V

–Eu só sou a rainha dessa escola. E adivinha? Você é um nada. – a biscate da Taylor disse, gritando e olhando pros lados. Ela estava gargalhando na minha frente. Que é que ela tem contra mim? Ou melhor: que porra que as pessoas tem contra mim aqui?

–Cala a boca, vagabunda. - eu gritei e a empurrei. Ela caiu no chão. Por um momento acho que fui longe demais, pois eu não queria machuca-la, mas por fim as amigas dela a ajudaram levantar, e eu pensei que, se ela mexeu com quem estava quieto, eu não fiz nada demais em surpreendê-la de forma ruim. Cruzei os braços e tentei manter uma cara neutra, mesmo por dentro estando um tanto quanto assustada com toda aquela briga repentina.

–Se você acha que vai ter o Stefan assim fácil tá muito enganada. Você só é mais uma que ele fica, e depois joga fora. Eu vou fazer da sua vida um inferno, garota. Você vai desejar nunca ter nascido. Você vai se arrepender amargamente de ter cruzado o meio caminho. Se você acha que eu vou esquecer tudo isso você está muito enganada, afinal, ninguém joga a rainha Taylor no chão e sai impune. -Ela dizia, colocando o dedo na minha cara e chegando ainda mais perto. Então é por isso? Por causa dele?

–Cara, pode ficar com ele. – eu disse, me forçando a rir para ela não perceber a raiva repentina. Até por que raiva numa discussão não ajuda em nada. - Só por que ele me quer não precisa ficar assim amor, eu o deixo pra você. Afinal, você está necessitando mais né? – Sabe, eu não sou assim. Não chamo a pessoa de amor, ou entro em uma briga por causa de um menino. Mas quando se está em Roma, faça como os Romanos – Mas assim, se você quiser fazer da minha vida um inferno – repito a frase que ela disse, enfatizando como ela ficava ridícula e infantil dizendo aquilo - pode vir. Eu não tenho medo de nada, muito menos de uma patricinha que se acha dona do mundo e dona de um babaca que pega todo mundo. – eu falei.

–Vamos ver mesmo se você não liga. Sabe qual é meu apelido aqui? Nêmesis. Como você é burra, e não sabe o que significa, eu digo: Nêmesis é a deusa da vingança, e olha... Eu sou mais que boa nisso. Aliás, sou mais que fantástica. Então, quando você menos esperar eu vou fazer você se arrepender de ter nascido e ir correndo para sua casa com o rabo entre as pernas, e quando você lembrar desse internato vai sentir um arrepio e vai sentir vontade de chorar, por que vai lembrar de mim e do meu sorriso ao ver você no fundo do poço.

Eu engulo em seco. Me sinto acuada, e um tanto quanto arrependida, mesmo sabendo que fiz a coisa certa ao empurra-la.

Algo dentro de mim faz com que eu me sinta confiante de repente, como se meu cérebro dissesse: calma, você consegue ser melhor que isso.

–Vem com tudo patricinha. Se você é Nêmesis, eu sou Ares, o deus da guerra. Sabe por que? Eu nunca perco uma briga. – dou um passo para frente, ficando bem próxima dela, e chego em seu ouvido e sussurro –E dessa vez não vai ser diferente.

–Isso é o que vamos ver. – ela diz enquanto eu saio andando para pegar novamente minha comida.

Pego minha bandeja sem olhar para trás e vou direto para mesa onde Hayley estava.

– Você quer que a terceira guerra mundial aconteça? –Hayley disse dramaticamente assustada. Eu ri.

–Ah, qual é. Ela é tãaao perigosa assim?- eu falei, colocando o garfo na boca.

–Ela simplesmente consegue qualquer coisa. Como ela disse, a sua vida vai ser um inferno. Cara, você não tem ideia de quanto poder ela tem aqui.

–Eu acho que eu consigo sobreviver. Afinal, você vai me ajudar né? Você consegue tudo o que você quiser, com o seu poder de hipnotização.

Eu ri, e olhei pra ela. Ela estava congelada. Como se tivesse visto uma assombração

–Hayley. Eu tava brincando. – eu falei. Por que ela ficou tão pasma com isso?

–Ah tá, - ela riu sem graça. Estranho. – Cara, a Taylor deve estar morrendo de raiva. – ela gargalhou.

–É deve estar mesmo – falei, sem pensar. Juro que ainda não entendi o que tinha acontecido.