The Other Winchester escrita por Flávia Winchester, Ana


Capítulo 8
Dinner for the Younger Brother’s Girlfriend


Notas iniciais do capítulo

Passando de madrugada, exatamente as 02:06 da manhã para deixar esse capítulo para vocês.

Título do Capítulo: "O Jantar Para a Namorada do Irmão Mais Novo"



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Vinte e um anos - 01 de Outubro de 2000

Melissa estava sentada em sua cama, zapeando os canais da TV a cabo, tentando encontrar alguma coisa que a fizesse se distrair, principalmente porque uma caçada que duraria apenas pouco tempo, se estendeu mais do que deveria.

Dean e John estavam caçando um poltergaist em algum lugar de Amherst e por isso, Mel ficou encarregada de cuidar do Sammy.

A principio, o combinado foi ficar dois dias, mas esses dias se transformaram em semanas, como sempre acontecia quando o John estava caçando. A única diferença era que dessa vez a coisa era mais séria: O patriarca da família havia desaparecido.

Antes de acontecer, ele deixou ordens bem claras para Dean, que se algo desse errado, não era para procurá-lo. Era para voltar para casa e cuidar dos irmãos.

Assim Dean o fez.

– Mas que droga. - gritou ele ao tentar ligar, pela enésima vez, depois de cinco semanas, para o seu pai. Sem sucesso algum. - Eu deveria ter ficado lá. Eu deveria ter procurado por ele. - falou o jovem desesperado e sentou-se em uma cadeira. Acreditava que a culpa do desaparecimento de John havia sido dele, que não foi um bom parceiro aquela noite. Pensava que talvez se John tivesse ido sozinho, eles estariam saindo daquela maldita cidade e ele não teria aquela culpa crescente dentro de si.

De repente Dean sentiu duas mãos pequenas contraindo-lhe os ombros e olhou para cima, dando de cara com Melissa que lhe fazia uma massagem. Ela sabia o que se passava na mente de Dean, como se tivesse uma bola de cristal ou como se ele fosse um livro aberto que ela podia ler a qualquer momento. A percepção de sentimentos e emoções estava ficando cada vez mais forte e quanto mais tempo Melissa passava ao lado de seu irmão, mas ela o sentia. Às vezes aquilo se tornava algo desconcertante, até porque não eram só as emoções e sentimentos tristes, muitas vezes conseguiam sentir a alegria, o amor e o prazer, principalmente quando Dean ou Melissa estavam de namorados novos ou quando estavam em momentos intimos. Parecia mesmo que eles eram uma só alma em dois corpos distintos.

Mary dizia que aquilo era porque Mel e Dean haviam dividido o útero, mas a jovem sabia, lá no fundo que não era aquilo. Nunca houve na história da medicina um caso comprovado de que gêmeos bivitelinos podiam sentir o que o outro sentia. Aquilo acontecia apenas em casos de univitelinos, mas, no entanto, Melissa podia ver a angustia que corroia o peito do loiro ao pensar que John poderia estar morto. Ela via como se a angustia fosse dela, como se saísse de sua própria alma.

Ele passou um tempo olhando a irmã e agradecendo a Deus por tê-la ao seu lado. O sorriso dela o acalmava e os olhos azuis o faziam se sentir em casa, justamente porque lhes lembrava os olhos de sua mãe. Melissa havia sido a única a herdar aquela cor, já que os olhos do loiro e do seu irmão caçula eram verdes.

Não sabiam a quem haviam puxado, talvez uma mistura do azul de Mary com o castanho esverdeado de John. Sentiu outra pontada de angustia quando pensou no pai.

– O que vamos fazer, Mel? - perguntou ele quando a jovem o largou e deixou as mãos escorrer pelo pescoço dele, abraçando por trás.

– Vamos esperar o papai voltar. - ela deu um beijo na bochecha dele. Ele vai voltar e isso e tão certo como dois e dois são quatro.

Ela se afastou quando percebeu que a calma havia retornado para Dean. Voltou a procurar um bom programa de TV que a ajudasse a passar o tempo. O loiro se levantou e se aproximou da irmã, sentou-se ao lado dela e começando a comentar algo sobre um programa que ensinava como matar vampiros com estacas, alhos e crucifixos.

O caçula chegou nesse exato momento. Transpirava muito e tentava recuperar o fôlego que havia perdido no trajeto para casa, as pressas.

– O que foi Sammy? Viu um fantasma por ai? - falou Melissa sorrindo e encarando o irmão que ainda permanecia estupefato com o que acabara de acontecer. - Você não viu mesmo um fantasma, não é?

Sam balançou a cabeça negando.

– Sammy, você está bem? - perguntou Dean. Estalou os dedos na frente dos olhos do rapaz que pareceu despertar daquilo que o prendia. - Está tudo bem ai?

– Eu... -falou o jovem ainda atônito. -... Eu!

– Você o que? - perguntou o loiro.

– Eu pedi a Jamie em namoro.

– Esse é o meu garoto. - sorriu Dean e bateu nas costas do irmão. Depois se aproximou do ouvido de Sam e falou baixo. - tem camisinhas na mala, caso precise.

– Dean... - gritou Sam como se tivesse se ofendido. Ficou vermelho quase que imediatamente.

– O que? - perguntou ele inocente. - Sexo é algo natural que acontece quando estamos namorando. - Ele falou lembrando que Sam ainda era virgem. - Quando você provar, pode apostar maninho, vai viciar.

– Eu que o diga. - falou Melissa baixinho.

– O que? - Dean se virou para ela. Ele havia escutado o que ela falou, mas queria ver se ela tinha coragem de repetir.

– O que? - falou ela se fazendo de desentendida. - Eu não disse nada. - ela sorriu e Sam a encarou.

– Ainda tem mais. - falou ele. - Eu a convidei.

– Convidou? - perguntou Melissa.

– Para jantar hoje a noite.

– Hum, jantar hoje a noite. - falou Dean sorrindo.

– Aqui em casa.

– Aqui? - perguntou os dois mais velhos em um grito e ao mesmo tempo.

– Eu entrei em pânico, eu não sabia o que fazer. - falou o jovem e se levantou da cama. - Ela disse que gostava de comer e eu disse que gostava de comer e acabei convidando ela para jantar.

– Mas tinha que ser aqui em casa? - falou Melissa. - Sam.

– Me ajude, Mel.

– Oh meu Deus. - falou a menina se sentando em uma cadeira. - Okay, se ela não pirar ao final da noite, estaremos bem.

– Podemos fingir ser uma família de verdade. - falou Dean.

– Será que conseguiremos? - falou Sam.

– Não custa nada tentar. – falou Melissa sorrindo.

– Não se preocupe, irmãozinho. Vamos fazer de tudo para você ter a sua primeira noite de amor.

[...]

Sam e Dean arrumavam a casa enquanto melissa foi ao mercado comprar os ingredientes do jantar. Chegou por volta de quatro horas da tarde e encontrou um Sammy completamente desesperado. Faltava apenas duas horas para que Jamie chegasse e, no entanto, Melissa mal havia entrado por aquela porta.

– Comprou tudo? - falou o loiro tomando as sacolas das mãos da irmã.

– Comprei. - respondeu Melissa colocando as coisas em cima do balcão.

– Vai dar tempo? - perguntou Sam.

– Vai, irmãozinho, não se preocupe. - respondeu Melissa.

Os três arrumavam as coisas em cima do balcão até que o telefone do quarto tocou. Dean, Sam e Melissa olharam para o telefone que tocou apenas uma vez. Eles sabiam de quem se tratava, era o combinado quando John saia em uma caçada. Ele ligava, deixava tocar uma vez e depois ligava de novo.
Como esperado, o telefone voltou a tocar e Dean atendeu.

– Pai? - falou ele com a voz preocupada.

– Oi filho. - respondeu o homem do outro lado da linha.

– Como é bom falar com o senhor outra vez. - falou o loiro. - O que aconteceu?

– Eu não posso explicar agora. Estou aqui em Millbrooke, venha me apanhar.

– Claro, fica a poucos quilômetros daqui. - falou o loiro. - Chego em quarenta e cinco minutos.

– E agora? - perguntou Sam quando Dean colocou o telefone no gancho.

– Não se preocupe, irmãzinho. Eu vou explicar tudo ao pai, ele vai entender.

– Okay. - respondeu Sam. Dean foi até o sofá e pegou a jaqueta de couro que era de John, buscou a chave do Impala em cima da mesinha e seguiu em direção a porta. – Estarei de volta em duas horas. - Ele olhou para Melissa. - Você dá conta de tudo ai, Mel?

– Dou sim. O Sam me ajuda. - respondeu a jovem já cortando algumas verduras. - Assim que ele se acalmar.

[...]

Faltavam dez minutos para as seis da noite quando Mel finalmente colocou a mesa. Havia cozinhado um delicioso arroz branco, uma tigela de purê de batatas, um apetitoso prato de Meatloaf e de sobremesa, torta de maça. Depois correu até o banheiro e tomou um banho rápido, apenas para tirar o cheiro de comida que estava impregnado em suas roupas. Sam havia ido buscar Jamie e estaria chegando em cerca de dez minutos.
Mal havia terminado de pentear os cabelos, a campainha tocou. Ela, ainda dando uma ultima ajeitada no vestido, abriu a porta e deu de cara com John.

– Pai. - falou ela e abraçou o homem.

– Oi minha princesinha. - falou ele. - Você está linda.

– Sentimos tanta a sua falta. - continuou Melissa a falar, estava com a cabeça enfiada no peito do pai, sentindo o cheiro dele. Ela se afastou e viu o rosto machucado do homem. - O que aconteceu?

– O Poltergaist, na verdade, era controlado por algumas pessoas que brincavam de ser Deus. Eu fui pego por elas e feito prisioneiro. Consegui escapar quando tive a chance e destruí o altar que o aprisionava.

– Ficamos malucos quando o senhor não deu noticias.

– Mas agora estou de volta. - ele sorriu. - Onde está o Sam?

– Foi buscar a namorada. - falou Melissa.

– Que história é essa de jantar? - falou o homem entrando e se sentando no sofá. Dean entrou na casa segundos depois trazendo as malas e subindo as escadas para colocar no quarto do pai.

– Ele a convidou, então, eu e o Dean resolvemos ajudar. - falou Melissa e sorriu.

– Foi, ele me falou. Fingir que somos uma família normal.

– Apenas por hoje. - respondeu ela. - Vamos deixá-lo feliz.

– Deixar quem feliz? - perguntou o jovem da porta, acompanhado de uma linda menina de pele cor de oliva e olhos castanhos claros, quase amarelos. Cabelos cacheados e boca carnuda. - Família, esta é a Jamie.

– Oi. - falou a menina e todos os outros sorriram.

– Jamie, esta é a minha família: O meu pai, John.

– Muito prazer. - falou o homem apertando a mão da menina.

– A minha irmã, Melissa.

– É um prazer enorme te conhecer. - falou a menina e abraçou Jamie.

– E aquele é o meu irmão, Dean. É irmão gêmeo de Melissa.

– Bem vinda. - falou o loiro.

– Sinta-se a vontade, Jamie. - falou John. - Eu vou subir só um minuto para me lavar e desço para o jantar. É só um minuto.

– Está certo pai. - falou Melissa.

– O que aconteceu com ele? - Perguntou Jamie se referindo aos hematomas roxos no rosto de John.

– Ele estava consertando um carro que despencou em cima dele. - falou Dean mentindo. - Mas graças a Deus, não houve nada demais.

– Ainda bem, não é? - falou Melissa e sorriu.

[...]

Cerca de dez minutos depois, a família estava toda reunida na mesa. Sorriam e conversavam sobre várias coisas, principalmente sobre as coisas que acontecia no colégio. Melissa se atreveu a perguntar como Sam e Jamie haviam se conhecido e a menina contou, com detalhes, como o caçula a protegeu no colégio. Havia sido descriminada por dois jogadores de futebol por ter a mãe negra. Sam deu uma lição de moral e ainda ganhou a garota.
Dean devorou metade da torta de maça, com a desculpa de que nunca havia comido nada tão gostoso em toda a sua vida.

John concordou.

Para Dean, Melissa e John, foi um excelente jantar, mas para Sam, foi a coisa mais legal que aquela família havia feito por ele. A comida estava divina, graças a sua irmã e o pai estava na mesa com eles, graças ao Dean que foi apanhá-lo. Não podia ser melhor.

Aquele jantar realmente o marcou, ficou para sempre em sua memória. O único dia em que sua família esqueceu os esqueletos no armário e tiveram um momento maravilhoso juntos. Um momento que só os Winchester entenderiam.

Quando tudo terminou, Sam levou Jamie em casa e saiu feliz da vida quando a morena lhe deu um beijo demorado nos lábios. Um tempo depois, Sammy perdeu a virgindade. Não foi com Jamie, mas realmente foi tudo o que Dean havia dito.


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Notas finais do capítulo

É isso gente! Espero que gostem!
Um mega beijo!!