O Senhor de Gondor escrita por Will Snork


Capítulo 34
Capítulo 8 - Vingança




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Minha cabeça pesava como se houvesse uma montanha sobre ela, meus ouvidos latejavam como se tambores estivessem batendo sobre ele, e minhas mãos tremiam como se eu fosse um covarde. Eu olhava para os lados, e observava nosso exército caindo, sendo estraçalhado pelos Lobisomens; e a cortina da morte estava se abrindo para nós.

Eithor estava parado a poucos metros à frente, e logo atrás dele, Trolls entravam pelo portão e derrubavam as pessoas que estavam ao alto da muralha apenas esticando seus enormes braços.

— Rohirrins, mantenham seus postos, não deixem que passem pelos portões! – gritou Barad. – Elfos, derrubem os Trolls!

Olórin corria de um lado para o outro montado em seu cavalo branco, tentado afastar os Lobisomens com a luz de seu cajado, e tentava também cegar os Trolls, com a intenção de deixá-los mais lentos, para que assim Tom e Paladim os derrubassem subindo em suas cabeças.

Glorick atacava com seu machado as pernas dos Trolls, os derrubando ao chão, para que Grodrick desse o golpe final com várias machadadas em suas cabeças, junto a eles estava o anão Órum. Após derrubar um Troll, eles se encontraram com Kazurk, e Órum entrou em fúria, pois Kazurk havia matado seu filho Bore, ele o atacou com velocidade junto com os outros anões, forçando o meio-orc a ir para outro canto da batalha, o separando de Eithor. Muitos dos outros anões se juntaram para lutar contra Kazurk, e os outros meio-orcs se envolveram nessa batalha de anões contra os meio-orcs, e ali caiu Prazo, o meio-orc pequeno, derrotado por Glorick.

Tuandil tentou atacar Eithor, mas antes que chegasse perto, ele foi segurado ao ar pelo pescoço, como aconteceu com Aratus em Minas Tirith. Dyut tentou lançar uma flecha, mas antes que o encostasse ela se partiu em mil pedaços; Eithor era intocável.

Lembranças começaram surgir em minha mente, e por um momento eu voltei ao passado, para a guerra de Gondor, onde também vi um povo cair. Minha mente voltou para aquele salão, e eu vi meu pai dizendo as mesmas palavras que uma vez disse aos seus homens, como se eu estivesse lá novamente.

“– Homens, perante vocês eu digo, a morte pode chegar a todos nós, mas não deixem uma coisa morrer dentro de vocês, a honra. Nossas espadas poderão cair, nossos escudos poderão ser quebrados, nossas almas poderão ser roubadas, mas nossa honra, ela nunca morrerá!”

—... Honra... – eu pensei comigo mesmo. - Pela honra todos lutaram até aqui, pela honra eles morreram, pela honra eles continuam lutando. Mesmo quando a morte está visível, mesmo quando a esperança os deixa. A honra move o coração dos homens.

Então, a Espada dos Ventos começou a tremer.

— A honra de meu pai está no coração de todas essas pessoas.

Me lembrei novamente dos dias de meu pai, e de quando ele me disse:

“– Viva garoto, e não seja tolo como seu pai foi.”

— Você não foi um tolo, pai. – eu pensei comigo novamente, com a espada se envolvendo em um brilho azul, chamando a atenção de Eithor.

Mais uma vez vi meu pai diante aos seus homens no salão, dizendo a eles:

“- Por todos que morreram hoje, por todas as gerações que foram perdidas, por nossas honras. Nós podemos não vencer, mas não iremos cair até que o sol nasça!!”

Também lembrei-me de Aratus e Karick. Então atrás das montanhas ao Leste, o sol surgiu devagar, tocando as terras distantes, e eu ergui a minha espada, e colocando ela de lado corri até Eithor, e com um brilho azul ela se envolvia.

Ao atacar Eithor, ele tentou se defender com seu cajado, mas quando a espada o tocou, um raio de luz negro nos envolveu. Seu cajado foi quebrado e a lamina de minha espada atravessou sua armadura negra acertando o seu peito. Eithor foi lançado alguns metros à frente pelos ventos da espada.

Ele se levantou devagar, mas hesitou e se ajoelhou no chão. E assim seu helmo que também fora atingido, se quebrou e caiu. Enquanto Eithor estava com a mão sobre o peito, o sol que nascia estava iluminando o campo de batalha, tornando assim os Lobisomens homens normais novamente, desarmados e sem armadura. E assim os orcs tomaram a frente, mas muitos dos Lobisomens que voltaram a ser homens foram mortos, e o nosso exército voltou a se erguer, e junto com a luz do sol, veio à força dos homens. Os homens começaram a recuar para junto aos orcs, mas muitos foram pegos por flechas atiradas pelos elfos por ordem de Hildwyn ao alto da muralha.

Eithor estava sem fôlego e caído ao chão com a mão sobre o peito enquanto sangue saia de sua boca. Tuandil se aproximou dele e quis dar o golpe final, mas eu o impedi.

— Espere! – eu gritei, e me aproximei de Eithor.

Ele estava tossindo, mas não era de dor ou falta de fôlego. Aproximei-me e pude perceber ao mesmo tempo que ele chorava. E isso era curioso.

— Me perdoe! – dizia Eithor deitado de costas ao chão com o braço sob a testa.

Ao lado de Eithor, pude perceber uma sombra se arrastando para longe, uma sombra miserável com uma forma humana. Então, Olórin apareceu, e com seu cajado iluminou aquela sobra, que desapareceu ao meio do forte raio de luz, soltando um grito agonizante.

Nesse mesmo momento, eu percebi que Eithor todo esse tempo foi usado por Sauron, e Olórin também sabia disso.

Eithor agonizava ao chão implorado perdão, pois o sentimento de culpa havia tomado conta de seu ser. Aproximei-me dele, e me agachei ao seu lado.

— Você está perdoado. – eu disse a ele com a mão em seu rosto.

— Obrigado. Meu rei. – disse ele, enquanto fechava os olhos. – Destrua Sauron antes que ele mate as pessoas de Gondor, pois elas ainda estão vivas por pedido meu. E não deixem que ele conclua a profecia.

— Sim, ele será derrotado. – eu respondi.

— Agora poderei ver meus pais novamente. – disse ele com os olhos fechados e um sorriso no rosto.

E após fechar os olhos, Eithor teve a visão de seus pais abaixo de uma árvore branca como a de Gondor, em um grande jardim verde e florido. O sol iluminava o seu rosto, e em suas mãos estava o livro que havia recebido de seus pais com as anotações da Terra-Média. E assim morreu Eithor, O Senhor das Sombras.

O exército se orcs se desesperou ao ver Eithor ser derrotado, Kazurk deu ordens para que todos recuasse. E assim Rohan foi salva da destruição.


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