The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 56
Morta


Notas iniciais do capítulo

Boa noite bolinhos, vocês estão bem? Pois é, eu não.
Esse capítulo está atrasado por dois motivos. 1) O Nyah ficou em manutenção, como consequência o último capítulo teve poucas visualizações no site e 2) eu estou trabalhando e chego muito tarde em casa, não deu pra trabalhar nele durante a semana (exceto na quarta-feira porque nao jantei pra escrever uma parte).
Recebi muitas ameaças de morte, o que é bom já que significa que a Lizzy era amada por vocês. Vou responder todos os comentários amanha. Sinceramente, estou acordada desde as 6hrs e não aguento mais nem um segundo em frente ao computador.
Boa leitura bolinhos.



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(Autora)

Nastasya odiava poucas coisas além de seu nome e a história que o rodeava, uma dessas coisas era se sentir impotente diante de alguma situação como a atual.

– Cuidado! – ela gritou para sua namorada e ordenou para uma adaga de gelo que acertasse o vampiro pelas costas.

Melody, em sua forma de loba, correu para longe das garras do vampiro mais antigo e sanguinário do mundo. A lobisomem parou ao lado da namorada quase no mesmo instante em que Nana era jogada para o lado da bruxa.

– O que faremos? – Nana perguntou limpando o sangue negro que escorria pelos cantos de sua boca.

– Precisamos encontrar uma forma de vencê-lo! – gritou Lucas em sua forma humana. O lobisomem estava machucado demais para se transformar em lobo.

Lilly e Duda controlavam a terra e a água em ataques simultâneos ao vampiro que não cedia ou parecia sofrer.

Só existem duas formas de matar eficientemente um vampiro: cortando sua cabeça ou o queimando. Os alunos do Instituto e outros sobrenaturais conseguiram, com muito esforço, fincar estacas no corpo do vampiro, mas elas eram rapidamente retiradas e os buracos que deixavam se curavam em questão de segundos.

– Não temos como mata-lo – Nastasya proclamou, odiando a sensação de pavor que as palavras deixavam.

– Temos que mata-lo! – Anna gritou desesperada.

– Ele é o Drácula! – Pudim tentou acertá-lo com outra adaga. O vampiro desfiou com facilidade e sorriu enquanto continuava atacando os inimigos como se fossem feitos de papel – O vampiro mais antigo de mundo. Ele possui centenas de anos de experiência protegendo a cabeça e ninguém aqui controla o fogo!

Para mérito dos soldados do Instituto, os elfos arqueiros haviam lançado flechas envoltas em chamas na direção do vampiro, mas seus seguidores se jogavam na frente como escudos vivos.

Fogo seria a salvação de todos, é claro. Infelizmente, Pudim não possui qualquer afinidade com o elemento para atacar.

Duda e Lilly estavam ofegantes enquanto continuavam a atacar. Elas eram as únicas fadas naquela região do campo de batalha, as outras ainda estavam distantes e as gêmeas...

Um calafrio percorreu o corpo da bruxa, ela sabia que aquilo era um mau agouro. As gêmeas penetraram tanto nas linhas inimigas que estavam sozinhas e longe demais para enxergar os amigos precisando de ajuda.

Nastasya sabia que mesmo se Alice viesse não seria de grande ajuda, mas talvez Elizabeth conseguisse cortar a cabeça daquele vampiro como uma boa Rainha Vermelha.

– Continuem atacando! – Nastasya ordenou.

As lâminas da bruxa eram praticamente inúteis, mesmo assim ela as uniu em apenas uma criando uma espada com a lâmina longa e afiada.

Melody soube o que a companheira planejava sem que fosse necessária qualquer palavras e se posicionou para atacar ao primeiro sinal.

As duas correram até Drácula, ambas mirando seu pescoço, passaram pelos servos do vampiro com facilidade. O pensamento feliz sobre tudo estar dando certo as animou, elas tinham uma chance. Acreditavam nessa chance.

Por todo o campo de batalha pode-se ouvir um grito de dor semelhante ao de um animal em seus momentos finais. O conde virou a cabeça na direção de onde o barulho parecia vir, ele não viu as duas se aproximando.

É agora , pensou a bruxa erguendo a lâmina.

A espada foi inútil, não chegou nem perto do pescoço do vampiro ancestral. Com um movimento elegante, Drácula acertou Melody e a fez voar para o outro lado do campo de batalha. Em seguida, segurou a bruxa pelo pescoço, erguendo-a do chão.

– Acha que pode me matar, bruxa estúpida? – os olhos escuros do vampiro prometiam uma morte dolorosa para a bruxa que se contorcia tentando escapar – Há centenas de anos, humanos e sobrenaturais tentam me matar, por que achou que conseguiria?

Drácula estava certo e ela sabia disso. Desde que viu o vampiro em seu caminho, desde que ele se aproximou procurando por Elizabeth e ninguém soube dizer onde ela estava, a bruxa soube que não tinha chances. Tudo o que fez foi retardar ao máximo o avanço do vampiro e agora pagaria com sua vida por isso.

Lágrimas quentes começaram a escorrer por seu rosto. Morrer daquela forma, tão desonrosa, era tudo que ela não queria.

Desejava termais tempo para ver os sorrisos de Melody, suas mudanças capilares e suas risadas escandalosas. Queria implicar com Alice, treinar com Lizzy e Zero, ter festas do pijama com Lilly e Luna e usar Lucas como empregado para buscar comida.

Imagens da loba começaram a passar pela mente da bruxa. Se ela não pode fugir da morte, irá morrer pensando naquela que mais amou.

Pudim fechou os olhos com força, aceitava seu destino mesmo querendo fugir dele.

Ao seu redor tudo ficou quente e as mãos que estavam em seu pescoço a soltaram. A bruxa abriu os olhos e assombrou-se com a imagem que encontro.

Uma cúpula de fogo estava ao redor dela, as chamas queimavam os vampiros e outros sobrenaturais inimigos sem afetar qualquer aluno do Instituto. Drácula gritava enquanto se transformava, lentamente, em cinzas.

– Maldita Red Queen! – ele gritou. Suas mãos estavam se desfazendo, a pele ficava escura como carvão.

Diante dos olhos de Nastasya, o conde Drácula foi queimado vivo.

O vampiro mais antigo do mundo estava morto.

(Alice)

Morta.

Minha irmã estava morta.

E eu pegava fogo.

As chamas envolviam meu corpo como o cobertor mais quentinho do mundo, sem me machucar. Eram bem confortáveis e diferentes do ar.

Não reprimi quando elas surgiram, deixei que dominassem a superfície da minha pele e deslizassem para além de mim. Para o campo de batalha inteiro.

Doeu e ardeu muito quando elas começaram a se espalhar, mas a dor física era menor que a em meu coração.

Sentimentos podem doer tanto quanto o fogo.

As chamas se espalharam pelo campo de batalha, foi estranho sentir tudo que elas tocavam como se fosse eu quem estivesse tocando. Os gritos dos inimigos eram altos e assustadores.

Estavam amedrontados, assustados e perdidos, porém só eu estava quebrada.

Esquecida.

As chamas se extinguiram rapidamente, restaram apenas as que revestiam meu corpo com uma armadura. Quem diria que meu segundo elemento seria logo o mesmo que da Lizzy.

Vole – sussurrei.

O corpo frio da minha irmã começou a levitar, alto o suficiente para não ser atingido por inimigos, para dentro do Instituto. Quem sabe alguém possa ajuda-la.

Podem cuidar de seu corpo para que eu a enterre quando tudo acabar.

Morta. Morta. Morta.

Sequei uma lágrima quente como lava que escorria pela minha bochecha, odiando a sensação de tristeza que tentava me impedir de avançar.

– Não vou desistir – murmurei pouco antes de assobiar como vi Lizzy fazer no início da batalha.

Zero compreendeu e saiu de seu torpor, correndo até se transformar no mesmo dragão chinês que atacou o Instituto há tanto tempo. Subi nele e logo éramos dois pontos de fogo no céu acertando os inimigos com fogo.

Fogo porque era incontrolável. Fogo porque era mortal. Fogo porque era torturante. Fogo porque queimava.

Fogo porque era Lizzy.

Os arqueiros foram nosso primeiro alvo. Eles tentaram correr, mas a longa cauda do Zero os acertou antes que tivessem a chance. Usei o ar para criar um cerco ao redor deles, impedindo-os de fugir. Todos queimavam e se machucavam, mas isso não nos fazia parar.

As flechas que eles jogavam agora estavam envoltas em veneno. Usei o ar para desviar uma quantidade significativa delas, algumas acertaram Zero que não se importou.

Eu consigo entender porque, ele queria morrer também e ficar ao lado dela.

– Vamos atacar os líderes!

A resposta dele foi bufar soltando fumaça escura nos arqueiros que começaram a se asfixiar.

Voar montada em Zero era uma sensação única e maravilhosa, posso compreender porque Lizzy o usou como transporte naquela noite em que me atacou. Meus cabelos, que agora nem mesmo eu sabia distinguir se eram ruivos os chamas, voavam livres ao meu redor. A brisa acariciava meu rosto e dava a motivação que eu precisava para continuar.

– Alice! – Alex gritou. Não sei como ou quando ele veio para o meu lado e nem percebi que voava como Zero e eu.

Os olhos vermelhos e a roupa rasgada não me assustavam, o assustador era a expressão no rosto dele.

– O que você quer? – perguntei rapidamente.

Quando se voa em uma velocidade tão alta você corre o risco de engolir um inseto.

– Pare com isso – ele gritou, aparentemente sou a única com medo de engolir uma mosca aqui – Você já matou dezenas, pare de manchar suas mãos!

– Eles mataram a Lizzy!

– Matar não vai trazê-la de volta!

Zero bufou. Pelo menos alguém estava do meu lado.

– Mais rápido, Zero!

O campo de batalha era um borrão abaixo de nós, as fileiras inimigas não se distinguiam e tudo que eu via eram as nuvens próximas.

– Você vai se arrepender.

– Talvez eu vá mesmo –admiti – Mas vou me arrepender mais ainda se não tentar.

Alex não tentou me convencer novamente, apenas seguiu ao meu lado como um fiel escudeiro.

Atrás das fileiras inimigas havia um acampamento com muitos grupos de bruxos lançando feitiços em direção ao exercito do Instituto e no centro desses grupos um menor liderado por um homem de pele azul.

Pense em ódio.

Pense em desprezo.

Pense em fúria.

Pense em ver o assassino de seus pais diante de você, o assassino que devia estar morto.

Pense em fogo.

Se vivesse aquele momento novamente, faria igual. Fiquei em pé nas costas de Zero, corri por toda a extensão de seu corpo até a cauda e me joguei indo direto para o chão.

O vento não acariciava mais o meu rosto, sentia como se milhares de agulhas estivessem perfurando minha pele sem dó ou piedade.

O meu alvo estava traçado, o círculo principal. Quando os bruxos perceberam a minha presença era tarde demais para fugir.

Quando meus pés tocaram o solo, tudo ao redor pegou fogo.

Confesso que senti certo prazer ao ouvir os seguidores daquele crápula gritando enquanto corriam com suas túnicas em chamas. Marloc foi o único que restou.

Marloc estava como em minha lembrança infantil. Pele azul, braços grossos, pernas com patas de bode no lugar dos pés e aqueles olhos vermelhos assustadores.

– Você! – gritei com toda a minha raiva e desprezo – Você devia ter morrido naquela noite como meus pais!

– Olá Alice – Marloc sorriu, os dentes dele eram assustadoramente brancos em contraste com a pele azul – Essas não são palavras que devem ser ditas para um velho – a pele dele mudou de cor e seu tamanho pareceu menor – Amigo.

A pele negra, olhos castanhos escuros, a barba eternamente por fazer e o sorriso de Coringa estavam lá. Aqueles mesmos traços que eu observei semanalmente nos últimos doze anos estavam diante de mim.

Doutor Williams, meu psiquiatra, era Marloc.

– Não – murmurei.

– Sim – seu sorriso ficou maior e ele voltou a aparência verdadeira – Estive acompanhando você durante toda a sua vida, Alice. Não se ache especial por isso, fiz o mesmo com a sua irmã. Por falar nela, onde está? – o meu silêncio foi a resposta que ele precisava para mostrar todos seus dentes ameaçadoramente afiados – Ah, a jovem Elizabeth morreu? É uma pena, pelo menos podemos realizar o ritual com o corpo dela.

– Você devia ter morrido naquele galpão – murmurei.

Tinha uma breve noção de Alex e Zero ao meu redor matando todos os bruxos próximos. Talvez imaginassem que eu ainda não precisava ser salva.

– Por sorte, aquele não era o meu corpo. Estava possuindo um de meus seguidores usando uma replica da imagem verdadeira.

– E agora é seu corpo ou outro súdito possuído? – a pergunta saiu como um rosnado.

– Não perderia a chance de completar meu ritual com meu próprio corpo – com um movimento casual, raios começaram a sair da mão esquerda dele – Perguntou porque deseja me matar?

– Não perderia a chance – sorri. Imitando o gesto dele, com um movimento casual girei a mão segurando uma bola de fogo nela e soprei o ar criando um tornado.

Minha magia já estava perto do fim, entretanto ele não sabe disso.

– Tenho certeza que herdou essa insolência da sua mãe.

– Você não pode falar dela – rosnei – Você a matou.

– Sim – por um segundo ele pareceu triste – Mas é por uma boa causa. Sempre soube que o clã Knight tinha algo de especial, um poder que eu desejo ter para mim.

Marloc enviou raios em minha direção, desviei com facilidade. Seus movimentos ágeis são lentos pertos dos da Lizzy. Transformei a bola de fogo em minha mão em um chicote e enviei o tornado na direção dele, Marloc o congelou.

Mais raios vieram em minha direção, usei o ar como guia para desviar deles e o chicote de fogo para tentar acertar Marloc. Um raio atingiu minha coluna espinhal, gritei caindo no chão e tremendo. Vou ter sorte se não ficar paraplégica.

Não existe uma palavra que expresse corretamente a dor daquele golpe. Marloc usou seus raios como chicotes e, enquanto eu tentava me erguer do chão, ficou açoitando minhas costas. Sei que boa parte do impacto dos golpes era absorvida pela agora fina armadura de fogo que me cercava e mesmo assim sentia um dor infernal.

– Pensei que já tinha te matado – ouvi Alex dizer.

– E eu estou vivo, isso mostra como você é péssimo no que faz – Marloc retrucou.

Alex sorriu, algo que significa perigo. Os olhos dele pareceram brilhar, o vermelho ainda mais intenso e um sorriso maroto se desenhava em seus lábios rosados.

Alex puxou o colar e uma foice apareceu em sua mão.

– Como nos velhos tempos? – perguntou.

– A diferença é que dessa vez, eu irei vencer.

Alex correu na direção de Marloc que não tentou fugir, ele ansiava por aquele duelo.

Ninguém pode ser herói o tempo todo, essa é a verdade. Todos temos um lado “vilão” dentro de nós, um perdedor e um corajoso que nos mete em situações perigosas por diversão. Ninguém é cem por cento invencível, tampouco corajoso.

Não existem heróis ou vilões no mundo real, existem apenas pessoas lutando contra sua parte boa ou má. Tive plena consciência disso ao ver Alex lutando contra Marloc.

Minhas pernas não me obedeciam, eu nem as sentia para ser sincera, então estava estatelada como uma panqueca no chão murmurando cada droga de feitiço de cura que eu conheço enquanto Alex mostrava seu pior lado para matar o homem que me bateu.

Alex mudava a forma de sua arma com uma velocidade incrível, ora era a foice que cortou fora o braço direito de Marloc antes que eu conseguisse distinguir o movimento, ora uma lança que perfurava alguma parte do corpo do feiticeiro e até mesmo um arco e flecha.

Marloc não conseguia desviar dos golpes e os aceitava com pequenas caretas de dor enquanto congelava o chão para que Alex escorregasse, erguia muros de gelo e soltava raios na direção dele.

Eu era insignificante, tive total consciência disso. A insignificante Alice Knight, uma órfã que perdeu o namorado e a irmã para continuar viva e mesmo assim é tão fraca que no único momento em que precisa ser forte, não consegue nem se erguer.

Alice Knight, a ruiva que enfrentava as valentonas da escola sem medo e não consegue encarar o assassino de seus pais. Alice Knight que perder quem ama. Alguém deveria escrever um livro sobre mim para que o mundo possa saber como sou imbecil.

Tudo que sou é um sacrifício para que um louco consiga o poder que deseja. É isso.

Sem dúvida alguma a minha inutilidade devia ser considerada uma das sete maravilhas do mundo.

Minhas pernas estavam fracas, mas fortes o suficiente para que eu ficasse em pé sem problemas. Bem, ou quase. Parecia com um filhote aprendendo a dar seus primeiros passos e tremia tentando manter o equilíbrio.

– É isso – gritei alto o suficiente para que os dois homens envolvidos no duelo ouvissem, atrai a atenção deles – Eu sou o sacrífico – não pude deixar de ri da ironia daquela situação – Então se eu morrer, Marloc não adquiri poder.

Marloc e Alex pararam, ambos com os olhos esbugalhados. Eles entenderam o que eu ia fazer, o perigo que representava para mim dentre todas as outras pessoas.

Peguei duas adagas de arremesso no bolso do cinto de armas, deixei uma cair no chão por não ser necessária e segurei a outra com firmeza.

– Adeus, garotos – sorri enquanto levava a adaga direto para o meu coração.

Foi como se tudo acontecesse em câmera lenta, Alex correu em minha direção como se fugisse do Inferno e Marloc começou a congelar o chão, ele preferia me ter como um picolé ruivo do que um cadáver. Devo levar isso como elogio?

O gelo congelou meus pés e subiu pelo tornozelo, canela, perna, joelho, em pouco mais de dois segundo estava congelada até a barriga.

Em pouco mais de dois segundos, Alex estava a cinco passos de mim com o rosto contorcido pelo medo e o desespero.

Em menos de dois segundos a adaga estava atravessando o tecido da minha roupa, senti a ponta tocando a pele.

Com um último esforço a guiei para onde desejava e tudo escureceu.

É assim que a minha história acaba, eu morro. Clichê? Sim, é clichê que a mocinha frágil tenha que se matar para salvar a todos.

A parte que mais gostei da minha história foram os detalhes, sem duvidas a forma como Universo e Destino traçaram minha vida foi admirável. Para começar, coisas que aconteceram anos atrás tiveram ligações com as atuais. Se você também gostou dos detalhes, sabe que não morri.

Enquanto uma adaga atravessava o tecido da minha roupa, outra que eu havia “descartado” era guiada pelo ar para atingir Marloc pelas costas mirando no coração que eu sei que ele não possui.

Ouvi seu urro de dor no mesmo instante em que minha visão falhou, um efeito colateral do esgotamento mágico. Senti o colar esquentar contra meu peito e entendi o que devia fazer.

– Se é o poder dos Knight que você quer, é o que terá – gritei e com toda a fúria que tinha criei um tornado especial para Marloc.

Tornados são tempestades violentas com um núcleo em forma de cone que vai se afunilando enquanto gira em velocidade absurda destruindo tudo em seu caminho. O tornado que fiz para Marloc era formado por lâminas de ar e recheado com fogo.

O feiticeiro tentou congelar como fez com o anterior, e o fogo descongelou. Usou um feitiço de levitação, o ar o puxou de volta.

Alex entendeu que aquele era meu último trunfo e não desperdiçou um segundo enquanto corria na direção do homem de pele azul com a foice em mãos, pronta para cortar a cabeça dele.

O tornado pareceu ter vontade própria, investiu contra Marloc que gritada de dor sempre que se aproximava muito. Sangue preto manchava o chão ao redor do feiticeiro, uma poça se formou rapidamente.

Não desmaiei dessa vez e assisti enquanto Alex decepava vários membros do feiticeiro e os lançava para o tornado que os incinerava.

Os gritos e as maldições ditas por Marloc vão me assombrar para sempre assim como as imagens dos ferimentos sendo infligidos em seu corpo.

Não é fácil como nos livros, você não vê o seu inimigo morrer e pensa “caramba, finalmente” é pior. Eu queria vomitar sempre que uma nova gota de sangue escuro brotava no corpo dele, o que acontecia cinco vezes por segundo.

Isso é diferente deter matado demônios ao lado de Elizabeth, é diferente de tudo.

Quando a ultima parte do corpo do feiticeiro foi consumida pelo tornado, meus joelhos fraquejaram e o colar se apagou. Só então me permiti desmaiar.

Aceitei a escuridão como uma velha amiga.


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Notas finais do capítulo

Para quem não se recorda, a capa desse capítulo já foi capa da fic. Foi feita pela Valentine Hanush e eu mudei porque achei ruim de ler o título, mas amo essa capa com todo meu coração ♥
Trollei bonito com a Alice sendo morta, pode falar kkkkkkkkk
Como disse nas notas iniciais, estou muito sem tempo. Não revisei o capítulo antes de postar, então peço que me avisem sobre os erros de digitação.
Obrigada por ler, espero seu comentário.
Beijos com marshmellows da criatividade jovem bolinho de chocolate.