A noite passou muito lentamente para o meu gosto. Caramba! Parecia que nunca mais iria amanhecer, pois todos os meus pensamentos estavam em Damon, e no que toda aquela nossa conversa havia significado. Eu sentia que minha mente estava completamente inundada por ele e não adiantava protestar. Eu até tentava me concentrar no sono e na contagem de números infinitos, mas nada surtia efeito. Até que, por um momento, já passando das 03:00 da manhã, minha mente se rendeu, deixando meu corpo descansar.

O clarão das 09:00 da manhã entrou em meu quarto com toda sua graça. Não estava tão quente. O dia estava agradável. Relutei em me levantar, mas, logo, me coloquei sentada na beirada de minha cama. Meu Iphone começou a vibrar.

—Fala sério! A essa hora da manhã? -senti o cansaço de como se tivesse levantado 100Kg só de olhar seu nome na tela. — Oi, Matt. - tentei parecer o mais casual possível. Eu odiava falar com ele pela manhã, pois parecia que o restante do dia iria ser uma droga só por falar com ele no começo, mas, hoje, seria diferente. Sim, com toda certeza, hoje será um belo dia.

— Oi, Leninha. Não deu para passar por aí, então estou te ligando para avisar que já estou quase embarcando. Assim que chegar lá, eu te ligo. Como você está?

—Bem, obrigada. Tudo bem, não se preocupe.

— Mas é claro que eu me preocupo com a minha Leninha. - Ele, realmente, precisava usar o termo de propriedade? Não, Matt. EU. NÃO. SOU. SUA!

— Escute, amor, eu não quero saber de nenhuma graçinha, ok? E outra coisa, logo estarei voltando e, quando nos encontrarmos, precisamos resolver tudo para o nosso noivado.

— Matt, já tínhamos resolvido tudo. Eu preciso, primeiro, focar em minha faculdade. Não dá pra noivar agora. -eu já havia perdido as contas de quantas vezes revirei meus olhos e respirei profundamente.

— Elena, quando eu voltar, conversaremos, mas agora preciso ir. Tchau, Leninha.

— Tchau, Matt. Boa viagem!

— Elena?

— Sim,

— Nenhuma graçinha, ok?

— Certo.

Assim que eu respondi, ele desligou o telefone. Eu não iria noivar agora. Noivado é um passo muito sério e importante em um relacionamento, e eu não quero arruinar minha vida para sempre. Eu vou resolver isso de uma vez por todas, mas não hoje.

Levantei e fui até o meu banheiro, liguei a ducha numa temperatura um pouco fria e me despi. Logo após o banho, coloquei meu roupão e fui até a cama onde estava o meu celular. Selecionei a música " Just the way you are" e coloquei para tocar. Essa música me deixava feliz, e só de lembrar que o Damon pensou em mim ao ouvi-la, me deixava radiante. Comecei a secar meus cabelos com um pouco de dificuldade, pois o meu braço ainda incomodava um pouco, mas persisti e terminei de secar todos os fios. Fui até o closet e pegeui um shorts e uma camiseta simples junto com minha roupa íntima. Me vesti e saí do meu quarto. Chegando à cozinha, encontrei Maria conversando com Tia Jenna, e me sentei à mesa. O meu café já estava a minha espera, parecia que a Maria sabia o exato momento em que eu iria acordar.

— Bom dia, família.

— Bom dia, Lena. - As duas responderam de uma só vez.

— Lena, querida, você está, simplesmente, radiante hoje. Vamos lá, pode contar o que está acontecendo! - falou Tia Jenna com seu jeitinho sútil.

— Ué, então quer dizer que eu só estou radiante hoje? - perguntei com um ar de riso, tentado me desvencilhar da pergunta anterior.

— Não, querida. Não só hoje. Houve algumas outras ocasiões em que isso aconteceu também. Lena, o Jeremy ligou essa manhã e perguntou por você, e disse, também, que tem algo importante para conversar com você.

— Certo, certo. Assim que eu terminar aqui, vou ligar para ele. - o que de tão importante faria o Jeremy ligar tão cedo no dia?

— Lena, hoje marquei de sair com a Clarice para acertarmos alguns detalhes do Baile. Ela quer que eu a ajude nos toques finais. Você vai ficar por aqui ou quer nos acompanhar?

Ao ouvir tia Jenna falar sobre isso, comecei a pensar que seria interessante dar uma volta com ela e a Clarice, pois, só assim, talvez, eu conseguiria saber de mais algum detalhe sobre essa tal tragédia que aconteceu na família Salvatore. Porém, hoje, eu e o Damon iríamos para algum lugar, uma vez que ele gostaria de me mostrar alguma coisa. Nossa! Ele precisava fazer tanto suspense? Daqui a pouco, eu não tenho mais unhas.

— Não, Tia. Pode ir. Eu vou dar uma volta com o ...

— Damon? -Tia Jenna terminou a frase antes que eu pudesse falar algo mais.

— Sim. -respondi com um pouco de medo do que ela poderia achar, mas não podia mentir sobre isso para ela.  _Ele quer me mostrar um lugar. - terminei sem transparecer qualquer interesse, olhando para o meu prato distraidamente.

— Ah, entendi. Mas...

— Calma, tia. É só um passeio, ok?

— Lena, por favor, é claro que eu sei que é só um passeio, e fico feliz por isso. Só assim você se distrai um pouco.

— Isso mesmo.

— Bom, eu estarei lá dentro se precisar de alguma coisa, preciso organizar algumas coisinhas por aqui antes de sair. - Disse Tia Jenna levantando-se e indo em direção ao interior do apartamento onde ficava o escritório.

— Certo, não se preocupe. - Disse olhando pra ela com um sorriso.

Depois que Tia Jenna saiu da cozinha me deixando sozinha com Maria, fiquei em silêncio terminando meu café, observando a agilidade em que Maria fazia tudo. Meus pensamentos, logo, desviaram de Maria. Eu continuava a olhar para ela, mas não estava prestando atenção em nada, apenas fiquei pensando nele, e em como seria hoje a tarde. Damon... como ele é especial! Me peguei pensando mais de uma vez em seus olhos, no seu sorriso, em seu porte de homem alto, forte e italiano... Ual! deveria ser proibido alguém ser tão bonito. Merda! Como isso aconteceu tão rápido comigo? Claro que eu não estava totalmente apaixonada pelo Damon, mas tudo o que ele me dizia, a forma como tocava em meu rosto, o jeito como me abraçava, o sorriso que se abria em seu rosto ao fitar meus olhos... É. Não era tão simples. eu estava apaixonada por ele, e chegar a essa conclusão tão cedo, fazia um calafrio subir por minhas costas até alcançar o topo de minha nuca.

Terminei meu café agradecendo a Maria por ela existir em minha vida, pois graças a essa mulher incrível, minha saúde era praticamente de ferro. Caminhei até meu quarto, ao entrar, notei que meu celular estava aceso no balcão do banheiro. Fui até lá buscá-lo e quando olhei para tela, tinha uma nova mensagem, abri a mensagem olhando diretamente para o nome do remetente, "Damon Salvatore".

Hey, Lena, bom dia. Dormiu bem? espero que sim.

Mal posso esperar para te ver.

sei que você vai gostar do lugar para onde vou te levar e não adianta

insistir, pois você não vai conseguir arrancar nenhuma informação

de mim. Beijos, Lena. Até mais!

P.s. saudades

Ele estava com saudades. Uau! Como era bom saber disso. Há quanto tempo eu não me sentia dessa forma? Meu Deus! Eu também sentia sua falta. É sempre muito bom estar ao lado dele, e assim como o Damon descrevera em sua pequena mensagem, eu, também, mal podia esperar por vê-lo novamente. Resolvi responder com um texto simples, até porquê não queria que ele percebesse toda a minha ânsia. Isso alimentaria algo que não pode existir entre nós. Ao menos, não agora.

Oi, Damon, bom dia. Dormi bem, e sim, está tudo bem.

E você como está? espero que bem também.

Hey, e quem disse que quero arrancar informações de você?

Beijos. Até mais!

Ele não respondeu de volta, acho que estava muito ocupado no trabalho. Fiz um pequeno lembrete mental para perguntar onde e com o que ele trabalha mais tarde. Fui até minha escrivaninha e abri meu diário, hoje era um bom dia para escrever. Decidi gravar algumas frases nele, descrevendo como hoje seria uma tarde importante, contando para meu velho amigo quem era o Damon. Quando eu voltasse do passeio com ele, iria descrever por completo como havia sido. Eu preciso que essa tarde fique em meu diário, pois eu não sei o que poderá acontecer, então prefiro anotar como havia sido cada detalhe. Depois de escrever um pouco, fui para o notebook, naveguei um pouco na internet e, depois, assisti alguns episódios de minha série preferida.

O relógio marcava 12:15, então, ansiosa demais, fui até meu Closet. Não sabia, ao certo, o que iria vestir. Olhei e olhei e continuei a olhar o meu closet aberto em minha frente. Droga! Preciso fazer algumas compras! "Merda! será que esse pensamento é fruto da minha ansiedade ou é pura futilidade?" Acorda, Elena. Você é linda e não precisa se preocupar tanto. Sem falar que esse closet está lotado de roupas.

  Peguei um vestido florido de alcinhas e rodado, marcando a cintura. Seu comprimento ía até um pouco acima dos joelhos. Eu amava aquele vestido, e, seja qual for o lugar que o Damon vai me levar, acho que ele cairá bem. Fiquei um pouco indecisa entre uma sapatilha clarinha e meu Allstar, preferi colocar o Allstar, pois ficaria mais confortável e encaixou perfeitamente com o vestido e com o Cardigan que eu iria pôr sob o vestido. Já eram 13:00 , quando fui me arrumar. Tomei um banho rápido e me vesti. Fiz alguns cachos em meus cabelos, usando o babyliss e deixando-os soltos. Tentei não me maquiar muito. Apliquei apenas um pouco de delineador com rímel, marcando os olhos e um pouco de blush e Gloss. Olhei em direção ao espelho, não gostei tanto do que vi, mas acho que estava bom para um passeio, ou um primeiro encontro? Não. Não era o primeiro encontro, Elena. "É apenas um passeio à tarde!" Uma voz falou em minha mente com firmeza e eu assenti com a cabeça.

Fui até o quarto de tia Jenna, mas ela já havia saído, então me sentei no sofá da sala. Um pouco nervosa, minhas mãos suavam um pouco e o celular começou a deslizar em minhas mãos, me deixando ainda mais nervosa e preocupada com aquela ainda. Mais que droga! Não era pra eu isso acontecer. "Elena, é só um passeio, um passeio simples e normal!" Repeti várias vezes essa frase em minha mente. Mas pra quem eu estava mentindo?

O celular vibrou, me tirando de toda aquela paranoia.

— Oi, Damon. Já chegou?

— Oi, Lena. Sim. Estou aqui embaixo te esperando. Pronta?

Hesitei um pouco antes de responder. Pra falar a verdade, eu não estava assim tão pronta. Merda! Mil coisas passavam por minha cabeça, talvez o sentimento que estava se formando dentro de mim era culpa, culpa por estar indo passear com o Damon, Damon o cara mais lindo que eu já vi, mais charmoso e mais gentil que eu tive a sorte de conhecer. Eu estou parecendo uma adolescente de 13 anos no meio de uma crise, antes de sair para o 1° encontro.

— é... sim. Claro! Me dá só um minuto que já chego aí, ok?

— certo. Lena, ...

— oi,

— você já está, ao menos, vestida?

Um sorriso meio irônico se formou em meu rosto ao ouvir o Damon perguntar aquilo, parecia que já eramos um casal de namorados.

— Damon, querido, eu já estou totalmente arrumada. Não gosto de fazer ninguém esperar.

— Oul, certo, certo. Então, continuo esperando você, meu bem.

— Tchau, Damon!

Desliguei e saí fechando a porta atrás de mim. Peguei o elevador rapidamente, sorte que ele já estava descendo. Ao chegar à recepção do meu prédio, dei um oi para o porteiro e fui em direção ao carro do Damon que estava estacionado na calçada do outro lado da rua.  Quando eu ia atravessar a rua, parei onde estava, observando o seu jeito elegante e sensual ao sair do carro, ele estava impressionantemente lindo em um jeans escuro, com uma camisa de algodão azul marinho e uma jaqueta de couro preta. Sim, ele estava irresistível. Atravessei a rua a passos largos. Ao me aproximar dele, um sorriso de leve brotou no canto de seus lábios. Seu olhar era penetrante. Eu tentava olhar em qualquer direção, menos em seus olhos, porque sabia que se nossos olhares se encontrassem, eu me perderia naquela imensidão azul.

— Hey, você está linda! - disse em meio a um abraço apertado.

— Obrigada. Você também não está nada mal. Agora já posso saber para onde vamos?

— Bom, ainda não. Como eu disse, você não vai conseguir arrancar nenhuma informação de mim, Srt. Gilbert.

— certo, Sr. Salvatore. Não se preocupe. Prometo que não vou perguntar mais nada. E então, já podemos ir para esse lugar tão misterioso?

— Sim, claro. Entre. Sei que você vai gostar!

O Damon abriu a porta do carro para mim, no momento seguinte ele estava ao meu lado, colocando o cinto de segurança e eu fiz o mesmo. Os 10 minutos que se seguiram foi de um absoluto silêncio dentro do carro, perguntei se ele tinha alguma coisa para ouvir.

— Bom, já tem uma Playlist. É só você ligar. Acho que vai gostar...

Ele voltou o olhar novamente para o trânsito, então eu liguei o aparelho e uma música começou a tocar. De fato, eu gostava do que ouvia. A música que começou a tocar foi "New York" do Snow Patrol. Eu gostava do cara. Ele era simples e, ao mesmo tempo, profundo em suas músicas de um jeito diferente e só dele.

— Hey, Damon, o que fez você achar que eu iria gostar do Snow Patrol?

— bom, não sei, só achei! As músicas dele são realmente boas, ele é diferente.

— hum... -permiti olhar um pouco para seu rosto, enquanto ele dirigia.

— Lena, coloca na faixa 6, acho que você conhece essa.

Fiz como ele pediu, e uma das melhores músicas começou a soar por entre os caixas de som do carro, You could be Happy, sim. Eu amava essa música. Certo, ela se tratava de um fim, mas eu gostava da letra, da melodia e de tudo o mais e o Damon também. Ele curtia tanto quanto eu. O que mais teríamos em comum?

— Damon, eu simplesmente amo essa música. - disse olhando para frente com um ar de riso. _ estou começando a ficar com medo desses seus poderes paranormais em saber exatamente do que eu gosto.

— Ah, Lena, qual é? Eu não sou tão assustador assim. Vem, chegamos!

Damon estacionou o carro num encostamento, e começou a desafivelar seu cinto. Saiu do carro fazendo a volta e abriu a porta ao meu lado. Levantei e parei na frente dele, tentando ao máximo não olhar para ele, mas, naquele momento, não era tão difícil não olhá-lo, pois o lugar onde paramos não tinha nada demais, além de um bosque do outro lado da pista.

— Damon, tem certeza que chegamos?

— Sim. Pode não parecer, mas vou te mostrar um lugar incrível. Vem !

Hesitei por um instante, não havia, simplesmente, nada de especial ali.

— Vem, Lena, é por aqui.

Damon segurou em minha mão e fomos em direção ao bosque, entramos numa trilha onde haviam muitas árvores.A tarde estava linda,eram quase 15:30.

De vez por outra,o Damon olhava pra mim e sorria, seu sorriso era empolgante e misterioso, eu estava gostando daquilo, de repente,as árvores foram se dissipando,dando lugar a um longo gramado verde, com as mais variadas flores ao redor, bem no meio tinha um bangalô branco com um banquinho dentro, logo a frente tinha um pequeno lago, e algumas casas na outra extremidade, aquele lugar era quase surreal, como em meu sonho, quase igual ao lugar do nosso sonho.

— Iai,é lindo,não é? Quase como em nosso sonho.

Damon segurou minha mão mais forte e olhou pra mim com um sorriso no rosto, agora seu olhar era terno, azul como a cor do céu acima de nós, pela primeira vez naquela tarde que tinha acabado de começar,nossos olhares se encontraram e eu senti algo avassalador dentro de mim, meu coração bateu mais rápido e uma alegria tomou conta do meu corpo, sim esse era o efeito que o Damon causava em mim.

— É lindo, assim como em nosso sonho.