Sam estava com a cabeça enterrada em livros, papéis e no notebook. As pesquisas não paravam um minuto. Queria achar qualquer coisa que poderia ajudá-los.

Enquanto o mais alto se esforçava ao máximo, Dean explorava o bunker em busca de algo que pudesse tirá-lo do tédio.

— Sam!

— O quê? — Sam disse sem se incomodar em levantar a cabeça.

— Eu acho que vou sair e dar uma volta. — disse fazendo biquinho com um pouco de medo da reação do irmão.

— Nenhuma novidade. — Sam sorriu erguendo a cabeça — Até que você resistiu por bastante tempo.

Dean fez um barulho demonstrando seu desdém pela fala de Sam. Pegou as chaves do carro e partiu.

O mais velho dos Winchesters não aguentava mais tanta pesquisa. Isso o tirava do sério e em uma hora como aquelas precisava relaxar. Por isso foi fazer o que mais gostava. Dar uma volta no Impala em busca de uma bela torta.

Existia, não muito longe dali, uma pequena lanchonete. Nada exagerada, porém aconchegante. Estacionou o carro e foi em direção ao estabelecimento.

Dean seguiu até o balcão. Sentou-se em um dos banquinhos e não pensou duas vezes antes de dar em cima da garçonete.

— O que deseja? — a ruiva de olhos claros perguntou com um belo sorriso nos lábios.

— Uma torta de maçã, e quem sabe, você? — Dean estava com um sorriso malicioso no rosto.

— A torta eu posso garantir. — a garçonete sorriu e se retirou.

Dean parou para pensar no que tinha acabado de fazer. Foi a pior cantada que ele já deu na vida. Balanço a cabeça e sorriu. Ajeitou-se na cadeira e tentou esquecer o que tinha se passado. Colocou as mãos no balcão e já estava se perdendo em seus pensamentos quando percebeu que uma garota se aproximava. Ela tinha uma das mãos no bolso do casaco e com a outra fez um sinal para a garçonete.

— Qual o hotel mais próximo? — perguntou Sandy.

— O hotel Chic Glamour. Fica a uns 15 minutos daqui.

— Obrigada.

Sandy já se virava para partir quando o homem do seu lado resolveu puxar assunto.

— Uma garota da sua idade não devia ficar sozinha em um hotel. — disse Dean sem levantar a cabeça.

— Um homem da sua idade não devia falar uma coisa dessas para uma garotinha. — Dean encarou a menina pela primeira vez — É inapropriado.

Dean sorriu. Gostou daquela singela menina que esbanjava confiança. Por um momento ela o fez lembrar-se de si mesmo quando tinha a mesma idade.

— Eu sou Dean. — estendeu a mão. Não viu ali nenhum risco em dizer a verdade.

A garota o encarava sem dizer uma palavra, nem mesmo estender a mão de volta.

— Ela é Sandy. — a menor surgiu do seu lado — E eu sou Rebbie. É um prazer conhecê-lo.

— Rebbie. — A mais velha repreendeu irmã, por causa da sua ingenuidade.

— Está tudo bem. Não sou perigoso. — Dean brincou.

— É o que toda pessoa perigosa diz. — Sandy pegou a mão da irmã e começou a sair do local em passos firmes e ligeiros.

Dean se levantou e foi atrás das meninas. A garçonete o gritou por causa da torta, mas ele a ignorou.

Ao alcançá-las, Dean tocou no ombro esquerdo da maior, fazendo esta se virar de uma vez e dar um belo soco em seu estômago. Dean se ajoelhou de dor. As pessoas em volta se afastavam ou ficavam paradas observando, enquanto os três estavam no meio do tumulto.

Sandy agarrou o colarinho do loiro e sussurrou, demonstrando raiva em sua voz.

— Quem é você e o que quer de nós?

— Nada, eu só queria ajudar. — Dean tinha dificuldade para falar por cauda da dor.

— Vou perguntar só mais uma vez. — Sandy apertava as mãos cada vez mais — Quem é você?

— Eu já disse. Eu sou Dean. Eu só pensei que você gostaria da minha ajuda.

Sandy o soltou. Rebbie estava ao seu lado e um pouco assustada, mas tentava manter calma. A mais velha olhou nos olhos daquele homem ajoelhado bem a sua frente.

— Dean? Dean Winchester?

— Isso!

Continua...