The Other Winchester escrita por Flávia Winchester, Ana


Capítulo 3
Everything Will Be Fine


Notas iniciais do capítulo

Passando rapidinho apenas para deixar mais esse capítulo para vocês, espero que gostem!

Título do capítulo: "Tudo ficará bem"
No Gif: Melissa aos 4 anos - Brittany Ashton Holmes



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/446187/chapter/3

Quatro anos – 17 de Dezembro de 1983

Kate estava abaixada na frente da banheira, dando banho em Melissa e esfregando-lhe as costas com uma bucha. A menina havia se juntado com Dean e com a filha de Kate, Meredith, e feito uma verdadeira pintura em tela no quintal da casa. Nem os patos e os duendes de jardim, escaparam dos pequenos.

Mike, a princípio, ficou completamente sem reação ao ver aquela cena, mas depois relaxou. Era a primeira vez que Dean e Melissa estavam se divertindo depois do que aconteceu com Mary.

Eles mal falavam com outras pessoas, apenas conversavam entre si, quando não havia ninguém olhando. Nem mesmo com o John eles estavam sendo os mesmos.

– Vamos passar um xampu nesse cabelo para tirar o restante da tinta. Ficar bem bonita e cheirosa porque seu pai vai levar vocês para conhecer uma pessoa. - A menina nada disse, apenas se virou e fez um bico. – Não está curiosa para saber quem é? – Mel balançou a cabeça negativamente, ainda não dizia nenhuma palavra. Na verdade não falava, porque ela e Dean haviam feito um pacto de silêncio. O único que poderia participar da conversa deles era o bebê Sammy, que só conseguia dizer “ba, ba”. – Vamos lá, Mel. Você era uma menina tão tagarela, não perca isso.

A menina abaixou a cabeça e Kate entendeu. Puxou ela para fora da banheira, enxugou-lhe o corpo e vestiu uma roupa. Assim que saiu do banheiro, Melissa correu até o quarto e se encolheu na cama, abraçada a boneca de pano que Mary havia lhe dado.

Sam brincava com alguns brinquedos no cercadinho improvisado que John havia feito e ela não tinha ideia de onde estava o seu pai e o Dean. Se sentiu tão sozinha naquele momento que começou a chorar baixinho, até pegar no sono. Acordou duas horas depois.

O menino loiro estava deitado ao lado dela e segurava uma de suas mãos. Ele sabia que Melissa não estava bem, ele sentia isso de alguma forma. Uma vez quando ela caiu do balanço e machucou o punho, Dean sentiu a dor.

John e Mary não sabiam como explicar aquilo, até porque Melissa não era filha verdadeira do casal. Então, que conexão era essa com o menino?

– Dean? – falou ela.

– Oi Mel. – respondeu ele.

– Eu sonhei com a mamãe.

– Eu também sonho com ela.

– Você se lembra do que aconteceu naquele dia?

– Eu só me lembro da fumaça e do papai gritando. Ele mandou eu acordar você e levar o Sammy para fora.

– Eu vi um homem lá dentro. – falou ela e apertou a boneca. Aquela lembrança fazia a criança ter calafrios.

– Quem?

– Eu não sei, mas ele parecia um passarinho.

– Um passarinho?

– É, com asas.

– Você contou para o papai?

– Não e você não vai contar. – falou ela se sentando. – Promete?

– Prometo. – respondeu o loirinho.

– Para onde o papai foi?

– Eu não sei. – respondeu ele. – Disse para eu ficar com você e com o Sammy. – ele olhou para o cercadinho e viu o bebê dormindo com a cabeça apoiada em uma almofada bem fina. – Ele vai voltar rápido. Não fica com medo.

– Eu não estou com medo. – falou ela e sorriu. Alguns segundos depois, John abriu a porta.

– Oi crianças. – falou ele e os dois olharam para o homem. – Venham, eu vou levar vocês para conhecer uma pessoa.

Os pequenos pularam da cama enquanto John pegava Sam no colo e o apoiava, tentando não acordá-lo, mas era impossível porque, ao mínimo ruído, ele acordava. Dean entregou o casaco cor de rosa para Melissa e vestiu o seu próprio, parecia mesmo um homenzinho.

Os três desceram rápidos pelas escadas, falaram um “até logo” para Kate, que fazia o jantar, e seguiram no impala até onde o pai os conduziu.

Chegaram a um lugar pequeno, porém aconchegante. Haviam quatro sofás pequenos na entrada e John fez com que os dois filhos maiores, se sentassem em um deles.

De dentro de uma saleta, saiu uma jovem mulher de pele negra, com um sorriso enorme no rosto. Pareceu mesmo que assim que os pequenos a viu, a alegria perdida quando Mary morreu, apareceu nem que fosse por um instante. Dean que estava fechado e distante, por um momento se levantou do sofá e correu até Missouri, lhe estendendo a mão para apertá-la.

– Olá rapazinho. – falou ela. – você é o Dean, não é?

– É. – falou ele sorrindo.

– Que aperto de mão forte. – falou ela. – aperto de mão de um guerreiro. – ela levantou as vistas para John que se aproximou com o filho mais novo. – O bebê Sammy. – John passou o menino para ela. Sam, sorrindo, esticou a mão e pegou no cabelo cacheado da mulher. – Tem muita coisa para acontecer com esse pequenino.

– Muita coisa? Como? – perguntou John.

– Coisas boas e ruins, mas ele vai passar por todos elas, ele é forte. – falou a mulher e passou o bebê para o colo de John, outra vez.

– E você deve ser a Melissa. – falou ela se aproximando.

– Mel. – falou a pequena estendendo a mão para Missouri que paralisou ao tocá-la.

– Essa é a sua filha, John? – falou ela virando para o homem.

– É minha filha. – ele respirou fundo. – Aquilo que eu lhe falei. – respondeu ele lembrando a Missouri, que havia lhe dito que tinha adotado a menina.

– É uma graça. – falou ela desconversando, havia sentido algo errado em Melissa. – É tão forte quanto os outros... “ou talvez mais”. – falou ela essa última parte, quase em um sussurro.

Seis anos – 24 de Janeiro de 1985

Dean, Melissa e Sammy dormiam naquele quarto de motel enquanto John não chegava. Ele havia saído assim que a noite caiu, para resolver uma caçada, e só entrou pela porta quando o sol raiou. Antes de vir, passou no mercado e comprou comida e ainda, passou em uma loja de brinquedos e comprou três, um para cada, mesmo sendo apenas o aniversário de Dean e Melissa.

Sam também merecia um. Na verdade, John sabia que o mais novo ficaria triste se não ganhasse alguma coisa.

Entrou sorrateiramente e se sentou na poltrona. Estava arrasado de tristeza, o que viu naquela caçada havia sido terrível demais, mesmo para o coração daquele caçador. Colocou a mão no rosto e começou a chorar.

O loirinho acordou com os soluços do pai e se sentou na cama. Observou o homem por um tempo e se levantou. Já era um rapaz de verdade agora, foi obrigado a crescer muito rápido.

Se aproximou do pai e colocou a mão no seu ombro. John levantou a cabeça assustado e olhou o filho.

– Vai ficar tudo bem, pai. – falou ele.

– Eu sei que vai, Dean. – falou ele e abraçou o menino.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem!
Beijinhos doces!