O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 31
Capitulo 31 - Ice


Notas iniciais do capítulo

GENTE, EU NÃO SOU UM SER DO MAL QUE GOSTA DE VER A DOR ALHEIA!
Só queria fazer esse simples comentário antes de tudo.

Olá, peoples *-*
Quero agradecer a esse MONTE de comentários :3 Serio, mesmo que foi me xingando e recebendo ameaças de morte, eu só tenho a agradecer por esses comentários que deram uma revolucionada na fic! OBRIGADA! u.u
Eu só demorei essas duas semanas porque como disse não sei se foi nessa ou nas minhas outras fics, não lembro mais, porque as minhas aulas começaram!
AEEEEW! UHUUUL! EBAAAAA!
(Significado da comemoração acima: Gaia que pariu, cara, o que Nice tem contra mim, em? Hera merda! Não dá pra viver desse jeito. Vão todo mundo pro tártaro! ~menos vocês, é claro~)
rsrsrsrsrsrsrsrs'
Pois é, as minhas aulas começaram ontem. E, como eu acho, com certeza não, que já comentei, eu estou fazendo um curso técnico em informática em minha escola aqui da cidade. O que significa que duas vezes por semana, vulgo terça e quinta, eu vou estudar os dois horários na escola. Buaaaaaaa :'( Mas, fazer o que, o curso é bom!
Mas eu acho que consigo manter meu ritmo assim ao invés de atrasar mais. Mas se eu atrasar, vamos combinar, galera, eu estou estudando 17 matérias. u.u Porém, como estamos estrando em uma fase tensa da fic, acho que eu vou me sentir bem animada em escrever em qualquer tempinho livre! u.u
Bem, é isso. Podem ler. haha *-*



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Pov’s Percy

Quanto mais eu penso nisso, mais eu acho cruel.

Sempre achei que esse tipo de problema amoroso era coisa de livros romances, filmes e novelas mexicanas. Porém, quanto mais consigo digerir os fatos que moldam cada dia da minha vida, mas me decido de que tudo é bem real. Entendi que eles tinham que se inspirar em alguma coisa. A diferença, no entanto, é que nas novelas, livros e filmes, os mocinhos ficam juntos e tem um final feliz. Eu não faço a mínima ideia do que vai acontecer comigo.

A coisa toda foi uma bagunça. Assim que saí de perto dela, repassei minhas palavras. Fui cruel, eu sei. Mas eu estava com muita raiva. Se eu não falasse aquilo que estava entalado, eu provavelmente ficaria maluco! Eu também não consigo me arrepender. Por mais que tenha sido cruel e tudo mais, eu não consigo pensar que eu estava errado. Eu precisava dizer a ela que aquilo está sendo difícil pra mim. E eu disse. A ignorância foi pela raiva, mas eu não consegui evitar.

O fato da noite anterior deixou tudo ainda pior. Tivemos a melhor noite de nossa vida. Isso estava claro pra mim. Mas ela não queria lutar por isso. Ela prefere sofrer a tentar tornar os momentos daquela noite em fatos diários, tudo pra poder deixar Rachel feliz, crendo que assim eu também vou ser feliz. Eu e Rachel não estamos felizes. Eu sinto que ela não está mais a vontade comigo. Eu não a culpo. Sou cada vez mais um namorado menos presente. Acho que até o final desse mês, de qualquer maneira, não vamos mais estar juntos.

Eu também não consigo deixar de admirar o sacrifício que ela fez. Eu sei que eu disse a ela que não acreditava mais nos sentimentos dela. Aquilo foi precipitado. Em minha cabeça, se eu dissesse isso a ela, ela tentaria me provar o contrário. Mas ela não veio atrás de mim a ponto de largar tudo e ficar comigo. Porém, ainda gosta de mim. Então eu admiro por ela ser forte pra resistir a tudo. Eu acho que não seria forte igual a ela.

E o tempo passa, a vida segue.

Eu não sabia o que ia acontecer quando nos encontrássemos de novo. Eu sabia que não ia continuar correndo atrás dela de jeito nenhum. Ela finalmente tinha conseguido me convencer de que não adiantava tudo que eu fizesse. Seria em vão.

Na segunda-feira, o clima estava tenso. O pessoal estava intrigado com a saída da repentina Annabeth no shopping e mais intrigado ainda quando ela apareceu do nada, pegou Thalia e a levou embora com ela. Silena nos contou na entrada que a loira não chorava, mas estava na lua e parecia um zumbi. Thalia a levou embora. Eles falavam dela quando ele apareceu atrás deles com um lápis muito escuro ao redor dos olhos. Eles disfarçaram, mas eu sei que ela percebeu. Perguntaram o porquê da maquiagem forte.

― Eu estava vendo se sei passar lápis ― ela contou ― Ai fui passando, passando, passando até que ficou assim. Não deu pra tirar. Aí, Thalia, vou cortar o meu cabelo pra fazer um cosplay seu.

A turma riu.

― Você nem é louca de fazer isso ― brincou Thalia de volta, mas notei que sua voz era mais uma advertência, que me fez perguntar o que Thalia sabia.

Ao olhar diretamente pra ela quando nos cruzamos momentos mais tardes, eu percebi que aquela maquiagem estava disfarçando as olheiras, o que significa que ela tem chorado. O que também me deixa muito mal.

Não nos falamos durante o resto do dia e nem no dia seguinte. Ver, nos víamos ― toda essa historia não mudou o nosso horário. Porém, nós não chegamos a nos olhar.

Não posso dizer que eu me sentia feliz com esse gelo que nos dávamos um no outro. Aquilo acabava comigo. Vê-la todos os dias e meu orgulho me obrigando a passar a metros de distancia. Bem, não só o meu orgulho. Ele também queria isso. Isso também me deixava mal.

Então, a quarta-feira chegou.

Acho que já virou rotina toda a quarta-feira em certa aula de física acontecer uma confusão. A diferença foi que dessa vez não começamos uma confusão. Nós continuamos uma confusão. Sendo mais especifico, certa encrenca sobre meu diagnostico de transtorno de déficit de atenção.

Tudo começou errado quando cheguei na sala e topei o professor conversando sarcasticamente com a loira que, pelo milagre divino da sociedade, já estava na sala quando eu entrei.

―... É realmente um milagre você chegar cedo em minha aula, Srta. Chase ― ele falava ― Eu acho que eu deveria até te dar pontos por isso.

Annabeth abrira um sorriso de tedio.

― Ah, professor! ― ela comentou ― O senhor sabe o quanto eu amo suas aulas de física! Queria o dia inteiro só ela. Assim eu não precisaria vir.

― Seria expulsa no primeiro horário, não é?

― Não, é que prefiro dormir na minha cama mesmo. Aqui é muito desconfortável.

As poucas pessoas que estava na sala riram. Você não vai rir, Jackson, adverti-me. O professor suspirou impaciente e voltou-se pra sua mesa. Eu comecei a caminhar e me sentei ao lado de Annabeth. Não olhei pra ela, mas senti seu olhar sobre mim. Ela ainda usava sua maquiagem escura nos olhos. Quando ela virou-se pra frente, pigarreou.

O professor virou-se. Ele olhou diretamente pra mim.

― Senhor Jackson! ― ele exclamou ― E o seu diagnostico, em? Não pense que eu me esqueci.

Senti Annabeth olhar pra mim de novo, mas dessa vez com urgência. O professor voltou-se pra mesa e vasculhou suas coisas. Depois ele voltou-se pra mim novamente, com um papel nas mãos.

― Bem, como foi um pedido da nossa adorável senhorita Chase, eu fui fazer o meu exame. ― ele contou, entregando o papel na mão dela. Inclinei-me pra ver também ― Como pode ver, o meu diagnostico é negativo. Onde está o seu, Sr. Jackson?

Eu estava prestes a inventar uma desculpa quando Annabeth se meteu.

― Ele ainda não saiu, professor! O medico disse que vai demorar uma semana. Ou seja, semana que vem e semana que vem vão começar as férias de inverno. Então, pois é, acho que você só vai ver o ano que vem.

― Ah, é sério senhorita Chase? ― perguntou o professor ― É muito suspeito o fato de você saber de tudo isso. O que? Você foi com o Sr. Jackson até o consultório?

― Na verdade, eu não fiz exame nenhum, professor. ― confessei, antes que confusão continuasse ― Por isso eu não tenho nada pra te mostrar hoje.

Ele sorriu e bateu palmas.

― Excelente noticia! Assim não preciso aguentar os dois na minha aula! Obrigado, Deus.

Nem é preciso muitos detalhes do que aconteceu. Acabamos por levar muita bronca antes que ter que sair da sala. Nico chegou nesse meio tempo. Ficou com a maior cara de quem não está entendo nada. Eu e Annabeth saímos da sala.

Fomos para diretoria e acabamos tendo detenção apenas. Dessa vez não era Hera, o que nos ajudou um pouco. Era a professora de artes. Porém, como estávamos na semana de preparação para o baile, ninguém estava de castigo, pois estavam mais preocupados em ajudar na decoração. Então, estávamos só nós dois lá dentro.

Havia mais um problema naquilo: a professora nos adorava. Desde nossas respostas “ataque/contra-ataque” sobre a arte barroca na aula dela, ela imaginava que éramos uma dupla dinâmica. Então ela nos pediu pra sentarmos lado a lado nas mesas pra bater um papo com ela.

― Só tem nós três mesmo. Quem vai contar para o diretor?

E conversamos durante toda a detenção. O clima estava pesado, mas a professora não percebia. Volta e meia eu olhava pra ela, a Annabeth. Seus braços estavam esticados em cima da mesa. Mesmo com as varias blusas que ela estava por causa do frio, eu podia ver a pulseira do Nico ali em seu braço. Imaginei se ela usava o colar que eu dei a ela. Seu cabelo e o cachecol tampavam o pescoço, então era impossível olhar sem parecer muito obvio.

Eu também tinha que me controlar pra não ficar louco com ela ali tão perto de mim. Era horrível a sensação de distancia. Ali, tão próximo, eu sentia que ela estava do outro lado do mundo. E, mesmo assim, o perfume doce dela que eu adorava, me fazia querer abraça-la ali mesmo.

Então ela resolveu falar diretamente comigo.

Quando saímos da detenção, ela tocou o meu braço e em chamou. Virei-me assustado, não esperando isso de jeito nenhum. Seus olhos, com aquela maquiagem escura, ficavam tão cinzas que eram assustadores. Lindos, mas assustadores. Consegui ver o colar em seu pescoço, mas estava tampado com o cachecol.

― Posso falar com você?

Geralmente, quem pedia isso era eu. Annabeth já chegava falando. Isso me leva a pensar que ela não está bem.

― O que foi? ― não era minha intensão ser grosso, mas minha cabeça tinha outra ideia.

Ela fechou os olhos suspirou. Aquela maquiagem ficava muito bem nela, tenho que admitir.

― Olha, eu sei que você me odeia agora ― ela disse, depois de abrir os olhos ― Mas você ainda é o meu porta voz de como anda a Rachel. Eu tenho que saber como ela está.

Eu já deveria saber, é claro. Não existe a possibilidade ela vir falar comigo pra falar de outra coisa se não o estado que se encontra Rachel.

― Rachel está bem. ― contei ― Está preocupada com sua estranheza. Só isso. Ela ficou duas horas com a psicóloga ontem a noite, o que me admira muito. Você tem alguma coisa a ver com isso?

Ela deu de ombros.

― Não sei. É bem provável que não. Acredite, Percy, Rachel está melhorando agora. Ela se sente mais segura e nós nem brigamos.

― Ótimo ― retruquei ― E você, como está com tudo isso? ― sorri irônico com a minha própria pergunta ― Já sei! Totalmente feliz em ver sua amiga bem?

― É isso mesmo ― ela me olhava com ar de lógica ― Exatamente, Percy. Caso não tenha percebido, nada me dá mais prazer do que a felicidade das pessoas que eu gosto.

Aquilo foi uma facada no meu peito. Como ela pode dizer isso?

― Sim, claro. ― sorri, furioso, socando o armário a minha direita. Annabeth deu um pulo ― Pessoas que você gosta. Entendi ― comecei a lhe dar as costas, muito irritado pra continuar aquela conversa, mas ela me chamou de novo e segurou a minha mão (um gesto que me pareceu ser totalmente involuntário).

Virei-me pra ela na hora. Seus olhos estavam tristes. Ela olhou admirada para as nossas mãos, como se pensasse que nunca mais fosse ver as duas juntas, até que soltou. Eu admito que pensei a mesma coisa.

― Olha ― ela suspirou ― Eu tenho que dizer outra coisa ― aquilo não era novidade, porém ela estava encolhida, como se estivesse com medo. Eu queria abraça-la e dizer que estava tudo bem. Mas eu não fiz isso. Não mesmo. Só cruzei os braços e esperei ela continuar ― Eu conversei com a Piper sábado antes de... ― Ela balançou a cabeça negativamente ― Enfim, sobre aquilo que aprontamos sobre ela e o Jason. Ela me desculpou, mas o seu assunto ficou pendente. Bem, eu acho que você também deveria falar com ela.

Eu havia até me esquecido daquilo. Nossa fracassada tentativa de sermos cupidos. Havíamos torando improvável o casal mais provável da escola. Depois disso, abandonamos o barco como um bando de ratos. Somos seres humanos horríveis mesmo.

― Eu vou falar com os dois ― falei ― Não se preocupe.

― Não me preocupo ― ela afirmou ― Talvez você não acredite mais em mim agora, mas eu continuo acreditando em você. ― ela limpou a garganta ― Eu preciso ir. Meu pai está me esperando há muito tempo lá fora.

Assim, ela me deu as costas. Bati a cabeça, não com força, nos armários. Eu perdi essa garota. Ou talvez nunca a tive.

Pov’s Annabeth

Eu não me sinto bem.

Bem, eu sei que fiz a coisa certa e sei que vou ser odiada pra sempre por isso, mas ainda não me sinto bem comigo mesma. Após quase uma semana só de pensamentos a respeito de tudo isso, percebo que só vou me sentir bem quando eu contar pra Rachel tudo isso.

Já é quinta-feira à noite. Não diria que essa foi a semana mais agradável da minha vida. Foi totalmente terrível. Mas eu mereço e eu sei disso.

Já havia jantado com os meus pais ― depois de uma semana beliscando as coisas a fome me pareceu e eu resolvi não negar-lhe nada (ficar sem comer ainda estava fora de cogitação pra mim) ― e agora nós estávamos na sala, montando a nossa arvore de natal.

O contrário da maioria das pessoas de NY, nós montávamos nossa arvore de natal quase no natal. Hoje era dia 19 de dezembro. Nossa arvore tinha um metro em meio ― meus pais queriam um maior, mas os convenci a comprar essa ― e nós estávamos sentados em volta dela, colocando as bolas e os enfeites. Héstia estava conosco. Ela e meus pais conversavam. Eu estava em silencio, distraída tentando achar uma colocação correta para as bolas se harmonizarem nas cores.

― Então, Héstia ― dizia a minha mãe ― Já que você estará de férias no natal, podia vir aqui no almoço natalino com a gente. Como nossa convidada especial. Vamos ter uma competição culinária nesse dia e adoraríamos que você viesse. Claro, se quiser.

― Claro que venho, senhora. ― respondeu Héstia em seu jeito cordial e educado.

― Excelente! ― exclamou meu pai ― Assim temos mais uma jurada pra nos ajudar a decidir qual prato é melhor. Annabeth pode chamar alguns amigos dela também. Seria interessante.

― Isso seria mesmo ótimo ― concordou minha mãe ― O que você acha Annabeth?

As cores estavam harmonizadas em azul e prata, combinando perfeitamente. Ah, ótimo, azul. É a cor preferida do Percy. Será que eu não vou conseguir nem olhar pra uma simples arvore de natal sem me lembrar dele? Vida cruel.

― Annabeth?

― Não fui eu.

Meus pais me olharam como se eu tivesse dito que estou namorando o Osama Bim Laden. Bem, isso seria muito estranho mesmo. Cara velho e desmiolado. Eu achava as torres gêmeas muito lindas pra ele destruí-las.

― Ah, desculpe ― falei, me levantando com a estrela da arvore na mão ― É... Eu vou chamar sim, mas duvido que venham, mãe. Bem, é natal, todos estão com suas famílias ― bem, menos Rachel e Percy, cujos pais estão em Washington, então... Deixei o pensamento pra lá. Não seria nenhuma boa ideia chamar Percy ali ― Mas eu vou tentar ― coloquei a estrela dourada em cima da arvore. Depois me afastei um pouco pra vê-la por inteiro e liguei os pisca-piscas na tomada. Nada é mais encantador que uma arvore de natal piscando em várias cores.

― Ficou linda ― minha mãe disse, erguendo-se, seguida pelo meu pai e Héstia.

― É, ficou mesmo ― falei, vaga. Eu queria ir pro meu quarto e ficar lá durante um bom tempo. Conversando com Héstia, de preferencia. Eu havia contado a ela e a Thalia tudo sábado a noite. Elas não brigaram comigo, só ficaram em silencio e me abraçaram, o que foi o melhor que elas poderiam ter feito. Héstia achou super estranho quando eu cheguei com uma cara de zumbi e fui direto pro quarto. Thalia, antes de eu rouba-la das meninas, já havia comprado o seu vestido. Neste momento, Héstia viu que eu estava desconfortável.

― Annabeth, que tal nós irmos pro seu quarto terminar de arrumar as coisas do baile? ― ela falou ― Vamos deixar tudo organizado pra depois de aprontar bem fácil.

― Ah, é uma boa ideia, Héstia! ― eu falei, olhando pra meus pais que me olhavam ― Eu quero deixar tudo organizado, sabe? Não quero me preocupar com nada amanha.

― Quem é você e o que fez com a Annabeth? ― perguntou minha mãe ― Minha Annabeth não gostava de ir a bailes e festas escolares. Preferia ficar em casa lendo o que era um orgulho. Será que dessa vez temos alguma pessoa especial?

Meu rosto queimou.

― Ah...

― Além disso, ela não nos deixou ver o vestido que ela comprou. Na verdade, ela nem sequer comentou sobre o assunto só pra não chamar a atenção sobre ele. Quando o mistério? Ele é tão lindo assim que não quer nos deixar ver?

Na verdade, mamãe, ele não existe. Eu estou indo pro quarto só pra ver se minha calça jeans ficaria legal com meu penteado produzido.

― Ah... bem, é que... ― onde estão aquelas minhas ideias malucas quando eu preciso delas? Acho que eu estou tão perturbada psicologicamente, que meu cérebro nem funciona direito. ― Eu queria uma surpresa mesmo. Só amanhã. ― eu olhei pra Héstia ― Vamos?

Ela assentiu.

― Eu vou acabar e vou dormir, mamãe ― andei até ela e a abracei ― Papai ― andei até ele e o abracei também. Ele me deu um beijo na testa ― Tenham uma boa noite.

― Pra você também ― eles me disseram.

Puxei Héstia escada acima e fomos para o meu quarto. Mas entramos e ela já foi me perguntando.

― O que você vai fazer? Eu sei que você não tem o seu vestido!

Joguei-me em cima da cama, com os joelhos dobrados e os pés no chão. Eu deveria ter ido correndo para o guarda-roupa, mas eu não estava com vontade.

― Eu não sei ― falei ― Vou ligar pro Nico e dizer que não vou ao baile. Ele vai ficar bravo, eu vou ficar triste, digo, ainda mais triste, mas é o jeito.

Eu não estava mais sensível. Pelo contrario, estava cada vez mais rabugenta. Ontem a noite foi o único dia que eu não chorei a noite. Mais meu coração estava despedaçado e eu estava quase virando uma sem noção.

Não era justo ser assim com ninguém, eu sei. Porém eu não consegui evitar. Minha vida era uma droga tão grande que eu não achava que poderia ficar pior.

― Annabeth ― Héstia andou até mim e colocou as mãos na cintura como se fosse me dar uma bronca. E deu. ― Eu não estou te reconhecendo! Cadê aquela menina sonhadora, feliz, destemida que eu vi crescer?

― Ela não existe ― respondi, como se fosse uma coisa muito obvia e me sentei em seguida ― Pelo menos, não mais. Acabaram com ela, Héstia. Só sobrou isso ― indiquei a mim mesma.

― Não, não mesmo ― ela balançou o indicador negativamente ― Isso não é ela e nem você e nem o que sobrou. Isso é outra Annabeth, uma pessoa fria, que se cansou de fazer sacrifícios, e agora não quer encarar avida como encrava antes.

― Não mesmo.

Me levantei. Caminhei até a janela, que estava fechada por causa do frio. A neve caia lá fora, devagar e calma. Não estava tão forte por ainda estarmos no final do outono. Se eu me concentrasse, podia ver paisagem lá fora, se não eu só via o meu rosto: triste, os lábios tensos, os olhos com aquela maquiagem sinistra que eu inventei pra tampar as olheiras. Ao mesmo que era eu, também não era.

Héstia apareceu ao meu lado.

― Porém, Annabeth, ainda é você. Um lado de você totalmente diferente que ninguém imaginava que chegaria ver. A outra Annabeth era muito melhor que essa. A que amava tanto os amigos, que sacrificou a própria felicidade para o bem deles.

Lagrimas. Meus olhos se encheram delas. Pisquei varias vezes pra elas não descerem, mas foi tudo em vão. Quando dei por mim, estava chorando de soluçar. Vire-me pra Héstia e ela me abraçou enquanto eu chorava. Sujei o seu uniforme com o lápis dos olhos que borravam com as lagrimas.

Senti um aperto no coração. Aquela não era mesmo eu. Eu me importo com o Nico. Me importo com Rachel. Me importo com todos os meus amigos. Eu não vou deixar ele na mão. Eu sei que jamais ele faria isso comigo. Jamais. Aliás, eu vou me divertir. Eu preciso sorrir um pouco.

― Okay, Héstia ― falei, parando de chorar e me soltando dela. ― Você me convenceu. Eu vou não importa o que for.

― Essa é a Annabeth que eu conheço. ― ela sorriu, feliz.

― Mas eu ainda estou sem roupa, minha querida Héstia.

― Há, há ― ela riu de mim, colocado as mãos nos meus ombros ― Deixa que essa parte eu resolvo, queridinha.

Ela me soltou e começou a andar em direção a porta do meu quarto. Eu abri um sorriso e ergui a sobrancelha. Ela parou e olhou pra mim.

― Héstia ― perguntei ― No que está pensando?


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Notas finais do capítulo

Tá, eu sei, não ficou tão legal. Ficou muuuuuuuuuito dramático. Mas eu tinha que resumir essa semana pra chegar logo o baile e ainda mostrar os sentimentos do Percy. Ah, eu gostei desse capitulo de verdade! Mas a emoção é...
O PRÓXIMO É O BAILE! *-------------*
Já vou avisando que vai ter parte 01 e 02. Não sei se vai chegar a parte 03, mas é muito difícil. Ansiosas? hahahaha'
Comentem, favoritem e recomendem, okay?
Beijos ♥