Percy and Annabeth fighting for the love. escrita por Little Dreamer


Capítulo 30
Capítulo 30 - Conhecendo pessoas importantes.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa. Eu sei que demorei pra postar, demorei uns 8 meses, isso é maldade, e foi um desrespeito com vocês que acompanham a história desde o início, e eu estou planejando demorar cada vez menos. Apesar de não ter conseguido concretizar isso de todas as outras vezes que eu disse. Eu estou de férias, pois é, e eu planejei ler mais e ver séries, mas eu toco violão, e eu tenho tocado mais violão e assistido mais séries, e eu não to lendo, mas estou escrevendo várias coisas, só que nem sempre são os capítulos dessa história. Esse capítulo é longo, pra recompensar tudo isso. E espero que vocês gostem de verdade. Boa leitura!



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POV Annabeth

Eu estava perdida, meus olhos abertos, chamando desesperadamente por um nome, mas assim como eu não ouvia o que eu gritava, eu não enxergava nada, mas uma estranha sensação de medo do abandono me perturbava, assim como uma queimação em todo meu corpo, o cheiro do local era horrível, respirar queimava meu pulmão, eu só queria voltar á superfície. Quando finalmente uma voz me desperta:

– Estou aqui! – Thalia disse me acordando daquele pesadelo que insistia em me assombrar mesmo após 4 noites depois de voltar á vida. – Calma, eu estou aqui. – fui respirando fundo e sentindo tudo o que para mim era a prova de que eu estava viva, e segura.

A sensação de acordar novamente depois de ter morrido é estranha, mas uma parte de mim gosta de estar viva para acordar. Uma dor de cabeça começa a me incomodar assim que abro meus olhos, isso é definitivamente uma prova de que eu estou viva

– Bom dia, Sunshine! – Thalia disse suavemente com um sorriso receptivo. Eu ainda não entendi bem o fato de Thalia ser uma caçadora, de ela ter sido praticamente uma mãe para mim, mas ainda ter 15, e eu 23. – Você está bem? O que vem a sua mente agora? – eu detestava aquele tom médico dela...

– Sunshine me faz parecer uma inválida, bom dia – tentei ser engraçada, mas pareceu grosseiro – Desculpe. Eu sinto dor de cabeça, e aquele sonho é um borrão em que eu não enxergo nada, mas isso ainda passa pela minha cabeça, sou normal, não sou mamãe?

– Relaxa, eu também fiquei assim quando eu voltei da minha transformação pós-árvore. – ela disse me fazendo rir, mas a dor de cabeça se intensificou. – O que foi?

– Dor de cabeça, uma das consequências de ter morrido. – eu respondi.

– Existem analgésicos, existe néctar e ambrósia e o Grover pode tocar uma canção na flauta dele pra você. – ela listou, ela parecia disposta a viajar o mundo se fosse preciso, e eu definitivamente não estava afim de alguém fazendo coisas do tipo para mim.

– Eu acho que um simples banho daria conta. Fora que eu ainda não comi nada, você pode trazer meu café da manhã enquanto eu tomo o banho? – pedi, eu não faria Thalia de empregada, mas eu queria privacidade, e eu sabia que a partir de então seria algo raro.

– Tudo bem, vou trazer algo no capricho pra você. – ela disse e se retirou do quarto, mas antes da sair completamente virou para trás e disse: - Se alguma coisa acontecer não me impeça de te ajudar.

– Não vai acontecer – e eu definitivamente torci por isso, não queria ninguém invadindo meu banho.

O banheiro era bonito, mas desnecessariamente grande, mas tendo em conta o fato de que a casa pertencia a Apolo, decidi ignorar o fato de que provavelmente tudo ali seria exagerado. Tirei minha roupa e me olhei no espelho, eu estava pálida, meus lábios rachados, meu cabelo longo, mas bagunçado (pelo menos isso não tanto uma novidade), eu estava realmente alta, bom, essa imagem era a mesma a 4 dias, só que eu precisava listar isso para não me assustar com outras coisas, eu ia me acostumando, e também tentando ignorar todas as cicatrizes que faziam parte de mim, cicatrizes de guerra, eu lembrava de algumas, mas a maioria era estranha para mim, havia uma grande cicatriz em minha coxa feita por uma adaga, aquela cicatriz era assustadora, mas para existir uma cicatriz dessas nesse lugar, deve ter acontecido algo horrível. Por mais que eu tentasse ignorar tudo aquilo uma cicatriz recente me surpreendeu, essa não era de guerra, no meu abdômen, pontos de costura, um atrás do outro, o corte era medido, reto. Bisturi. Abdômen. Ventre. “Você tem uma filha, Annabeth”. Parto. Droga, me esqueci desse problema... Minha curiosidade aumentava a cada segundo, cada cicatriz deveria ter uma parte da minha vida que, de um jeito ou de outro me levou á alguns dias atrás, que me fez morrer, e que me levou até onde eu estou agora. Era sufocante. Decidi parar de contar cicatrizes e entrei debaixo do chuveiro, a água estranhamente me acalmava isso normalmente acontece com muitas pessoas, humanas ou não, mas era bom demais, as gotas d’água pareciam massagear meus músculos, me ajudando a recuperar minhas forças, até minha dor de cabeça passou com os poucos segundos em baixo do chuveiro. Água. Poseidon. Filho de Poseidon Irritante. Tudo parecia “ligado” á mim naquele lugar, eu definitivamente precisava parar com isso, senão, eu ficaria louca mais rápido. De repente a água passou a ser apenas água quente, confortável, mas não tão revigorante como antes.

– Annabeth? Tudo bem? – ouvi Thalia perguntar.

– Estou bem. – respondi. - É sério.

– Você está aí há meia hora, seu café vai esfriar. – ela disse me deixando surpresa por ter me perdido tão facilmente naquela sensação tão boa, geralmente eu não confio muito bem em coisas boas demais, a não ser pelo fato de que antes eu confiava, agora nem saber quem eu sou eu sei. “Uma invasora” a voz na minha cabeça disse. “Invasora é você, o que quer que seja isso.” Por que eu tinha respondido uma versão perversa da minha própria voz na minha cabeça?

– Ok, eu estou saindo. – disse e desliguei o chuveiro ignorando a vontade de meu corpo voltar pra debaixo d’água, isso estava me irritando, se você é uma pessoa que gosta de viver aventuras, viva todas, mas não morra e volte á vida, porque isso é desesperadamente horrível. Já seca, escolhi uma calça e uma blusa do Acampamento Meio-Sangue. Fui tomar café e Thalia não estava lá. Uma parte de mim ficou feliz por estar sozinha, não que a presença de Thalia me incomodasse, mas estar sozinha me dava a sensação de 12 anos de novo, eu não tinha que pensar no que aconteceu durante o tempo que, supostamente, foi apagado da minha mente, gostava de acreditar que aquele quarto ficou intacto durante, as profecias, as guerras, as mortes, meu envolvimento com o Filho Irritante de Poseidon, o bebê, a minha morte... Tomei o café da manhã, torradas, frutas e um suco. Quando Thalia chegou com uma caixa aparentemente cheia.

– Acho que você vai gostar disso aqui. – ela disse sorrindo e colocando a caixa na minha frente, dentro dela estavam livros, cadernos, um estojo e um laptop.

– Projetos, eu senti saudade de vocês. – eu disse abrindo um dos cadernos.

– Tem também seus livros favoritos que você leu várias vezes antes de perder a memória, então você pode lê-los novamente e vai ser tudo novidade. – Thalia disse com uma naturalidade impressionante, ela deveria usar esse tom sempre.

– Devo perder a memória mais vezes. – eu disse.

– Acho que não, uma vez na vida já está de bom tamanho, mas enfim, divirta-se. – ela sabia que eu adorava um pouco mais de espaço.

– Obrigada. – eu disse e ela pegou os restos do café da manhã e se retirou. – Hey, não me deixe mal acostumada, eu posso levar isso até a cozinha.

– Você pode, mas você não quer ver o Percy, e também eu estou gostando de retribuir tudo o que você fez quando eu voltei, você estava mais insuportável que isso, acredite. – Thalia deu uma piscadela e se retirou. Eu não me lembrava, mas eu sei que agiria daquela forma caso Thalia voltasse, o que realmente aconteceu.

Não sei porque, mas escolhi verificar o laptop primeiro, quando o liguei automaticamente abriu um vídeo meu ao lado do Filho Irritante de Poseidon, parecia que estávamos num chalé, mas o lugar aparentava ser um quarto, eu conhecia aquele projeto.

– Olá, eu, invasor, ou Percy. – minha versão bonita, saudável, e inteira disse.

– Por que eu invadiria seu computador? – ele perguntou.

– Porque eu ainda tenho esperanças de que você se interesse por arquitetura, Percy. – minha “outra eu” disse. Era estranho o tom da minha voz ao dizer “Percy”, parecia bobo, e um tanto enjoativo, como essas apaixonadas dos filmes bobos. Eu realmente cheguei a esse ponto. [NA: Sim, chegou sim, coitada de você quando perceber que o tom de quando você gritava “Mais, Percy!” era pior]. – Eu sabia que você só me “escutava” pra ficar olhando para os meus lábios.

– Convencida... – ele disse coçando a nuca.

– Se você for um invasor acabou de ver um momento íntimo e constrangedor nosso, e você provavelmente não percebeu que a senha está escondida em algum lugar por aí, então boa sorte em tentar acessar meu computador. – saber que eu não tinha notado, a senha do meu laptop, eu era uma invasora de mim mesma. Aquilo me deixou nervosa, não saber das coisas já era irritante, não saber sobre mim era pior, minhas mãos começaram a tremer e eu fechei aquele laptop. Tentei me focar em outra coisa, peguei um dos cadernos que estavam repletos de equações, e umas partes estavam coloridas, e existia um padrão entre essas partes, por curiosidade e instinto comecei a resolver as equações, e fui entender: o resultado era a senha. Religuei o aparelho e pulei o vídeo, e digitei a senha, logo a imagem do desktop apareceu na minha frente e eu suspirei aliviada: eu não tinha perdido tudo afinal. Várias pastas de fotos, projetos, trabalhos, mais projetos, estratégias, documentos, projetos…

Eram tantos arquivos, tantas fotos e vídeos que eu tive que assistir pela curiosidade que cada um me despertava. Como eu já esperava, várias fotos eram minhas com o Filho Irritante de Poseidon, eu estava radiante nelas, meu olhar era apaixonado e eu sorria, nunca imaginei que estaria feliz (na medida do possível) numa foto tirada um dia após a morte de Luke, isso me deixou com cada vez mais vontade de lembrar do “passado”. Em outras fotos eu estava mais robusta, ah sim, eu estava grávida, me acostumar com esse fato seria complicado e eu não quero ter agir como alguém que não sou, nem sei ser: uma mãe. Continuei checando tudo, mas dessa vez eram os projetos, eram simples, ou complicados, bonitos, lindos (feitos por mim, obviamente), pelo que eu percebi só estava fazendo a faculdade para ter a formação, eu já sabia de muitas coisas, mas algumas eram novidade para mim, ou não, talvez tivessem lançado novas fórmulas e modelos de projetos e eu tenha esquecido. Isso me irritou, como a maioria das coisas que eu via e não sabia.

Fechei o notebook, já cansada de tanta informação em pouco tempo, precisava relaxar, queria sair daquele quarto, mas sem ser notada, o que seria difícil, mas sair sozinha seria tão bom e libertador, ver coisas novas, ver o que tinha acontecido com o mundo enquanto eu estava “fora”. Arrisquei. Abri a porta, olhei em volta, e felizmente ninguém estava na minha linha de visão, isso estava fácil demais, mas como era minha única oportunidade, relaxei talvez eles quisessem isso mesmo.

O jardim era lindo, uma piscina de água doce bem grande, era possível ouvir um barulho de água caindo, e também tinha uma churrasqueira num dos cantos, me perguntei se fizeram alguma comemoração lá. Provavelmente não. Espero. Dentre a variedade de flores, e plantas, e árvores, um limoeiro exalava cheiro de limão (N/A: Sério? Pensei que fosse de maçã... uma pena), o aroma me lembrava o shampoo de limão que eu usava, ou talvez ainda usasse. Bom, pelo menos essa lembrança não é tão triste quanto às outras. Gostei do jardim, sua natureza e um pouco de sua energia me lembrava o Acampamento, que me lembrava ser menos triste; pelo menos agora eu tenho Thalia, que vai me ajudar nisso tudo. Caminhando mais um pouco encontrei a origem do som da queda d'água, um chafariz, pensei em enviar uma mensagem, mas não tinha exatamente pra quem enviar a mensagem, já que provavelmente meu pai não deveria saber sobre o que estava acontecendo.

– Olá. Tudo bem? - ouvi alguém perguntar, era uma mulher.

– Ahn? Oi. - me virei para ela, ela tinha um sorriso simpático, olhos verdes, seus cabelos eram castanhos e de alguma forma, ela me transmitia confiança.. “Não confie em ninguém.” Eu repeti mentalmente.

– Eu sou a Sally, a mãe do Percy. Bom, ele pode parecer meio louco, mas nem tanto, é só que, você não se lembra e ele quer que tudo volte ao normal, mas enquanto isso não acontece podemos ser amigas? - ela se explicou e perguntou. Decidi ser sincera.

– Mas, eu nem te conheço e…

– E não confia em mim, eu sei, Annabeth, mas eu te conheço, ou conhecia, eu sei como é se sentir sozinha mesmo estando cercada de gente querendo ajudar. - ela disse. Droga, ela estava me conquistando.

– Não estou dizendo que você me faria mal, só que “amiga” é uma palavra forte. - Sally corou.

– Realmente, “amiga” me faz parecer desesperada. Mas enfim você precisa confiar em mim, em todos aqui, por mais que seja estressante meu filho não se conformar com o fato de você ter perdido a memória, ninguém aqui quer te fazer mal, ninguém aqui te trouxe de volta pra nada, nós te trouxemos de volta porque nós te conhecemos e sabemos que você não mereceu morrer tão cedo, e com toda uma vida pela frente, uma família. - ela era boa com discursos.

– Tudo bem, mas aonde você quer chegar com isso? - tentei não parecer rude. Falhei em não parecer rude.

– Você precisar conhecer alguém muito importante…

– Eu não vou conviver com seu filho…

– Não! Não é sobre o meu filho, é sobre a sua filha! - ela disse rigorosa.

– Eu não me sinto como mãe! - gritei e depois me toquei no que tinha dito. Aquela Sally adorável e simpática ficou muito brava, ela queria me esganar.

– Como pode dizer isso? Eu sei que você perdeu a memória, mas esse laço…

– Eu morri, não simplesmente perdi a memória como se pudesse encontrá-la andando na rua por aí. Se vocês quisessem que alguma relação entre mim e essa criança existisse de alguma forma, era melhor terem me deixado morta, porque eu só tenho memórias até meus 12 anos, desculpa se eu não planejava ter filhos nessa idade. - disse ignorando a dor em minha cabeça. - Com licença eu vou pro meu quarto. - fui andando rápido, mas Sally segurou meu braço. Nota mental: essa mulher é forte e não só com as palavras.

– Tudo bem. Eu sei que chegar assim é brusco e desesperado, mas por favor. Ela é prematura e nunca teve contato com você, ela praticamente te viu morrer. É importante pra ela. - Sally disse mais calma (ainda apertando meu braço, como se dissesse “se isso não funcionar, eu te arrasto até lá :)”.)

Eu não poderia ignorar essa criança, e se eu não agarrasse essa oportunidade agora eu não faria nada quanto a isso nem no futuro, e viveria com a culpa. Mas eu não estava preparada. No entanto, eu tinha pessoas do meu lado.

– Sim. Eu vou. - cedi tendo em conta que era a escolha da minha vida. Da minha nova vida.

O quarto do bebê ficava em frente ao meu, mas como eu nunca prestei atenção nisso, pra mim foi praticamente uma surpresa. Parei em frente á porta do quarto e Sally me olhou severa novamente, como se dissesse “Se você entrar nesse quarto, eu te esgano e ninguém vai erguer uma unha pra te trazer de volta”. E eu assenti, era engraçado notar como coisas pequenas significam tanto, como entrar naquele quarto me comprometia pra sempre com aquela criança.

– Percy não está aqui, antes que você peça para não vê-lo. - Sally disse.

– Certo.

Era um quarto muito bonito, e aconchegante, ficar ali me sentir mais “dentro”. Thalia estava debruçada sobre o berço, que possuia pequenas corujas desenhadas. As paredes tinham tons claros e o quarto também parecia estar mais quente.

– Claro que teria um dedo seu no meio disso tudo. - eu disse e Thalia apenas riu.

– Minha participação nisso tudo é crucial. - ela disse me fazendo revirar os olhos. - Mas agora, conheça a pessoinha mais fofa do mundo.

Sem mais delongas me aproximei do berço e olhei para a criança. Com seus olhos verdes, e as bordas cinzas, seu rosto me lembrava o rosto do Filho de Poseidon Irritante, mas seus cabelos eram loiros como os meus.

– Sophie. - eu disse familiarizada com o nome. Eu já sabia que ela se chamava Sophie, mas foi inconsciente e como se eu tivesse chamando-a. Ela soltou um grunhidinho e arregalou o os olhos quando me viu. De repente eu quis ficar muito perto dela e protegê-la contra tudo e contra todos. Ela não era uma simples criança, era minha filha. E quando eu percebi algumas lágrimas teimavam em cair dos meus olhos, como eu puder te rejeitado ela? Como eu pude ter feito o mesmo que Atena fez comigo?

– E eu acho que podemos deixar vocês sozinhas. - disse Sally.

– Não, por favor. Eu nem sei segurar um bebê, não sei como cuidar de um bebê. Eu não sei nada sobre bebês. - eu disse e elas riram.

– Tudo bem, a gente te ajuda. - Thalia disse

– Obrigada, por tudo. - eu disse á elas.

– Não precisa agradecer, até porque, se você tivesse dito não, te obrigaríamos a ver Sophie e a se apaixonar por ela. Então, de nada. - Thalia disse e eu não duvidei.

Pelo resto do dia, Sally e Thalia me ajudaram com a Sophie e eu amei cada minuto. Minha filha era super esperta e linda, era impossível não sentir orgulho dela. Eu me atentava a cada olhar dela e por mais que ela fosse pequena e prematura, ela olhava pra tudo, era engraçado. Segurar ela no colo me dava uma sensação de vitória, eu tinha vencido minha teimosia e meu medo e ela era o presente.

– Percy vai ficar muito feliz em saber que você está se relacionando com Sophie. - Sally disse sorrindo, e por um instante eu fiquei em dúvida de quem era Percy, até me lembrar que ele era o Filho de Poseidon Irritante e que era pai da minha filha, e que provavelmente eu começaria a dever satisfações a ele a partir de agora. Percebi que Thalia e Sally formavam um time que jogava bem, e sempre ganhava.

– Estou fazendo isso pela minha filha, não pelo seu filho, Sally. - eu disse.

– Eu sei, Percy gosta de ver a filha bem, ou você pensou que ele fosse dependente a você a ponto de só pensar em você? - Sally era sem dúvidas uma pessoa na qual eu deveria evitar discussões.

– Não, mas do jeito que os últimos 11 anos são citados foi assim por muito tempo. - Sally apenas concordou.

Thalia observava tudo com um sorriso de canto, enquanto Sophie prestava atenção no meu cabelo, o que me fez rir, ela prestava atenção em tudo a sua volta e parecia entender o que dizíamos. Como pude ignorá-la? Eu agiria da mesma forma que Atena, eu faria minha filha sentir a mesma solidão, a mesma rejeição, o mesmo desespero por uma mãe, se não fosse por Sally e Thalia. Eu me senti culpada com a possibilidade de poder fazer minha filha se sentir da mesma forma que eu me sentia, eu ainda seria pior que Atena, que fora proibida de se relacionar com seus filhos, eu não agarraria a oportunidade de fazer tudo diferente. O medo tomou conta de mim de repente. Quem mais eu seria capaz de machucar na ignorância do meu passado? Sei que me questionar sobre isso soa piegas, mas eu ainda sou uma estranha para mim. E quais as consequências de desafiar a morte? - Balancei a cabeça para afastar esses pensamentos, mesmo que a preocupação já tivesse se instalado em mim. Minha atenção foi tomada quando o Filho de Poseidon Irritante passou pela portam e parou logo que percebeu que eu estava na frente dele. O ar pareceu se extinguir de seu pulmão, e apenas um grunhidinho da Sophie o despertou.

– O-lá. - ele disse, mas ninguém respondeu, ele estava falando comigo? Eu não queria respondê-lo. Sally me olhou impaciente e Thalia me encorajou a cumprimentá-lo.

– Oi. - eu disse. O que será que se passava em sua cabeça naquele momento?

– Você se lembrou? - ele perguntou descaradamente.

– Não. - respondi.

Nós dois queríamos falar alguma coisa pra quebrar o silêncio, mas não tínhamos o que falar. O silêncio de confortável foi para constrangedor e eu sabia que Percy queria pegar Sophie. Então deixei-a no berço, não sem antes estalar um beijinho em sua testa, e fui para fora do quarto. Sua presença me deixava nervosíssima, acontece que a realidade era que teríamos que conviver, para todos os defeitos.

– Annabeth, tudo bem? - era a voz de Thalia.

– Sim, é que é estranho ter a presença do Filho...Percy, não me peça pra achá-lo normal, não após ele me aguentar durante quase uma vida inteira. - eu disse tentando rir, mas ao perceber a gravidade do que eu tinha dito tive vontade de recolher minhas palavras e sair correndo. Mas Thalia riu.

– Isso se parece com algo que você diria… Você sabe, se você tivesse sua memória. - ela disse, em sua voz era perceptível que ela sentia saudades daquele tempo. Eu quero lembrar, eu preciso disso.

– Na verdade eu não sei, mas fico feliz por meu “eu com memória” ter um senso se de humor malicioso. - eu disse.

– Você ainda o tem, só precisa de mais histórias pra rir. E você vai se lembrar, eu sei que vai. - ela disse confiante.

– Vou, eu vou me lembrar. - “espero que sim” completei mentalmente.

E naquela noite eu tive um sonho diferente. Eu estava na praia, sentada em um lugar mais afastado e escutava uma risada. Era tão contagiante que sentia vontade de rir junto. Eu estava distante da pessoa que ria, mas conectada com ela.

– Hey! Annie! - era ele.

– Luke! - o abracei e continuei em seus braços. Seus olhos pareciam mais distantes, mas seu sorriso ainda era o mesmo, quantos anos ele teria atualmente?

– Tudo bem? Eu estou te observando, sabia? Você está tão linda! Não sei como, mas eu estou conseguindo te mandar esse sonho. - sua voz estava suave.

– Eu não sei mais como eu estou, e obrigada, apesar de eu não ter a mínima ideia de como se manda um sonho. Gosto de estar com você.

– Não tem problema. Eu quero tanto que você se lembre, apesar de que as suas memórias comigo não são tão amigáveis. Fico tão feliz por você e pelo Percy, de verdade, parabéns pela filha de vocês, ela tem um força muito grande. Eu sei que agora está tudo muito estranho, que nada está no lugar, mas vai dar tudo certo, eu prometo. Obrigado por me ajudar a ver Thalia, você não se lembra, mas você vai se lembrar. - ele disse.

– Assim espero. E você faz falta por aqui, muita. Acho que podemos criar um grupo “Mortos anônimos”, não tão anônimos assim, mas enfim. É bom estar com você, venha mais vezes, eu não aguentava mais aquele pesadelo. - eu falei

– Eu não tenho permissão para te dar muitos detalhes sobre as coisas, mas seus sonhos podem ser bastante significantes, lembre-se disso. Eu sei que agora não é a hora certa pra ir, mas eu tenho que fazer isso. Eu não vou ser mais tão útil, porque eu estou morto, mas vou tentar ajudar de alguma forma. Cuide-se. Dê uma chance ao Percy, apesar de ser engraçado ver ele sendo rejeitado. E você vai ser uma ótima mãe, não se culpe pelo que não aconteceu, nem tem chance de acontecer. - ele disse e me deu um abraço. - Tchau.

– Obrigada, Luke. Fique bem, independente de onde você estiver. E vai demorar muito pra existir alguma relação entre mim e aquele Filho de Poseidon Irritante, vou te fazer rir bastante. Sophie é linda, e eu queria que ela te conhecesse, se tiver algo pra fazer por mim, faça por ela. Volte mais vezes. - eu disse e ele sumiu.

A risada voltou a ser o único barulho que eu escutei. De repente eu levantei de onde eu estava e fui atrás dessa risada. Quando eu vi Sophie, não tinha como ser outra criança, correndo em minha direção. A peguei no colo quase por instinto e a girei no ar. Comecei a rir também, e ouvi a voz de Percy. Ele sorriu e chamou a Sophie pra nadar, que foi correndo para os seus braços. Ele riu pra mim, e eu ri pra ele. E assim o sonho seguiu. Uma família feliz, num dia feliz, numa praia feliz. Como se nada de ruim pudesse acontecer, como se nada de ruim tivesse acontecido.


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Notas finais do capítulo

QUANTA COISA EU SEI! Bom, Sally está "divando" cada vez mais, ela vai ficar cada vez mais atuante na história, eu gosto de trabalhar com ela. Bom, Annabeth com sua nova personalidade, espero que eu esteja mantendo a essência dela, porque isso é importante. Espero que a narrativa esteja legal, e que vocês gostem. Comentem! Meu twitter: nicolorido. Até o próximo capítulo. Beijos!



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