Anna fez uma cara tão desapontada que ele se arrependeu de ter dito aquilo daquela maneira. Antes que ela disesse alguma coisa, a puxou contra si e a beijou delicadamente.
Shaka: Sei que não faz diferença para você... mas ao mesmo tempo sei como essa coisa de primeira vez importa para as mulheres. Acharia muito ruim você ter a sua primeira vez com pressa, com seus pais em casa, na sua cama e... com um cara que não fosse o seu namorado e não estivesse a sério com você.
Anna: Tudo isso são detalhes.
Shaka: Detalhes que fazem uma diferença. Não é porque eu me sinta entendiado com as mulheres que eu não tenha uma pinta de romantismo Anna. Sei como são essas coisas. Se ficássemos aqui hoje, agora, dessa maneira, não passaria de sexo entre dois jovens impulsivos. Estando juntos há algum tempo, em um local especial... se torna amor. Entende isso?
Anna: Não sou uma completa insensível. É claro que eu entendo. Mas como você sabe, eu não ligo para os detalhes.
Shaka: Para alguns você deveria ligar.
Anna: Você parece ser muito detalhista em seus relacionamentos.
Shaka: Nunca fiquei com uma mulher por mais de duas horas Anna. Não tenho um estilo de relacionamentos. Você é a primeira com quem faço planos ou quero ficar perto... e a única que não me entendia... nunca. Eu procurei demais por você e a achei da maneira mais improvável no mundo. Você não sabe a importância que tem para mim.
Anna: Eu realmente não sei. Você poderia me dizer.
Shaka: O suficiente para querer fazer as coisas certas e que tudo dê certo. E estar com você nos bons e principalmente nos maus momentos. Mas não quero fazer isso sendo um ficante ocasional ou um amigo colorido. Confessamos o amor que sentimos um pelo outro então... temos que entrar de cabeça num relacionamento. Pra valer.
Anna: Você parece estar me pedindo em casamento... (rindo)
Shaka: Agora estou te pedindo em namoro... mas daqui a algum tempo esse assunto possa vir a tona.

A reação de Anna foi clássica. Ela ficou séria, suspirou e começou a preparar o discurso que Shaka já conhecia de cor. Ele a encarou sério.
Shaka: Nem ouse começar. Já sei o que vai dizer. Que não devo fazer planos, que não devo namorar com uma garota condenada, que você vai morrer, bla, bla, bla. Eu não quero saber. A vida é minha. Eu escolhi arriscar quando não deixei você se afastar. E não é agora que isso vai acontecer. E não adianta dizer que não Anna. Eu não vou desistir. Então você tem duas opções: facilitar as coisas ou aguentar a minha insistência.
Anna sorriu. E pelo sorriso ele pôde ver que ela não iria dificultar mais as coisas.
Anna: Você é teimoso. E eu já sei que não posso vencer a sua teimosia.
Shaka: Não, não pode. (a puxou contra si e a apertou em um abraço)
Os dois trocaram um beijo intenso. Anna deixou-se aconchegar no corpo de Shaka, que fazia um carinho suave pelos cabelos dela.
Shaka: Você não está mais sozinha Anna... não tem mais que enfrentar toda essa doença sozinha.
Anna: Eu sei.
Shaka: Sabe? Ou apenas está fingindo para na primeira oportunidade me afastar com palavras rudes e bancar a forte?
Anna: No momento Shaka, tudo o que eu menos consigo é ser forte. E agora... eu tenho alguém que pode me ajudar nos momentos de fraqueza. É mais do que eu pedi, muito mais.
Shaka: Você ainda não me disse o que busca tanto na outra vida... me pergunto se você já encontrou.
Anna: Você saberá um dia... e sim, Shaka eu encontrei. De uma maneira inesperada, mas encontrei.
Shaka: Acredito que sei o que é...
Anna: Você sabe. (ela sorriu e fechou os olhos, ainda abraçada a ele)