The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 58
Os Esquecidos - Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá bolinhos, como vocês estão?
Eu estou triste, esse é o último capítulo de The Forgotten e eu tive que alterar muitas coisas nele.
Não pretendia que fosse assim no início, para ser sincera, há quase dois anos quando comecei essa história não pretendia nem que ela fosse além do capítulo vinte.
Espero que se emocionem com ele como eu ao escrever, que gostem e guardem essa história no coração de vocês.
Boa leitura



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Uma deliciosa voz sussurrava para que eu continuasse deitada recebendo os beijos mornos de Alex no meu pescoço e sorrindo involuntariamente com cada um deles.

É tão bom ser amada.

Meu momento de paz foi interrompido por um choro alto demais para o meu gosto no início da manhã. Resmunguei algo e ouvi Alex rir.

— Eu vou cuidar disso – ele disse.

Não precisei abrir os olhos para saber que ele havia beijado o topo da minha cabeça.

Oi, eu sou o Goku. Você não caiu nessa, certo? Queria que alguém caísse.

Meu nome é Alice Knight, tenho oitenta e sete anos, mas parei de envelhecer aos vinte quando consegui dominar os quatro elementos e os meus poderes de imortal. Minha idade não significa nada para ninguém além da minha tia Stella que não entende como alguém com quase um século de vida pode ser tão irresponsável.

Stella devia entender como consigo ser irresponsável com tanta experiência de vida, ela tem quase duzentos anos e ainda esquece de alimentar o seu cachorro. Calma, ela não aparenta seus duzentos anos, parece ter oitenta no máximo.

Eu nunca quis ser diferente, mas sou por causa de um infeliz acontecimento.

Quando era criança minha família foi atacada e morta por um psicopata. Eu fui salva por Alexander que apagou as memórias dos meus primeiros cinco anos de vida formando um contrato comigo.

Minha irmã gêmea, Elizabeth, não teve a mesma sorte e foi levada pela Organização para ser treinada e transformada em uma assassina exemplar. Ela morreu para me salvar muitos anos atrás e seu corpo desapareceu junto com Zero, o fiel companheiro dela.

O motivo para alguém matar todos da minha família? Paz, a imortal responsável por evitar que os humanos se matem brigando por rosquinhas, abençoou o clã dos Knights e resolveu que era uma boa ideia reencarnar como alguém dele. Adivinhem quem foi a escolhida? Ah, meus queridos, no jogo da vida eu sou aquela que sempre tem tudo e termina falindo.

A Organização se interessou pelos poderes dos Knights e matou a todos para roubá-los. Eles só não imaginavam que minha mãe ia me proteger e impedir que o ritual fosse completado.

Passei doze anos sem me lembrar sobre o que aconteceu com a minha família nem que éramos seres sobrenaturais, até Alex aparecer na minha vida e jogar essa bomba em forma de bolinho em cima de mim. Foi aí que as coisas começaram a mudar.

Minha melhor amiga se tornou uma vampira. E quer saber a pior parte? Uma vampira convencida. O Drácula e todos do seu clã morreram (quase acidentalmente) quando eu despertei o elemento do fogo e ela se tornou a última viva do clã de vampiros mais poderoso da Terra. Nana visitou seus pais todos os dias até eles morrerem, mesmo sendo uma imortal convencida não se tornou uma idiota.

Descobri que sou uma fada e fui estudar em uma escola de imortais chamada Instituto.

Fiz amizade com um casal de garotas que me enganou por muito tempo escondendo seu romance. No final, Melody se tornou a alfa de seu clã e Pudim conseguiu reencontrar seus parentes para refazer seu clã de bruxas. Elas sofreram muito para se tornarem grandes mulheres por culpa da sexualidade, mas seguiram sempre unidas vencendo cada obstáculo.

Apaixonei-me por um metamorfo que morreu por mim.

Entrei em uma guerra para matar a Organização que ameaçava a mim e ao mundo sobrenatural. Minha irmã morreu nesse dia. Eu queimei tudo.

Fui até o Conselho Imortal onde descobri ser a reencarnação da Paz, desde então tenho feito o possível para melhorar o mundo um dia de cada vez. Está dando certo.

E poucos meses antes desses acontecimentos, eu era apenas uma colegial preocupada por não ter feito a bibliografia do trabalho de história. É, as coisas mudam.

Alex volta para o quarto e veste uma blusa de moletom que faz conjunto com a sua calça, senta na cama e se inclina sobre mim.

— Já cuidei dela, agora você tem que acordar.

— Só mais cinco minutos – murmuro.

— Não me faça usar tortura.

— Ah, não – imploro – A tortura não.

— Tarde demais – ele sorri daquele jeito malicioso que faz meu coração palpitar.

Alex começa a fazer cócegas pelo meu corpo, seus dedos ágeis não perdoam a pele da minha barriga e arrancam gargalhadas deliciosas de mim. Lágrimas escorrem pelo meu rosto e fica difícil respirar, só então ele para.

Quando eu o vi pela primeira vez, senti ódio. Ninguém pode ser bonito e legal, é contra as leis do Universo, mas ele conseguiu. Demorou muito para que eu permitisse que ele entrasse no meu coração e de lá nunca saiu.

— Vou me arrumar – digo ofegante.

— Vou comprar pão – Alex sorri e desaparece no ar.

Caminho até o banheiro e encaro meu reflexo no espelho. Durante muito tempo achei minha aparência depressiva e sem graça, hoje a admito. Os olhos verdes com riscos dourados são a principal característica da Paz em todas as suas reencarnações, meu cabelo ruivo ficou mais vermelho depois que eu dominei o fogo e consigo vê-lo como chamas. Me tornei uma Imortal.

Faço a higiene matinal e visto um shorts velho com uma das muitas blusas de Alex, essa tem a estampa de um coelho deitado sobre uma rosquinha.

Ouço risos vindo do cômodo ao lado e sei que ele já voltou. Espero a passagem se abrir na parede e caminho através dela.

Assim como os outros imortais, ganhei uma casa feita por Criatividade. Escolhi morar na Itália por ser a terra natal de Alex e me apaixonei pelo lugar como me apaixonei por ele.

— Bom dia minhas duas pessoas favoritas no mundo – entro sorrindo e dou um beijo em Alex que está fazendo alguma coisa no fogão.

Boum dia, mama – ouço minha pequena banguelinha dizer.

Olho para os imensos olhos castanhos parcialmente escondidos pelos cachos ruivos da minha pequena Elizabeth e sorrio.

— Bom dia, princesa – beijo as bochechas dela – Como foi sua noite?

Elizabeth é minha filha com Alexander, ela tem quatro anos e gosta de vestir um pijama de elefante que a deixa com a aparência de mais nova. Ela não é uma imortal como nós, mas herdou os poderes de fada do clã Knight e por isso vai ser quase imortal.

— Foi muito bom, mama – ela sorri mostrando o buraco onde um dos seus dentes de leite devia estar – Eu sonhei com um moço de cabelo prateado que me protegia de pessoas malvadas.

Troco um olhar com Alex e ele compreende a mensagem. Temos a teoria de que Elizabeth é a alma reencarnada da minha irmã gêmea, mas a Morte nunca nos autorizou saber sobre isso.

— Ele deve ser seu anjo da guarda – Alex sorri pela ironia de ter dito isso.

— Também tinha um moço loiro com os olhos amarelos – ela faz uma careta – Ele ajudava, mais não gostei dele.

Alex sorri por aprovação.

— Isso mesmo, Liz. Fique longe dos loiros de olhos amarelados.

Olho feio para ele e faço cafuné na minha pequena.

— Não ouça o que seu pai diz, querida. Ele é um bobão.

Liz apenas assente e volta a comer seus biscoitos de chocolate. Sento-me à mesa ao lado de Alex e sirvo uma xícara de café para mim.

Minha vida não foi feita de momentos exclusivamente felizes ou tristes, ela teve um pouco dos dois e olhando para trás agora não consigo imaginar um desfecho diferente para ela. Nunca imaginei que seria mãe, que ia parar de envelhecer aos vinte anos ou que me casaria com um cara seiscentos anos mais velho do que eu, mas é assim que as coisas são comigo.

A vida não foi boa comigo e mesmo assim me ensinou muito.

Vivi. Sorri. Perdi pessoas queridas. Evolui. Superei. Treinei. Lutei. Me machuquei. Decidi mudar. Consegui. Colhi os frutos pelo meu trabalho. Sofri. Briguei. Magoei pessoas amadas. Me desculpei.

— Mama – Liz chama a minha atenção e me tirando dos devaneios – Conta aquela história pa mim.

— Qual querida? – Alex pergunta mesmo conhecendo a resposta.

— Aquela.

Os grandes olhos castanhos imploram para ouvir pela centésima vez a mesma história. Suspiro e materializo o livro na mesa.

— Você não se cansa mesmo dessa história – sorrio e passo os dedos pelas letras em relevo do título.

— É a melhor história, mama. Melhor que as das princesas – Liz deixa seus biscoitos de lado e apoia o queixo nas mãos pequenas.

— Não é uma história infantil, por isso é boa – Alex também deixou de lado seu café da manhã e me observa com os olhos atentos.

— É a nossa história – digo, por isso é boa. Preparada, Liz?

XIM!— ela grita – Começa logo, quero ouvir sobre os esquecidos.

As letras em relevo trazem o título “Os Esquecidos” impresso e o nome falso que usei para publica-la.

— Muito bem – faço um barulho limpando a garganta, apenas para dar suspense – Era uma vez, duas irmãs. Ambas eram ruivas e viviam em uma bela casa com seus pais. Um dia, a irmã mais velha, Elizabeth, avistou um homem azul pela janela e a vida das duas mudou de rumo por causa dele.

Os dois pares de olhos castanhos me olhando são tudo que preciso para saber que sou única no mundo e tenho a sorte de ser amada.

Não paro de contar a história e eles não param de ouvir.

Minha história não é feita de heróis e vilões e ainda não teve seu fim, mas gosto de pensar que esse é o início do meu felizes para sempre.

E você, já tentou viver um pouco para encontrar o seu?

(Autora)

Destino observa a colcha na parede, mais precisamente, a cena em que Alice Knight cumpre com sua missão e desmaia nos braços de Alexander.

Depois daquela cena, milhares de outras foram adicionadas e diversas tiveram finais felizes por culpa da garota de cabelos ruivos que se tornou a Paz.

— Para de olhar para essa colcha, estou com ciúmes.

— Desculpe, querida – Destino sente os braços finos da amada e sorri.

Ele começou a usar a aparência de um rapaz loiro com os olhos pretos e sua amada continua igual a como era em vida.

Muitas coisas aconteceram durante a Revolução Francesa, inclusive o nascimento e a morte de Natália Nicolleti Lamartine. A mãe dela foi dona de um bordel onde atuava como a principal prostituta, porém, quando resolveram executar alguém pelos crimes Natália foi a escolhida.

Como serva da Morte, ela nunca pode assumir namorar Destino e o Imortal nunca pode ter servos para salva-la. Demoraram séculos para que os dois conseguissem pensar em uma forma de ficar juntos e chantagear a Morte foi a única forma que encontraram. Ainda bem que fizeram isso enquanto a Imortal estava com ódio de Vida, se tentassem hoje em dia não iriam conseguir. Morte e Vida vivem juntas com seu amor estranho e cheio de ódio.

— O que tem de tão importante na colcha? – Natália pergunta.

— Não é o que tem – Destino morde o lábio inferior – É o que está por vir.

— O que você está dizendo? – ela o solta e olha preocupada para o fim da colcha onde as agulhas de tricote se movem com rapidez.

— Uma nova era se aproxima – Destino segura a mão da amada com força – Alguém como Alice Knight está surgindo novamente.

O casal não diz nada enquanto as agulhas trabalham criando uma nova imagem de caos na história da humanidade.

SETENTA ANOS ATRÁS – INSTUTO DE SOBRENATURAIS, WONDERLAND.

DIA DA BATALHA CONTRA A ORGANIZAÇÃO

Zero caminha ofegante com o corpo de sua Rainha Vermelha nos braços. Zero foi atingido por diversas flechas envenenadas que deixaram buracos em seu corpo, ele nem se importou.

Morrer da mesma forma que sua Red Queen seria uma honra. Contudo, o lado mais egoísta de Zero decidiu que morrer ao lado dela seria a última coisa a fazer antes de morrer.

— Minha pequena Rainha Vermelha, ceifadora de cabeças – ele cantarolava – É melhor ser temida do que ser amada, é melhor se odiada do que ser fraca... – lágrimas começaram a passear pelo seu rosto marcado pela dor. Criar versinhos para ela era um dos muitos passatempo do metamorfo.

Zero caiu de joelhos, protegeu o corpo de Lizzy da melhor forma que conseguiu do impacto, e se permitiu demonstrar medo. Medo por morrer, por perdê-la, por ficar sozinho... Medo por tudo.

— Só queria que fosse minha – ele murmurou sabendo que ela não ia responder.

Zero não tinha forças para ir além e continuar carregando o corpo da amada, então resolveu ficar ali mesmo parado observando o rosto que amou por tantos anos.

— Tão linda – ele se permitiu beijar a testa dela e sorrir com isso – Tão... Quente.

Espera, quente?

Zero a observou melhor. As flechas no peito dela deviam ter atingido o coração, ele conhecia o suficiente de anatomia para saber que a garota estava morta. Não existe ressurreição na vid areal, isso é coisa da bíblia. Certo?

Porém, Lizzy já enganou a morte mais de uma vez. Em uma dessas vezes, ela conseguiu sobreviver quase um dia inteiro com a alma presa entre o mundo dos vivos e dos mortos depois do ritual que matou seus pais.

— É isso, Lizzy? – Zero sentiu o coração palpitar com a esperança de estar certo – Você está presa de novo?

O vento forte fez com que os ferimentos de Zero ardessem, ele não se importou. Os cílios longos da garota se moveram. Ele prendeu a respiração.

— Lizzy?


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Notas finais do capítulo

Sabe qual é a pior parte de ser uma autora? É ter que terminar o que começou.
Criei o universo de The Forgotten como se fosse a Universo citada na história e cativei centenas de pessoas (grande parte fantasma) que me apoiaram, leram e comentaram coisas tão lindas que me cativaram de volta.
É, acabou. Sim, eu mudei as coisas.
Deixo que vocês decidam os finais de Lizzy e Zero, que criem teorias sobre o que aconteceu com Alice e sobre o que assustou Destino. Deixo que me ofendam, vocês amam fazer isso, por ter acabado com a história e deixo que continuem no meu coração como meus amados bolinhos.
Amei cada comentário que recebi, sei que foram mais de quinhentos contando apenas os do Nyah!, e cada risada que dei. Meu Deus! Quando vocês surtaram com o Morfeu pedindo a Alice em namoro e a Lizzy voltando dos mortos, são meus comentários favoritos.
Gostaria de ter feito um vídeo como quando terminei Querido diário Otaku, mas não consegui. Gostaria de escrever o nome de cada um de vocês aqui, mas me sentiria mal caso esquecesse alguém.
Gostaria de tornar essa história infinita, mas sou apenas uma universitária de dezoito anos de idade que não tem capacidade de escrever algo eterno.
Obrigada a todos por acompanharem essa história, principalmente para àqueles que estão aqui há quase dois anos. Obrigada por todo o carinho e tempo que dedicaram a The Forgotten, espero vê-los no futuro me minhas outras histórias ou em uma sessão de autógrafos (kkkk posso sonhar também).
Dedico esse capítulo à todos vocês, até os leitores que nunca comentaram, porque todos são especiais.
Obrigada pro tudo.
Atenciosamente,
Panda Chan, Natchu, ScreamNaah,. Natália.
Uma garota qualquer com acesso a internet que sabe escrever.


Obs: Convido todos a conhecerem minha nova história, https://fanfiction.com.br/historia/647889/SeuSegredoCom/
Obs 2: Bora dar comentários bem lindos na minha nova história? Confira Músicas Bregas Lembram Você: https://fanfiction.com.br/historia/789143/Musicas_Bregas_Lembram_Voce/