A Promessa escrita por Maisa Cullen


Capítulo 19
Capítulo 18 - Magoada


Notas iniciais do capítulo

Estou morrendo de sono e de cólica, então serei breve.
Valeu pelo apoio Luh! Estou postando antes que você pegue um avião até aqui, mas que fique claro que eu vou cobrar um capítulo seu depois.



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Lúcia ficou imediatamente carrancuda com a maneira como o irmão e Peter riam.

–Qual é a graça? –Ela indagou se afastando um pouco de Edmundo.

–Você quase me derrubou se jogando em cima de mim. –Ele ainda ria.

–Porque fiquei desesperada, você podia ter morrido ali dentro. –Ela disse em tom de reprimenda.

–Pensei que eu fosse o irmão mais velho aqui. –Edmundo brincou enquanto recolhia a espada e o escudo do chão.

Lúcia ficou indignada com a falta de consideração com a qual o irmão tratava uma questão tão séria. E ao se virar para Peter, percebeu o mesmo sorrisinho do irmão, o que só a deixou ainda mais chateada, para dizer o mínimo.

Sentindo que sua preocupação era ignorada pelos dois garotos, ela deu as costas para ambos e marchou na direção pela qual vieram até ali. Apressando o passo e tentando conter o choro que ameaçava voltar.

Peter e Edmundo se entreolharam e imediatamente se arrependeram de terem brincado com algo que afetava a garota de modo tão negativo, percebendo só agora a besteira que fizeram e sentindo que magoaram Lúcia.

–Essa não... –Disseram ambos ao mesmo tempo.

Edmundo sabia o quanto a irmã ficava magoada quando não era levada à sério e Peter logo percebeu que não deveria ter entrado na brincadeira também, principalmente depois de ter que segurar Lúcia para ela não ir atrás do irmão.

Sem dizer mais nada, ambos foram atrás da garota, que estava alguns metros à frente deles, já entrando de volta na floresta e indo em direção à clareira no meio do caminho entre a caverna e o lago.

–Lúcia! –Eles chamaram, mas a garota se apressou ainda mais, já sentindo os olhos arderem.

–Por favor, Lúcia, desculpe! –Edmundo gritou enquanto corria, mas ela também começou a correr.

–Lúcia, nos escute, por favor! –Peter tentou intervir também.

Sentindo as lágrimas começarem a transbordar, ela continuou correndo sem dar ouvidos aos apelos dos dois garotos. Queria correr até se confundir com o vento e desaparecer, mas ao invés disso foi desacelerando, sentindo os soluços irromperem e seu corpo protestar por um momento de descanso.

Sem ver direito para onde estava correndo, ela deixou de tentar seguir o caminho por onde passou anteriormente, se distanciando cada vez mais da direção certa e forçando suas pernas a correrem durante incontáveis minutos.

Os dois garotos iam logo atrás, chamando por ela e tentando não perdê-la de vista em meio às arvores da densa floresta. O céu já perdia a claridade do dia acima das copas das árvores e eles sabiam que à noite seria impossível encontrar Lúcia.

Por um instante ela sumiu de vista e logo depois se ouviu seu grito assustado, fazendo com que os garotos ficassem alertas para qualquer perigo e forçando-os a tentar correr na direção de onde veio o som.

Instantes depois eles tiveram que parar imediatamente e recuar diante do abismo que se abria adiante. Então, se aproximaram cautelosamente tentando não deixar suas mentes deduzirem o pior.

Pequenas pedras se soltaram da beirada e caíram no vácuo que se estendia até perder de vista no fundo da enorme fenda. E foi então que viram Lúcia agarrada a um galho, suspensa alguns metros abaixo. A visão os fez empalidecer de susto.

–Lúcia! –Ambos gritaram.

A garota ergueu a cabeça bruscamente e sentiu o galho oscilar com o movimento, fazendo-a soltar outro grito, apavorada com a perspectiva de despencar no abismo que parecia não ter fundo.

Percebendo que o galho não aguentaria muito tempo, Edmundo olhou em volta e foi até a árvore mais próxima, usando a espada para cortar os cipós mais longos que encontrava pela frente. Peter, entendendo o plano, começou a amarrar os cipós uns aos outros até formar uma corda.

Amarraram uma ponta da corda improvisada no tronco da árvore e jogaram a outra ponta para dentro do abismo, aproximando-a de Lúcia.

–Segure a corda! –Edmundo gritou.

Lúcia tentou soltar uma das mãos e sentiu o galho começar a ceder com seu peso, fazendo-a querer chorar ainda mais.

–Vamos lá, Lúcia! –Peter grita em incentivo.

Prendendo a respiração, ela estica o braço até a corda e segura-a com uma das mãos. Imediatamente o galho cede e ela precisa se agarrar à corda improvisada. Então, sem perder tempo, os dois começam a puxá-la para cima.

Mesmo sentindo suas mãos doloridas e com os nós dos dedos brancos, ela segura firme até estar na beirada e ser puxada pelos braços para fora do abismo, sendo abraçada pelos dois garotos de modo desajeitado.

–Me desculpe. –Edmundo sussurra próximo ao ouvido da irmã.

–A mim também. –Peter diz.

–Você é um maluco Edmundo... e você é um idiota Peter... mas no momento estamos quites. –Lúcia disse entre uma fungada e outra.

–Vai sair correndo de novo se eu rir agora? –Edmundo pergunta prendendo o riso.

–Não, só dessa vez vou deixar passar, mas nunca mais brinque por ter sido quase soterrado vivo em uma caverna. –Ela resmunga.

–Só se você nunca mais quase despencar no fundo de um abismo. –Edmundo devolveu.

–Posso... respirar agora? –Peter pergunta sendo praticamente estrangulado pelo braço de Lúcia.

A garota o solta do abraço imediatamente e enquanto ele recupera o fôlego, ela ri sem graça, sendo acompanhada de Edmundo que dá tapinhas nas costas de Peter.

Envergonhada, ela olhou para baixo e algo chamou a atenção da garota quando ela estava prestes a encarar suas mãos avermelhadas... Percebeu que um brilho suave era visto logo abaixo de seu queixo e ela observou estupefata enquanto uma fina linha de luz era desenhada ao redor de seu pescoço.

Os dois garotos também notaram o brilho e observaram a fina linha de luz dar a volta no pescoço de Lúcia, para depois se concentrar em seu busto, formando uma espécie de pingente luminoso. Quando a luz diminuiu, revelou um colar prateado, com um pingente em forma de brasão que mostrava um escudo e uma espada entalhados.

–Acho que acabamos de encontrar mais uma das armas de Aslan. –Sussurrou a garota mais para si mesma.


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Notas finais do capítulo

Ataques? Qualquer coisa estou no abrigo antibomba mais próximo.