A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 25
III. Velhos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Oii gente! Novo cap na área e espero que gostem ;)



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Finalmente a viagem que lhe parecia interminável chegava ao fim. Os fracos olhos humanos ainda não avistavam o continente, mas o jovem já respirava aliviado e preparava-se para seguir o seu caminho.

Foi até o porão e juntou sua pequena bagagem a levando até o convés. Não demorou para Morgan aproximar-se. A falta de banho dos homens incomodava profundamente o olfato aguçado de Louis. Não compreendia como eles suportavam a falta de higiene.

– Cansou do navio e resolveu continuar a viagem a nado homem da Lua?

O jovem justiceiro revirou seus olhos para o amigo humano. Já estava arrependido de ter-lhe contado sua origem e o porquê de estar na Terra.

– Chegaremos a terra em pouco tempo. – comunicou ignorando o corpulento homem de pele negra e feição descontraída.

Morgan girou sua cabeça balançando seus longos dreadlocks para avistar o horizonte. Torceu os lábios, pois não percebeu nenhum sinal de terra próxima.

– Se você diz... – murmurou. – Para onde vai quando chegarmos ao porto?

Louis respirou fundo considerando a pergunta. A verdade é que ele não fazia ideia da direção que deveria tomar. Chegou até ali, pois seus instintos lhe disseram para seguir para o norte. Talvez devesse continuar para o norte do continente, mas não tinha certeza.

– Para ser honesto meu amigo, eu não sei para onde devo ir.

– Tenho certeza que decidirá isso após alguns dias na cidade do porto, afinal tanto tempo com apenas homens ao seu redor pode ser muito estressante, se é que me entende.

O jovem quase resmungou com a malícia do humano. Para ele não era daquele jeito, humanos tinham a necessidade de se esfregarem uns nos outros, entretanto ele não saciaria o desejo do seu corpo com qualquer rameira repleta de doenças. O único modo de acalmar seu coração e também seu desejo era ter sua companheira ao seu lado.

– Ah! É verdade, você já tem a tal Anna! Ela é da Lua como você?

A curiosidade desenfreada de Morgan costumava deixá-lo irritado, entretanto desta vez o entristeceu. Ele não sabia onde ela estava, na verdade sequer sabia se ela havia renascido como ele. Se ao menos soubesse como era a regra das reencarnações, se é que existia uma, teria ao menos uma pista para iniciar sua busca. Primeiramente pensou em sua própria família. Bom... Ele renasceu na mesma família, apenas uma geração à frente. Talvez Anna também tivesse reencarnado em sua própria família, ou talvez estivesse para reencarnar...

– Oh! Talvez a menina Aline! – animou-se assustando o humano ao seu lado.

– Não era Anna?

– Sim! Estou me referindo à irmã mais nova de minha Anita.

– A irmã mais nova de sua garota é da Lua?

– Não Morgan! Não é a isso que me refiro. – sorriu. – Estou dizendo que minhas chances de encontrar Anna são maiores se eu encontrar a irmã dela antes.

– Ok... – o homem não compreendeu o raciocínio amigo, mas decidiu não contrariar. – Se você diz... Fico feliz por você lunático.

Louis sorriu demonstrando uma expressão quase tão inocente quanto uma criança. Estava feliz demais com o futuro para irritar-se com o péssimo apelido.

– Não me chame de lunático. – pediu gentilmente. – Sou um ser nascido na Lua, sou um lunar.

– Tudo bem garoto lunar não irei contrariá-lo.

– TERRA A VISTA! – gritou o jovem Willian do alto do mastro do cesto da gávea.

Morgan não pode evitar o olhar consternado para o lunar.

***

A teoria definitivamente funcionava melhor que a prática. A animação por ter um objetivo à frente logo foi substituída pela frustração, afinal caiu no mesmo problema. Ir atrás de Anna ou de Aline não fazia qualquer diferença já que não sabia onde qualquer uma das duas poderia estar.

– Tem certeza que não quer relaxar garoto? – provocou Morgan indicando algumas mulheres em frente a uma construção de pedras.

– Não me irrite Morgan! – grunhiu. Já estava desacostumado com toda aquela barulheira dos portos e as gracinhas do humano não ajudavam em absolutamente nada.

Morgan apenas riu se divertindo com a carranca do lunar. Os dois se quer perceberam que eram observados ao longe.

Ela não podia acreditar no que via. Seus olhos só podiam estar pregando-lhe uma peça. Seu companheiro com toda a certeza usaria este fato como artifício para os seus gracejos. Bem... A piada acabaria quando ela lhe contasse quem avistou em meio ao mercado do porto.

Não era possível. Era?

Seus pelos estavam arrepiados e o coração disparado. Tinha que confirmar o que seus olhos viam. Precisava chegar mais perto. E assim o fez. Deixou de escolher as batatas e caminhou em direção aquele que achava ser seu velho amigo.

Queria apenas chegar perto o suficiente para confirmar que era apenas um homem muito parecido. Entretanto a cada passo na direção do desconhecido tinha mais certeza que aquele era sim Louis.

Tomada pela certeza a mulher de pequena estatura acabou com os últimos passos que os distanciava e puxou o elementar pelo braço.

– Louis?! – os olhos pequenos nunca estiveram tão arregalados.

O jovem justiceiro deixou de enxergar o presente ao ser tomado pelas fortes memórias. Palavras soltas e risos continuaram a soar em suas orelhas mesmo depois das visões do tempo passado terem terminado. Quando recuperou o fôlego não pode evitar a exclamação.

– Aurora!

– Pelos céus Louis! É você mesmo?

– Aurora! – repetiu sorrindo e a puxando para um longo e caloroso abraço.

As pernas da elementar sacudiam-se no ar enquanto o jovem justiceiro a apertava contra si. Parecia-lhe que a saudade estava apenas adormecida em seu peito e agora transbordava pelos seus poros. Já Aurora não pode evitar as lágrimas. Ficaram muito próximos nos poucos meses que conviveram. Não só por ela se descobrir a companheira do seu melhor amigo, mas também por ela ter sido aquela quem lhe ensinou a usar seus poderes elementares.

Entretanto antes que pudessem expressar seus sentimentos com palavras foram bruscamente separados e Louis foi jogado ao chão com o forte soco sucedido.

– Fique longe da minha mulher!

O jovem não pode evitar o riso.

– Ora meu amigo, não seja egoísta.

Maximiliano arregalou seus olhos sem conseguir acreditar para então pegar a mão estendida de Louis e puxá-lo para cima. Abraçou-lhe balbuciando palavras sem sentido.

– Não é possível!

– Você não mudou nada meu irmão, continua um ciumento possessivo!

– Não é possível. – repetiu segurando Louis pelos ombros para olhar em seu rosto. – Eu o vi morrer! Não é possível!

– Ele parece bem vivo para mim. – Morgan murmurou confuso com toda aquela confusão.

– Vamos para nossa casa, poderemos conversar com mais calma. E você poderá explicar direitinho como você... – Aurora apenas sinalizou para o corpo do amigo, ainda tendo dificuldades para acreditar.

– Claro! – concordou Louis e então olhou para o humano com um pedido mudo de desculpas por tê-lo deixado de lado.

– Não se preocupe comigo garoto! Pressinto que logo vai encontrar o seu caminho, quanto a mim irei aproveitar aquilo que você não quer. – sorriu malicioso. – Nos vemos algum dia.

Louis assentiu e seguiu com seus velhos amigos.

– Se continuar me olhando desse jeito vou pensar que quer largar Aurora e ficar comigo.

– Ora! Não queira que eu haja normalmente como se nada tivesse acontecido. – resmungou Max.

Louis apenas sorriu seguindo-os para longe dos humanos.

***

– Foram 10 milênios pensando que você estava morto! – desabafou Maximiliano sem conseguir controlar a emoção.

Sentou-se sobre uma pedra em frente a sua casa, uma cabana extremamente delicada coberta quase completamente por flores do campo. Louis observou maravilhado o modo como o casebre parecia fazer parte do bosque. Os humanos com toda sua imaginação com toda a certeza a nomeariam como uma casa de fadas ou de bruxas. Todavia graças ao afastamento do lugar em relação às habitações humanas o casal estava protegido do falatório.

Aurora sentiu seus lábios tremerem com a visão de seu companheiro tão devastado. Lembrava-se com perfeição o quanto o tão risonho homem sofrera com a morte de seu melhor amigo, seu irmão de coração. E agora vê-lo novamente reviver aquelas memórias lhe causava extrema angustia. Repousou sua mão na nuca de seu amado e consolou-o em silêncio.

– Eu realmente estive morto por todo este tempo Max. Não pense que estive escondido para de repente aparecer para os meus velhos amigos. – Louis sentiu-se mal por ver o amigo daquela forma, queria acalmá-lo e trazer o velho piadista de volta. – Basta olhar para vocês... Estão mais maduros, experientes, podem facilmente passar por humanos de trinta e poucos anos. Agora olhem para mim... Eu pareço ter envelhecido?

A curandeira atentou-se as suas palavras e reparou no forasteiro.

– Na verdade você parece ter rejuvenescido...

– O que se pode esperar? Ele é um elementar puro. – resmungou Max com seus nervos controlados e ergueu a cabeça. Puxou sua companheira para mais perto de seu corpo e apoiou sua cabeça nela.

Os olhos antes aflitos agora demonstravam curiosidade. Louis sorriu.

– Não mais meu amigo... Meu sangue não é mais tão puro.

– O que você quer dizer?

– Eu sou sobrinho de mim mesmo... – fez uma careta ao escutar as próprias palavras.

– O que?

– Isso soou estranho, mas o que acontece é que eu realmente morri naquele dia e há 33 anos nasci novamente como filho de Marcela e Leon... Neto de Michaella e Augusto.

– Oh! A pequena Marcela é sua mãe! – exclamou Aurora sem conseguir conter o sorriso. – Então Leon finalmente conseguiu dobrar o tio Augusto.

Agora quem tinha os pensamentos repletos de confusão era Louis.

– Conhece minha mãe?

– Como não conhecer? Fui eu que a guiei ao mundo. – sorriu.

O jovem justiceiro sentou-se no chão e com ansiedade fitou o casal. A jovialidade de seu ato pegou os dois desprevenidos. Os olhos de Max se iluminaram e ele não pode evitar o riso solto.

– Veja querida, temos uma criança em casa. E ela espera por uma história!

Aurora apenas sorriu enquanto Louis revirava seus olhos.

– Nós ficamos com seus pais... Digo, avós após chegarmos a Lua. Não foi fácil. Quando Marcela nasceu as coisas ficaram um pouco mais suaves. Ficamos por vários séculos vivendo um pouco com tia Michaella e a mãe de Maximiliano, e um pouco com minha mãe e meus irmãos. Faz pouco mais de 50 anos que estamos no planeta. Viemos resolver alguns problemas.

– É... Eu cruzei com um desses problemas em minha viagem pelo oceano. – murmurou o jovem.

– E você? Como foi ficar preso em um corpo e criança? – zombou Max.

– Não foi como pensa. Eu não sabia, não lembrava. Vivi minha infância normalmente. Conheci pessoas do passado com a inocência de uma criança. Só recobrei minha memória há 13 anos. E mesmo assim não de uma forma completa. Não é como se eu simplesmente pudesse acessar qualquer memória do passado. Tudo parece um pouco borrado como se houvesse um vel.

– Então você não se lembra de tudo o que aconteceu? – Max franziu o cenho com curiosidade.

– Lembro-me de alguns fatos marcantes, algumas conversas, algumas imagens. Às vezes sonho com o passado. E às vezes quando vejo, sinto ou ouço algo que de alguma forma marcou uma memória as lembranças me atingem de forma quase violenta. Como aconteceu quando vi Aurora.

– E sua família? Onde está? Sinto falta de Marcela.

– Eles não vieram comigo, ainda estão no sul cuidando de lunares problemáticos.

– Há algum problema por aqui para você cuidar? – perguntou Aurora confusa.

O semblante de Louis entristeceu-se.

– Não estou em uma missão... Pelo menos não em uma referente à família dos justos. – arrancou algumas folhas de grama do chão tentando não demonstrar o desespero de seu coração. – Estive pensando que se eu renasci talvez...

– Anna também tenha renascido. – completou Max sorrindo. Ao que parece algumas coisas nunca mudam.

– Oh! Sinto muito Louis, mas nós não ouvimos falar dela ou vimos alguém parecido com sua companheira. – compadeceu-se Aurora.

– Tudo bem Aurora. – sorriu desanimado. – E Aline? Talvez tenha acontecido com Anna o mesmo que eu e renasceu em sua própria família.

O casal trocou um olhar cauteloso.

– Louis, o que exatamente você se lembra do dia em que morreu? – perguntou Max.

– Quase tudo... A batalha, tio Thalles gritando que estava na hora e quando fui finalizar o ritual senti a dor em meu peito. Honestamente naquele momento imaginei que aquilo fazia parte e que a dor logo passaria. – omitiu dos amigos o fato de ter notado que algo estava errado quando viu o rosto desolado de sua Anita.

– Depois que você apagou Anna atirou uma flecha de fogo na pessoa que lhe assassinou. – Max suspirou antes de concluir. – Ela matou a própria irmã.

La se foi a sua pista. Levou suas mãos ao seu rosto tentando clarear sua mente.

– Eu só... Eu sinto que ela precisa de mim. – desabafou. – Sinto com mais força que no passado quando fomos atrás dela. De alguma forma eu sei que ela renasceu como eu e precisa de mim. Não sei se ela recuperou sua memória ou não. Se está em perigo. Se esta se culpando pelo que aconteceu no passado. Se está bem. Se encontrou outra pessoa...

– E eu sou o ciumento. – resmungou Max com um sorriso. – Não se preocupe você vai encontrá-la.

– Como se nem sei por onde começar?

– O que lhe trouxe aqui Louis?

– Não sei ao certo. Apenas senti que deveria vir para o norte.

– Então siga esse mesmo extinto. Continue seu caminho. Não deixe que a juventude de seu corpo domine sua alma com inseguranças.

– Quando foi que se tornou tão sábio? – provocou o justiceiro.

Aurora gargalhou com a careta do companheiro para em seguida chamá-los para dentro. Prepararia um grande jantar para que colocassem todos os assuntos em dia.

***

Olhares curiosos eram lançados ao pequeno homem que caminhava lentamente em direção ao castelo. Ele não se importava com a atenção exagerada que chamava sem querer. Entendia a curiosidade das pessoas. Afinal seu tipo físico era único, nenhum homem de pele negra tinha a pele tão negra quanto à dele, nenhum homem era tão baixo quanto ele, nenhum homem parecia tão frágil quanto ele, nenhum homem parecia tão experiente quanto ele, nenhum homem era chamado de Senhor do Destino como ele.

Com as mãos cruzadas em suas costas e os olhos azuis baixos para que ninguém sentisse o seu poder continuou a lenta caminhada. Estava preocupado e sua mente trabalhava sem parar. Tentava analisar os diferentes futuros de acordo com o que diria ao rei, entretanto não conseguia prever absolutamente nada. Suas visões estavam nebulosas e sentia que teria que arriscar. Tinha medo do destino de Argos, gostava do homem, todavia o pressentimento que o longo reinado iria acabar era forte.

Sempre desejou que Anna e Louis tivessem a oportunidade de viver em paz sem que tivessem que suportar uma grande carga de responsabilidade. Os dois sacrificaram-se para salvar a todos e o destino parecia não achar o suficiente.

Suspirou resignado. Ao seu lado Calixa trincou os dentes com impaciência. Desejava chegar ao castelo o quanto antes, mas já estavam há horas na cidade caminhando lentamente como se fosse um passeio em um dia de Sol. Não imaginou que o senhor Thalles seria um homem tão enrolado. Estava nervosa com o que poderia ter acontecido com seu companheiro. Sabia que ele seria inquirido pelo seu rei. Mas se algo tivesse acontecido o Senhor do Destino lhe diria, certo? Ela esperava que sim.

Quando finalmente avistaram os portões do castelo Calixa não pode evitar sair em disparada, pois Isaac estava lá ao lado de Mathias, os dois conversam com outro guarda. Estranho, o rei costumava manter dois guardas nos portões. Mas Calixa ignorou os pensamentos e pulou sobre o companheiro.

Isaac a abraçou automaticamente e quando realmente percebeu que era sua companheira a apertou contra o seu corpo para então colocá-la no chão.

– Estou trabalhando meu bem. – censurou, entretanto o sorriso aliviado estava em seu rosto.

– Me desculpe, apenas senti sua falta. – sorriu e virou-se para Mathias e o outro guarda que não conhecia. – Boa tarde.

– Boa tarde Calixa. – cumprimentou Mathias com o cenho franzido, pois já avistava Thalles logo à frente.

Inclinou-se com respeito.

– Como vai senhor Thalles?

– Vou bem Mathias e você?

– Também senhor.

O jovem guarda apenas inclinou-se nervosamente. Nunca vira um elementar puro em sua frente e as lendas sobre o Senhor do Destino eram impressionantes. Sentiu-se pequeno diante do poder de seus olhos.

– Senhor, creio que minha companheira já lhe explicou o porquê de chamá-lo. – iniciou Isaac. – Eu não podia arriscar.

– Não se preocupe com isso Isaac, eu compreendo o seu temor. Agora diga-me, você já mandou avisar o seu sobrinho sobre a situação?

– Pedi que ele viesse imediatamente.

Os olhos de Thalles perderam-se por alguns segundos antes dele murmurar com alívio.

– Ele receberá o recado em alguns minutos. Ele não está sozinho.

Nenhum dos quatro teve tempo para exalar curiosidade.

– Mathias será que pode me levar até rei Argos?

– Claro senhor.

Os dois seguiram para dentro dos portões. Calixa olhou para o seu companheiro.

– Não vai junto com eles?

– Não posso mais. Fui remanejado para a proteção dos portões.

– Oh! Isso é tão injusto!

– Sabe que não é. E agora é melhor voltar para casa antes que eu seja novamente remanejado, mas desta vez para a limpeza das cocheiras.

Thalles e Mathias seguiram para a sala de visitas. O elementar puro sentou-se no grande sofá e observou o cômodo enquanto o chefe da Guarda Real subia as escadas para chamar seu rei.

O espaço era amplo e bem decorado. Os sofás posicionados em “u” ao redor de uma grande lareira tinham a cor branca contrastando com o brilhoso piso amadeirado. Os delicados vasos de flores espalhados em cada canto da sala proporcionavam um agradável frescor. As janelas tinham praticamente a altura das paredes. As cortinas estavam abertas permitindo que a luz solar iluminasse suavemente o ambiente.

Foi observando a luz adentrando uma das grandes janelas que Thalles notou um par de pés desnudos na soleira da janela. Notou então que havia alguém sentado ali.

Logo soube quem era e não pode evitar o sorriso. Levantou-se e lentamente seguiu até ela. Puxou a cortina com cuidado para não assustá-la. Anna não se virou, apenas continuou perdida em pensamentos.

O semblante entristecido compadeceu Thalles.

– Um sorriso ficaria mais bonito no rosto da princesa. – opinou suavemente.

Anita deitou o rosto sobre os joelhos. Não reconheceu de quem era a voz, mas não se importou em se virar.

– Papai não me deixa falar com Isaac. Ele é o único que sabe o que está acontecendo comigo.

– E é só por isso que quer falar com ele?

– Na verdade não quero falar sobre isso. Isaac já deixou claro que não tocará neste assunto. Mas sinto falta do meu amigo.

– E já tentou explicar isso ao seu pai?

– Ele não escutaria.

– Se você tentar talvez ele possa mudar de ideia.

– Um rei nunca muda de opinião. – resmungou.

– Bons reis admitem seus erros. Seu pai é um bom rei. E garanto-lhe que ficar sozinha e triste não mudará nada o fato de seu amigo ficar afastado de você, mas levantar e falar com seu pai pode mudar esse futuro.

O tom duro a pegou desprevenida. Dificilmente alguém usava aquele tom com ela, o respeito era muito grande. Instigada pelo elementar ela levantou-se e finalmente virou-se para olhar o desconhecido.

Aqueles olhos azuis pareciam tocar-lhe a alma. Sua respiração ficou suspensa enquanto a estranha força apertava seu coração. Sua visão ficou turva e não conseguiu mais manter seu corpo em pé. Simplesmente desabou nos braços do Senhor do Destino.


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Notas finais do capítulo

O momento do reencontro está chegando... :D Espero que tenham gostado ^^



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