O Senhor de Gondor escrita por Will Snork


Capítulo 19
Capítulo 6 - Anões ao Mar




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Muito longe dali ao mar, pequenos barcos se aproximavam da Terra-Média durante uma poderosa tempestade. Grandes ondas se formavam e os barcos não as temiam, pois estavam sendo guiados pelo povo anão.

Seu capitão era Grodrick, irmão de Glorick. Era um anão ruivo, com uma grande barba, porém seu tamanho era semelhante aos antigos anões, pois era realmente pequeno, mas era muito mais rude que Glorick, o Arruaceiro. Seu título era Grodrick, Barba Vermelha, e em sua cabeça ele usava um capacete enorme, com grandes chifres feitos a ouro, para demonstrar a riqueza de sua família das ilhas do norte.

Ele estava posicionado em frente ao seu barco, enquanto a tempestade caia e seus homens remavam, e logo atrás havia centenas de barcos o seguindo em direção a Terra-Média com o objetivo de travar uma grande batalha.

As ganâncias de Eithor também afetaram os anões, eliminando vários dos povos que existiam perto da Floresta das Trevas, e alguns que fugiram eram da família de Grodrick, que cruzaram o mar e pediram ajuda, dizendo o que estava acontecendo. Os anões são um povo muito unido, e sempre abraçam a causa uns dos outros sem hesitar.

Ora, a tempestade passou, porém ela foi o menor de seus problemas. Eles sabiam que a tempestade fora mandada por Eithor, e que ele tinha consciência de que eles se aproximavam. Mas pouco sabiam sobre os monstros que Eithor despertou dos abismos mais profundos e escuros do oceano.

Grodrick avançava com seu exército em direção a Terra-Média, quando conseguiu observar uma grande sombra se mover de dentro do mar.

— Isso não me cheira bem. – disse ele.

Então ele gritou para todos.

— Abaixem as velas!

Ele foi gritado e avisado de barco em barco para assim todos pararem. Grodrick se aproximou a beirada do barco, e a sua tripulação não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo. Até que alguma coisa bateu em baixo do barco e todos que estavam em pé caíram sentados ao chão, menos Grodrick.

— O que foi isso? – perguntou um dos anões.

— Deve ter sido um recife. – respondeu outro.

— Recife? Não seja idiota estamos no meio do mar, e estávamos parados para bater em alguma coisa. – disse ele.

— Sim. – disse Grodrick olhando para os anões com um olhar perigoso. – Alguma coisa bateu em nós.

— Vejam aquilo! – gritou um dos anões.

Uma sombra se movia em baixo de seus barcos, e foi em direção a outro que estava um pouco distante.

— O que demônios é aquilo? – perguntou Grodrick para si mesmo.

Então uma enorme serpente surgiu do meio da águas, e com sua enorme boca, devorou um pequeno barco de anões, que mal sabiam sobre o que estava acontecendo.

— MONSTRO DO MAR!!! – gritou Orun, um anão velho com um tapa-olho.

Os anões começaram a se movimentar, ergueram a velas e tentaram remar o mais rápido possível em direção as nuvens negras da tempestade, enquanto por trás, aquela enorme serpente devorava outro barco.

— Vamos mais rápido suas lesmas! – gritou Grodrick.

Então outra serpente surgiu em frente ao barco de Grodrick. E o pânico tomou conta dos anões, e alguns começaram a se atirar ao mar.

— Que Odin nos ajude. – disse Bore, filho de Orun, enquanto abraçava seu pai.

Grodrick ergueu seu machado. Um machado folhado a ouro, com o desenho de dragões em volta de sua lamina, e com um salto para fora do barco, ele agarrou na fera, e fincou seu machado no pescoço da serpente. Seu machado cravou, e ela começou a gritar e se mexer. Então Grodrick foi lançado ao mar e seu machado ficou preso ao pescoço do monstro.

Ao cair ao mar, os anões de Grodrick praticamente esqueceram-se da existência do monstro, e correram para a beirada do barco tentar enxergar onde estava Grodrick.

Ele estava submerso na água, e lá ele pode observar várias cabeças subindo em direção aos seus barcos. E quando um relâmpago cortou os céus, o escuro mar foi iluminado, e Grodrick pode perceber que todas aquelas cabeças eram derivadas de um gigantesco corpo.

— Há varias cabeças. – disse Grodrick saindo da água.

Então os anões o ajudaram a subir novamente.

— O que disse senhor? – perguntou Bore.

— É apenas um monstro, com várias cabeças. Estamos lutando apenas contra uma fera, podemos vencer. – disse ele pegando um machado das mãos tremulas de um anão tripulante.

Grodrick mergulhou ao mar, e nadou tentando encontrar a maior cabeça que conseguisse. Ele nadava perfeitamente entre as ondas, mesmo com ondas fortes.

Uma pequena cabeça avançou sobre ele, mas Grodrick desviou e com o machado a cortou fora. Então ele pegou a cabeça, e a arremessou para dentro do barco, gritando aos seus homens para eles guardarem, mas ninguém conseguiu ouvi-lo.

Grodrick nadou a procura da maior cabeça, que ele supôs que seria a verdadeira. Então ele a encontrou próxima a um de seus barcos. E até lá ele foi nadando.

Ao subir no barco, ele encontrou vários anões em pânico, com os remos em suas mãos lutando contra as pequenas cabeças que também eram diversas.

— Meu senhor? Como chegou até aqui? – perguntou um dos anões para ele, mas foi ignorado, pois Grodrick estava focado em seu alvo.

Com outro salto, ele pulou em uma das cabeças, mas não a principal, e cravou seu machado. Em seguida ele pulou em outra que estava passando, e também cravou seu machado lá. A cabeça mergulhou na água, mas Grodrick continuava lá segurando seu machado fortemente enquanto a ferida que ele fez na fera sangrava um liquido azul em seu rosto.

Grodrick segurou firme e quase se afogou, mas a cabeça se levantou da água, então ele percebeu que estava próximo da maior serpente que estava procurando. Ele juntou toda a sua força e saltou em cima dela.

Ao saltar lá, ele tentou cravar o seu machado, mas ele foi pego por outra das cabeças enquanto estava no ar. Quase foi abocanhado, mas por sorte ele acertou a boca da fera antes que ela o mordesse, porém assim seu machado foi quebrado aos dentes da criatura, mas ele conseguiu agarrar no topo de sua cabeça. Ele pode perceber que seu machado de ouro estava cravado na garganta da criatura, que esta era a mesma que ele atacou no começo, e escorregou até lá e recuperou seu machado de ouro.

Percebeu que estava novamente próximo a cabeça principal, e saltou novamente enquanto um relâmpago descia pelos céus.

Grodrick cravou seu machado na garganta da criatura, e ela deu um enorme grito. Assim as outras cabeças começaram a ir a sua direção, mas Grodrick desviava de suas mordidas, que acabavam acertando a própria cabeça principal. Depois de alguns saltos, Grodrick chegou ao topo da serpente, e com toda sua força ele atacou a fera com seu machado várias vezes rapidamente, e um liquido azul voava em seu rosto enquanto a fera se contorcia. Até que ele perdeu o equilíbrio, e a criatura conseguiu jogá-lo ao alto, e com um bote engoliu Grodrick, o Barba Vermelha.

Os anões perderam todas as suas esperanças, e se ajoelharam ao chão enquanto aguardavam a sua morte. Então a cabeça principal da serpente gigante se aproximou do barco onde estavam Bore e Orun. E quando eles acharam que a morte havia chegado, as cabeças que estavam em volta começaram a gritar e se debater, e a principal arregalou os seus olhos, e do meio de sua garganta, um machado surgiu banhado de azul. E de lá, após algumas machadadas, surgiu Grodrick o Barba Vermelha, todo banhado em sangue azul.

Assim a grande cabeça tombou ao mar, junto com todas as outras, e afundou novamente para a escuridão mais profunda existente no mar daquela época.

Grodrick reuniu os sobrevivente aos destroços de barcos quebrados, e continuaram seguindo para Terra-Média. Muitas canções foram feitas sobre o feito de Grodrick depois desse dia, e muitas vezes essa história foi contada, porém nunca foi fielmente acreditada pelos outros, pois não houveram testemunhas fiéis para um ato tão grandioso. E por aqueles que estavam lá, Grodrick foi chamado de Grodrick, Sangue Azul.

E Grodrick guardou a cabeça que jogou em seu barco aquela vez, porém era pequena demais para acreditarem que ele havia enfrentado uma fera tão gigantesca.


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