Apenas confie escrita por Tyuxui


Capítulo 5
Capítulo 4 - Magoada


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.
Dessa vez demorei bastante, né? Mas o que importa é que não abandonei a fanfic. Esse capítulo foi meio difícil de preparar, fiquei pensando em como descrever algumas cenas, e no fim acabei esquecendo de elaborar uma perguntinha pro final. Então, nesse capítulo não terá pergunta.



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Magoado: adj. 1. Ferido, machucado. 2. Melindrado.

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– 1 semana depois –

– O que você quer aqui depois de tanto tempo, Inuzuka? – Perguntava a voz grave do homem moreno.

– Vim tentar uma segunda chance...

– Chance?

Ele riu. Espremeu o cigarro no cinzeiro e logo levou outro a boca, ascendendo-o.

– Por que acha que eu faria isso? Você desistiu de tudo depois que sua namorada, praticamente rica, faleceu. – Suspirou ao lembrar do acidente e como aquilo tinha abalado o outro – Me diga, por que quer voltar agora?

– Desde aquele dia vivo trocando de empregos, mas agora quero mesmo voltar. – Disse, seguro de suas palavras.

O homem o olhou atentamente. Não via nenhum rastro de desespero por dinheiro ou o que quer que fosse, sabia que ele estava ali por algum motivo e em alguma hora lhe contaria, por momento, decidiu aceitar o pedido.

– Inuzuka, vou lhe dar o que está pedindo, e isso só porque você foi um dos melhores que já treinei aqui nesta academia. – Ele tirou o cigarro da boca e assoprou a fumaça – Não me decepcione.

– Muito obrigado Sr. Sarutobi.

[...]

– Então você conseguiu?

– Sim. – Disse, parecendo animado.

– E o que pretende fazer agora, Kiba?

– Prometi que te ajudaria, Hinata.

– Não me lembro disso – riu baixo – Que tal começar arrumando as quinas das mesas?

– Vou lhe ajudar no que for preciso. – Disse por fim.

Ela sorriu para ele, depois deu uma mordida em seu Maru Maru Banana*. Kiba sorriu de volta aproveitando para encarar a face esbelta dela naquela manhã. O dia estava calmo e ensolarado, nada muito exagerado, o ar estava limpo e suave e o ambiente divertido.

Estavam em uma praça, perto de onde ela morava.

– Por que não me contou?

– Hã? – Ela fez, voltando sua atenção para ele.

– Sobre as córneas... Podia ter me dito que tinha uma cura.

– Isso não era importante. – Riu sem graça.

– Hinata, sabe que posso ajudar. – Insistiu.

– Córneas vindas de um doador são caras, Kiba. – Teimou.

– Vou participar do campeonato. Terei dinheiro suficiente. – Ele examinou a menina sentada ao seu lado no banco de madeira escura da praça, perguntando-se o que ela poderia estar pensando.

– Então, você vai lutar? – Perguntou, impressionada.

– Sim. – Confirmou.

O silêncio veio - um silêncio furioso da parte dela - junto de uma brisa agitada que bagunçou os cabelos da Hyuuga, assim como também os galhos e folhas das árvores ali presentes. Ela não disse mais nada, ele também se calou. Ficaram assim por um tempo, apenas imaginando o pensamento do outro, nada muito estranho. Seu olhar era fixo no horizonte, a boca estava entreaberta. Convidativa. Kiba se perdeu por alguns segundos naqueles lábios finos tão chamativos e tudo que lhe passava pela mente era descobrir qual deveria ser o gosto daquela boca tão perfeita. Antes que pudesse falar ou fazer alguma coisa, fora interrompido por ela.

– Já namorou, Kiba? – Perguntou inocentemente.

Ele ficou surpreso com aquela pergunta repentina, mas respondeu logo em seguida.

– Sim – Murmurou – Há muito tempo...

– Como ela era?

Esbelta, carinhosa e acima de tudo, esnobe. – Abaixou o olhar ao lembrar das atitudes, muitas vezes, ridículas da namorada - Era uma mulher rica e atriz.

– Atriz é? Sempre gostei de atrizes, acho tão bonito. – Seu sorriso alargou-se. – Como era seu nome?

Tsuki Nadeshiko.

– Bonito nome. – Disse – O que aconteceu entre vocês?

– Nós brigamos e... – Ele pareceu hesitar – Ela morreu num acidente.

– Eu sinto muito... – Sua voz saiu baixa – Desculpe por fazer essas perguntas. Acho melhor eu ir. – Ela já ia se levantando de seu acento, até ser impedida rapidamente por uma mão forte que a segurou na mão pálida.

– Eu não me importo. – Ele revirou os olhos, tentando dar a ela algum tipo de conforto para que sinta livre para perguntar o que quisesse.

Ela voltou a se sentar.

– Sabe, - Começou – eu já me apaixonei uma vez e, fui temporariamente traída. – A voz rouca era perceptível por ele – Eu realmente nunca soube que fui amada de verdade, mas eu era terrivelmente apaixonada por ele. Passei quase metade da minha adolescência amando um cara que nem se quer me olhava e quando fui me dar conta disso, já era tarde.

O que aconteceu entre vocês? – Ele repetiu a mesma pergunta que ouvira anteriormente.

–XxX-

A noite estava apenas iluminada pela lua cheia, não havia nuvens, nem estrelas, só o céu escuro e quieto. Devia fazer uns vinte e seis graus celsius, o que não impedia de a festa – que ocorria num buteco grande – ser bombástica. O ambiente da pista de dança era pouco iluminado e tinha luzes coloridas para todos os cantos, o ar estava repleto de fumaça vinda de algum tipo de aparelho, que se misturava com o fedor de tabaco. Mais ao fundo do salão, num corredor estreito, sujo e com cheiro de urina, se encontrava a pequena Hyuuga acompanhada da melhor amiga e irmão gêmea do recém namorado. Hinata não queria estar ali e só aceitara ir por pedido da amiga que, dizia estar atrás de um outro cara.

– Vamos, Hina, eu não vou demorar. – Dizia a menina. Os olhos azuis fortes se estreitaram um pouco e logo uma de suas mãos veio a tampar o nariz junto da boca – Caramba, que cheiro horrível!

– Eu quero ir embora, Naruko. – Ela parecia aflita – Não gosto desses lugares.

– Eu sei, mas não posso ir embora até encontrar Sasuke. Aquele maldito deve estar enfiado em algum lugar por aqui.

No corredor onde estavam haviam várias portas de quartos para se passar “noitadas”, e em outros cantos do chão, homens já podres de cachaça jogados com a garrafa já quase no fim ainda em mãos. Andaram por mais alguns metros, passando por um quarto cujo a porta fora arrancada. Dele se ouviam gemidos altos e agudos, o que se tornava irritante aos ouvidos. Ambas passaram reto, mas Hinata fez questão de dar um passo para trás e recuar para encarar a cena.

O namorado estava na cama com sua vizinha.

Sua reação de horror foi o suficiente para deixa-la em choque perante a porta. Naruko olhou para trás, só agora notando que a outra parara de andar. Ao se deparar com o irmão em um ato de safadeza com aquela piranha, não pode conter-se.

– NARUTO!

Com o susto ele rapidamente parou com o que estava fazendo e pulou da cama – depois de dizer o nome da irmã no momento de susto – em busca de suas roupas. Hinata se mantinha intacta. Ele conseguiu pelo menos vestir a calça jeans e logo se colocou frente a mais baixa.

– Seu canalha! – Sua ação foi rápida, o que deixou uma grande mancha rosada na bochecha esquerda do loiro. – Como você pode ser tão filho da puta assim?

– Eu apenas sou. – Seu sorriso de resposta era irônico.

Os olhos dela mudaram um pouco de foco, olhando por sobre o ombro do Uzumaki e se estreitando. Haruno Sakura estava na cama coberta com o lençol imundo. O sorriso sínico estampado no rosto. Os olhos dele voltaram-se agora para Hinata que, o encarava com tamanho nojo.

– Por que a trouxe aqui? – Ele quis saber.

– Nós viemos procurar o idiota do Sasuke, e olha quem eu encontro. – Dizia com desdém, a raiva lhe tomava conta – Você é inacreditável mesmo, como pode fazer isso com Hinata?!

– Isso o quê? – Perguntou sínico.

– Traí-la assim, e com a vadia da Sakura ainda?!

– Eu sempre a traí.

Naruko ficou apavorada.

Além do choque, ouve dor. Hinata se agüentou ao máximo para segurar as lágrimas teimosas, mas foi em vão.

– Eu nunca gostei de verdade de você, Hyuuga. – Agora ele a olhava seco – Você só me serviu de isca para me aproximar de Sakura, e claro, para me satisfazer nas horas vagas, até porque você é bem gostosa. – Ele examinou o corpo dela rápido, passando pela blusa fina branca colada à cintura, o que dava uma realçada aos seios fartos, e descendo pelo jeans escuro colado às coxas.

Hinata ainda estava quieta, era como se tivesse entrado em coma ali mesmo, de pé. Naruko já cansada daquele lugar e das bobagens do irmão, se virou e marchou na direção da saída pelos fundos, arrastando a amiga consigo. Naruto encarou as duas dobrarem o corredor: a loira irada e pisando forte, enquanto a morena andava desajeitada. Ele não parecia arrependido, então as ignorou.

– Vai ficar parado aí? – Perguntou a voz feminina atrás de si.

Ele suspirou. Voltou para a cama e a agarrou novamente como se nada tivesse acontecido.

– Então, onde estávamos?

[...]

Depois daquele dia, Hinata nunca mais voltou a ver Naruto de novo, e só depois de uma semana e meia ficou sabendo por meio de e-mail enviado pela amiga, Naruko, que ele havia se mudado com Sakura para outro lugar. Ela não tinha muitas informações sobre o irmão, mas sabia que estava metido com drogas também e roubos a mão armada. Ao fim, ela escreve que vai cursar faculdade em outro país e se despede com um adeus bem demorado, cheio de palavras bonitas e coisas que as faziam relembrarem os ótimos momentos juntas. Antes que pudesse fechar o e-mail, encontrou bem lá no final um “P.S.”, onde ela demonstrava tanta alegria por conseguir fisgar Sasuke.

Para a Hyuuga, a felicidade da amiga era algo de estrema importância, e por um lado se odiava muito por não conseguir ter essa chance. Devia ter escutado o primo que, estava certo o tempo todo sobre as loucuras de Naruto. A irmã não se intrometia, mas se preocupava, já o primo era super-protetor.

Tonta e desorientada, ela desviou os olhos da tela brilhosa e, obviamente, a única iluminação do quarto – e olhou o céu obscuro pela janela, deixando as lágrimas salgadas escorrerem numa linha grossa por sua pele branca.

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*Maru Maru Banana: Pão doce recheado com banana e chocolate cremoso. Muitas vezes, pode ser chamado de "Sanduíche".


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Reviews sim? O próximo já está a caminho e finalmente revelará o acidente completo. Até lá, amores.