American Idiot escrita por Raquel C P


Capítulo 8
Capítulo 8 - Festa: Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Segunda parte da festa, vista por outro personagem... tive essa ideia meio maluca com uma amigas minhas a um tempo, mas mudei um pouco para tentar encaixar com o nosso amado e gatoso Leo Valdez... espero que gostem dele e comentem o que acharam por favor :3... é bom para eu saber o que melhorar e tal haha
Ah... eu ouvia esse mashup enquanto escrevia esse capítulo... se interessar: http://www.youtube.com/watch?v=HJMapA8WgYw
Boa leitura :D



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Leo

A festa estava uma droga! Bom, pelo menos para mim.

Enquanto tocava algum tipo de mashup – o qual em minha opinião podia ser muito melhorado se o aparelho de som daquele DJ recebesse uma alteração em seus fusíveis –eu estava sentado em um sofá circular, bebendo de um copo rosa com bebida colorida, o qual pertencia a uma garota morena, com um nariz grande de mais, desmaiada ao meu lado. Olhei-a com pena. Nem ao menos ela conseguiu cair inteira na almofada vermelha. Suas pernas pendiam para fora e não era eu que as colocaria para dentro. Desviei o olhar e voltei a contemplar a musica de péssima qualidade.

Voltei a beber da bebida misteriosa, a qual eu não queria mesmo saber o que era. As pessoas dançavam loucamente na pista de dança. As luzes coloridas iluminavam seus corpos suados enquanto pulavam na batida da musica. Silena havia se superado desta vez, nunca havia visto a casa tão cheia quanto naquela noite. Porém, mesmo com tantas pessoas – que eu mentalmente calculei entorno de 700 – eu só conseguia olhar para uma.

A trança de cor castanho mel chicoteava e batia em sua ombro a medida que Calypso pulava junto a seus amigos. Ela usava sandálias de salto prateadas, as quais tremiam toda vez que ela aterrissava. Seu vestido era claro, assim como sua pele cor de leite. Seus olhos mel eram contornados de preto e sua boca era delineada por um batom carmim, deixando seus lábios carnudos ainda mais volumosos. Ela mantinha a boca levemente aberta, e eu só podia imaginar a gargalhada doce que saia da mesma. De tempos em tempos, uma garrafa transparente com liquido vermelho ia parar em sua boca, fazendo-a dar longos goles.

Era indiscutível que Calypso era linda, porém, eu me recordava de quando a via trabalhar no jardim de sua casa – que graças aos deuses era ao lado da minha, assim eu daria uma de perseguidor – e casualmente ela trajava jeans surrados e regatas sujas de terra, e mesmo quando enxugava a suor de sua testa com a mão coberta por luvas de jardinagem, eu não conseguia parar de admira-la.

Eu nunca tive coragem de falar com ela, e com certeza, se falasse, seria uma péssima ideia. Ninguém se interessava por Leo Valdez, e isso era um fato sobre a minha vida ao qual eu já estava acostumado. O jeito era continuar a observa-la de longe e admirar sua beleza. Eu realmente gostaria de conhecê-la de verdade, saber seus segredos, inseguranças e lembranças mais felizes. Ela era doce, disso eu tinha certeza, afinal, muitas vezes ouvia fragmentos de suas conversas com outros, mas só saber desses fragmentos não era suficiente.

Abaixei o olhar para a minha bebida, cabisbaixo. Esta estava sendo a pior festa de todas até agora em toda a minha vida, e olha que as outras não foram nada memoráveis.

Levantei o olhar novamente, e o que vi, me enfureceu mais do que o esperado. Um garoto, moreno e de olhos escuros tentava beijar Calypso, a qual se desvencilhava de seu abraço e tentava sair da pista de dança. Meus punhos se fecharam e eu devolvi a bebida para a garota desmaiada, pronto para levantar e levar a surra necessária para tirar aquele verme de cima dela, afinal, eu nunca venceria um luta corpo a corpo com um dos jogadores de futebol de nossa escola.

Quando estava quase me colocando de pé, vi Calypso andar por entre as pessoas e ir em direção a porta dos fundos da casa. Ela cambaleava e percebi um de seus saltos quebrados. Em sua mão direita pendia a garrafa quase vazia agora. Olhei para os lados, ninguém a seguia, então onde ela estava indo?

Sabendo que provavelmente eu tomara a decisão mais errada em toda a minha vida, levantei e comecei a desviar as pessoas, seguindo Calypso porta afora.

Quando cheguei ao batente da porta branca entreaberta, vi um surpreendente e vazio jardim. Olhei para dentro da festa e novamente para fora. Como podia ninguém ter vindo até aqui ainda?! Foi ai que eu vi um papel rosa, e nele, com uma caneta preta em letra cursiva e perfeitamente redonda, lia-se: Área proibida. Respirei fundo. Valei a pena receber uma bronca da Silena por isso. Fechei a porta e comecei a andar lentamente pela grama verde do jardim, olhando ao redor para tentar encontrar a garota dos meus sonhos, literalmente.

Foi ai que eu a vi, sentada com as pernas esticadas e terminando de virar a garrafa. Entortei a cabeça, olhando-a de costas para mim. O som da musica alta era abafado pelas paredes, permitindo assim ouvir os grilos que cantavam pelos canteiros a nossa volta. Soltei lentamente o ar e lembrei-me das palavras de Nico. Eu já tinha um não, não teria nada a perder mesmo. Dei de ombros e comecei a caminhar em direção a Calypso. Sentei ao seu lado e olhei-a. Com certeza ela estava bêbada. Seus olhos estavam vidrados e ela cambaleava. Examinei mais seu rosto e esqueci momentaneamente meus medos. Ela aparentava estar péssima.

– Você está bem? – Perguntei levantando uma sobrancelha.

Ela olhou para mim, ou quase isso, já que seus olhos antes vidrados agora estavam semicerrados ao máximo, quase fechados. Foi então que meus medos voltaram, afinal, Calypso caiu em mim, deitando em meu colo, me deixando completamente imóvel. Meu coração batia tão rápido e forte que era o único som audível para mim.

– Eu estou bêbada... – Ela falou com a língua enrolada.

– Ah, você jura?! – Falei com os braços para cima, sem me permitir toca-la.

Ela virou o rosto para mim e levantou uma das mãos, colocando-a em meus lábios. Eu enruguei a testa.

– Shiu... meus pais não podem saber disso. – Ela deu uma risadinha. – Quer me ver morta idiota?

Revirei os olhos.

– Seus pais não estão aqui... – Sua mão ainda estava em minha boca, fazendo minhas palavras saírem enroladas. Afastei-a. – Melhor eu leva-la para casa...

Calypso arregalou os olhos, assustada.

– Meu pai não pode me ver assim!

Pensei um pouco.

– Ele não vai ver... – Abaixei os braços e comecei a levanta-la. – Vamos – Fiquei de pé e passei um de seus braços sob meus ombros, Calypso era pouco mais baixa que eu. – Tenho um plano.

Ela me olhou confusa, mas deixou que eu praticamente a carregasse e a colocasse no banco do carona em meu carro. Afivelei o cinto e olhei em seus olhos. Eles até podiam estar perdidos, mas não perderam o brilho que eu tanto adorava. Acariciei sua bochecha com o meu dedão, ela olhava através de mim.

– Vai dar tudo certo... – Me afastei, fechei a porta e fui para o banco do motorista, dirigindo o mais rápido possível.

Depois de uns cinco minutos, parei em frente a minha casa, a qual era do lado esquerdo da de Calypso. Ela me olhou confusa, mas não protestou. Desliguei o carro e olhei para ela.

– Você foi a festa escondida não é?

Ela assentiu e deu uma risada. Eu revirei os olhos. Calypso era o tipo de pessoa que quando ficava bêbada, ria de tudo, e não aquelas que abraçavam ou beijavam todos, infelizmente.

Eu saí do carro e contornei o mesmo até chegar a porta do carona. A essa altura, minha coragem natural já tinha voltado, porém, eu tinha certeza que isso se dava pelo fato de que Calypso estava tão bêbada, que não lembraria nada no dia seguinte.

Abri a porta e a peguei no colo. Ela abraçava meu pescoço, mandando choques por todo meu corpo, um de meus braços estava sob seus joelhos, tocando suas pernas quentes, enquanto o outro apoiava suas costas. Fechei a porta do carro com o pé e tranquei o mesmo com o alarme. Andei até a minha casa e destranquei a porta com minhas digitais, ainda segurando Calypso.

Meu pai, Hefesto, trabalhava em uma empresa de alta tecnologia, sendo assim, minha casa, mesmo simples, era repleta de mecanismos da ultima geração. Eu não tinha mãe, ela havia morrido quando eu era pequeno em um incêndio, sendo assim, provavelmente pela falta de uma mulher com juízo na casa, a mesma era uma repleta bagunça, cheia de peças metálicas encostadas pela parede e parafusos e ferramentas em cima dos moveis. A casa estava silenciosa, provavelmente meu pai deveria estar trabalhando na oficina particular da família, a mesma que incendiara e matara minha mãe, deixando eu e meu pai devastados na época.

Ainda segurando Calypso, subi as escadas de madeira, indo para o meu quarto. Coloquei-a na minha cama e fui abrir a janela, a qual, graças aos deuses, dava para a do quarto dela. Infelizmente, ela sempre mantinha as cortinas fechadas, o que era de fato decepcionante. Havia uma grande arvore entre nossas janelas. Bom, agora eu teria que carrega-la até lá sem que nenhum de nós dois despencasse quase três metros de encontro ao gramado. Moleza, ainda mais com uma garota bêbada que só sabia dar gargalhadas. Sorri, mesmo assim seu riso era adorável. Olhei para ela e meu sorriso se desfez. Juro que quase tive um ataque do coração.

Calypso se contorcia em meus lençóis de tanto dar risada. Seu vestido, que já era curto, subia cada vez mais mostrando suas coxas grosas, brancas como leite. Mordi o lábio inferior. Só de vê-la daquela maneira, senti todo o meu corpo esquentar, porém, logo veio a culpa. Pelos deuses, ela estava bêbada! Balancei a cabeça e dei continuidade a meu plano.

Fui até ela na cama e a joguei sobre meu ombro, ouvindo-a rir em minhas costas. Ter ela tão perto de mim era ainda mais tentador. Controle-se Leo, você consegue... Respirei fundo e fui até a janela, passando-a primeiro e colocando-a sentada em um dos galhos, apoiada na árvore. Passei meu próprio corpo pela janela e sentei aos seus pés no mesmo galho.

Olhei para o chão aos nossos pés e voltei a olha-la. A risada parou subitamente e seu sorriso se desfez. Ela olhou para mim e se aproximou lentamente, meu coração disparou e meus olhos castanhos perderam-se nos dela, cor de mel. Eu me aproximei ao mesmo tempo. Sua trança, antes impecável, agora estava levemente desfiava, o que, em minha opinião, deixava-a ainda mais bonita. Quando nossos narizes estavam para se tocar, ela abaixou a cabeça e vomitou. Eu fechei os olhos e quando abri, via uma Calypso que ria mais alto que nunca de mim e de minha camisa, cheia dos restos do estomago dela. Tirei rapidamente a camisa branca e joguei-a no quintal da casa dela. Olhei para seus olhos enrugados de tanto rir e não me contive. Ri tão alto quanto ela. Nós parecíamos dois idiotas.

Quando nossas risadas pareciam que não teriam fim, lembrei que tínhamos uma missão secreta para completar e tampei a boca dela, urgente.

– Quieta! Quer que seu pai te pegue?!

Ela arregalou os olhos, compreendendo, mas ainda tremendo por estar rindo baixinho. Sorri e tirei minha mão de sua boco, limpando-a em minha calça. Sim, isso era nojento. Mas uma menina que quando vomita em alguém começa a rir como louca, mesmo estando bêbada, merecia o meu respeito.

Passei para o próximo galho e a trouxe comigo, ela parecia colaborar agora, provavelmente o efeito da bebida estava um pouco menor. Assim que cheguei a sua janela, abri o vidro e passei para dentro, puxando-a junto comigo, fazendo o maior silencio possível.

Mesmo com a pouca luz, pude perceber que o quarto de Calypso era surpreendentemente claro. As paredes eram brancas assim como a colcha de renda, que pude perceber ser feita a mão. Os móveis eram brancos gelo e sua cama tinha a cabeceira e o dossel prateados, no qual eram penduradas cortinas também brancas.

Deitei-a no colchão de molas e a cobri com a colcha. Ela logo se acomodou no travesseiro e passou a me encarar. Mesmo com tudo o que havíamos passado, principalmente o caso do vômito, seus lábios não perderam a cor carmim, o que me fez pensar que aquela era de fato a cor natural dos mesmos. Sua maquiagem nos olhos estava levemente borrada, mas mesmo assim, aos meus olhos, ela não deixava de ser no mínimo, linda.

Desviei o olhar do seu. Eu tinha que ir, antes que qualquer acontecimento da noite ficasse marcado na lembrança de Calypso. Virei de costas para a mesma e quando ia andar, senti uma mão segurar a minha. Virei o rosto para ela.

– Fica... – Foi a única palavra que ela formulou sem enrolar a língua e a ultima antes de fechar os olhos e cair num sono profundo. Sentei no chão ao seu lado na cama, ainda segurando sua mão. Deitei a cabeça no colhão e fiquei admirando-a, até que adormeci, sem parar de pensar uma única vez em quanto Calypso era incrível.


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Notas finais do capítulo

E então??? :D
Ainda vão ter alguns capitulos sobre a festa... com outros personagens e tal... pelo menos é o planejado haha
Beijos de luz e até o proximo! :3