Capitulo XXIII - A segunda gravidez parte 3

– Bom dia, amor! – Gina disse repousando sua xícara de café no balcão enquanto Harry entrava fardado na cozinha com o Profeta Diário na mão.

– Bom dia, ruivinha! – o moreno andou até a esposa e depositou um beijo em sua boca depois outro em seu ventre – Olá, fofura!

A ruiva adorava quando o marido fazia aquilo, por mais que fosse comum ele sempre conversar com o bebê, era acima de tudo emocionante.

O dia seria cheio no Ministério. O surto dos dementadores causou muita polemica no mundo bruxo, até porque os ataques não tinha sido só na Toca, mas sim em outras casas de bruxos famosos, até mesmo no Ministério e na própria Hogwarts. Havia uma coisa muito estranha em tudo aquilo e Harry estava metido na investigação.

– Como vai o caso com os dementadores? – Perguntou Gina sentando com um pouco de dificuldade, mas com a ajuda do marido, a mesa da cozinha. Sua barriga de mais de oito meses estava muito pesada.

– Nada ainda – Harry respondeu sentando ao lado dela – Não acho uma boa você ir ao Ministério hoje...

– Por que não?

– Gina, são oito meses, é perigoso...

– De acordo com os cálculos do medibruxo que me acompanha o bebê só é para daqui á três semanas – ela se defendeu no intervalo de uma mordida deliciosa de bolo – Preciso entregar esse artigo pessoalmente, não deixarei que outra pessoa fale do acidente de Victor Krum. Sem falar que James esta com os avós, não terei que ficar me preocupando... Eu vou lá, faço o que tenho que fazer e voltou.

Harry pensou um pouco. Ele estava extremamente preocupado e nervoso com a gestação de Gina e a teimosa não parava quieta.

– Vamos juntos e quando terminar, por favor me procure. Venho te deixar em casa – ele disse por fim.

– E as investigações?

– Danem-se as investigações – Harry sorriu tirando umas migalhas de bolo do queixo de Gina – É do meu filho e da minha mulher que estamos falando.

A ruiva riu alto e se inclinou o quanto pode para beijar o marido. Um beijo com gosto de bolo de chocolate e café forte. Um beijo bom.

– Vamos, então? – ela falou descolando a boca da de Harry – Já devemos estar atrasados.

Os dois seguiram de carro para uma das entradas do Ministério. Andaram pelos corredores de mãos dadas e Harry sempre perguntando se Gina estava bem, se ela estava sentindo alguma coisa ou dizendo que ela não devia ter saído de casa.

– Harry James Potter – Gina o advertiu quando os dois entravam em um elevador – Já disse que estou bem, acalme-se homem!

O moreno bufou mais não disse nada, percorreram o percurso do elevador inteiro em silêncio, para a paz de Gina. Porém as mãos do marido estavam sempre em seu ventre, como mais uma forma de se certificar. A ruiva ria internamente disso.

Ficando no andar da redação do Profeta, Gina deu um selinho em Harry e procurou pelo seu editor, quando o fez releu seu artigo para ele.

Krum ainda era um grande jogador, mas sofreu um acidente considerado grave em final de copa Quadribol, foi atingido várias vezes seguidas por balaços, sua vassoura tinha virado pó. Os curandeiros do St. Munguns declaravam confiança a cada coletiva de imprensa e era o que realmente acontecia. Gina usou o último parágrafo de sua redação para demonstrar sua opinião sobre o estado de Krum, ela e mais de milhares de bruxos queriam que ele voltasse a brilhar, por que era isso que ele sabia fazer de melhor.

Gina ganhou a capa do Profeta pela primeira de muitas vezes e se apressou para chegar no Departamento de Aurores.

Aquele lugar estava uma loucura, pessoas correndo para tudo que é lado. A ruiva ficou se perguntando como o marido ou o irmão aguentavam aquela pressão, porque se fosse ela, já tinha pedido demissão a muito tempo.

– O que a senhorita pensa que faz aqui? – Ron surpreendeu Gina enquanto ela observava uma mesa no canto, coberta de pilhas e mais pilhas de pergaminhos... Isso era definitivamente o caos.

– Vim entregar um artigo sobre o acidente do Krum – ela respondeu, agora olhando para o irmão com um sorriso de orelha a orelha– Ganhei minha primeira capa!

– Parabéns – o ruivo disse sem interesse – Sério, Gina. Você deveria esta em casa...

– Já vou indo, só que vim buscar Harry, ele insiste em me levar.

– Não é mais que a obrigação dele – Ron falou – A porta da sala dele é aquela cinza do lado daquela mesa cheia de pergaminhos sobre casos – o ruivo apontou – Ah, e adivinha quem tem que resolver todos aqueles casos?

– Você – Gina fingiu entusiamos para acertar.

– E o seu marido – Ron completou, levantando as mãos para o céu – Sinto que vou explodir!

A ruiva riu alto.

– Não vai não, maninho. Sei que você aquenta, isso se não colocar tudo nas costas do meu Harry no final das contas.

– Engraçadinha – disse Ron com um sorriso completamente forçado.

Um silêncio normal apareceu por ali. Gina voltou a observar a movimentação do hall e a dificuldade que teria de passar em meio aquelas pessoas até a porta de Harry, que parecia esta muito longe. Seria muito complicado, ainda mais desse tamanho.

– Vamos, te acompanho até lá – o irmão pegou em sua mão e os dois foram caminhando lentamente até o outro lado do hall.

Gina ficou aliviada por todo mundo ali esta extremamente ocupado e não ter tempo para paparica-la ou mostrar falsidade a sua imagem. Mas percebeu que deveria se muito sério a ocupação dele para que ninguém parasse para perguntar alguma coisa a mulher do Eleito.

– O que esta havendo?

– Não são só os dementadores que nos preocupam, eles já até voltaram para Azkaban – Ron foi explicando – Mas há um surto de bruxos das trevas na França, o Ministério precisou intervi e agora esta essa loucura que você esta vendo.

Gina assentiu. Ela sabia que se o Ministério estivesse cuidado desses casos, logo, logo Harry seria convocado para uma missão. A ruiva não estava em condições de aguentar a agonia que a falta de noticias do marido causaria nela.

Ron chegou na porta do escritório de Harry e bateu de leve apenas duas vezes. Antes que Gina pudesse sorrir para o marido quando este abriu a porta, ela agarrou o braço do irmão para se equilibrar. Um chute forte a atingiu.

– Gina, você esta bem? – Harry e Ron perguntaram de uma vez só, claramente preocupados.

– Oh – ela sorriu levando a mão para a parte inferior do ventre – Seu filho chuta forte, só isso.

Ron ficou um pouco mais aliviado, mas Harry não. Antes que ele pudesse chama-la para entrar em sua sala e descansar, Gina gritou seguida por Ron que tinha as unhas da irmã cravadas no seu braço.

– Okey, isso com certeza não foi o chute – ela concluiu assim que um liquido começou a descer pelas suas pernas – Isso com certeza deve ser minha bolsa estourando também.

– O que? – Harry quase gritou.

– Como é? – Ron, esse sim, gritou.

Antes que ela pudesse acalma-los, a sua vista ficou embaçada, seu corpo vacilou e sem entender o porquê ela caiu com tudo no chão. Rony não foi capaz de segurá-la porque estava desprevenido, ele apenas caiu de joelhos ao lado dela, seguido por Harry que se ajoelhou no outro.

A atenção de todos do hall de entrada do Departamento de Aurores, agora sim, estava dedicada aquela cena.

– Gina, fale comigo – o moreno pedia revezando suas mãos entre o rosto e a barriga da esposa.

– O que está acontecendo? – Gina ouviu o irmão perguntar, mas ele parecia esta muito longe, assim como todo aquele alvoroço.

Havia uma dor muito forte na sua cabeça, mas ela não teve tempo de senti-la, a escuridão a envolveu deixando todos ao seu redor, desesperados.