Caleo, o reencontro escrita por Denuyn


Capítulo 2
Ogígia


Notas iniciais do capítulo

Shippers... podem surtar agora ;)



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"Eu vou busca-la quando chegarmos ao acampamento." eu havia falado.

Dito e feito. Logo depois da recuperação no Acampamento Meio-Sangue, eu construí uma jangada (não se deixe enganar pela palavra, não era nada rústico e falho. Eu ainda sou um filho de Hefesto, afinal) e, após explicar tudo o que aconteceu a todo mundo, parti para Ogígia. Eu não precisava de mapas. Deixei a jangada e meu coração me guiarem.

Viajei por mais de dois dias, mas havia mantimentos suficientes para duas semanas. Assim que avistei Ogígia, não pude evitar de sentir um calor e uma felicidade inigualáveis dentro de mim e gritei, no topo de meus pulmões, o nome dela.

Antes mesmo de aportar a jangada na areia, pulei desta e corri chapinhando pela água, prendendo a jangada na primeira pedra que vi. Corri pela areia, seguindo pelo caminho do qual me recordava até a caverna de Calipso. Meu coração batia acelerado e descompassadamente, minhas pernas e garganta queimavam, mas eu não ligava. Estava cumprindo minha promessa.

– Calipso! – gritei, ao avistar seu jardim – Calipso! Sou eu! Calipso, eu voltei!

Continuei chamando seu nome enquanto não chegava na caverna e, em dado momento, ouvi uma exclamação de descrença:

– Leo?

– Calipso! – respondi, abrindo um sorriso de orelha a orelha.

No momento seguinte, ela apareceu na boca da caverna. Ah, ela nunca esteve tão linda. O cabelo cor de caramelo, trançado como sempre, caía pelo seu ombro direito, seu vestido branco flutuava ao vento e seus belos olhos amendoados se encheram de lágrimas ao me ver.

– Leo. – pude ver seus lábios sussurrarem, embora não tivesse ouvido.

Corri para Calipso ao mesmo tempo que ela correu para mim. As lágrimas ardiam nos meus olhos e meu coração batia loucamente. No momento do impacto, abracei sua cintura e levantei-a no ar, girando-a ao meu redor e rindo. Ao botá-la de volta no chão, afastei-me ligeiramente e contemplei seu rosto afogueado.

– Você voltou – ela murmurou.

– Eu prometi – sorri.

No momento em que nossos lábios se tocaram, eu nunca tive tanta certeza de que o amor realmente existia. Dei um crédito para Afrodite, afinal, ela quem fazia essas coisas acontecerem.

Deslizei minhas mãos pelas costas dela e senti seus dedos bagunçando o cabelo atrás da minha cabeça. Segurei-a perto de mim, como se estivesse com medo que ela sumisse.

Quando o beijo se interrompeu, ela sorriu e sussurrou:

– Eu te odeio.

– Eu também te odeio – respondi, sorrindo ainda mais.

Fomos para o acampamento no dia seguinte. Usamos a minha jangada e, durante os dois dias que se seguiram, contei tudo o que aconteceu depois da minha partida. Ela começou a chorar na parte dos pedidos; nunca imaginara que os deuses permitiriam que ela saísse da ilha. Então veio a pergunta:

– Calipso, você quer ficar assim ou quer envelhecer como uma mortal?

Ela piscou, perplexa.

– Eu vou envelhecer com você – falou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Nunca aceitaria sair da ilha e continuar imortal. Posso viver como uma semideusa, no acampamento, onde for, mas viverei, envelhecerei e morrerei com você.

Prendi a respiração, custando a acreditar no que ela dissera. Ela queria ficar comigo. Aceitaria se tornar mortal para viver comigo.

– Você é maravilhosa – falei, puxando-a para perto de mim. Depois do beijo, virei meu rosto para cima e berrei – Vocês ouviram, né? Não vão deixá-la imortal para ver todos morrerem ao seu redor!

– Me deixem envelhecer com ele – ela pediu, no tom de voz normal – Juro que serei fiel a todos vocês.

Um raio cortou o céu. Nós sorrimos um para o outro.

Ao vermos o Acampamento, Calipso aconchegou-se em mim.

– Será que eles vão me aceitar?

– Não se preocupe – falei – Vai ficar tudo bem. Eles vão te adorar.

– Mas onde eu ficarei? Não posso viver em um dos chalés.

– Tenho certeza de que Quíron disponibilizará um quarto na Casa Grande.

Ela sorriu e tocou seus lábios nos meus.

– Obrigada.

– Eu que agradeço – respondi, devolvendo o beijo.

Guiei a jangada até a arrebentação, desembarcando com ela e deixando a jangada atrás de uma duna de areia.

– Pronta? – perguntei.

Ela suspirou, nervosa.

– Pronta.

Agarrou minha mão e deu o primeiro passo na direção dos chalés.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando, pois o próximo capítulo é o último :v Bjos



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