Alinhamento Astral. escrita por Luali Carter, Rocker


Capítulo 20
Capítulo 19 - Dia na praia.


Notas iniciais do capítulo

N/Rocker: Reta final, gente!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448130/chapter/20

Capítulo 19 - Dia na praia.

CHARLIE

– Não, Nico, para. - pedi, separando meus lábios dos dele.

Nico me olhou com aqueles olhos negros e enigmáticos e eu já quase me senti perdida ali mesmo.

– O que foi, Charlie, não gostou? - ele perguntou, preocupado, enquanto acariciava a maçã do meu rosto com o polegar. E eu quase sentia minha pele pegando fogo no rastro que seu dedo deixava.

– Eu não quero ficar com você apenas porque uma profecia idiota disse que ia acontecer! - eu disse irritada, soltando meu rosto de seu contato e desviando meu olhar para o mar.

– Hey, bruxinha. - Nico disse docemente, puxando meu rosto novamente para que eu imergisse na imensidão de seus olhos. - Você acha mesmo que eu te amo apenas porque uma profecia disse?! Charlie, você é uma garota incrível, e eu acho que é só você que não enxerga isso.

Talvez ele fosse me beijar novamente. Mas tudo o que ele fez foi me puxar para um abraço apertado, enquanto ficávamos observando as ondas oceânicas quebrando aos nossos pés e, do mesmo modo que eu me senti em casa quando prometi não ignorá-lo mais, me senti novamente. De uma coisa eu sei: Nico é, e sempre será meu lar e porto seguro.

~*~

E então, no dia seguinte, as "férias" finalmente começavam realmente. E da melhor maneira que eu ou Lua poderíamos querer. Era, na verdade, o melhor dia das nossas vidas. Estávamos na praia, em um ambiente familiar e aconchegante para ambas, e com os garotos que amávamos, do jeito que sonhamos: em casais - quase - oficiais. Ainda não sabia se Leo tinha pedido Luali em namoro, mas eu estava feliz em vê-la tão bem ao lado dele. Quase tanto quanto eu me sentia feliz estando ao lado de Nico. Ok, meu dia não começou tão bem assim porque não foi Nico que me acordou com um beijo e um jeito fofo, como que sussurrando ao meu ouvido. Não, muito pelo contrário! Foi um hipopótamo falante que me acordou.

Levante logo sua bunda daí, Charlie, temos uma praia pra ir!– como eu dizia, o hipopótamo falante (vulgo minha companheira de quarto que não tem medo de morrer) puxou meu cobertor e começou a pular em minha cama.

Eu resmunguei alguma coisa parecida com "vai para uma academia, sua gorda", meio grogue de sono, e enterrei o travisseiro sobre minha cabeça, tentando tapar a claridade. Mas como minha melhor amiga resolveu seguir meu exemplo de jamais ser uma garota normal ela resolveu apelar pra uma tática mais difícil e que, ela sabia, custaria um feitiço da língua presa de duração de uma semana. Ela simplesmente arrancou o travesseiro das minhas mãos e gritou no meu ouvido. Dei um pulo da cama e a olhei friamente.

– Lua. - eu disse calmamente, levantando-me da cama e parando de frente a ela. Minha voz podia estar calma e neutra, mas ela via o quanto meu mau-humor matinal estava me tomando nos olhos que ficavam cinzentos. - Você tem dez segundos para me dar uma boa explicação antes que faça uma visita ao seu tio lá embaixo.

– Três palavras. - ela sorriu, apesar de saber que eu realmente era capaz de algo sério quando me acordavam às sete da manhã. - Praia. Com. Nico.

Se ela esperava que apenas três palavras podiam surtir efeito suficiente sobre mim que faria com que eu desse um pulo e corresse para colocar meu biquini preto enquanto ela ria da minha cara, só tem uma coisa que eu posso dizer: ela estava completamente certa. E ainda lucrou enquanto íamos em direção à cozinha do iate, pois ela já ria demais e quando lá chegamos, eu estanquei, observando os garotos já comendo e conversando descontraidamente. Eu ainda tinha sérias dúvidas do que acontecera realmente no dia seguinte e podia jurar de pés juntos que aquilo tudo fora um sonho. Um sonho muito bom, diga-se de passagem.

– O que foi, Lua? - Leo perguntou, enquanto ela se aproximava e dava-lhe um beijo na bochecha antes de se sentar ao seu lado para comer.

Eu, por outro lado, ainda estava parada igual uma idiota sem saber o que fazer, com meus olhos mudando as cores entre rosa de vergonha e roxo de incerteza.

– Descobri uma nova técnica pra acordar a Charlie sem que ela me ameaçe arrancar minha cabeça fora com um machado! - ela disse cheia de si, ainda rindo.

E então Nico se virou para mim, como se soubesse que eu estivesse ali mesmo sem eu ter feito qualquer tipo de barulho e um brilho diferente apareceu em seu olhar. E enquanto ele se levantava de sua cadeira e vinha em minha direção, eu soube que o que acontecera no dia anterior era sim um sonho. Mas um sonho que eu estava vivendo e que não queria que acabasse nunca.

– Só não te acordei porque a Lua disse que eu podia ser incinerado. - Nico disse brincalhão, dando-me um selinho e me puxando para me sentar ao seu lado.

Lua ainda segurava o riso, enquanto bebia um copo de suco de laranja que, acidentalmente, rachou o vidro que estava perto de seus lábios. Digamos que eu não tenho um humor muito bom pela manhã.

– Charlie! - ela reclamou, colocando o copo sobre a bancada.

– O que foi, Carter? Medo de um rachadinho? - eu perguntei inocentemente, pegando um waffle da vasília.

– Não tem a menor graça! - ela resmungou, indo pegar outro copo enquanto Leo e Nico riam.

– Prefere ser incinerada?! - eu perguntei ironicamente, enquanto ela, em sua flor de maturidade, me mandava língua.

– Nem começa, Charlie, foi só eu falar no Nico que você acordou totalmente! - ela tentou limpar a barra, mas é claro que eu não sou derrotada facilmente. Enquanto sentia a vergonha tomar cor vermelha nas minhas bochechas e rosa no meus olhos, eu taquei o waffle que eu comia no meio de sua testa.

E enquanto ela resmungava e tinha a ajuda de Leo para se limpar, me virei para Nico, que tinha uma expressão divertida no rosto antes de me dar um selinho. E a cor em meus cabelos mudou rapidamente para o vermelho.

– Hey, já descobriu o lance da cor vermelha?! - Leo perguntou, voltando ao seu lugar.

– Fala, Carter, eu sei que você quer falar. - eu disse derrotadamente, vendo a expressão ansiosa de Luali. Tinha deixado ela ler a carta no dia em que embarcamos no iate.

– Vermelho quer dizer amor e o cabelo dela fica vermelho quando está perto do Nico e o olhos ficam vermelhos quando está longe. - ela disse animadamente.

Eu morri de vergonha, claro, mas depois que Nico me abraçou forte e me beijou de verdade, eu nem me importei.

– Hey, cara, não quero ver pegação gratuita logo cedo! - ouvimos a voz de Leo.

– Vai agarrar a Lua, então. - Nico disse sorrindo, antes de voltar a me beijar.

~*~

– Vamos, Charlie, vamos pra água! - eu ouvi a voz de Lua me chamando, mas nem por isso eu abri os olhos.

Já tínhamos chegado na praia e a primeira coisa que ela fizera foi se jogar no mar sem dó nem piedade. Tudo bem que eu adoro o mar, mas nem por isso eu ia direto para aquela água congelante. Então eu simplesmente fui procurar um lugar calmo para colocar o guarda-sol e me deitar sobre uma toalha, fingindo aproveitar o sol rachante que fazia quando na verdade eu estava tentando cochilar um pouquinho. Não mandei Luali me acordar cedo.

– Vamos, Charlie, você não vai querer que eu te molhe, não é?! - ouvi a voz de Lua mais perto e eu abri um único olho, para encontrá-la logo acima de mim, olhando-me maliciosamente.

– Nem pensar. - eu disse, voltando a fechar o olho e me aconchegando mais na toalha que estava deitada.

– Tem certeza?! - ela perguntou com um tom que eu sabia que ela pensava em aprontar alguma.

– Você sabe que eu não estou nem aí se estamos em público, não sabe?! - eu perguntei sarcasticamente. - Não me importo de os mortais verem eu te torturando.

– Veremos então. - ouvi a voz de Nico extremamente próxima de mim e no segundo seguinte eu fui arrancada da toalha.

Abri os olhos alarmada. Nico me carregava nos ombros para longe da toalha e eu sabia que era em direção ao mar. Ele ria, me molhando por inteira.

– Nico di Angelo, me solte nesse instante! - eu gritei e esperneei, socando fortemente suas costas.

– Nem pensar! - ele balançou a cabeça e as gotas que estava em seu cabelo negro vieram parar na minha pele quente e eu estremeci. - Cara, seu soco dói demais!

– Bem feito, não mandei me tirar de lá! - eu continuei socando suas costas para ver se tinha algum efeito, mas foi em vão. - Me solta, Nico, eu quero dormir!

– Você veio pra praia pra dormir?! - ele perguntou brincalhão.

Eu não tive tempo de responder, pois senti a água me molhando. As ondas estavam bem fracas, mas quando uma nos pegou alto e nos fez afundar momentaneamente, eu sabia que era efeito de Luali. Voltei à superfície e vi Nico, Leo e Lua rindo abertamente. Olhei furiosa para Luali, mas eles devem ter visto o pouco de amarelo radiante em meus olhos misturado ao vermelho-alaranjado, pois ela me mandou uma piscadela enquanto Nico se aproximava e rodeava seus braços em minha cintura.

– Admita, você gostou. - ele disse convencidamente.

Mas eu fiquei socando seu peitoral. - Não. Mesmo. Eu. Queria. Dormir!

– Bruxinha, eu já disse que seus socos doem! - ele disse, me abraçando de modo que eu tivesse meus braços presos.

– Não tem graça. - eu disse.

– Mas isso tem. - ele disse antes de me beijar e por mais que eu estivesse com raiva por terem me tirado do meu sono pela segunda vez, eu me rendi completamente a ele.

Até que uma onda - outra obra-prima de Lua - nos obrigou a nos separar.

– Sem agarramento no mar! - ouvimos a voz de Leo e Nico começou a rir.

– Sabe, eu estou começando a ter uma ideia. - eu disse, e Nico abriu um sorriso lindo ao ver um brilho animado em meus olhos vinho ansiosos.

– Não importa qual seja, eu topo. - ele disse.

– O que acha de perseguirmos eles?

Infantil, mas ignorei isso quando Nico assentiu e fomos rapidamente atrás do casal que ria e nadava para longe de nós.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!