Meu Trabalho É Um Parto escrita por B Mar, B Mar
Cap 9
Annabeth PDV:
Quando Afrodite me guiou até a cozinha e me deu um copo d´água, pude sentir o quanto estava tremendo.
– O que aconteceu?
– Percy... Luke... Eu... Nós... – Tentei, mas não consegui nada além de balbucios.
– Acho que a festa acabou. – Ela suspirou.
– Não. – Me adiantei. – Não, não faça isso. Eu vou voltar pra casa, não precisa acabar com a diversão de todo mundo.
– Você tem carro?
Mordi o lábio inferior. Era o carro de Luke. Felizmente, minhas coisas estavam do lado de fora e agora eu não tinha como voltar para casa.
Ela me entregou uma camiseta e logo Percy entrou.
– Annabeth. – Ele se abaixou à minha frente. – Você está bem, está machucada?
Neguei e toquei seu rosto.
– Você está machucado.
– Não é nada. – Ele desviou, mas lhe segurei, pegando a maleta que Afrodite tinha deixado ao meu lado.
Fiz Percy se sentar e limpei seu lábio inferior com o antisséptico, tentando me lembrar do que mamãe havia me ensinado para machucados nos lábios.
– Ele vai ficar com um olho bem roxo. – Ele brincou.
Lhe encare, tentando parecer irritada.
– Não devia ter feito aquilo, você poderia se machucar de verdade.
– Bem, se eu não fizesse você iria se machucar de verdade.
Não protestei quando ele me abraçou.
– Quer que eu te leve para casa?
Confirmei e Percy se levantou.
Segui atrás dele, mas quando fui pegar minha bolsa ele me interrompeu.
– Eu carrego.
– Percy...
– Eu. Carrego. – Enfatizou.
Não pude desobedecer.
No caminho para meu prédio nós conseguimos quebrar um pouco o gelo e ele me levou a uma lanchonete que ficava por perto.
Quando chegamos ele subiu comigo e pôs minha bolsa no sofá.
– Obrigada de novo. – Sorri timidamente. – E desculpe pelo seu machucado.
– Seu ex está bem pior. Eu vou fazer um boletim de ocorrência.
– Você não...
Ele arqueou uma das sobrancelhas e suspirei.
– Vou te dar os dados dele.
Anotei o que sabia sobre Luke (sobrenome e endereço) num papel e lhe entreguei, então ele guardou na carteira.
– Então...
– Então...
– Eu... Posso? – Gesticulou
Abri os braços discretamente e ele me abraçou, enquanto eu afundava meu pescoço em seu pescoço, recebendo todo o seu cheiro.
“Deixa de melação, Annabeth. Ele é seu chefe, mais nada!”
Quando Percy se distanciou, ficamos nos olhando nos olhos. Ele tinha olhos lindos, verdes e brilhantes como o mar aberto, e seu sorriso parecia mais brilhante que o sol.
– Annabeth.
Ele levou a mão até a curva do meu rosto e se aproximou com lentidão. Fechei meu olhos e senti nossos narizes se encostando quando o grito de Athena nos interrompeu.
– Ah meu Deus. Annabeth.
Me afastei de Percy com rapidez e dei um passo para trás.
– O que você... Annabeth... Annabeth!
– Acho melhor ir embora. – Ele se afastou para a porta e me deu um aceno.
Quando Percy se foi, Athena me olhou ansiosa.
– Então?
Me sentei no sofá e lhe dei espaço.
– Eu... Hum...
Respirei fundo e contei tudo para Athena. Absolutamente tudo. Enquanto eu falava, ela apenas me observava com aqueles grandes olhos azuis herdados de mamãe.
– Eu sinto muito.
– Não. – Se negou. – Annabeth, você não tem que sentir muito. Olha, eu estou feliz de você ter largado o Luke e... Bom, nós podemos nos apertar um pouco pelo bebê, você está ganhando mais que o triplo de antes. Nós vamos conseguir quitar as dívidas, pagar o aluguel... E se juntarmos alguns dólares por mês pelos próximos 17 anos, ele já estará com uma poupança boa o suficiente para uma faculdade mediana.
Sorri e ela me abraçou.
– Não esconda mais nada de mim, por favor.
Confirmei e rimos juntas.
– Eu posso ver? – Sorri, me cutucando.
– O que?
– A sua bunda. – Revirou os olhos. – É claro que é a sua barriga. Levanta a camiseta, me deixa ver.
Ri e obedeci.
– Caramba, você está redonda. – Riu. – Isso é tão... Realista.
Gargalhei e ela se abaixou.
– Está pensando em algum nome?
– Qualquer um que não seja Krustoff.
(...)
Na segunda-feira seguinte eu já me dirigia com Athena para a primeira consulta do obstetra.
– Olá, eu sou Apolo Olimp.
– Annabeth Chase. – Estendi a mão e ele a beijou.
– Primeira consulta, Annabeth? – Checou no prontuário. – Está um pouco atrasada.
– Eu descobri no mês passado. – Confessei.
– Jura?
Confirmei e ele sorriu. Apolo prescreveu vitaminas, exames de sangue e todas essas coisas que grávidas devem fazer.
– Pelos meus cálculos, Annabeth, você está entre a 15ª e 16ª semana. Quatro meses. – Explicou. – Podemos ir para a outra sala?
Segui com Athena até a sala de ultrassonografia e deitei na maca.
Apolo expôs minha barriga e pegou um gel de dentro do armário, posicionando o aparelho minutos depois.
– Você vai ouvir uma coisinha em... – Ele parou em silêncio. – Agora.
O som que preencheu a sala era alto e rápido.
– É o coração dela? – Athena estranhou.
– Não. É o coração do bebê. – Ele riu. – Na verdade, está um pouco... Diferente de um...
Ele buscou com o aparelho e sorriu.
– Aqui estão.
Tentei ver pelo aparelho de TV.
– Gêmeos. – Sorriu. – Meus parabéns. Annabeth.
Athena arregalou os olhos e soltou um gritinho.
– São meninas? – Ela se adiantou.
– Olhem na tela. – Pediu e olhando. – Estão vendo isso?
Eu não estava vendo nada.
– Esse é um garotinho muito exibido. – Continuou, então mudou a posição da “câmera”. – E aqui está alguém envergonhado demais para se revelar.
Senti algo quente em meu rosto e finalmente percebi que chorava. Não fazendo barulhos, mas com um grande sorriso no rosto.
Apolo pareceu feliz também, e Athena estava radiante.
– Annabeth, é tão lindo.
“É tão borrado e emocionante.” Consegui pensar.
Minha irmã beijou minha bochecha e fechei meus olhos. Não importa o que me dissessem, aquele era um momento perfeito.
(...)
– Annabeth. – Clarice correu até mim quando passei pela porta do da editora. – Onde está a beleza, a elegância? Cadê os seus saltos altos, menina?
– Mandei para o inferno. – Continuei caminhando.
Quando chegamos à sala, ela bateu a porta com impaciência.
– Cadê?
Revirei os olhos e lhe entreguei a ultrassonografia.
– Annabeth? – Percy bateu na porta.
– Entra, Percy. – Clarice chamou. – Você faz parte da quadrilha.
Ele riu, mas entrou.
– Annabeth está com a ultrassonografia. – Anunciou.
– Abre logo. – Ele se sentou na cadeira à minha frente.
Em menos de um minuto, Chris também entrou. E Silena. E mais um monte de gente.
A empresa inteira estava na minha porta.
– Calma, gente. – Pedi, pegando o envelope, mas Clarice o tomou da minha mão.
– P*ta que pariu. São gêmeos. – Berrou. – Pessoal, são gêmeos.
O burburinho foi gigante.
– Um deles é um menino. – Ela continuou.
Em menos de um minuto, todos já sugeriam nomes que iam do mais comum ao mais estranho.
Ri e Percy se levantou, sorrindo.
– Vamos lá pessoal, trabalhando. – Ordenou. – A Annabeth precisa trabalhar também.
Eles se dispersaram e Clarice me abraçou apertado.
– Isso é incrível. – Ela beijou minha bochecha. – Eu sou a madrinha, não sou? Diga que sim.
– Claro que é madrinha. Parece até que não me conhece.
Ela sorriu e saiu, me deixando com Percy.
– Um menino e...
– Alguém muito envergonhado que não quer abrir as pernas. – Ri, pousando a mão na barriga.
Percy riu comigo e olhei – involuntariamente – para seus lábios. Ele ainda tinha o machucado do fim de semana, mas agora estava fechado e uma cicatriz começava a ocupar espaço.
– Ainda está doendo?
– Não, não – Me tranquilizou. – Está tudo bem. E você, como você está?
Dei de ombros e confirmei.
– Eu... Falei com um amigo advogado e fiz o BO. Em menos de uma semana vai haver uma liminar que proíbe o Luke de se aproximar de você. 100 metros.
– Obrigada. – Murmurei envergonhada e ele puxou minha mão, beijando um dedo.
– Está tudo bem. – Reafirmou. – Você deveria estar em casa. Descansando.
– Eu estou bem. – Argumentei. – Percy, eu juro, eu estou bem.
Ele riu e se levantou.
– Eu vou trabalhar. – Avisou. – Até mais tarde.
Percy saiu, mas parou na porta.
– Nós... – Ele pigarreou. – As grávidas estarão aqui em meia hora para falar sobre o livro.
Confirmei e ele – finalmente – se foi.
Continua...
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