- MINDY ACORDA, SUA MÃE NO TELEFONE - Gritou Cloe-minha tia.
- Ah! Que ótimo jeito de acordar- resmunguei ainda sonolenta enquanto esfregava os olhos - TA BOM TIA, JÁ ESTOU DESCENDO. - Gritei de resposta assim que encontrei minha voz.

Era raro minha mãe ligar, ela vive viajando a trabalho o que a deixa sem tempo para mais nada. Em um pulo sai da cama e fui para o banheiro. Me analisei uma vez no espelho e posso dizer que já estive melhor, eu parecia um lindo e amassado panda, devido a maquiagem que havia esquecido de tirar ontem a noite.
Lavei meu rosto, e analisei novamente reparando em cada traço e cada linha dele. Longos cílios que rodeavam olhos de um tom azul perolado, sobrancelhas desenhadas em um pequeno arco, nariz pequeno e fino, lábios delicados e a pele em tom pálido rosado que combina com o longo e liso cabelo ruivo escuro.
Escovei meus dentes e desci ainda com meu pijama, minha tia Cloe me esperava com o telefone na mão.

- Bom dia - falei pegando o telefone- obrigada tia.
- Bom dia criança - sussurrou de resposta.

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-Bom dia querida! - escutar a voz dela, tão cansada e rouca era a coisa mais dolorosa para mim- como está tudo por ai?
- Tudo ótimo! -menti, sentia falta dela fazia mais de dois meses que eu não a via- Quando volta? -perguntei animada.
-Não volto querida- como? por que ? - Vamos morar em Londres. - disse me fazendo entrar em estado de choque.
- Vamos? Como assim vamos? - perguntei
- Não consegui te contar, mas a tempos conheci o Paul, é uma longa história, gostaria de conta-la pessoalmente.- disse animada.- mas terá de vir morar conosco aqui em Londres.
- Mas...
- Sem mas Mindy, dessa vez não vai funcionar.
- Mãe... - eu não conseguia terminar uma frase sem que ela me interrompesse
- Mindy, querida já está decidido. Já falei com a Cloe, ela te levará para o aeroporto na quinta-feira.
- Está bem. - falei sem ânimo.
- Bom agora tenho que ir. Te amo querida. 8
- Tchau mãe! Eu te am....- antes mesmo que eu terminasse a frase ela já havia desligado.
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- Tia Cloe? -perguntei até ouvir um resmungo vindo da cozinha. - Sabia disso a quanto tempo?
- Desde ontem. - respondeu - sua mãe ligou de madrugada e me contou.
- Tudo?
- Sim -Afirmou
- Então me diz?- pedi
- O que quer saber?
- Tudo, com todos os detalhes.
- Bom, desde que seu pai morreu... - Meu pai havia morrido dois dias após ele e minha mãe se casarem, ele trabalhava para a policia militar e fora morto por bala perdida a quase 15 anos, o que basicamente é minha idade. Mas mesmo depois de todo esse tempo minha mãe sentia falta dele, cuidava de mim com ajuda da minha tia pois desde que eu era pequena ela tinha de viajar a trabalho o que dificultava ter um bebê de apenas um ano. - ... agora ela conheceu Paul, ela estava tão alegre em quanto falava que tinha conseguido superar a perda de seu pai, a tempos não a via tão feliz como está agora com esse noivado, me contou cada detalhe, disse que Paul tem dois filhos, Petter e Bryan que são meninos bonitos e legais. Ai minha irmã, como eu estava rezando para que isso acontecesse, estava rezando para vê-la feliz de novo.

Depois do discurso de quase uma hora da minha tia falando sobre a felicidade de minha mãe era impossível dizer a ela que não queria ir. Me sentiria a pior filha do mundo se fizesse isso, minha mãe querendo dividir sua felicidade comigo e eu pensando em recusar, quantos momento que viveríamos como uma família? Como eu diria não? Impossível então aceitei.
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- Mas Mindy por que quinta? - perguntou Leya - Está tão perto! Não quero que você vá! - Leya é minha melhor amiga, seria difícil deixa-la para trás, seria quase como arrancar um pedaço de mim.
- Já te disse, minha mãe quer que seja o quanto antes possível. - disse encarando Leya que agora estava a beira do choro.- Por favor não chore.
- Hoje já é segunda, você vai embora em três dias. - disse caindo em , eu colo chorando.
- Eu Ley, seja forte, vou te ligar todo dia, te contar todos os detalhes...
- Promete que vai ligar ?
- Prometo - disse sufocando o choro.
- Está ficando tarde acho bom irmos - disse Leya engolindo o choro.
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