Os meses passaram e a qualquer momento eu podia entrar em trabalho de parto. Literalmente a cada momento. Estava com 38 semanas, este era o tempo com que maior parte as mulheres entrava em trabalho de parto por isso amanhã eu já podia estar com o meu pequeno Anthony nos braços ou não.
Há cerca de duas semanas, quando estava com 36 semanas, comecei a sentir, o que eu pensava ser, contrações. Edward entrou em pânico quando eu lhe disse que estava a sentir uma dor nas costas que vinham e iam, o intervalo entre elas era muito grande mas mesmo assim fomos ao hospital. Quando a Kate nos atendeu e eu lhe expliquei o que estava a acontecer ela explicou-me que eram as chamadas falsas dores de parto. Ela disse que em algumas mulheres era normal isso acontecer e explicou-me a diferença entre as verdadeiras dores e as falsas.
Hoje voltei a acordar com um incómodo nas costas, este já era normal. Sabem quando as pessoas dizem que a gravidez é uma das coisas mais bonitas da vida? É mentira! Algumas das partes são mas outras não. No início tudo é um mar de rosas, tirando os enjoos. Mas quem acha que estar sempre enjoada e a vomitar é a pior coisa de uma gravidez está enganada. O pior começa com o avançar dos meses. Eu já sabia que o meu apetite ia aumentar mas não esperava que aumentasse tanto. Eu tentava manter uma alimentação saudável comer nas horas das refeições, comer algo a meio da manhã e a meio da tarde mas eu não conseguia. Passava o dia com fome e por causa disso comia. E por causa de comer neste momento eu em vez de descer uma rua, rebolar até la a baixo. Edward dizia que eu estava bonita, mas isso não significa que ele não me ache gorda e que me deseje. Desde que eu foi ao hospital por causa das falsas dores de parto que nós não. Vocês sabem. As dores de costas que eu tinha eram imensas e estavam sempre a incomodar-me, para não falar que a minha barriga estava enorme e que não arranjávamos uma posição confortável para os dois. Nós tentámos algumas vezes mas acabámos sempre por desistir. O pior é que não eram só estas duas semana ia ser até o Anthony nascer e depois de ele nascer durante outra duas semanas pelo menos, isto era se eu me sentisse á vontade para tal. O que eu não sei se aconteceria. Neste momento eu não me sentia nada sexy nem nada desejada e duvido que depois do parto volte a sentir-me, pelo menos até voltar ao que era antes de estar grávida.
Eu já não trabalha mais, estava em casa de repouso sem nada para fazer. Passava o dia a ver televisão ou a ver filmes ou a ler. Isto até foi agradável na primeira semana mas agora era aborrecido. A televisão passava a vida a repetir os mesmos programas, e depois de algum tempo a ler começava-me a doer a cabeça.
Edward e eu já nos tínhamos mudado para a nossa casa nova e neste momento eu estava a acabar de arrumar as coisas nos lugares. Já tinha arrumado a minha roupa e a de Edward nos nosso closet e agora ia arrumar a roupa do meu príncipe. O quarto dele era creme e tinha alguns detalhes azuis (imagem quarto ).

Enquanto arrumava as coisas o incómodo nas minhas costas voltou mas agora parecia mais forte. Tentei ignorá-lo e focar-me no que estava a fazer mas estava difícil. Já eram seis da tarde e o incómodo que senti só aumentava, agora pareciam pequenas pontadas nas minhas costas que vinham e iam, eu acho que são contrações mas não tenho a certeza. Estava sentada no sofá á espera que Edward chegasse quando comecei a sentir-me molhada. Eu não acredito. Eu já tinha ouvido que algumas mulheres durante a gravidez tinham descuidos. Mas isso nunca me tinha acontecido e não posso acreditar que aconteceu agora. Sinceramente eu só queria que Anthony nascesse logo, já estava farta de esta gravida, em casa, sozinha e ainda por cima agora a fazer xixi pelas pernas a baixo!! Eu só queria ter o meu filho ao meu colo para lhe poder mostrar o quanto eu o amo e não estar sempre a reclamar por causa da enorme barriga que tinha. Pode parecer que eu estou a ser exagerada mas estar grávida é uma coisa que dá imenso trabalho e só recompensa porque sei que depois disto tudo eu vou ter o meu príncipe comigo! Levantei-me e agora parecia que as dores nas costas estavam cada vez mais fortes, mas decidi ignorá-las e focar-me no problema do xixi. Subi as escadas e foi para o nosso quarto, foi arranjar uma roupa para vestir depois e fui tomar banho. A dor continuava lá e vinha em intervalos mas a água quente do banho parecia estar a ajudar. Sai do banho e vesti-me, fiz uma careta quando senti uma pontada nas costas e respirei fundo.
– está tudo bem?- assustei-me ao ouvir a voz de Edward que vinha da porta do quarto.
– Edward assustaste-me!- disse- nunca ouviste dizer que não se deve assustar uma grávida ? ou outra pessoa qualquer?
– desculpa amor.- disse e veio para ao pé de mim e beijou-me suavemente nos lábios. está tudo bem ?
– só me dói as costas- disse. Quando disse isto voltei a sentir a pontada de dor e gemi de dor.
– há quanto tempo é que sentes essa dor?- perguntou , acariciando a zona onde me doía.
– desde a hora de almoço- disse.
– Bella porque é que não me ligaste?- perguntou
– porque não era me doía muito, piorou depois- calei-me, eu não queria dizer-lhe que tinha piorado depois de ter feiro xixi pelas pernas abaixo.
– depois de quê?- perguntou
– nada. disse- como é que foi o trabalho?
– Bella não desconverses.
– eu não te quero contar é embaraçoso.- murmurei.
– Amor tu podes contar-me tudo.- disse e abraçou-me, eu encostei a minha cabeça ao seu ombro.
– hoje á tarde quando eu estava no sofá eu. Eu acho que fiz xixi- murmurei muito, muito, muito baixo e comecei a chorar. Era tão embaraçoso dizer isto em voz alta e ainda por cima ao meu noivo. Edward não disse nada por um minuto.
– Bella tens a certeza que era xixi?
– o quê?
Edward voltou a ficar em silêncio durante um bocado, e a pontada voltou. Fogo, elas estavam a ficar mais intensas. Voltei a gemer de dor e isso pareceu despertar Edward.
– há quanto tempo é que foi a ultima pontada antes desta?- perguntou olhou para o relógio de pulso e saiu do nosso quarto. eu segui-o.
– há cinco minutos talvez. Não sei Edward não estava a contar.- Edward entrou no quarto de Anthony. E eu atrás dele. o que é que estás a fazer?- perguntei quando ele começou a remexer nos armários.
– onde é que tens a mala para ir para o hospital?
– hospital? Edward porque é que tu queres a mala para o hospital?
– porque eu acho que tu estas em trabalho de parto e que não fizeste xixi. Eu acho que a tua bolsa estourou. disse enquanto continuava a remexer nas coisas. Mais uma pontada e um gemido de dor- Bella onde é que tens a mala?
– está no nosso quarto.- disse e Edward voltou para o nosso quarto e eu fui com ele.
Outra pontada. Elas estavam a ficar cada vez mais fortes e perto uma das outras. Espera eu estou em trabalho de parto?? Eu não estou preparada!! Eu não sei o que é que hei de fazer quer dizer eu sei que tenho de fazer força e tudo mais mas não sei. Percebem??
– Bella, vamos para o hospital? Pode não ser nada mas eu acho que é.- disse Edward já com a mala na mão- Bella?
– eu não sei o que fazer. Edward eu não sei como é que vou fazer com que o meu filho nasça!
– amor NOSSO filho, é o nosso filho. E eu vou estar lá para te ajudar no que tu poder! Sei que não posso fazer muito mas eu vou estar lá ao teu lado e tu podes bater-me e chamar-me os nomes que quiseres está bem?- esta última parte fez-me rir mas ao mesmo tempo que o ia fazer senti outra pontada.- agora vamos para o hospital.
E fomos. Durante o caminho ainda senti algumas pontadas e estas eram cada vez mais fortes. Durante o caminho Edward ligou a Kate para avisar que achava que eu estava em trabalho de parto, por isso quando chegámos ao hospital ela já estava á nossa espera.
Expliquei-lhe o que estava a acontecer e quando chegámos a um dos quartos do hospital, Kate confirmou as nossas suspeitas. Infelizmente a dilatação ainda não estava completa o que fez com que eu tivesse de ficar ali até tal acontecer. As dores pareciam piorar com o passar do tempo.
– Edward- gritei apertando a mão de Edward. As contrações estavam cada vez mais fortes , pareciam demorar mais tempo e ter menos tempo entre elas,
– amor já passa está bem? Lembra-te : inspira e expira, inspira e expira,- disse ele com uma voz calma, mas dava para perceber pela sua cara que ele estava tudo menos calmo. Mas mesmo assim eu fiz o que ele disse.
A enfermeira entrou no quarto duas horas depois de eu chegar e quando foi ver se a dilatação já tinha avançado.
– está quase. Já têm nove centímetros, as coisas estão a avançar rápido. Vou chamar a Dra. Kate
E saiu. Está a avançar rápido??? só ser for para ela, para mim parecia estar a durar uma eternidade. que não é ela que está aqui com uma dores como se lhe estivessem a espetar ferros pelas costas adentro
– Bella, nós devíamos avisar alguém!- disse Edward. Ele tinha razão nós devíamos avisar os nossos pais ou os nossos amigos, mas neste momento eu não estava muito preocupada com isso.
– depois.- não consegui acabar a frase porque senti outra contração. Neste momento Kate entrou para o quarto onde nós estávamos.
– então Bella tudo bem?- perguntou.
– não. isto dói mais do que eu pensei disse eu.
– já vai passar. Vamos preparar-te para ir para a sala de partos. Edward vais assistir ao parto?- perguntou ela virando-se para Edward.
– claro que ele vai!- disse eu antes que ele respondesse.
– muito bem. Então vamos preparar-te também.
Edward foi-se preparar para ir para a tal sala de partos, sala que eu nunca tinha visto mas que por este andar também não queria ver mais cedo. Eu sempre disse que queria mais filhos, isso foi antes de saber o quão doloroso era. Para mim um filho estava ótimo.
Depois de me preparar, ou melhor dizendo depois de as enfermeiras me prepararem-me , fomos para a tal sala. Quando Kate chegou uma das enfermeiras disse-lhe que a minha dilatação já estava completa.
– muito bem Bella agora é altura de fazer força!- disse ela- sempre que sentires uma contração faz força, mas só quando sentires a contração está bem?
Concordei, estava extremamente nervosa. não sabia se era capaz de fazer aquilo. Edward pareceu notar o meu nervosismo e apertou a minha mão.
– Tu és capaz, meu amor.- disse com a sua voz suave ,mas claramente nervosa, e beijou-me delicadamente a testa.
As contrações voltaram e eu fiz o que a médica tinha mandado. Era difícil porque a vontade que tinha era de fazer força sempre e não só quando vinham as contrações. Kate ia dando incentivando e Edward também.
– isso mesmo Bella estás a ir muito bem.- dizia Kate.- já consigo ver a cabeça. Na próxima faz o teu máximo.
– eu não consigo- disse. Estava cansada, já não tinha mais forças para fazer mais nada. Sentia-me exausta.
– claro que consegues, amor.- disse Edward, apertando-me a mão como se me estivesse a passar forças.- tu consegues. Eu estou aqui contigo.
Depois de muito fazer força e de muito suor finalmente ouvi a razão porque tinha estado a sofrer nos últimos minutos. Anthony chorava alto e isso era um bom sinal. Edward cortou o cordão umbilical e depois uma enfermeira levou Anthony para o limpar e pesar. Durante isso eu ainda tive de ficar mais algum tempo naquela sala, mas o pior já tinha passado.
Voltei para o quarto onde antes estava e Edward estava comigo, como sempre esteve durante este tempo tudo. Finalmente passado longos minutos uma enfermeira entrou no quarto empurrando um pequeno berço. Encostou-o ao lado da cama e eu consegui ver o meu filho. Anthony tinha os cabelos claros como os do pai e a pele dele era pálida, mas um pálido saudável. A enfermeira pegou-lhe ao colo e colocou-o no meu. Era a primeira vez que eu lhe pegava e já não queria largar. Edward sentou-se ao pé de mim na cama e ficamos a olhar para o nosso príncipe.
Quando as mulheres dizem que o parto é uma das coisas mais bonitas do mundo têm razão. Eu senti uma das dores mais intensas do mundo mas não conseguia deixar de pensar que tudo aquilo tinha feito com que eu pudesse trazer ao mundo o nosso Anthony. Edward esteve sempre ao meu lado, sem me lagar a mão por um segundo. Mesmo não podendo fazer mais nada toda a força que ele me tinha dado tinha sido a que eu precisava para saber que era capaz.
Agora todo o meu mundo girava á volta do meu pequeno príncipe e do seu maravilhoso pai. Eu estava sentada numa cama de hospital, rodeado pelos homens da minha vida e esta nunca pareceu fazer tanto sentido!