A Garota Gelo escrita por Lis Bloom
_Quem é aquele cara e porque ele está sorrindo para você? – Pergunta Andrei apertando a minha mão.
_ Não é ninguém, é só ignorar ele e irmos embora. – Respondo rapidamente, o que não adiantaria muita coisa no caso de Andrei.
_ Então porque ele está vindo em nossa direção? – Pergunta Andrei, sua voz começando a ficar raivosa.
_ Oi Mel, eu liguei para a sua mãe e avisei que iria te levar para a casa, tudo bem? – Pergunta Lucas descaradamente, como se fizesse aquilo todos os dias.
_ Você acha mesmo que irei com você? – Pergunto.
_ Quem é esse cara Melissa? – Questiona Andrei soltando a minha mão e se aproximando de Lucas.
_ Então esse é o seu namorado? Merecia coisa melhor. – Fala Lucas dando uma risada provocativa.
_ Repete o que você falou idiota. – Andrei se exalta partindo para cima dele, mas é impedido com Vinícius e Pedro o segurando.
_ Então você não sabe quem eu sou? Bom, eu sou o motivo da Melissa ter odiado os garotos, mas estou aqui para remendar esse problema, ela será minha, custe o que custar. – Fala ele se virando e indo embora.
_ É o que veremos. – Grita Andrei para ele.
Era só o que me faltava agora, eu estava parecendo aquelas garotas de livros que são disputadas por dois caras ao mesmo tempo.
_ Porque você não me falou sobre ele? – Pergunta Andrei se virando bruscamente para mim.
_ Eu não fazia a mínima ideia que ele viria aqui na escola. – Retruco.
_ Você deveria ter dado um basta nisso ontem mesmo. – Fala Carol calando a boca na mesma hora.
Essa tinha sido a cartada final para Andrei ficar possesso.
_ Foi por isso que você acordou tarde hoje? Porque estava falando com ele? – Pergunta Andrei, ficando com as bochechas totalmente vermelhas.
_ Andrei, deixe-me explicar direito. – Tento contornar a situação, mas era tarde demais.
_ Não precisa explicar nada. – Fala ele pegando as suas coisas que estavam largadas no chão e indo para a sua casa sem nem ao menos se despedir.
_ Melissa, por favor, me desculpe, eu nem pensei quando eu falei aquilo. – Fala Carol com a voz chorosa. – Eu estraguei tudo.
_ Agora não adianta nada. – Respondo.
_ Quer uma carona até a sua casa? – Pergunta Vinícius colocando a sua mão em meu ombro como um gesto de consolo.
_ Por favor, eu não consigo dar nem mais um passo. – Falo.
Vinícius me deixou em casa e logo foi embora.
Estava demorando para acontecer alguma coisa de errado, nada nessa vida dura para sempre, eu teria que me conformar com isso.
Mas Andrei estava sendo muito ciumento, e cabeça dura, ele tinha que ter me ouvido naquele momento.
Não seria eu que iria atrás dele, eu tinha lá o meu próprio orgulho, e se eu não contei, porque foi por uma causa maior.
Aviso os meus pais que iria dar uma volta na rua.
Pego um livro que estava lendo e sento-me no banco de uma pracinha que tinha ali perto.
A última vez que tinha estado ali foi quando me encontrei com aquele idiota, mas aquilo era passado.
Tinha chegado na melhor parte do livro quando ouço alguém gritar “CUIDADO” e então um impacto bem forte em mim.
_ Me desculpe, me desculpe, eu acabei perdendo o controle, você está bem? – Pergunta o sujeito que tinha caído em cima de mim, abro os olhos e vejo que ele estava com o rosto quase colado ao meu, era um garoto que aparentava ter uns 16, 17 anos, o cabelo encaracolado e ruivo caindo sobre os olhos, com algumas sardinhas em sua bochecha magra, a pele totalmente branca, estava com um skate ao seu lado.
_ Então foi essa coisa que te fez tropeçar em mim? – Pergunto com a voz totalmente zangada.
_ Me perdoe, como eu disse, eu perdi o controle. – Fala ele saindo de perto de mim e ficando em pé com o seu skate debaixo do braço.
Seus olhos eram um verde esmeralda nunca visto antes.
_ Tudo bem. – Falo.
_ Meu nome é Daniel e o seu? – Pergunta ele se sentando ao meu lado.
_ Me chamo Melissa.
_ É um belo nome.
_ Obrigada.
_ Você quebrou a perna?
_ Sim. Sabia que você me lembra o Ed Sheeran?
Ele dá um sorriso sem graça, mas não responde.
_ Está lendo que livro? – Pergunta ele.
_ A Divina Comédia.
_ Dante Alighieri.
_ Sim. Tenho que ir agora, até algum dia, e tome cuidado com esse seu skate assassino. – Aviso rindo.
_ Pode deixar. – Responde ele que olhava para mim enquanto eu me afastava.
Quem diria que eu fosse conhecer um ruivo pessoalmente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Um sonho conhecer um ruivo pessoalmente né?
Espero que tenham gostado.
Não esqueçam de comentarem.
A divina comédia foi inspirada no livro "Inferno" de Dan Brown, que é perfeito.
Quem quiser ler, é muito bom.
Colocarei uma foto do Daniel, para terem uma ideia de como ele é mais ou menos
http://1.bp.blogspot.com/-Bk4ndmsWL2Y/TfnvFIRBNjI/AAAAAAAAAsE/V-Po9Rr2CiU/s1600/homem+ruivo.jpg
Au revoir o/