Sam acompanha Morte até o seu Cadillac branco. Por um breve momento, pensou que seria sequestrado e que ele iria lhe matar num lugar deserto onde ninguém poderia acha-lo. Mas esse pensamento se desviou, quando Morte se aproximou de um casebre no fim de uma rua de terra, coberta por homens - aparentemente normais - em volta da casa. Então tinha certeza de que iria morrer esquartejado.

–São seus amigos? – Sam franze a testa, analisando os armários andantes que o encaravam.

–Mais ou menos. São meus “serviçais”. – Diz ele num modo elegante – Venha, eles não vão te machucar se não fizer movimentos... Bruscos.

–Como fugir? Ah, eu nem tinha pensado nisso. – Sam ironiza e sai do carro, assim como Morte.

Os dois passam pelos homens que abrem caminho, e então adentram ao casebre, que por sinal parecia mais um laboratório. Uma sala enorme coberta por estantes de alumínio com tubos de ensaio de diversos tamanhos sobre elas. Uma mesa branca com algumas manchas – que Sam deduz ser sangue – e alguns aparelhos como microscópios, lentes, espátulas, bisturis,... O que arrepiava Sam ainda mais. Os dois estavam a sós lá dentro e um toque de Morte, seria fatal. Não sabia distinguir do que teria mais receio no momento. Enquanto anda pela sala, bate o olho num porta retrato quebrado, mas com a foto ainda intacta de John Gilbert.

–Você... Por acaso, assim, só por dúvida... Conhecia Jonathan Gilbert? – Sam o olha.

–Sim, ele era um ótimo homem. E um parceiro inigualável... É por isso que eu te trouxe aqui, e é por isso que eu vou te mostrar o meu experimento. Já ouviu falar no vírus Sanguinem tinea? – Morte levanta um frasco com um líquido verde.

–Hum... Não me parece familiar...

–É sangue de larva. Misturado com algumas coisinhas a mais... Mas é fatal para qualquer força sobrenatural. Por exemplo, vampiros.

–E por que está me dizendo isso? Não sou um vampiro, mas...

–Eu quero que você injete isso em Damon Salvatore e Elena Gilbert.

Sam sente o corpo petrificar.

**

Katherine e Damon chegam juntos à casa dos Salvatore, rindo sobre a refeição recentemente feita, zombando das expressões faciais da jovem moça que agora jaz morta. Fecham a porta e dão de cara com Elena fazendo agachamentos e Stefan pendurado no teto fazendo seus abdominais, os dois, em silêncio. Katherine para de andar e analisa a boa forma de Stefan.

–Estão se aquecendo para mais tarde? Elena, te aconselho a fazer yoga, deixa a mulher mais flexível. – Katherine dá uma piscada sarcástica para Elena, que agora está com as mãos na cintura, indignada.

–Mas então, o que está acontecendo aqui? Comeram doces demais? Eu reparei que você ganhou uns quilos Elena, mas não quis comentar. - Damon diz em deboche.

–Reparou quando? – Katherine cruza os braços, estreitando os olhos para Damon.

–Não vem com ciuminho, senhorita Pierce. – Damon vai até a sua garrafa de uísque e serve-se em um copo raso.

–Olha quem resolveu aparecer! – Alaric aparece na sala com a blusa soada – Estava ligando para o coveiro já.

–Adoro seu lado otimista, Ric. – Damon sorri e analisa o mesmo – Então... Resolveu fazer exercícios físicos também ou por acaso tomou banho e esqueceu da roupa?

–Estava dando uma corrida por aí, claro. Não fui ao bar ficar bêbado e transar com uma garota desconhecida como você está pensando.

–Qual era o nome dela?

–Michele. – Alaric revira os olhos – Não deixa de ser uma atividade física!

–Pois então... - Stefan para com os exercícios e relaxa, com a respiração ofegante e corta o assunto – Nós estamos nos preparando para o caso de ocorrer algo mais tarde...

–Como sexo? – Katherine ergue as sobrancelhas.

–Não. – Elena a encara – Como o encontro dos Cavalheiros fechando o portal de Lúcifer hoje à noite. – Elena vai até o sofá e se joga.

–Isso vai ser essa noite? E de onde vocês têm tanta certeza? – Damon vira seu copo de uísque e enche mais, servindo Ric, que lhe acompanha na bebida com um brinde de copos.

–Sam nos ligou há uma hora e nos contou que conseguiu reunir todos. – Stefan passa um pano branco em seu rosto para secar o suor.

–Interessante – Katherine tira o copo de Damon da sua mão e vira, devolvendo-o. Recebendo uma encarada profunda do mesmo.

–E tem mais... – Elena diz – Sam disse que tem uma surpresa para mim, e para você, Damon.

–Uma surpresa? Vindo de Sam? Dispenso.

–Ele disse que temos que aceitar. Caso contrário, o Apocalipse continuará.

–Por que será que isso não está me cheirando bem? – Katherine franze a testa e todos se entreolham.

**

Sam não demora a chegar na casa com algumas sacolas em mãos. Dean havia chego um pouco antes com Ana do hospital. Anunciando que eles tem uma surpresa pela frente. Todos estavam reunidos na sala, sentados nos sofás e prestando atenção no que Dean e Ana falavam. Até que:

–... Porque Ana havia passado mal, por isso a levei no médico e...

–E...? – Elena pergunta, empolgada.

–Ana está grávida. – Os dois abrem um sorriso enorme.

O pessoal os parabeniza, e Damon consegue quebrar o clima.

–Sabem quem é o pai? – Damon olha diretamente para Ana.

–Sim, sou eu. - Dean diz com firmeza.

–Dessa vez eu tenho certeza, Damon! – Ana o encara e percebe que deixou escapar demais, então fecha os olhos arrependendo-se.

–“Dessa vez”? – Dean a olha surpreso.

Stefan e Alaric esfregam a mão na testa, decepcionados com o rumo da conversa, enquanto Elena e Katherine ouvem a conversa, espantadas.

–É passado Dean... É que... Eu... – Ana gagueja.

–Ana, o que você fez?! – Dean está sobressaltado. - Eu não era o pai da criança?! Por que não me contou?! Quem era o pai?!

–Eu... – Ana começa a chorar – Eu pensei que antes o filho era do... Damon.

Stefan e Alaric erguem a cabeça, agora interessados.

–Mas vampiros não procriam... – Damon cruza os braços, autoritariamente – Mesmo que adoramos tentar. – Então finaliza com um sorriso malicioso.

–Vocês... – Dean fica boquiaberto, e encara Damon, cerrando os punhos. – Seu filho da puta!

Dean avança em Damon com a força carregada nos punhos, mas Damon com seu reflexo segura os braços de Dean, prende-o contra a parede e torce sua pele, fazendo-o gritar e chutar Damon com força. Stefan e Alaric puxam-no e Dean esfrega seus punhos. Ana chega para ampará-lo, mas ele a empurra com agressividade.

–Sai sua vagabunda! Você me traiu! ME TRAIU COM ELE! – Dean trinca os dentes e sai da casa batendo a porta.

–Obrigada, Damon. Você realmente é um monstro! – Ana diz no meio da represa de água que saía de seus olhos castanhos, enquanto corria escadas acima.

–Uau. – Katherine fica impressionada com o acontecimento. – Você pegou a garota do Dean... Surpreendente. Damon passando o rodo...