Capitulo X – A primeira gravidez (parte 2)

Harry e Rony saíram do Departamento de Aurores mais cedo. Os dois sairiam em missão urgente pela manhã seguinte e precisavam voltar para casa para preparar o necessário para a viagem. Desta vez um grupo de Comensais da Morte estava tocando o terror na Itália.

Rony seguiu para seu apartamento em um bairro movimentado de Londres onde morava com Hermione e Harry preferiu pegar o carro que ele tinha comprado par ajudar Gina a se locomover e ir dirigindo até em casa, assim sobraria tempo para pensar como acalmar Gina em relação a viajem e fazê-la ir ficar Toca nesse período. Ela não poderia ficar sozinha, ainda mais grávida, por duas semanas ou mais.

Gina estava deitada com os pés inchados no sofá da sala de TV assistindo um filme trouxa de ação com uma grande tigela de pipoca em cima da barriga de cinco meses. Mais cedo ela tinha escrito um artigo para a sessão de esportes do Profeta Diário e percebeu que qualquer esforço que ela fazia era muito cansativo e não havia nada melhor para descansar do que assistir um bom filme do seu gênero favorito.

Harry entrou em casa na ponta dos pés para que pudesse pega-la entretida com alguma coisa. Ele a encontrou na sala de TV, mas não foi percebido. O dono de olhos verdes usou aquele tempo de distração da esposa e a observou, ele adorava olhar para ela quando ela não estava olhando para ele. Harry se apaixonou mais uma vez pela mulher com quem se casou. Ela estava linda em um vestido floral espalhada no sofá, dava socos no ar quando o mocinho do filme batia no vilão, depois acariciava sua barriga com uma mão enquanto levava pipocas na boca com a outra. Ela riu com alguma cena e isso a fez encontrar a imagem do marido que estava perdido olhando para sua beleza.

– Adoro quando você faz isso – ela disse de repente e abaixando o volume da TV com o controle remoto.

Harry pulou com o susto. Ele foi flagrado.

– Faço o que? – ele perguntou tirando o casaco do fardamento e jogando em algum móvel por ali.

– Quando você me olha assim, apaixonado. Me sinto segura e amada e eu descobri que essas são duas coisas que mulheres grávidas precisam saber todos os dias.

– Mas você é amada e protegida, sempre – ele sorriu e sentou no chão ao lado do sofá. Colocou uma mão no pequeno bebê e começou a acariciá-lo – Como está nosso bebê?

– Ótimo! Ele estava muito brincalhão mais cedo, não parava de se mexer, mas acho que agora, graças a Merlin, ele deve estar dormindo – respondeu Gina.

Harry riu alto e se inclinou para beijar a esposa depois se colocou na posição anterior e beijou o filho sobe o tecido do vestido e a pele de Gina.

– Fui selecionado para uma missão amanhã – ele disse calmamente olhando para ruiva a sua frente.

– Como é? – Gina perguntou já tentando se sentar, mas a barriga não permitia.

Harry pacientemente tirou a tigela de pipoca de cima da esposa, se ajoelhou para se apoiar melhor, colocou um braço nas costas dela e a ajudou a se sentar confortavelmente no sofá.

– Vou à Itália amanhã para uma missão urgente com Rony – ele repetiu mais detalhadamente – E pode demorar umas duas semanas ou mais...

Gina não disse nada. Ela se segurou para não berrar com Harry em uma tentativa ,que provavelmente seria sem sucesso, de fazê-lo ficar em casa. Ela falou para si mesma que ele era bom no que fazia e tirando umas e outras ele já tinha participado de varias missões e saído ileso delas. Sendo assim ela tinha que aceitar que era esse o trabalho dele, salvar pessoas desde sempre.

– E eu vou para casa da minha mãe? – Gina perguntou, mas era mais uma confirmação do que uma pergunta.

– Espera aí! Você esta calma em relação a isso? – perguntou Harry intrigado.

– Claro que não estou calma em relação a isso, mas tenho que ficar para o bem do bebê.

– Então eu posso ir sem nenhuma condição?

Gina bufou com aquela pergunta. Ele não precisava pedi permissão a ela, mas pensou bem e decidiu aproveitar o momento para descontrair.

– Só uma – ela disse com o dedinho mindinho indicando o pedido.

– O que você quiser –Harry sussurrou enquanto sentava ao lado da esposa.

– Quero que você prometa que vai voltar para mim e para o seu filho – ela respondeu olhando para ele.

– Essa promessa eu já faço a mim mesmo todos os dias antes de sair de casa para trabalhar.

Aquilo foi o bastante para acalmar Gina. Os três passaram o resto do dia naquele sofá, fazendo caricias. O bebê acordou e se mexia de vez em quando na barriga da mãe, Harry ficava todo bobo quando isso acontecia e Gina, bom, Gina ria e chorava de felicidade. Era bom esta grávida, era ótimo.

***

Três semanas já haviam se passado depois que Harry e Rony seguiram para a Itália. Gina estava sozinha com a mãe na Toca, Arthur passaria o dia no ministério e Hermione não pode ceder a vontade de passar alguns dias com a sogra por causa da pilha de trabalho que tinha para fazer.

Enquanto tentava esquecer a preocupação que tinha com Harry e o irmão, Gina resolveu abusar dos dotes de culinária da mãe. Nunca na vida ela tinha achado tão gostoso todas as receitas que a Sra. Weasley preparava.

– Uhuuu – pronunciou Gina saboreando um pedaço de torta de chocolate – Mamãe, que pecado!

Molly sorriu de satisfação, ela sentou-se na mesa com a filha e serviu um pedaço para si.

– Que bom que meu netinho esta gostado – ela disse – Porque você, Gina, nunca gostou da minha torta.

– Mamãe, não sei como nunca saboreei isso de verdade – disse Gina com mais torta na boca – Que gostoso não é bebê?

– Gina, e o sexo do meu netinho? – quis saber a Sra. Weasley – ou netinha.

– Eu e Harry queremos ter uma surpresa em relação a isso.

– Acho isso muito interessante - comentou Molly em um intervalo entre um pedaço e outro da própria torta -E os nomes? Já escolheram?

– Sabe, mãe. Quero olhar bem pro rostinho dele. Tenho alguns em mente em relação a menino e menina, mas isso pode mudar na hora.

– Tem razão, tem razão – concordou a Sra. Weasley.

A duas continuaram conversando assuntos de mãe e filha, sobre a saúde do bebê e até possíveis trocas de receitas no futuro.Gina relaxou um pouco em relação a Harry e Rony, se tivesse acontecido alguma coisa a noticia chegaria rápido.

Foi quando uma coruja achou uma janela da Toca aberta e voou por dentro da residência até a mesa de jantar dos Weasley, ela soltou uma carta na frente de Molly e saiu.

Molly viu que quem estava mandando a carta era Arthur e ficou preocupada.

– Quem é? – perguntou Gina.

– É sei pai.

A Sra. Weasley leu a seguinte carta:

Querida,

se estiver lendo esta carta na frente de Gina, por favor sorria tranquilamente – Molly percebeu a gravidade do assunto e tentou sorriu sem olhar para filha – Harry e Rony saíram gravemente feridos depois da última missão. Um feitiço mal elaborado pode ter causado tudo isso.

Eles estão no St. Mungus ainda inconscientes, não há como saber quando eles vão acordar, me encaminharei para lá assim que terminei esta carta. Já tomei a liberdade de avisar Hermione também.

Meu amor, muito cuidado em dar essa notícia a Gina. Lembre-se que ela esta frágil. Venham para o hospital assim que puderem.

Arthur Weasley

Gina, que olhava para a mãe o tempo todo, percebeu algo diferente no modo como Molly fechou a carta e a guardou colocando-a de volta ao seu envelope, ela nunca fazia isso com tanta lentidão. A ruiva se levantou com dificuldade e colocou a mão no rosto. Ela viu quando a mãe não conseguiu esconder as emoções e deixou algumas lágrimas escaparem, afinal, era seus dois filhos que estavam ferido.

– Como eles estão? – Gina quis saber já entendendo tudo através do olhar de agonia de Molly.

– Gina, n...nós tem...mos que ficar...car ca...calmas – gaguejou a Sra. Weasley ainda sentada tentando não desmoronar.

– Mãe, não me peça para ficar calma. Vou perguntar de novo: Como eles estão?

– Parece que estão gravemente feridos e inconscientes. – Molly engoliu em seco.

Gina começou a andar de um lado para o outro com lágrimas descendo dos seus olhos sem parar, ela parou de repente quando uma forte dor brotou do seu ventre fazendo-a gritar e se curvar para frente, suas mãos foram direto para parte inferior de sua barriga. Molly se pôs de pé em um pulo e antes de ir para o lado da filha ela a olhou de cima a baixo e se desesperou quando encontrou listras de um vermelho vivo descendo pelas pernas brancas de Gina.

– Gina! – ela disse com a voz tremula – Você esta sangrando!