Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps
Notas iniciais do capítulo
HEEEEY GENTE
Desculpa a demora. Essa semana foi uma loucura tão intensa, que quase fiquei doente de nervoso :s
Mas escrevi um capitulo as pressas para vocês. Espero que gostem.
Giane acordou com batidas na porta do quarto. Abriu os olhos lentamente, ouvindo Fabinho resmungar. Jogou as pernas para fora da cama, se arrastando até a porta. Abriu-a, encontrando Belle nervosa.
_ Mamãe, o Miguel tá mal. – avisou a menina, um tom agudo de pânico na voz. No segundo seguinte, a corintiana já atravessava o corredor correndo, ouvindo os passos de Fabinho atrás.
Entrou no quarto do filho, o encontrando chorando e apertando a barriga. Catarina estava de joelhos na beirada da cama, com carinha de sono, mas parecendo preocupada com o irmão mais velho.
_ O que aconteceu? – perguntou o pai, abaixando ao lado da cama com a esposa.
_ Eu acordei, achando que ele tava me chamando. – explicou Belle – Mas não vi ele. Aí vim aqui, e ele tava assim.
_ Filho, o que você tá sentindo? – perguntou Giane, vendo que o garoto estava com febre.
_ Tá doendo, mamãe, tá doendo muito. – o menino chorava, tremendo – Tá doendo aqui.
Ele indicou o lado direito da barriga, e os pais tremeram. Giane colocou a mão no local, vendo o filho arquejar de dor. Encarou o marido, que parecia tenso.
_ Não se mexe campeão, está bem? – perguntou Fabinho, e o menino concordou – Belle, Cat, coloquem qualquer roupa, está bem?
As duas saíram correndo, enquanto o casal ia até o quarto e colocava a primeira roupa que encontrou. Miguel havia passado o dia reclamando de falta de apetite, de não conseguir ir ao banheiro e até de estar enjoado. Mas como ele estava brigado com Marcela, os pais acharam que o problema era mais emocional do que físico.
Fabinho carregou o menino até o carro, enquanto as duas meninas acompanhavam a mãe. Miguel deitou no colo da irmã gêmea, ainda chorando, enquanto Cat não sabia o que fazer. Giane estava no banco da frente, mas o corpo estava virado para trás, a mão acariciando o filho, tentando acalmá-lo.
Os dois se lembravam de já terem visto aquilo acontecer, quando eram bem pequenos. Uma das crianças que estava no lar de Gilson e Salma acordara passando mal. Ele reclamava das mesmas coisas que Miguel, e quando foi para o hospital, foi diagnosticado com apendicite aguda. E era o que eles temiam que estivesse acontecendo com o pequeno.
Na emergência do hospital, levaram Miguel para ser examinado. Os pais e as duas irmãs tiveram que ficar esperando, e se era angustiante para Giane e Fabinho, para Belle era a pior tortura do mundo.
Por mais que brigasse muito com Miguel, ambos tinham uma ligação única e especial, que é a ligação que há entre irmãos gêmeos. Um sempre sabia o que o outro estava sentindo, tinham o costume de completar as frases do outro, e era comum saberem quando o outro estava com problemas, assim como havia acontecido naquela noite.
E a pior angustia do mundo era não saber como ele estava. Apesar de ter pouco mais que oito anos, Belle já tinha noção de quando algo era sério, e a expressão dos pais dizia que o estado de Miguel era bem sério.
Apenas Cat parecia alheia a todo o clima pesado, já tendo novamente adormecido na cadeira do hospital. Giane já estava prestes a passar mal de nervoso, quando o médico afinal apareceu.
_ E então doutor? – os três se levantaram em um pulo, caminhando até o homem de branco.
_ O apêndice está inflamado, mas ainda não supurou. – os pais suspiraram aliviados – Mas precisamos operar com urgência, para não correr esse risco.
_ Você vai cortar ele? – assustou-se Belle.
_ Vou sim, mas ele não vai sentir nada. – prometeu o médico – Nós vamos dar um remedinho para ele dormir, e vamos fazer um corte pequeno, e tirar o que está machucado.
_ E ele vai ficar bem? – questionou a menina, temerosa.
_ Vai ficar ótimo. – o médico a acalmou, voltando-se para os pais – Vocês querem entrar comigo, para falar com ele?
_ Acho melhor... – concordou Fabinho, já que Giane parecia incapaz de responder – Belle, você ficar sentadinha com a Cat?
_ Mas eu quero ver o Miguel. – ela reclamou.
_ A gente vem aqui, te pegar antes de ele ir para a cirurgia. – garantiu o médico – Mas antes, faz companhia para a sua irmãzinha, pode ser?
_ Tá bom. – a menininha concordou a contragosto, indo sentar ao lado de Cat, enquanto os pais seguiam o médico pelo corredor.
Entraram no quarto de Miguel, que estava um pouco grogue do remédio que haviam dado. O menino parecia assustado com o quarto do hospital, e suspirou mais aliviado ao ver os pais entrando.
_ Hey campeão. – Fabinho se abaixou ao lado do filho, enquanto Giane sentava na cama, acariciando o rostinho dele.
_ Como você está meu amor? – perguntou ela, com um fio de voz.
_ Ainda tá doendo, mamãe. Mas eles deram remédio. – Miguel respondeu, segurando as mãos dos pais – Eu já posso ir para casa?
_ Ainda não carinha. – o pai suspirou – É o seguinte Miguel, tem um negócio dentro de você, que chama apêndice. E ele tá machucado, por isso que você está com dor.
_ E como faz para parar de doer?
_ Os médicos tem que tirar ele. – Fabinho prosseguiu, vendo que a esposa não conseguia falar nada. Pela cara dela, ele sabia que na primeira palavra, ela provavelmente cairia em lágrimas – Eles vão te dar um remedinho para dormir, fazer um cortinho pequeno e tirar ele.
_ Vai doer? – o menino parecia assustado.
_ Não, o remédio não deixa. – prometeu o pai, e o filho assentiu.
_ Mamãe, você fica comigo? Eu não quero ficar sozinho. – pediu ele, apertando mais a mão da mãe.
_ Fico meu amor, pode ficar tranquilo. – ela acariciou os cabelos do garoto – Agora, eu e o papai vamos ali fora, porque a Belle quer falar com você. Mas depois eu volto, e fico com você, tá bom?
Ele assentiu, e os pais se levantaram. Fabinho beijou a cabeça dele, e guiou Giane para fora do quarto, enquanto o médico levava Belle para dentro. Assim que a porta se fechou, o publicitário puxou a esposa para seus braços, sentindo-a começar a tremer.
_ Calma, tá tudo bem. – prometeu ele, sentindo as lágrimas dele – Vai ficar tudo bem, não precisa ficar nervosa.
Claro que ele sabia que não adiantava pedir que uma mãe ficasse calma quando o filho estava prestes a ir para uma cirurgia que, querendo ou não, era arriscada. Mas já havia visto mães terem ataques nervosos em casos assim, e não queria que isso acontecesse com sua maloqueira.
_ Eu to com medo. – ela sussurrou.
_ Eu sei, eu também estou. – ele acariciou os cabelos dela – Mas a gente tem que ficar calmo, por eles. Isso já é bastante assustador sem nós tendo um ataque nervoso.
_ O que eu faria sem você? – suspirou ela, o abraçando mais apertado.
_ Sem mim você nem estaria passando por isso, porque quem é que ia aguentar te engravidar? – ele brincou, recebendo um beliscão seguido de um risinho baixo – A enfermeira está vindo, acho que vão tirar a Belle.
_ Acho que só vão me deixar ficar até ele dormir, eu já encontro com vocês. – ela prometeu, dando um selinho no marido – Vai ficar tudo bem, não é?
_ Vai pivete, eu tenho certeza.
Dentro do quarto, Belle estava sentadinha na beira da cama do irmão, os dois apenas se encarando em silêncio.
_ O médico disse que não vai doer. – ela prometeu para o irmão.
_ É, a mamãe e o papai falaram. – o garoto concordou – Belle, não conta para eles, mas eu to com medo.
_ Não precisa ter medo Miguel, a mamãe não falou que vai ficar com você? – perguntou Belle, e ele assentiu – Então, ela não vai deixar eles fazerem nada de errado. Se eles fizerem, ela dá uma bronca e faz eles consertarem.
Miguel apenas assentiu, os dois ficando em silêncio de novo, enquanto observavam o médico mexendo em alguns remédios no canto da sala. A porta se abriu, e Giane apareceu com uma enfermeira ao lado.
_ Princesa, agora você fica com o papai, lá na sala. – avisou a mãe, se aproximando dos dois. A menina assentiu, virando-se para o irmão e sorrindo. Ela puxou a pulserinha de miçangas que tinha no braço, dando para ele.
_ Foi a Marcela que me deu. Fica com ela. – ela sorriu, dando um beijo no rosto do menino e descendo da cama, saindo do quarto depressa. Miguel ficou observando a pulserinha, um sorrisinho bobo no rosto.
_ Hum, tem alguém muito novinho para estar apaixonado. – brincou a mãe, indo se sentar ao lado do filho.
_ Eu não to apaixonado, mamãe. – ele garantiu, sem muita convicção.
_ Miguel, pronto para tomar o remedinho? – perguntou o médico, se aproximando dele. O garotinho olhou para a mãe, que assentiu. Ele então virou para o médico, concordando – Muito bem, você vai engolir esse comprimido, sem mastigar. Tudo bem?
Ele estendeu dois copinhos, que Miguel pegou. Em um havia dois comprimidos e no outro, água. Ele virou o primeiro, engolindo os comprimidos, virando a água logo depois. Logo, ele piscava pesado, voltando a se deitar.
A mãe ficou fazendo cafuné, até que ele pegasse no sono. Assim que Miguel adormeceu, o médico pediu que ela saísse do quarto. A fotógrafa suspirou, beijando a cabeça do filho e saindo do quarto.
Na sala de espera, encontrou as duas filhas adormecidas, e Fabinho as observando em silêncio. Sentou ao lado dele, atraindo sua atenção. Deu a mão para ele, os dois se confortando mutuamente, começando uma das esperas mais longas de suas vidas.
~*~
Cerca de uma hora e pouco depois, o médico apareceu. O casal levantou de um pulo, suspirando aliviado pela expressão do médico.
_ Ocorreu tudo bem, tranquilamente. – explicou o cirurgião, e Fabinho abraçou Giane, os dois não conseguindo esconder o alívio – Teremos que tomar alguns cuidados pós-operatórios, mas nada alarmante.
_ E nós podemos ver ele? – perguntou Fabinho.
_ Ele está no quarto, dormindo. Vai ficar assim um tempo ainda. – os dois concordaram – Vocês podem ficar os dois, se quiserem. As meninas estão onde?
_ Meu pai veio buscá-las. – explicou Giane, e o médico assentiu.
_ Bom, podem ir para o quarto do Miguel. É o mesmo de antes. Qualquer coisa, é só chamar. – o casal assentiu, caminhando para o local conhecido.
Entraram, encontrando o filho adormecido. A mãe praticamente correu até ele, enquanto Fabinho ria. Ela beijou o rostinho do garoto, que piscou um pouco grogue. Ele sorriu para a mãe, que sorriu de volta, e logo voltou a dormir.
_ Vem, senta aqui. – Fabinho sentou no sofazinho, chamando a esposa. Ela foi até ele, sentando ao seu lado e se aninhando a ele – Você conseguiu não surtar. Parabéns por isso pivete.
_ Eu só consegui porque você estava aqui. – ela garantiu, apertando a mão dele – Você me ensinou que eu não preciso ser forte sozinha, lembra?
_ E você aprendeu direitinho, to mais orgulhoso ainda. – ele riu, beijando a cabeça dela. A mulher bocejou – Pode descansar, eu fico de olho nele.
_ Não precisa. – ela garantiu – Eu te faço companhia.
_ Eu vou adorar.
Nenhum dos dois quis conversar. Apenas ficaram ali, observando o filho, e sentindo a presença um do outro.
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Bom, do que eu me lembro de quando tirei as amídalas, é mais ou menos assim que eles colocam a criança para "dormir". Não lembro ao certo porque eu era a criança, então né HUAHUAHUAHUA
E a reação da Giane foi inspirada na minha mamis, em partes. Uma vez eu tive suspeita de meningite (sim, a criança gostava de hospital e tal), e ela meio que teve um ataque nervoso e travou no meio do hospital. Giane quase chegou nisso.
E no próximo capítulo, finalmente descobriremos: Miguel e Isabelle são corintianos ou são paulinos? FAÇAM SUAS APOSTAS
Beeeeijos gente linda