As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelas recomendações, eu fiquei muito feliz quando as recebi, é ótimo saber que as pessoas gostam de algo que você coloca tanto amor. Então obrigada à Ane Salvatore, e à Demigod. Obrigada mesmo!
Mereço pedras e tijolos né gente? Me desculpem mesmo pela demora, mas eu acabei empacando na segunda página do capítulo e não consegui escrever mais, dois meses sem escrever nada, simplesmente nada, mas agora eu voltei.
Boa leitura!



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Capítulo 12

Hoje era um dia perfeito para Lizzie... Para Lizzie. Ela pulava pela casa usando um vestidinho rodado rosa de babados que Klaus havia dado à ela em seu ultimo aniversário, sapatilhas pretas com um pequeno laço rosa na frente. Seu cabelo estava amarrado em uma trança embutida de lado. Estava linda, como sempre!

– Querida, vem cá – a chamei sentando-me no sofá, ela veio com um enorme sorriso.

Acariciei seu rosto com amor, vendo a excitação naqueles olhinhos azuis tão iguais aos do seu pai biológico, ela sorriu, aquele lindo sorriso de covinha que sempre me encantou, que me fez abrir mão de tantas coisas apenas para vê-lo estampado naquele rostinho.

– O que foi mamãe? – perguntou curiosa, tombando a cabeça para o lado. Tão fofinha!

– Eu quero que saiba que mesmo que Damon seja seu pai, Elijah também é. Até uns dias atrás você o chamava de papai não é? Por que parou? Ele se magoou – perguntei da forma mais amorosa possível, para que ela me entendesse.

– Eu achei que o papai Elijah não queria mais eu como a filhinha dele, porque eu achei o meu papai de verdade. Não pode ter dois papais mamãe! – respondeu como se fosse óbvio. Quase deixei minhas lágrimas escorrerem por sua inocência.

– Claro que se pode, amor. Você tem não é? Acha que o Elijah deixará de ser seu papai? Nunca querida, ele sempre estará aqui por você, ele cuidou tanto de você, algo que o Damon nunca fez. Elijah se importa e te ama muito querida. Ele sim é seu pai, então não deixe de chama-lo assim ok? Nunca – eu disse.

Um sorriso ainda maior se abriu no rosto de Lizzie.

– Ok mamãe.

A campainha tocou e Lizzie correu para a porta, abrindo-a com dificuldade por ser muito baixinha. Quem estava ali era Elijah, ele a viu e a pegou no colo, abraçando-a com amor. Eu também sinto sua dor, querido!

– Papai! – Lizzie o abraçou de volta. Eu vi as lágrimas chegarem aos olhos claros de Elijah, e um sorriso se abrir no canto de seus lábios, ele a abraçou ainda mais apertado, entrando no apartamento e fechando a porta.

Há alguns dias Damon havia tentado entrar em contato comigo, mas eu não quis nem ouvir sua voz, então ele tentou falar com Klaus. Eles conversaram por alguns dias, combinando formas de Damon encontrar Lizzie, mas claro, tudo passava por mim. Eu não queria, e colocava dificuldades em tudo. Eles já haviam marcado muitos encontros, mas eu sempre furava, dando a desculpa de Lizzie estar doente, ou de termos saído, até que chegou um momento que eu não pude mais recusar.

– Você está pronta? – perguntou Elijah quando estávamos em meu quarto, eu pegava minha bolsa de cima da cama e ele se aproximou de mim, abraçando-me por trás, deixei minha cabeça tombar em seu peito, suspirei.

– Não, mas tenho que fazer isso por Lizzie – respondi. Ele assentiu como se entendesse, mas não falou mais.

– Vamos Lizzie?

Não demorou para ela aparecer saltitante no corredor, com sua bolsinha em mãos e um urso na outro, um que ela sempre dormia agarrada.

– Vamos mamãe!

Peguei em sua mão e Elijah em outra, parecíamos realmente uma família feliz, mas a verdade era que eu e Elijah estávamos apreensivos com tudo, Lizzie poderia...

Ah... Mas a quem eu queria enganar? Meu medo era por no momento que olhar para Damon, os sentimentos esquecidos há seis anos, voltarem e fazer meu coração bater mais forte.

– Elena? – era Elijah que me chamava, já estávamos no estacionamento e eu estava na frente da porta do carro, Lizzie já estava dentro devidamente segura.

– Hum – suspirei e entrei no carro.

Não demorou para chegarmos no shopping principal da cidade, era ali que eu iria encontrar Damon. Quem escolheu o lugar foi Caroline, ela disse que seria melhor, pois poderíamos andar e conversar, não fazia muito sentido, na verdade até agora não fez, mas Caroline sempre tem essas doideiras. Pensar em minha amiga fez um pequeno e rápido sorriso aparecer em meu rosto.

– Onde você marcou exatamente? – perguntou Elijah, Lizzie já pulava em nossa frente quando entramos pelas portas automáticas.

– Praça de alimentação – respondi, minha voz saiu baixinho e eu só percebi que havíamos chegado quando ouvi o gritinho de alegria de Lizzie.

– Papai! – ela correu até o moço que estava de costas, ele se virou e eu pude ver seus olhos azuis, tão idênticos aos da minha filha, tão... Maravilhosos como a seis anos atrás.

Ele se abaixou rapidamente com lágrimas nos olhos e a segurou com cuidado quando ela tropeçou, não deixando-a cair. Ela se encaixou nos braços dele, parecendo pequena demais, quebrável e frágil demais, mas a forma que ele a segurava... Os braços em volta dela, o rosto enterrado em seus cabelinhos, o soluço... Era a forma como um pai faria.

Sem perceber, lágrimas caíram de meus olhos, e tudo que eu pude fazer foi chorar e me arrepender de ter tirado aquilo deles por tanto tempo.

Foi quando percebi que todos olhavam para a cena encantados, mas isso não parecia importar para os dois imersos naquele momento tão único, tão deles e tão inquebrável. Eles eram como pai e filha. Não...

Eles eram pai e filha!

E ninguém poderia negar, percebia-se o amor envolta daqueles dois, pois aquele era o primeiro encontro oficial deles, o primeiro abraço, o primeiro beijo, o primeiro carinho, o primeiro “eu te amo e nunca te deixarei” que Damon havia acabado de falar no ouvido de Lizzie.

Eles apartaram o abraço, mas não se separam. Damon colocou o rosto de Lizzie em suas mãos, e então eu percebi o rosto molhado dele ao observar aquela criança, seus olhos estavam vermelhos, e um lindo sorriso em seus lábios, a covinha ainda continuava, a covinha que sua filha herdara.

– Oh Elizabeth... – foi inevitável que minhas lágrimas caíssem quando ele disse aquelas palavras com tanto amor...

Então, veio à minha mente, o Damon de seis anos atrás, aquele Damon adolescente e estupido pelo qual eu me apaixonei e amei. Aquele Damon gentil e amável também, que me levou a jantares românticos, shows, me deu presentes, mas principalmente, o Damon que me deu o seu coração e arrancou o meu injustamente.

– Papai! – Lizzie estava igualmente abalada, e chorava junto a Damon, como se não houvesse amanhã, para eles não parecia haver o mundo ao redor – Você é o meu papai também igual ao Elijah né? – perguntou em sua inocência.

– Sim, sempre estarei aqui por você, nunca lhe abandonarei, eu prometo – ele beijou amavelmente sua testa, levantando-se com ela no chão, que se encaixou em seu colo e sorriu.

Damon se aproximou de nós, e sorriu em cumprimento. Limpei as lagrimas de Lizzie com as mãos e sorri para ela, quando percebi que Damon me observava com seus lindos olhos azul, aquilo fez meu coração saltar, e eu tentei esconder ao máximo a falta de ar que me deu.

– Então, onde vamos agora? – Elijah perguntou depois de um pigarro na intenção de chamar nossa atenção.

Senti minhas bochechas corarem e sai de perto deles, indo para perto de Elijah e pegando sua mão.

– Mamãe, a gente pode ir comer né? Faz tempo que eu quero aquele milk shake gigante que você me prometeu – a pestinha ainda lembrava, ri junto com ela e concordei.

– Hoje eu pago pra você – disse Damon ainda com ela no colo.

Lizzie foi para o chão, mas não largou de Damon, eles andavam de mãos dadas em nossa frente, enquanto eu e Elijah íamos mais atrás.

– Teve uma vez que eu tava na escolinha, ai eu e a Amanda, a gente foi pro parquinho, ai a gente ficou lá brincando, mas chegaram uns meninos e estragaram toda a brincadeira, porque eles queriam lutinha, e lutinha não pode né papai? – ela dizia inocentemente.

Eu percebia os olhos encantados de Damon ao concordar e debater com ela, como se fosse gente grande.

Não demorou para pegarmos nossos lanches e irmos para uma mesa para comermos. Lizzie estava com sua atenção toda voltada para o hamburger, as batatinhas e o tão esperado milk shake, que foi mais especial porque seu papai que lhe deu, ela disse.

– O que você faz Damon? Sua profissão? Não tivemos a chance de perguntar – disse Elijah tentando ser amigável com Damon, mas eu percebi o seu ciúmes para com Lizzie.

– Eu sou médico na área de pediatria – ele respondeu, seus olhos brilhando quando respondeu, dava para notar o amor que ele tinha pela profissão.

– Pediatra? Nunca imaginei que você seguiria essa carreira? Achei que tomaria conta da empresa de seu pai – perguntei confusa.

– Ah sim, a empresa do meu pai... – murmurou como se lembrasse de algo – A Empresa ficou com um primo meu que sempre trabalhou lá, meu pai também achava que ele tinha potencia. Todos seus bens e heranças foram para mim, como estava em seu testamento, mas sobre a empresa eu não tenho poder algum, não queria ter, na verdade, e meu pai reconheceu meu sonho de ser médico.

– Isso é surpreendente – eu disse.

– Mas e você, o que se tornou?

– Eu sou professora do primário, fiz a faculdade, mas o dinheiro era curto, então optei por uma de curto prazo e eu também tinha Lizzie, então ela tomava quase que meu tempo inteiro – respondi lembrando-me daquela época tão difícil.

– Caroline me disse que você passou por muita coisa – murmurou olhando Lizzie, ela percebeu e sorriu, sua boca toda suja de ketchup. Damon riu e limpou com um guardanapo.

Nossa noite passou rapidamente, e eu pude me divertir. Achava que aquele dia seria o pior dia da minha vida, mas Lizzie estava feliz, completamente feliz.

Damon continuava o mesmo, mas agora um homem formado, casado... Ah casado! Ele parecia feliz com ela, e eu preferia acreditar nisso... Mas o que realmente me preocupa é a forma como seu sorriso pareceu importante e encantador demais para mim. Estávamos andando pelo shopping quando Elijah recebeu uma ligação urgente de seu sócio, dizendo que ele precisava ir para lá.

– Me desculpe, Elena, eu tenho que ir. Juro que irei te recompensar – ele disse com sua testa colada na minha, eu sabia que ele realmente sentia muito, e também se sentia apreensivo por me deixar sozinha com Damon.

– Tudo bem, eu entendo – ele me beijou com carinho e depois foi se despedir de Lizzie com um abraço e um beijo no rosto.

– Nos vemos amanhã, ok princesa? – perguntou amoroso.

– Ok, papai – ela sorriu deixando um beijo em sua bochecha.

Ficamos num silencio desconfortável, pelo menos para mim e para Damon, que ainda segurava as mãos de Lizzie, esta pulava e soltava gritinhos alegres.

– Mamãe! Olha aquela barbie! – foi para a vitrine da loja infantil e se encantou pela boneca barbie de uma princesa que vinha com uma carruagem.

– Mas você já tem tantas querida – eu sorri abaixando-me ao seu lado.

– Mas são diferentes mamãe, olha o cabelo dessa, e essa roupinha também é diferente – respondeu.

– OK, bom argumento, eu te dou ela...

– Não, pode deixar, eu compro – Damon sorriu.

– Eba!

Damon e Lizzie entraram de mãos dadas na loja, todos observavam como aquilo era lindo, o momento tão intimo deles enquanto escolhia uma boneca, pois Lizzie se encantara com todas ali. No fim, Damon deu inúmeros presentes à ela .

– Sabe... eu nunca imaginei que eu tinha uma filha – Damon murmurou quando saímos da loja, Lizzie ia na frente encantada com os presentes.

– Acho que você entende o porque de eu querer mantê-la longe de você, você me magoou Damon, como ninguém jamais fez – suspirei lembrando-me da ultima vez que eu vi ele a seis anos atrás.

– Eu sei, e eu espero que algum dia você possa me perdoar por isso e por todo o resto, Elena, não quero que volte para mim, cada um temos nossas vidas hoje em dia, mas Lizzie nos liga, e teremos que nos suportar... Pelo menos.

“Eu já te perdoei... Há muito tempo”. Eu não disse, mas esse foi meu pensamento seguinte.

– Sabe, eu não casei com Hayley por amor, o casamento era bom para ambos, então nos casamos. Eu sou feliz com ela, mas nunca te esqueci, ou nunca esqueci o que eu fiz para você, isso é tão confuso. Espero que você e Elijah sejam muito felizes.

– Seremos.

O observei atentamente, ele estava feliz por Lizzie, mas ele sabia que ela não nos juntaria novamente, nós dois sabíamos, como ele disse, cada um tem sua vida agora. E nenhum dos dois estava disposto a trocar o certo pelo duvidoso.


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Notas finais do capítulo

O capítulo não ficou muito grande então me desculpem.
O que acharam dele? Acha mesmo que eles ficarão nessa frieza? E os sentimentos que Elena ainda tem pelo Damon? Mas como fica Hayley e Elijah? E também tem Lizzie no meio de tudo.
Espero que tenham gostado, me digam nos comentários ^^