista: Primeiramente levantou as sobrancelhas e percebeu que teria que matar os seus colegas de trabalho, alguns seus amigos, mas depois disse: Ok. Com uma firmeza tão grande que o deputado teve certeza que ele cumpriria a tarefa. Mas morreu sem nem ao menos lutar.

Ross levantou-se porque estava bastante chateado – ficaria mais ainda naquele mesmo dia ao descobrir que Claudinho morrera sem matar sequer um daqueles nomes –, seu amigo ainda não havia dado as caras e decidiu abandonar aquele porto sujo e andou dando as costas ao cenário marginalizado e deprimente que era aquela região de Borogue. Pois é, um desses países onde a desigualdade social é gigante e que praticamente não é desenvolvimento.

Foi então que ouviu a voz de seu amigo, vinha de trás: Eu estou aqui, cara. Olha pra trás.

Ross então olhou. Uma grande face foi desenhada a partir de polígonos no céu, o que fez Ross rir, depois responder: Eu não esperava que você desse as caras assim.

– Você sabe que eu gosto de surpreender as pessoas.

– Mas isso foi demais.

E aquele grande rosto no céu e Ross conversaram felizes para sempre até o fim do dia.

O que era uma grande mentira. Praticamente tudo o que você leu sobre Ross nesses parágrafos acima era uma mentira.

Nunca teve amigos e isso era parte de seu sonho mais utópico. Trabalhava sozinho para Shepard e isso era apenas o que fazia, além de também ser um grande político. Havia ordenado Claudinho e etc etc. Pois bem, apenas a parte que dizia a respeito da amizade de Ross com esse militar economista era mentira. Para Ross essa era a verdade. Era sim maluco, assim como a maioria do elenco dessa obra também é e o narrador não teme em afirmar e reafirmar isso porque há uma verdade: a guerra muda os homens.

Ross não havia participado de nenhuma guerra. Mas Xupa e Molly já, e esses foram os fatores que fizeram com que caminhassem cada vez mais e mais para a loucura. Ross havia visto muitas coisas, mas não guerras. E essas coisas foram chocantes. Havia visto o espaço, o sol, sentiu sua pele queimar ao pôr seus dedos nele e suas moléculas sendo quebradas pela troca de calor. Havia ido aos confins mais distantes do espaço. Então chegou a beira do universo.

A primeira vez que chegou ao fim desse universo, pensou: Mas é só isso? E não era, porque ouviu uma voz: Você quer me ajudar?

E viu esse homem. Essa voz era distante, mas seguiu ela e encontrou outro universo. Impressionante! Esse homem, esse plano! Genial! Eu tenho que fazer parte disso, e então fazia. Ingenuidade era a sua marca registrada no seu mais íntimo eu. Como um político respeitado e como pessoa comum, era como qualquer outro. Um pouco mais rígido do que o normal, mas essa carência inteira não era visível a olho nu. Nem o mais doutor dos psicólogos descobrira esse problema. Era porque Ross era um Homem-deus, também. Mas era um homem-deus bastante problemático.

Não era como Mario. E Mario? O que aconteceu com ele? O seguinte: Não para suspensa, mas para melhor entendimento não teremos em mente o momento atual de Mario, e sim o seu passado que não foi inteiramente desenvolvido e não seria apropriado que o leitor prosseguisse sem sabê-lo por completo.

No momento que o narrador faz questão de colocar enfoque Mario estava em paz, pensativo, diferentemente da vez que estivera sozinho cheio de duvidas e perguntas. Agora a maioria das perguntas já tinham respostas e existiam outras que apenas uma pessoa poderia respondê-las. Seu pai.

Por que seu pai? Foi que deu em sua mente perguntar aos alienígenas, ainda na sala fechada em que esteve cercado por telas que representavam cada um dos líderes alienígenas responsáveis pela pesquisa no gene de Mario, porque estavam a fazer isso e quem era realmente o grande chefe dessas pesquisas. Foi então que 777x respondeu:

– É também um de sua espécie.

555x contestou: Então realmente vamos contar tudo a ele?

– Ele já chegou longe demais, deixá-lo sair daqui se respostas apenas agravará o problema.

E então Mario ficou louco ao saber que seu suposto pai que havia tramado tudo isso. Suposto. Não sabia mais distinguir o bem e o real. Vivera por anos em uma simulação irreal e não conseguia ver diferença entre essa irrealidade e a realidade em que se comunicava naquele momento com os alienígenas. Não via diferença nas paredes, seu corpo parecia ser o mesmo e suas mãos continuavam na mesma. E se estivessem mentido? Eles não pareciam ser o tipo de espécie que mente tanto, como o ser humano tem de costume. Então Mario apenas aceitou o fato de que tudo era uma mentira e o seu pai não estava ocupado longe de Pinball Wizard, o que ouvira dos “habitantes” da simulação durante mais de catorze anos.

Os alienígenas disseram que gostariam que Mario cooperasse com a pesquisa dando amostras genéticas diretas de seu próprio corpo. Óbvio que o rapaz não queria que aquilo saísse de graça. Fora enganado por toda a sua vida e precisava fazer algo sobre isso. Foi então que disse:

– Máquina do tempo, meus caros. – Inicialmente viu que sua ideia não fazia sentido algum e combinava muito bem com a situação também completamente inacreditável aos olhos do leitor que vive em uma realidade monótona.

Os humanoides roxos se entreolharam e o de trás disse: Acho que não estamos entendendo o que você quer dizer.

– Em troca de amostras genéticas, meus caros, eu quero que vocês me ajudem.

– No quê?

– Derrotar meu pai, meus caros. Eu vou voltar para o momento que ele decidiu me colocar numa gaiola e simplesmente acabar com toda essa ideia – disse. Não era bem essa a intenção, deixou que as emoções falassem por ele.

– Perdão, mas assinamos um acordo formal com ele. Havia uma cláusula dizendo que não podemos nos voltar contra suas ordens. Em contrapartida ele está bancando todo o trabalho que estamos fazendo.

Mario percebeu que seu pai, sendo quem é, era um homem de certo muito importante.

– Eu posso me matar a qualquer momento e assim vocês perderão todo o trabalho.

O da esquerda riu: Você acha que é o único Mario em todos os universos?

– Parem de papo furado e me deem logo essa maldita tecnologia meus caros. Eu sei muito bem que sou o único, meus caros. – Mario tinha certeza disso. Se não fosse o único, por que se importavam tanto com ele a ponto de estarem pedindo permissão para que os ajudasse com a operação inteira? Poderiam muito bem mantê-lo desacordado eternamente em um laboratório enquanto aplicassem as pesquisas que fossem necessárias em seu corpo.

Cederam a Mario que ganharia uma máquina do tempo comercial que era uma febre no mercado de Gama Maior naquele universo. Mario estava esperando seu exemplar chegar à câmara dos produtos teletransportados enquanto observava as estrelas. Então estar realmente uma nave espacial e essa série inteira de acontecimentos era mesmo... Verdade? Ainda estava confuso, mas olhar a profundidade do espaço acalmou-lhe. Ver as estrelas daquela forma tocava o seu coração, nunca tinha antes visto as estrelas dessa forma. Vê-las-ia muito mais a partir de agora, disso tinha certeza. Foi a partir desse momento que Mario teve a ideia de buscar tudo isso desde o início. Ir atrás de seu pai e descobrir o que é que estava acontecendo e, mais que isso, se vingar. Não o mataria, não era a princípio esse o seu objetivo, mas perceberemos que com o decorrer da história foi isso que se tornou. Só queria chegar ao seu pai e perguntar-lhe “Quem é você?” “Por que quer saber quem eu sou?” “Explique-me”. Depois de refletir sobre esse objetivo, percebeu que era inocente meu pai e sabendo que seu pai é o tipo de pessoa que joga seu próprio filho numa gaiola para que conseguisse se tornar mais forte, Mario viu que não seria tão simples assim. Talvez tivesse que arrancar as palavras de seu pai à força. Não era o que primeiramente via em mente, mas talvez isso tivesse de acontecer. E claramente não tinha forças para combater seu pai, um homem poderoso – disso tinha certeza.

Sua trajetória perceptivelmente sofreu várias curvas durante o caminho que obrigaram Mario a aderir novos princípios em um objetivo completamente novo, que não será discutido agora até porque o jovem estava simplesmente observando as estrelas e mal tinha ideia do que estava para ver e passar. Foi então que um dos alienígenas veio cumprimentá-lo.

– Olá.

Mario sofreu um breve choque. Por mais que tivesse há horas naquele navio e até batido um papo com quatro alienígenas numa sala cheia de televisões super modernas, ainda era estranho ver aquelas criaturas. Demorou, mas cumprimentou o estranho também: Olá, meu caro.

– Não seja tímido. – Claramente havia notado que Mario estava ainda perplexo com a explosão de respostas que vieram nas últimas horas e decidiu brincar um pouco com a situação do jovem. Não era muito comum entre os tuglianos qualquer tipo de senso de humor, o que levava a aaa66 ter uma personagem bem exótica e peculiar comparado aos outros de sua espécie. – Meu nome é aaa66, sou um dos poucos membros que permaneceram nessa equipe desde o inicio das pesquisas.

– Então você deve saber que eu sou Mario, meu caro.

– Na verdade seu nome não foi algo que decidiram me informar. Apenas me deram uma cadeira no departamento proteico e por alguns anos estou aqui estudando sua síntese proteica.

– E está fazendo isso nesse momento, meu caro?

– Eu? Não. Estou no meu horário do que vocês gostam de chamar de almoço. Mas outro está fazendo isso nesse exato momento. Deve ser estranho pensar de uma hora para outra você se tornou um homem-deus.

– Eu nunca pensaria isso, meu caro.

– Claro que não. Não nessa simulação. Talvez nem mesmo no mundo real. Na verdade apenas ocorreu de colocá-lo lá para que não houvesse nenhum acidente e nosso material de pesquisa fosse perdido. Estávamos apenas prezando pela sua segurança, se é que me entende.

– Eu vivi todos os meus últimos 16 anos em um grande pedaço de mentiras, meu caro. Nem sei se o que li naqueles livros eram verdade, aquelas pessoas obviamente não eram e eu nem mesmo sei se existe mesmo um lugar chamado Pinball Wizard no verdadeiro planeta Terra, meu caro.

– Ah, sobre isso. Vim aqui para dar-lhes as coordenadas que você há de colocar na sua máquina do tempo para que chegue aonde quer chegar. Não precisa agradecer, mas nós fizemos um trato e estamos muito gratos por ter nos deixado andar por aí pelo seu corpo.

– Foi só assim que me cederam a tecnologia que eu requestei, meu caro, então está tudo bem.

Enquanto conversavam, um grupo de aventureiros especializados no micromundo passava por um portal pandimensional que os levaria até a mitocôndria de uma célula muscular de Mario para estudar seu metabolismo. Enquanto esse grupo transportava amostras por entre o portal, outros estudavam os impulsos elétricos no sistema neural de Mario. Enquanto esse grupo coletava e analisava a intensidade dos impulsos e qual era o resultado de tudo isso, um grupo mais especializado ainda rodeava as cariotecas das células de Mario a fim de estudar aprofundadamente seu DNA e o seu RNA – esse último para entender a complexa síntese proteica do corpo de Mario.

– Muito obrigado. Meu trabalho ficará muito mais fácil com você cooperando. Antes não podíamos estudar seu corpo de dentro, mas agora que o chefão viu justa a troca de interesses, está tudo bem. Ele não permitia isso antes, mas acho que agora que já ocorreu contato direto entre nós e você, agora apenas se tornou um jogo.

– Como assim um jogo, meu caro?

– De quem consegue completar seus objetivos antes. Se você consegue alcançá-lo antes da pesquisa estiver completa e seu pai ter se tornado de fato um homem-deus, ou de você encontrá-lo e derrotá-lo.

– Mas... Meu caro, meu plano nunca foi derrotá-lo.

Foi então que a máquina do tempo surgiu, um pequeno acessório repentinamente estava já nas mãos do viajante do tempo e foi nesse momento que ele percebeu: teria de enfrentar seu pai, independentemente de suas intenções. Sem mais delongas Mario apertou as teclas necessárias e seguiu as coordenadas cedidas por aaa66. O tugliano deu às costas sem nem mesmo se despedir. Não conseguiria. Estava quase rindo, com um sorriso largo demais. E poderia realmente rir, tinha dois motivos para isso.

As coordenadas estavam completamente erradas.

O pai de Mario nada tinha declarado em relação a esse acordo. Espera, que pai de Mario? O pai de Mario sequer tinha algo a ver com essa pesquisa.

Espera. Mas o quê? Quer dizer que esses capítulos todos foram uma grande mentira? Não. Gente, como vocês podem ler 54 capítulos sem se tocarem. Esses alienígenas dizendo como se tivesse ocorrido um trato formal, mas o que realmente acabou foi uma troca de favores. Um interesse científico por parte dos tuglianos e o pai que queria se tornar mais forte do que já era, tornar-se um homem-deus. O material genético de Mario não era completamente incorporado ao organismo de seu pai. Lentamente o código genético de Mario era incorporado no “comandante” da operação, depois de ser completamente estudado, é claro.

E foi assim que Mario começou a sua jornada. Com uma pista errada e com a mentira em sua mente de que deveria derrotar seu pai para que conseguisse o que queria. Mas o que queria?

Pergunte a Mario agora, enquanto atravessava a parede das dimensões e as linhas do tempo, para fugir da fúria de Molly, o que ele queria que facilmente teria uma resposta. Sua mente havia mudado depois do tanto que havia visto, seu pensamento. Ele próprio já não era mais Mario. Ele agora era um ser nascido do mundo. Havia visto o início da humanidade, queda de poderosos impérios, e mesmo assim ainda não se sentia em casa. Não havia casa para Mario, havia crescido em uma terra de mentira e procurava saber a que mundo que pertencia. A que época daquele universo que seu tempo começara. Então, em sua cabeça teve a ideia: Vou fazer de todas as épocas do mundo, a minha época. Vou fazer do mundo inteiro, o meu mundo.

Matar o pai? Após algumas viagens no tempo, percebeu que aquele era um objetivo fútil demais. Vivera em mentiras para que pudesse agora dominar o mundo como um grande líder e em cada pedaço da história da humanidade, Mario moveu as linhas para que tudo se transformasse. A cada linha do tempo que Mario se intrometia, novas eram criadas. Novas dimensões, cada uma dela com um futuro diferente. Mario foi o primeiro viajante do tempo a ter a cara de pau de se intrometer feito um idiota sem ter mais o que fazer nos acontecimentos da humanidade. Foi então que alguém percebeu que a merda que o rapaz estava fazendo.

E foi então que essa pessoa, Shepard, ordenou que Mario fosse caçado. Caçaram Mario, mas os imprevistos fizeram com que Mario nunca fosse derrotado. Não porque era um homem forte, mas foram realmente os imprevistos. O destino estava apontando para que o caminho de Mario prosseguisse, e suas ações estavam a cada subida de degrau com o fim daquele universo. Quando Shepard avisou à Mormada que aquele mundo estava para ser destruído, aquilo era apenas um blefe para que levasse com ele o primogênito de Sparrow.

Depois de tantas intervenções que contrariavam a linha de tempo que deveria ser seguida para que plano fosse cumprido, Mario era uma ameaça que o próprio Shepard já teria que cuidar por si próprio. Ou talvez não. Decidiu ignorar Mario e usar os atos do viajante do tempo a favor de seu próprio plano. Só após de assumir o controle total do plano, com o Grande Mormada se entregando à vida comum dos humanos ao substituir o Mormada que se perdeu no tempo e no espaço, que ele teve a oportunidade de poder fazer isso. Não conseguiria destruir por completo aquele universo e muito menos aquele planeta Terra. Mas as ações de Mario ajudaria o profeta a completar o seu objetivo:

Aniquilar todos os humanos podres em todos os universos.

Contra Jonata, o caçador de viajantes do tempo, não foi diferente. Mario teve a sorte do destino e o maníaco assassino foi derrotado pelo destino de Mario. De um lado, Mario queria se tornar o líder da humanidade contra as forças de seu pai, que ainda mal sabia quem realmente era, e, por outro lado, Shepard podia assistir a humanidade se destruir com os atos que Mario estava para fazer.

E o Fator M estava pronto a se manifestar novamente, alterando gravemente as linhas do tempo. Shepard estava ansioso para a nova interferência porque sabia que ela seria o fator que daria contexto à aniquilação da humanidade sem que Shepard necessitasse realmente intervir. Era isso que julgava, mas, como sempre, descobriria mais tarde que o destino é sempre sagaz. Tanto para Mario, para Xupa, para Robin, para Molly, para Shepard, para Mormada, para Frota, para Don Ramon quanto para o pai de Mario.


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