The Other Winchester escrita por Flávia Winchester, Ana


Capítulo 14
Pain


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde amores!!!
Estou passando rapidinho para atualizar a nossa fic...
Hoje o P.O.V. é de Sam e de Castiel... espero que gostem!

Título do Capítulo: "Dor"
No Gif: Sam Winchester no capítulo Piloto (Jared Padalecki)



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P.O.V. Sam Winchester – Continuação

Eu estava sentado, no banco do carona do impala, quando o Dean apareceu. Trazia uma sacola em uma das mãos e comia um barra de cereal com a outra.

– Café da manhã? – perguntou ele.

– Não, obrigado. – respondi seriamente. Usava o computador para pesquisar o local que o papai deixou no diário, com o nome do Dean.

– Anda, cara! Você está ficando só pele e osso. Precisa se alimentar.

– Eu estou bem, Dean. – respondi sério. – mas quem, provavelmente, não está nada bem é a Mel. Não podemos ficar aqui, parados, enquanto ela está em apuros.

– Calma, Lindinha. – falou meu irmão em referência ao que a Mel disse quando ainda éramos adolescentes. Eu era a Lindinha, das meninas superpoderosas, ela era a Florzinha e o Dean, já sabem, era a Docinho. – A Mel está bem. Eu não estaria calmo assim se ela não estivesse, pode apostar. – Olhei para meu irmão que me encarava seriamente.

– O que?

– Quer conversar? – perguntou ele dando a volta no Impala e se sentando no banco do motorista. Começando a comer todas aquelas coisas que havia comprado. Dean sempre foi um irmão excepcional. Não houve um só momento difícil de minha vida, que ele não estivesse lá para dar suporte, mas as vezes, queremos apenas ficar sozinhos, chorar nossas magoas e tristezas longe das vistas dos outros, mesmo sabendo que essas outras pessoas podem ajudar na cicatrização das feridas.

– Não, obrigada. Não se preocupe.

– Qual é cara? Anda, põe para fora. – continuou ele insistindo. Dando uma tapa em meu braço esquerdo.

– Eu não quero por nada para fora, Dean. – respondi seriamente, voltando para meu computador.

– Não precisa ficar toda nervosinha, vadia.

– Idiota. – respondi quase em um sussurro e o Dean arrastou o carro.

Para ser sincero, eu precisava mesmo conversar sobre o que aconteceu, naqueles dois dias que se passaram, mas não era com o Dean. Ele nunca entenderia o que é perder a mulher da sua vida, até porque o Dean nunca amou ninguém mais do que uma noite, ou talvez, duas noites.

Pensar que eu podia ter evitado tudo aquilo e ter salvado a Jess, me dava calafrios. Deveria ter acreditado em meus sonhos, confiado em meus instintos. Pensar nisso me deixava ainda mais culpado.

Eu vi que isso ia acontecer, exatamente como aconteceu. Sonhei há alguns meses atrás que eu chegava em casa, depois de um tempo longe da Jessica e chamava por ela. Seguia até o quarto e ouvia o som da água do chuveiro cair no chão e com aquilo, eu sentia paz. Me deitava na cama, tentando relaxar e esperando que minha namorada saísse do banheiro. Estava louco para abraça-la e beijá-la, dizer que eu não iria mais para lugar nenhum, não a deixaria sozinha nunca mais.

Até que senti pingos cair, do teto, em minha testa. Abri os olhos imediatamente, achando se tratar de alguma infiltração ou coisa do tipo, até que a vi. Minha garota estava presa ao teto, exatamente como a mamãe. O que caiu em minha testa foram pingos de sangue, que escorria de sua camisola.

Jessica me olhava assustada, como se quisesse pedir socorro, mas não conseguia dizer nem uma só palavra. Até que as chamas surgiram no nada e se alastraram rapidamente.

Acordei assustado, suando frio e com a respiração ofegante. Me virei rapidamente para olhar ao meu lado e Jess dormia sossegadamente. Pensei que fosse apenas um pesadelo qualquer, mas acabou se tornando tudo muito real. Isso era apavorante.

– Ei, tá ai ainda? – falou Dean dando um soco em meu braço.

– É, eu estou. – respondi acordando de meus devaneios.

– Já estamos quase chegando. – falou meu irmão e eu foquei na estrada. Observei a placa de identificação do quilometro e fiquei perplexo. Já estávamos em Pittsburgh, Pensilvânia. – Só mais três horas e chegaremos. – continuou Dean prestando atenção na pista, mas ao mesmo tempo, me olhando de soslaio. Fiquei sem conseguir entender como minha mente se desligou completamente. Da última vez em que eu procurei saber, ainda estávamos em Lincoln, Nebraska, quatorze horas atrás. Dean percebeu que eu estava meio perdido e tocou em meu ombro. O olhei rapidamente. – Você pegou no sono.

Assenti com a cabeça e ele sorriu. Seguiu até o rádio e colocou, pela enésima vez naquela viagem, a fita do Metallica para tocar.

[...]

P.O.V. Castiel

Eu permanecia sentado na poltrona enquanto Melissa terminava de arrumar a sua mala, retirar todas as fotos dos porta-retratos e queimar alguns papeis. Depois disso, sentou na soleira da porta do banheiro e começou a chorar. Eu não entendia o porquê.

– Do que você tem medo, Melissa? – perguntei me levantando da cadeira e sentando no chão, ao lado dela.

– Há um corpo em minha cama, minhas impressões digitais estão em toda partes, material genético em todo o canto. – Ela se virou e me encarou. – Eu vou ser acusada de assassinato sem nem ter chance de defesa. E sabe o que é pior? –perguntou ela e eu neguei. – Eu vou ter que conviver com a dor de ter perdido o homem que eu amava.

– Me responde uma pergunta, Melissa: Se você tivesse uma chance de esquecer isso, você gostaria?

– Esquecer que o Steve morreu? – perguntou ela com uma interrogação em sua face. Achava engraçado quando a Melissa me olhava assim.

– Não só isso, quero dizer, esquecer tudo. – respondi. – Todos os momentos com ele, tudo.

– O que está querendo propor, Cas?

– Eu posso fazer toda essa dor passar. Apagar todos os indícios que houve alguma coisa entre vocês. Todas as fotos, todas as impressões digitais, todo o material genético... Todas as memórias. Tanto suas quanto as de outras pessoas que, um dia, viram vocês dois juntos ou ouviram falar de vocês, como um casal. – Olhei para ela que me encarava espantada. – Eu posso fazer isso.

– Vai ficar um vazio, não vai? Aqui dentro? – ela apontou para a cabeça e eu respirei fundo.

– Eu posso fazer você lembrar-se de outra coisa qualquer.

– A dor vai passar?

– Vai.

– Faça. – respondeu ela e eu me levantei. Abaixei em frente a Melissa e toquei em sua testa. Uma luz forte emanou de mim e se estendeu por todos os lugares. Quando finalmente a luz se apagou, tudo havia ido embora: Desde fotos até as memórias.

Eu permiti que o corpo permanecesse no mesmo lugar, para que a policia o encontrasse e tomasse as devidas providências, mas nada levaria a crer que havia sido a Melissa. Na mente dela, coloquei a idéia de que ela estava em um caso que havia acabado de ser resolvido e que o Steve era a criatura. Deixei também a explicação por eu estar ali, disse que a criatura havia tentado matá-la e eu, como protetor, tive que aparecer para salvá-la. Não tinha como duvidar disso.

– Onde estão aqueles idiotas que não chegam? – perguntou ela para mim e eu sorri. Havia dado certo de tal modo, que a expressão de dor, que ela sentia, desapareceu imediatamente. – Eu estou com fome.

– Acabaram de chegar. – respondi e sentei novamente ao lado dela.

– Obrigada por salvar a minha vida, Cas. De novo.

– Por nada. – respondi e sorri. Olhei para a porta no momento exato em que Sam e Dean bateram. – Eu tenho que ir.

– Okay. – respondeu ela e sorriu. Fiquei invisível, não desapareci.

Melissa abriu a porta e abraçou seus irmãos. Dean estava preocupado com o corpo, até porque eu havia apagado a mente dele também, colocado no lugar a mesma idéia que eu coloquei em Melissa. Sam ajudou a irmã com a bolsa e os três saíram rapidamente do quarto. Tratei de, novamente, apagar todos os rastros deles. Eu tinha que manter a Melissa protegida e para isso, eu tinha que proteger os irmãos dela também.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos amores!!

Flávia e Karol!!!