Rachel aprende como abrir uma garrafa... Ou não

– Sim? – sorri
– É... Eu desisto. Você venceu, France. Parabéns – Lia suspirou e arrancou as parreiras que a prendiam.
– Que? Ela tá falando sério? Você está desistindo da missão? - perguntei confusa
– Sim. Você é destinada a isso. Você tem que unir os dois acampamentos... – ela sorriu derrotada. É SÉRIO ISSO PRODUÇÃO?
– Mas...
– Não, Candice. Se você não me quer na missão... Eu não posso ir. Você que manda nisso... – ela disse
– Isso é pegadinha? – perguntei – Cadê as câmeras?

[ silêncio constrangedor ativado ]

– Porque tá fazendo isso? – perguntei olhando pra Lia
– Por que... é preciso
– Eu não tô entendendo mais nada. – Disse Daniel
– Ninguém se importa com você. Quem tem que entender aqui sou eu. – bufei

– O que estou querendo dizer – explicou Lia – é que você quem manda nessa missão. E se não me quer nela, eu não vou. Mas se me quiser...
– Na verdade, quem manda na missão é a profecia... – Sr D. corrigiu e eu lancei um olhar mortal a ele.
– Falando em profecia... – Daniel lembrou
– Ah sim... Eu ainda não ouvi a profecia que fode com a minha vida. – sorri ironicamente para Quíron e Sr D. – Onde ela está?
– Ora... Com o oráculo, é claro. – Quíron disse como se fosse a coisa mais óbvia do universo.
– E onde está Rachel? Porque não está aqui? – Daniel fez a pergunta que eu gostaria de fazer.
– Por que... Ela tem coisas mais importantes para fazer. – Sr D. deu de ombros
– AH É? EU TAMBÉM TENHO, E MUITAS. MAS NÃO ESTOU FAZENDO ELAS, EU ESTOU AQUI COM DOIS VELHOS LOUCOS, UMA GALINHA DE MACUMBA, E... O DANIEL! E dani, eu só não te zoei nesse momento, porque a vida já fez isso por mim. – Falei irritada/irônica
– Ei! – Lia disse. Aparentemente, ela não gostava de ser chamada de “ Galinha de macumba “.

Novidade: Eu não me importo.

– Pare de gritar, Srta France. E vá logo ver Rachel. Seus gritos não irão trazê-la aqui. – Quíron, o Mrs óbvio.
– Mas pode trazer um raio na sua cabeça – murmurei enquanto andava em direção a Caverna da Rachel.

[...]

A caverna da Rachel era um lugar bonito. Não mais que meu chalé, é claro.
Quer dizer, ela era ótima em decoração, mas às vezes passava dos limites.
Afastei as cortinas verdes e entrei. O lugar era bonito, mas parecia a cabana de uma cigana pobre...

– Rachel? – chamei – Onde você tá, monstro ruivo?

– Olá... – uma voz áspera ecoou na caverna – Eu estava esperando a sua chegada.

Pausa pro momento ridículo da Rachel: Rachel estava sentada em uma cadeira de madeiras, mas agia como se aquilo fosse um trono.
Usava roupas brancas, típica mãe-de-santo. E uma fumaça verde exalava ao seu redor.

– Rachel, momento sério agora, querida. Precisamos conversar sobre...
– Eu sei o porquê está aqui – a voz áspera me cortou. E me lembrei que Rachel era o oráculo do acampamento, e abrigava o espirito de Delfos. Novidade: Eu não me importo.
– Blábláblá – dei um tapa na cara de Rachel/espirito irritante
– Ei! – o espirito falou. E aquilo ficava incrivelmente engraçado com sua voz áspera – Você não pode estapear o espirito sagrado de Delfos!
– Queridinha, eu já coloquei talco no secador de Afrodite, chamei Anfitrite de piranhona, e Atena de Coruja Desocupada. Lutei ao lado de Cronos e enfrentei meu próprio pai, no Olimpo. Acho que dar uns tapas na cara de um espirito de múmia velha no corpo de uma adolescente problemática com o cabelo ruim não é nada demais. – falei – Então pode sair dai, porque eu quero falar com a Rachel!
– Mas... Eu vou ter uma conversa com Apolo! Estou sendo desrespeitada – a múmia falou, e sua névoa verde foi sumindo
– Diz que eu mandei um beijo. – disse quando toda a névoa desapareceu e Rachel a “acordou”

Pausa pro momento ridículo da Rachel parte 2: Rachel “acordou” e pareceu não se lembrar de nada. Olhou pra suas roupas assustadas e em seguida pra mim. E fez as 3 perguntas mais ridículas que eu ouvi a minha vida toda:

– Oh... Quem sou eu? Onde estou? Qual é o sentido dessa vida?

– Deuses... –bufei – Seu nome é Rachel Cabelo-Ruim Dare. Você está em puta que pariu Long Island Cabana de uma cigana pobre. E o sentido da sua vida, é foder a vida de semideuses, com profecias sem sentido e rimadas. E euzinha aqui, estou prestes a te dar um tapa por ter fodido com a minha vida.

Rachel pareceu confusa, então entendeu... Sorriu e se levantou, andando em direção a cozinha.

– Você quer energético, Candy? – Rachel gritou – Eu estou precisando de um pouco...

Pausa pro momento ridículo da Rachel parte 3: Enquanto eu me virava para pegar os copos, Rachel abriu a geladeira e colocou a garrafa de energético em cima da bancada. Em seguida, a anta ruiva, apoiou uma perna em cima do balcão, segurou a garrafa com as duas mãos, e tentou abri-la com a boca.

– Que porra... VOCÊ TÁ FAZENDO, RACHEL? – gritei assustada ( Até porque, não é fácil ver sua amiga tentando abrir uma garrafa com a boca, enquanto faz uma abertura na bancada da cozinha)
– Tentando...abrir...a...garrafa – ela balbuciou
– Não é assim que se abre!
– Ok – ela falou, tirando a boca da garrafa – Como se abre essa coisa do demônio?
– Você não sabe abrir uma garrafa, Chel? – perguntei incrédula
– Não. Essas coisas são muito complicadas. Deviam vir com instruções...
– Flor, a única idiota que não sabe abrir uma garrafa é você...
– Mas... – ela revirou os olhos – Okay, como se abre isso?
– Gire a tampa no sentido horário. – Pronto, eu fiz minha boa ação do dia.
– Okay...

Pausa pro momento ridículo da Rachel parte 4: A ruiva pegou seu celular ( Eu sei o que você está pensando. “ celulares atraem monstros”. MAS Rachel não é uma semideusa. É só uma ruiva nem um pouco inteligente) olhou a hora, e então se virou pra mim e perguntou inocentemente:

– Qual é o sentido 16:34pm?
– PUTA QUE PARIU. – E a minha Boa Ação Do Dia não foi completada.

[...]

– Então... – Rachel falou girando o copo de energético (que eu abri) nas mãos – sobre a profecia...
– É Chel. Sobre a profecia... Eu ainda não sei qual é a profecia. Ninguém me disse qual é a profecia que fode a minha vida! – falei irritada
– Okay... – ela pegou um mapa e colocou o copo sobre uma mesa – Você vai pra Califórnia! – ela sorriu pra mim como se fosse uma coisa boa.
– Ótimo – revirei os olhos

–Ah, veja pelo lado bom... Califórnia é um lugar lindo, tem praias, mar, e você até pode afogar alguns romanos lá! - ela sorriu, e me fez sorrir também
– Tá tá... continua
– Aqui – ela apontou um lugar no mapa – Esse é o túnel que você precisa entrar para chegar ao Acampamento Júpiter.
– Entendi... – assenti com a cabeça – Ai, eu vou fazer o que? Simplesmente chegar lá e dizer “ Oi romanos, Sou grega. Uhu “ ?
– É...bem... Você terá que improvisar. – Rachel falou envergonhada

– TÁ BRINCANDO COM A MINHA CARA??? – gritei – RACHEL, EU NÃO POSSO SIMPLESMENTE CHEGAR LÁ SEM UM PLANO! EU NEM SEI O QUE EU TENHO QUE FAZER. QUEM PENSA SÃO OS FILHOS DE ATENA! – fiquei de joelhos – POR FAVOOOOOR, ME DIZ QUE EU POSSO LEVAR O DANIEL!

Rachel me deu um olhar solidário e fechou o mapa.

– A profecia diz que você não pode levar amigos...
– Você ainda não me disse a profecia, ruiva...
– Okay... Se prepare – ela sorriu e fechou os olhos pra recitar a profecia
– Não começa com a névoa verde, por favor. – pedi. Rachel abriu um olho e me lançou um olhar mortal – Desculpa, continue.

“ A filha dos céus ira retornar
E terá um dever a cumprir
Seus amigos deve abandonar
E aos inimigos deve se unir
Para o Acampamento Júpiter deverás seguir
E com os problemas acabar “

– As rimas são realmente necessárias? – perguntei
– Não, mas fica mais legal – ela sorriu

– E porque a ultima parte não rima?
– Porque a vida é complexa demais para rimar em tudo. – Rachel sorriu. Além de mãe-de-santo, agora ela era sábia também. Mereço
– “aos inimigos deve se unir” Sério? Isso se refere a Lia? – perguntei confusa
– Talvez... Ou pode ser sobre...
– Ai deuses, começou... – me preparei pra ouvir as paranoias da Rachel
– Pode ser sobre os monstros, ou sobre os próprios romanos. Eles são insuportáveis, sério. Pode ser sobre Zeus. Ele é seu inimigo não é? Ou sobre as caçadoras... Elas também te odeiam...
– OKAY! – falei – já sabemos que eu tenho muitos inimigos. Mas por favor, me diga QUAL é o inimigo especifico que eu devo me unir. Não posso sair por ai, me juntando a qualquer inimigo que passa...

~flashback On ~

– Estamos reunindo um exército, Candice. – Luke sorriu maliciosamente – E você... Seria muito útil nele.
– Mas...Luke, isso não é certo. – respondi. Eu estava assustada
– Não é “certo”? Diga-me, quando os deuses agiram “certo”? Eles nunca nos dão atenção. Eles não se preocupam conosco. É por isso que temos que tira-los do poder. Nós, meios-sangues iremos reinar. Você... Eu... Não acha que daríamos uma ótima dupla? – ele perguntou, enquanto acariciava meu rosto.
– Ta-Ta... Talvez – gaguejei
– E o que me diz? Você se junta ao nosso exército? - ele sorriu pra mim, como se já soubesse qual era a resposta...
–... Sim. Eu me junto ao exército de Cronos. – falei confiante

~flashback Off ~

Okay, digamos que esse exército era diferente. E não era exatamente o inimigo! De qualquer modo...

– Eu sei... – Rachel sorriu compreensiva – O tempo de lutar do lado errado já passou, não é mesmo?

Assenti com a cabeça, mas sabia que ela estava falando sobre eu ter lutado do lado de Cronos, não dos deuses... Rachel, para.

– Mas enfim – Rachel continuou – Eu acredito que o “inimigo” seja Lia. Por favor, ela é nossa melhor opção. E sua também. Se una a ela. – Rachel me implorou com aqueles olhos grandes – Una os acampamentos. Acabe com os problemas. É isso que a profecia quer dizer.
– Tudo bem... – falei cansada – Eu vou... E vou bolar um plano. Já que os inúteis da Casa Grande não pensaram nisso... Quando eu devo partir? – perguntei me levantando.
– Amanhã, após o meio-dia. Irei preparar todos seus equipamento pra viajem, e nos encontraremos na Casa Grande, 12:05pm. Não se atrase!
– Boa noite, Chel. – me despedi
– Tente dormir bem... – ela sorriu e fechou a porta.

É... Minha vida só piora.