Cena 1 – Cortando os Laços

Severus folheava um grande volume e fazia anotações em seu caderno, ele estava tão concentrado que não ouviu os passos de Andrômeda.

- Snape! Lily me pediu para lhe entregar isto.

Ele tirou o nariz adunco das páginas do livro e olhou friamente para a garota a sua frente que lhe estendia um pequeno pergaminho, rasgando-o no ato e devolvendo-o em pedaços.

- Você nem leu o que estava escrito! – ela lhe disse indignada.

- O que estava escrito não me interessa mais – ele curvou a boca num meio sorriso – nada que venha daquela sangue-ruim me interessa, eu já nem me lembro o nome.

- Não custava nada você ler! – disse enfurecida pela atitude do narigudo seboso.

- Eu é que sei do meu tempo – ele carregou todo desprezo que podia na resposta – e tempo para futilidades eu não tenho mais – e antes de ignorá-la completamente prosseguiu – Deixe-me em paz Black!

Ele continuou sua leitura calmamente enquanto Andrômeda saia de seu campo de visão dando passos duros no assoalho.

Cena 2 – Conhecendo o Mal

Algum tempo se passou até Severus perceber que havia outra pessoa na sua frente. Seria aquela garota não desistiria, pensou ser Andrômeda novamente já que estava na Sala Comunal da Sonerina.

- Você quer me deixar em paz! – levantou o olhar encontrando um par de olhos frios quanto os seus.

- Ora, Severus! – o rapaz estava sentado diante dele e sua atitude era debochada – Na é assim que você deve tratar seu superior, afinal sou o Monitor desta casa.

- Desculpa Malfoy! – falou com falsa solicitude – eu pensei que fosse outra pessoa.

- Eu vi como você tratou aquela aberração e gostei muito. Aliás, eu tenho gostado muito de suas atitudes ultimamente – sorriu malicioso – adorei saber que você terminou o namorico com a sangue-ruim.

- Eu não estava de namorico – falou por entre os dentes.

- Verdade? – Lúcius ergueu a sobrancelha – que ótimo, meu caro – tamborilou os dedos na mesa pegando o livro que ele lia e gargalhou – arte das trevas?

- Qual é a graça, Malfoy? – estreitou os olhos empunhando a varinha por baixo da mesa.

- Nada! Se você quer mesmo saber sobre a Arte das Trevas, tem que mudar a sua fonte – ele sentou colocando os pés em cima da mesa. – Em Hogwarts, você nunca terá uma informação precisa, os livros realmente bons foram banidos da biblioteca, mas você está com sorte...- fitou-o profundamente –... e por um acaso eu tenho um volume muito interessante lá no meu quarto e posso lhe emprestar, se você quiser é claro, você quer?

- Sim – sustentou o olhar – quero!

- Ótimo, mas tem um preço! – sorriu ao ver-lhe a careta – Estará pronto para pagar o preço a qualquer custo?

- Dinheiro eu não tenho! – foi claro.

- Eu sou a nata da sociedade bruxa. Meu pai é rico o suficiente – Lúcius debochou – ele me pediu para procurar aliados, garotos com sagacidade, capacidade e ambição, que almejem poder, fama, riqueza e glória. Eu checo alguém que pode os dar tudo isso quando sairmos daqui, o que acha de se unir a nós?

- Eu não tenho nada a perder mesmo! – ele acaba de vender sua alma sem sabê-lo.

- Só a ganhar – Lúcius foi diabólico ao dizê-lo.