Caleo, o reencontro escrita por Denuyn
Notas iniciais do capítulo
Shippers... podem surtar agora ;)
"Eu vou busca-la quando chegarmos ao acampamento." eu havia falado.
Dito e feito. Logo depois da recuperação no Acampamento Meio-Sangue, eu construí uma jangada (não se deixe enganar pela palavra, não era nada rústico e falho. Eu ainda sou um filho de Hefesto, afinal) e, após explicar tudo o que aconteceu a todo mundo, parti para Ogígia. Eu não precisava de mapas. Deixei a jangada e meu coração me guiarem.
Viajei por mais de dois dias, mas havia mantimentos suficientes para duas semanas. Assim que avistei Ogígia, não pude evitar de sentir um calor e uma felicidade inigualáveis dentro de mim e gritei, no topo de meus pulmões, o nome dela.
Antes mesmo de aportar a jangada na areia, pulei desta e corri chapinhando pela água, prendendo a jangada na primeira pedra que vi. Corri pela areia, seguindo pelo caminho do qual me recordava até a caverna de Calipso. Meu coração batia acelerado e descompassadamente, minhas pernas e garganta queimavam, mas eu não ligava. Estava cumprindo minha promessa.
– Calipso! – gritei, ao avistar seu jardim – Calipso! Sou eu! Calipso, eu voltei!
Continuei chamando seu nome enquanto não chegava na caverna e, em dado momento, ouvi uma exclamação de descrença:
– Leo?
– Calipso! – respondi, abrindo um sorriso de orelha a orelha.
No momento seguinte, ela apareceu na boca da caverna. Ah, ela nunca esteve tão linda. O cabelo cor de caramelo, trançado como sempre, caía pelo seu ombro direito, seu vestido branco flutuava ao vento e seus belos olhos amendoados se encheram de lágrimas ao me ver.
– Leo. – pude ver seus lábios sussurrarem, embora não tivesse ouvido.
Corri para Calipso ao mesmo tempo que ela correu para mim. As lágrimas ardiam nos meus olhos e meu coração batia loucamente. No momento do impacto, abracei sua cintura e levantei-a no ar, girando-a ao meu redor e rindo. Ao botá-la de volta no chão, afastei-me ligeiramente e contemplei seu rosto afogueado.
– Você voltou – ela murmurou.
– Eu prometi – sorri.
No momento em que nossos lábios se tocaram, eu nunca tive tanta certeza de que o amor realmente existia. Dei um crédito para Afrodite, afinal, ela quem fazia essas coisas acontecerem.
Deslizei minhas mãos pelas costas dela e senti seus dedos bagunçando o cabelo atrás da minha cabeça. Segurei-a perto de mim, como se estivesse com medo que ela sumisse.
Quando o beijo se interrompeu, ela sorriu e sussurrou:
– Eu te odeio.
– Eu também te odeio – respondi, sorrindo ainda mais.
Fomos para o acampamento no dia seguinte. Usamos a minha jangada e, durante os dois dias que se seguiram, contei tudo o que aconteceu depois da minha partida. Ela começou a chorar na parte dos pedidos; nunca imaginara que os deuses permitiriam que ela saísse da ilha. Então veio a pergunta:
– Calipso, você quer ficar assim ou quer envelhecer como uma mortal?
Ela piscou, perplexa.
– Eu vou envelhecer com você – falou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Nunca aceitaria sair da ilha e continuar imortal. Posso viver como uma semideusa, no acampamento, onde for, mas viverei, envelhecerei e morrerei com você.
Prendi a respiração, custando a acreditar no que ela dissera. Ela queria ficar comigo. Aceitaria se tornar mortal para viver comigo.
– Você é maravilhosa – falei, puxando-a para perto de mim. Depois do beijo, virei meu rosto para cima e berrei – Vocês ouviram, né? Não vão deixá-la imortal para ver todos morrerem ao seu redor!
– Me deixem envelhecer com ele – ela pediu, no tom de voz normal – Juro que serei fiel a todos vocês.
Um raio cortou o céu. Nós sorrimos um para o outro.
Ao vermos o Acampamento, Calipso aconchegou-se em mim.
– Será que eles vão me aceitar?
– Não se preocupe – falei – Vai ficar tudo bem. Eles vão te adorar.
– Mas onde eu ficarei? Não posso viver em um dos chalés.
– Tenho certeza de que Quíron disponibilizará um quarto na Casa Grande.
Ela sorriu e tocou seus lábios nos meus.
– Obrigada.
– Eu que agradeço – respondi, devolvendo o beijo.
Guiei a jangada até a arrebentação, desembarcando com ela e deixando a jangada atrás de uma duna de areia.
– Pronta? – perguntei.
Ela suspirou, nervosa.
– Pronta.
Agarrou minha mão e deu o primeiro passo na direção dos chalés.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que estejam gostando, pois o próximo capítulo é o último :v Bjos