A Garota Gelo escrita por Lis Bloom


Capítulo 14
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Resolvi escolher o casal Nejiten em homenagem a minha prima que simplesmente ama eles, e bom, boa leitura a todos! Espero que gostem.



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A Carol acabou ficando brigada com a gente, e quando o sino tocou para irmos embora ela pegou as suas coisas e saiu quase correndo, eu sempre corria atrás, mas dessa vez era ela que estava errada e eu não iria mais ficar cedendo as coisas.

Antes de irmos, liguei para a minha mãe avisando que iria levar a Milena para irmos ao ensaio, percebi que ela ficou em silêncio quando eu disse a palavra “ensaio”, mas acabou deixando.

_ Bom, agora é só esperar a sua mãe? – Diz Milena se sentando perto de uma árvore.

_ Até parece, nós iremos a pé minha filha. – Respondo a puxando pelo braço.

_ Espera aí, você vai a pé, com essa perna quebrada, esse pulso enfaixado, com essa sua mochila de chumbo e esse seu violão?

_ Nós iremos, anda logo.

_ Você é completamente louca. – Fala ela se levantando e me seguindo.

_ Faço o que posso.

Quando chegamos a casa, a primeira coisa que fomos fazer foi almoçar, pois o cheiro da comida tinha impregnado nas nossas narinas.

_ Será que a Maria não quer trabalhar lá em casa não? – Pergunta Milena que estava passando a mão na barriga de tanto ter comido.

Como ainda era 13h00min da tarde, ficamos nos arrumando no meu quarto, acabei emprestando um vestido para Milena que não queria usar a mesma roupa que estava na escola para o Vinicius não perceber, como se um dia isso fosse acontecer, eu coloquei uma saia jeans básica, uma regata preta e o meu querido all star, que eu já estava morrendo de saudades, pena que tive que colocar só em um pé, mas tudo bem, pelo menos a tala combinava um pouco.

Aproveitando que a minha irmã estava com a escova de cabelo e cantando “What The Hell” da Avril, começamos a cantar juntos, a Milena com uma caneta na mão e eu pulando na cama com um pé só, o que resultou em um tombo nada legal, mas consegui superar a tempo de não chegar atrasada mais uma vez no ensaio.

Depois de uma meia hora me arrastando rua abaixo até a casa dele, finalmente chegamos, fomos direto para a garagem, mas não tinha ninguém lá, apenas os instrumentos.

_ Posso ficar por aqui? – Pergunta Milena já indo em direção a bateria, por que será né?

_ Tudo bem, e eu vou atrás dos garotos. – Digo

Quando entrei na casa de Andrei, todos estavam jogando vídeo-game.

_ É só o que me faltava, a gente tem que ensaiar vamos logo. – Falo batendo palmas para que eles se levantassem.

Andrei olha para mim e dá um sorriso, e o Vinícius diz:

_ Essa é a nossa garota.

_ A propósito Vinícius, tenho um presente para você que eu acho que vai gostar, está lá na garagem.

_Tchau pra vocês. – Responde ele largando o controle e se levantando.

Todos se levantam e assim vamos para a garagem.

Vinícius dá um sorriso gigante quando vê Milena, e logo vai para perto dela que começam a conversar sem parar, talvez eu estivesse errada, talvez, só talvez, os garotos não fossem tão idiotas assim, e pudessem amar uma garota sem machucar o seu coração, será que eu poderia ao menos pensar em dar uma chance para Andrei e parar de ser tão rude com ele?

Ensaiamos algumas músicas, incluindo “I’m So Sick” da banda Flyleaf, “Misery Business” do Paramore, “Máscara” da Pitty, eu simplesmente adorava ela, e algumas outras músicas.

Quando vimos o horário, já passava das cinco horas, como eu tinha pedido para a minha mãe me buscar, teria que esperar.

O Pedro já tinha ido embora, sobrando apenas o Vinícius, eu e a Milena.

_ Mel, eu queria saber se você não se importaria se eu fosse para casa com o Vinícius, ele me ofereceu carona? – Pergunta a Milena me dando um olhar do tipo “Fala que sim, pelo amor de Deus”.

_ Claro que não me importo Milena, até amanhã – Respondo dando um abraço apertado nela. – E vê se não vai dar o braço a torcer e falar com a Carol, pois você sabe que é ela que está errado.

_ Eu sei, então tchau gente até amanhã, adorei o ensaio.

Eu e Andrei acenamos para eles, tudo bem, a mãe de Andrei tinha ido ao mercado, ele não tinha nem pai e nem irmãos, era apenas ele e a sua mãe, o que iríamos ficar fazendo?

_ Acho que eu vou para a garagem. – Sussurro sem jeito e me arrastando com as malditas muletas em direção a porta, que logo é barrada com a presença de Andrei bem na minha frente, com as mãos no bolso de sua calça jeans surrada, e me olhando com um sorriso nos olhos.

_ Você não quer jogar? – Pergunta ele.

_ Olha que eu sou boa nisso em, pois vai perder. – O provoco.

_ Você está duvidando da minha capacidade?

_ Estou apenas avisando.

_ Aé? – Diz ele cruzando os braços. – Vamos fazer o seguinte então, quem perder vai ter que sofrer o ataque de cócegas.

_ Coitado de você. – Respondo dando uma risada maléfica e me dirigindo ao sofá.

Ele escolhe um jogo de luta do Naruto.

_ É sério isso? – Pergunto.

_É legal. – Responde ele.

_ Tudo bem.

Eu tinha escolhido ser a Tenten, e ele só de propósito escolheu o Neji (porque será né?), na primeira rodada ele acabou ganhando.

_ Ei, isso não vale, pois eu ainda tenho que me acostumar com a jogada.

_ Vai nessa.

Na segunda rodada por um triz eu consegui ganhar, os meus dedos já estavam todos doendo de tanto apertar com força.

_ Há, já era, já era, pois é é é é. – Cantarolo.

_ Não festeje antes da hora. – Diz ele começando a rir que nem um demente.

_ Porque não? Eu acabei de ganhar de você.

_ Porque enquanto você ficava cantando aí a sua vitória temporária, a última rodada tinha começado e eu acabei matando você, o que isso significa? – Pergunta ele.

_ O que? – Grito olhando para a TV, que como ele disse estava com uma frase bem grande para mim “Game Over”.

Ele começar a rir que nem um psicopata e vem em minha direção lentamente.

_Espera, eu tenho que ter exceções, eu estou com a perna quebrada. – Falando tentando achar uma saída.

_ Pensasse nisso antes de ter concordado, agora é tarde demais – Responde ele começando a fazer cócegas em mim, aquilo era umas das piores coisas que existia, eu estava quase morrendo de tanto me contorcer e gritar feito uma louca.

_ Para, por favor, eu vou morrer. – Grito, até que ele para e começamos a olhar um para outro, enquanto eu tentava recuperar o meu fôlego, e é então que eu percebo que ele está deitado sobre mim, em cima da minha perna boa, é claro.

Resolvo não fazer nada, pois aquilo estava tão bom, e tão divertido, e então ele aproxima o seu rosto ao meu e me beija, no começo foi apenas um selinho, mas depois eu percebo que já estou com os olhos fechados e o beijando de verdade, eu estava apenas curtindo o momento, depois que isso acabasse eu iria fingir que nada daquilo tinha acontecido assim eu esperava.

Não, eu não era assim, eu nunca iria esquecer, então era melhor eu parar por ali.

O empurro para longe de mim e me levanto, passando os dedos levemente pela minha boca, ainda sentindo os seus lábios nos meus.

_ Tenho que ir. – Respondo pegando as minhas coisas e me dirigindo para fora.

_ Você não vai esperar a sua mãe? – Pergunta ele vindo em minha direção e pegando em minha mão. – Fica mais um pouco, por favor.

_ Não, quero ir sozinha.

_ Melissa, eu preciso falar com você.

_ Não Andrei, não dá, eu realmente tenho que ir.

E assim eu vou para casa, ignorando os protestos de minha mãe por não ter esperado ela, pois isso iria prejudicar a minha recuperação, ignorando as indiretas que a Carol estava dando na internet, ignorando as tentativas da minha irmã me chamando para brincar com ela, ignorando tudo, pois a única coisa que eu conseguia pensar agora era “O que será que ele tinha para me falar?” e é claro o beijo, aquilo não podia estar acontecendo, eu iria fazer o possível para evitar ele, isso eu tinha absoluta certeza.


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Notas finais do capítulo

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