(NaruHina)Diligit quod transcendit escrita por Mione St


Capítulo 2
Cap. 1 Noticias da morte


Notas iniciais do capítulo

Esse é apenas o primeiro capítulo, tentem não ser muito bravos comigo, ok?



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Uma jovem estava na sala de espera de um hospital, esperando impaciente. Estava sozinha. Todos os amigos já haviam ido embora, enquanto ela se recusava veentemente a ir embora. Ele não tinha mais ninguém. Apenas ela. E ela iria ficar ali para ser a primeira a receber notícias.
Caminhando de um lado para o outro, ela rezou em voz baixa. Pensava que tinha perdido a capacidade de rezar há muito tempo, mas naquele momento, se apegava à fé como única maneira de salvação.
Hinata: Deus, por favor, não leve ele... eu te imploro, não o leve...
Murmurava as palavras baixinho, enquanto andava pela sala de espera. Quando achou que a agonia a mataria, observou a médica que se aproximava, hesitante.
Médica: Sra. Uzumaki?
Hinata Uzumaki.. Esposa de Naruto Uzumaki já fazia um ano. Sim, aquela ela era.
Hinata: Sou eu. Como está o meu marido?
Médica: Sra. Uzumaki, acho melhor a senhora se sentar.
Péssimo começo, foi o que Hinata pensou, se sentando na cadeira. A médica se sentou ao lado dela.
Médica: Sra. Uzumaki, finalmente terminamos a operação do seu marido. Como a senhora sabe, no acidente que ele sofreu... bem, foi um acidente grave e...
Hinata dispensou as explicações com um aceno. Não queria saber detalhes do horrível acidente de carro. Queria apenas saber como estava Naruto, como ele ficaria assim que terminasse a operação, se ficariam sequelas...
Hinata: Como está meu marido? (repetiu, ansiosa)
A médica suspirou. Não adiantava minimizar o choque. Assumindo um ar professoral, ela falou:
Médica: Sabíamos que tínhamos poucas chances desde que o trouxeram para o hospital. Fizemos tudo o que podíamos mas... sinto muito Sra. Uzumaki, seu marido já não está entre nós.
A cena depois daquele triste momento fica nebulosa em minha cabeça. Me lembro de ter visto Hinata desmaiado, enquanto a médica chamava por ajuda, tentava amparar a mulher que caíra desconsolada em seus braços. Mas não é aqui que nossa história começa. Este foi apenas um prólogo. Necessário, porém dispensável.
Ressalto que sou apenas a observadora de tudo. Coisas que acontecerão aqui eu não vivenciei, apenas vi. Eu simplesmente sei. Por essa razão, parecerá estranho me ver narrando cenas nas quais não me encontro.. Sou personagem, sou a narradora, e sou parte desta história. E cabe a mim contá-la.
Talvez porque eu tenha sido implacável em um passado não muito distante, e posso contar esta história sem muita emoção.
Talvez...
–-

O enterro foi tradicional. Pessoas chorando, amigos lamentando, palavras de como Naruto era uma boa pessoa e que não merecia ter morrido. Eu estava alheia ao momento, abraçando Hinata, minha amiga de londa data. Observei Gaara Sabaku No, o melhor amigo de Naruto dar o último aDeus, depois Hinata se libertar do meu abraço e jogar as últimas flores em cima do caixão, antes de Naruto repousar eternamente no infinito. Hinata chorava, inconsolável, sendo amparada por Gaara, que ainda se encontrava próximo ao caixão. Atirando as flores, ela murmurou, em voz não muito alta:
Hinata: Descanse em paz, meu amor... descanse em paz...
Por fim, as camadas de terra começaram a serem jogadas em cima do caixão de marfim e por fim, Naruto descansava em paz.
Era isso o que pensávamos.
No mesmo jardim que nós, no cemitério, caminhando sem serem vistos, sem serem notados nem mesmo sentidos, dois vultos vestidos de negros assistiam ao enterro. Ao contrário de todos os demais e assim como eu, eles não choravam. Observavam tudo com extrema curiosidade.
Iruka: Está entendendo tudo agora, Naruto? Está entendendo por que decidiram que você ainda não pode descansar?
Naruto: Não. Ainda não entendo. Ela perdeu o marido e está sofrendo. Por que precisa da minha ajuda em particular?
Iruka: Deus sabe o que faz, Naruto. E essa moça precisará muito de você. Ela está passando por coisas terríveis... tentará fazer coisas terríveis... e Deus acredita que apenas você pode ajudá-la. Desde que o marido morreu, essa moça parou de sentir a presença dos anjos. Perdeu a fé. Deseja a morte mais do que qualquer outra coisa na vida... ela precisa de ajuda. E você é o único anjo que poderá ajudá-la.
Naruto: Mas... por que eu? Eu nem poderia ser anjo... eu era humano... não era?
Iruka: Você era... mas foi escolhido para ser um anjo e esqueceu de toda a sua vida terrena. É como se tivesse nascido um de nós... entende?
Naruto: Entendo... então... eu serei o anjo desta moça? A protegerei e a impedirei de fazer besteiras?
Iruka: Tentará, ao menos... entenda Naruto, os anjos não podem tudo. Não evitam tragédias nem fazem milagres. Eles são guias... mas os seres humanos possuem o livre arbítrio. Se esta mulher decidir morrer, ela irá morrer, mesmo tendo um exército ao redor dela. Mas Deus acha que você pode ajudá-la. E Ele sempre tem razão.
Naruto: Se Ele acha... não sou ninguém para discordar.
Naquele preciso momento, quando terminaram de enterrar o caixão com o corpo e todos começavam a se retirar, Hinata caiu de joelhos na terra recém removida e chorando com histeria, começou a gritar:
Hinata: Naruto! Naruto! Eu não vou te abandonar. Eu vou te seguir para onde você está. É uma promessa.
Naruto fitou a jovem chorando, descontrolada. Eu me ajoelhei do lado de Hinata. Murmurei para ela não dizer aquilo e a ergui. Gaara tentou consolá-la, enquanto eu me afastava de perto. Os dois adoravam Naruto. Que chorassem juntos.


Naruto: Naruto? O nome do marido que acabou de morrer é Naruto?
Iruka pareceu desconfortável.
Iruka: Acho que sim... ou talvez fosse um apelido carinhoso...
Naruto: Eu não me chamava Naruto quando era vivo?
Iruka: Até onde eu sei seu nome é Naruto. Naruto, entenda... não se apegue a sua vida terrena. Ela se foi e você precisa se conformar com isso. Desfrute da eternidade, ajude a esta moça a superar a sua perda e simplesmente.... descanse em paz. Não tente se lembrar... só sofrerá por não conseguir.
Naruto: Eu entendo. Farei o melhor que puder. Quando devo começar a proteger esta jovem?
Iruka: Agora mesmo. Ela começará sua caminhada neste exato momento. Você ouviu o que ela disse?
Naruto: Ouvi, mas não entendi.
Iruka: Ah, os novatos.... Naruto, ela está disposta a seguir o marido falecido para onde ele está. Entende isso? Ela pretende seguí-lo. Contra vontade de Deus.
Naruto: Você está querendo dizer... que esta jovem pretende...
Iruka: Sim, Naruto. Ela pretende se matar.

E não muito tempo depois, quando foi deixada em casa pelos amigos, com votos de pêsames e de melhoras, Hinata Hyuuga realmente tencionava se matar.
Ela havia pensado em tudo. Iria enterrar o marido e depois seguiria os passos dele. Sendo uma católica praticante, sabia qual era os destinos dos suicidas. Os suicidas, de acordo com a Bíblia, vão para o Inferno, pois se recusam a respeitar a vontade divina e decidem por si mesmos quando a vida deve terminar.
Mas ela havia deixado de se importar. Deus não havia levado Naruto? Não havia lhe tirado a única coisa que amava? Não havia tirado também o seu filho, que ela perdera no momento em que a médica havia lhe contado a notícia, ao desmaiar? Ela havia perdido tudo. Era isso o que ela dizia para si mesma, enquanto se deitava na imensa cama no quarto e pegava uma arma calibre 38 que Naruto guardava dentro do armário, para se proteger de possíveis assaltos.
Para ela, o Inferno seria até reconfortante, do que continuar vivendo aquela vida miserável. A queda fora grande e ela não conseguia se reerguer. Nem mesmo Hinata tinha ciência da sua força. Ela descobriria sobre ela muito tempo depois.
Enquanto se deitava, afastando os cabelos do lado esquerdo da testa, onde pretendia mirar o cano, Hinata estremeceu. Eles eram tão jovens... se perguntava por que tudo iria terminar daquele jeito. Com um sorriso suave, pensou que tinha de ser assim. Sabia que era uma desculpa, mas ao mesmo tempo, não conseguia pensar que as coisas iam terminar daquele jeito por sua culpa.
Conforme Iruka lhe ordenara, Naruto estava no quarto, observando aquela jovem linda e com um futuro imenso pela frente terminar com a sua vida daquela maneira. Os humanos eram fracos... não tinha dúvidas daquilo e se perguntou por que deveria interferir se Deus concedia a todos o livre arbítrio. Mas a pergunta morreu para si mesmo. Ele era um anjo. Não devia questionar as ordens que recebia. Enquanto Hinata colocava balas na arma, as lágrimas escorrendo, ele pôde ler o bilhete de despedida que ela havia deixado:

Desculpem a minha fraqueza. Mas eu não posso viver sem ele.


Ele observou ela pegar a arma com a mão esquerda, a aliança dourada refulgindo em um dos dedos. Viu ela apontar a arma para a têmpora esquerda e fechar os olhos.
Suavemente, ele segurou os dedos dela. Ela não se moveu. Tremia de maneira incontrolável, enquanto Naruto apertava suavemente sua mão. Ela chorou com mais força.
Hinata: Não... eu quero seguir ele. Não posso continuar vivendo assim. Naruto, meu amor, me deixe seguir você... por favor...
O anjo ficou tocado ao ouvir aquelas palavras. Aquela jovem amara demais aquele marido, fosse ele quem fosse. Mas ela não podia desistir da vida assim. Ela tinha que lutar.
Naruto: Acha mesmo que ele queria que você o seguisse? Acha mesmo que ele não gostaria que você continuasse lutando? Não desista Hinata.
Ela continuava chorando, sem ver nem ouvindo, apenas sentindo.
Naruto: Fui enviado para proteger você... me deixe protegê-la... me deixe cuidar de você...
Naquele momento, foi quase como se ela estivesse escutando. Ela se ergueu da cama e se afastou dele, a arma ainda na mão. Furiosa, ela se encarou no espelho, os olhos tristes, a amargura no rosto, a infelicidade nos lábios.
Hinata: Não! Ninguém vai me salvar nem me ajudar. Eu não quero isso. Eu quero o Naruto.
E sem dizer mais nada, ela apontou novamente contra sua têmpora esquerda. Fechou os olhos e murmurou uma última vez.
Hinata: Naruto... meu amor... eu te amo. Não tem sentido viver sem você.
E com um último lamento, ela apertou o gatilho, o som do disparo quebrando o silêncio completo na casa.


Eu andava de um lado para o outro, na sala de espera de um hospital. Peguei um cigarro e comecei a fumá-lo, desesperadamente. Estava irritada. Naruto recém havia morrido e agora Hinata fazia isso. Que ótimo, mais uma e eu iria enfartar. Um enfermeiro se aproximou de mim, cautelosamente. Acho que eu com meu olhar poderia matar alguém. Ele se aproximou, hesitante.
Enfermeiro: A senhora é a amiga da paciente Hinata Hyuuga?
Ino: Exatamente. Como ela está?
Enfermeiro: Vai sobreviver, de acordo com os médicos. O tiro passou reto e não pegou nenhum ponto vital. Aconteceu o que as pessoas chamam de milagre.
Ino: Não acredito em milagres, acredito que ela foi idiota e conseguiu se salvar. Mas bem não ficará nenhuma sequela?
Enfermeiro: Não. Se ela tiver algum parente que queira visitá-la...
Ino: Se ela tivesse algum parente aqui eles estariam ao meu lado, e vc já teria visto mãe, pai, irmão, primos. A família dela mora muito longe e estão esperando notícias por telefone. Acho que eu terei que vê-la para ver como está e transmitir notícias.
Enfermeiro: Certo. Mas ela está frágil e precisa ser tratada com cuidado.
Ino: Cuidado é o meu sobrenome.. Bem, pode me levar até ela?
–--

Ino: Hinata, sua louca, sua retardada, você tem ciência do que fez?
Hinata: Ino... (ela disse isso num sussurro) Pode falar mais baixo? Minha cabeça está doendo.
Ino: Sua cabeça devia ter explodido, sua débil. O que queria com isso? Provar alguma coisa para si mesma? Fazer roleta russa? Gritar "vejam a minha infelicidade"? Francamente...
Hinata: Eu queria morrer. Não lhe parece óbvio?
Ino: Vc acha que eu devo levar alguém que tentou se matar a sério?
Hinata: Não. Você poderia ao menos compreender.
Ino: Não pense que vou lhe dizer que sinto muito e chorar com você pela burrada que você acabou de cometer. Você precisa de uma amiga e estou sendo uma.. Se quer chorar e ouvir o que deseja ouvir, chame qualquer outra pessoa, não a mim. Acredite Hinata, você precisa de lucidez, não compreensão.
Hinata: Aposto que vc será a pessoa que me oferecerá isso. (ela fechou os olhos) Sobrevivi, grande merda e nada me impede de tentar novamente.
Ino: Atitude típica de perdedora. Naruto morreu Hinata. Morreu. Você tem que aceitar isso e seguir sua vida. Pode sofrer por ele, pode chorar por ele, pode se descabelar por ele se quiser. Mas terá que enfrentar a dor algum dia. Vou lhe dizer o que fazer. Assim que você sair desse hospital, irá se consultar com um médico. E não quero ouvir discussão.
Hinata: Ótimo, se isso fizer você feliz. Marque uma consulta com Gaara e eu irei, sem problemas.
Ino: Gaara Sabaku No? Você pode estar brincando. Se eu conheço ele, vocês dois vão passar a sessão chorando a morte do Naruto, abraçados e emocionados, se lembrando de como ele era um cara legal e como a vida é injusta. Não querida. Você vai marcar uma consulta com um médico decente que irá ajudá-la.
Hinata: Você não manda em mim Ino. Sou maior de idade e bem grandinha.
Ino: E é uma inconsequente. Não faça isso Hinata, e eu juro que irei interditá-la judicialmente. Não posso fazer isso, mas posso convencer seus parentes a fazê-lo. O que prefere?
Hinata: Eu preferia ter atirado em você ao invés de mim mesma. Pode apostar nisso.
Ino: Não, você não preferiria. (sorri indulgentemente) Sabe que eu tenho razão. Hinata, estou fazendo isso porque não posso aceitar que destrua sua vida. Eu não era amiga de seu marido, era apenas sua amiga, mas isso não quer dizer que não lamentei a morte dele. Apenas superei mais rápido. Você precisa fazer isso. Por favor, Hinata. (apertei a mão dela com força) Marque uma consulta com um psiquiatra, e quando digo psiquiatra, falo de um decente e não de um boca aberta como Gaara.
Hinata nada me disse. Apenas sorriu para a porta. Me voltei e encarei ninguém mais ninguém menos do que Gaara Sabaku No, me fitando com hostilidade..


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Notas finais do capítulo

Beijão!



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