O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 18
Capitulo 18 - Do Not Kiss Me Again


Notas iniciais do capítulo

Hey Peoples *--*
Genteee, desculpem! Eu ia postar na quinta feira mesmo, só que teve o jogo do Brasil, que eu não ia assistir, só que o Marcelo fez um gol contra e ai eu viciei no jogo hehehehe' Aí não deu pra terminar o capitulo! Na sexta também não deu, ontem eu saí, e hoje eu tenho um capitulo fresquinho pra vocês ^^'
Bom, eu quero agradecer a diva da " LittleMermaid " que fez uma recomendação muito fofa pra fic! Aiiiii, sua diva, dê cá um abraço ~le abraçando~ Ai, tá, parei hehehehe' Mas MUITO OBRIGADA, sua linda *-*
Quero agradecer também a todas as que comentaram! Cara, tivemos 2 paginas de comentários, cara, isso é inédito! Muito inédito! Ameeeeeeei *---* Continuem assim, please!
Bom, vamos logo ao capitulo! Estão intrigadas com o título, né? hehehehehehehe'
APROVEITEM! ^^'



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Pov‘s Percy

Após sair do quarto da Rachel, segui direto pra saída.

Procurei Annabeth aos arredores. Nada. Andei ate onde estava a lata velha dela. Nada.

Droga, ela foi embora e me deixou aqui sozinho sem transporte? Eu realmente estou achando que essa garota me odeia!

Depois de 10 minutos ali tentando, eu finalmente consegui um táxi. Mais 10 minutos ate chegar até o apartamento.

Abri a porta e percebi tudo estava em silencio. Olhei o relógio: 07h30min. Cedo ainda.

Annabeth tinha que estar aqui. Eu vi a picape do lado de fora.

Direcionei-me para o quarto dela. Vacilei na porta, ao escutar soluços lá dentro. Ela estava chorando. Claro que ela estava chorando! Discutiu com a melhor amiga por tentar fazer a coisa certa! Era de se admirar.

Mas eu não conseguia entrar. Só de ouvi-la chorar meu coração apertava. Se eu a visse chorar...

Não seja mole, Percy. Você já a defendeu na frente de sua namorada! Encará-la de frente não seria tão ruim.

Ignorei completamente a regra de “bater na porta” e entrei.

Ela estava em sua cama, de costas pra mim. Não tinha nem tirado o All star pra se deitar. O cabelo loiro estava jogado pra frente.

Quando ela escutou o barulho da porta se fechando atrás de mim parou de chorar. Orgulhosa! O que tem ela chorar na minha frente? Me aproximei. Até um bocó saberia que ela andou chorando, pois, quando sentei ao seu lado em sua cama e olhei por cima o seu rosto, além de vermelho, estava molhado, e lágrimas desciam de seus olhos fechados, já que, além de tudo, fingia que estava dormindo.

Sorri. Quem é mais cabeça dura que Annabeth Chase?

Peguei seu cabelo no pescoço e o puxei para trás, tornando mais visível seu rosto.

– Não adianta fingir pra mim, Sabidinha – sussurrei ao seu ouvido.

Por um momento, ela não disse nada. Então abriu os olhos e virou a cabeça de lado.

– Como você veio? E porque veio? – ela perguntou.

– Vim de taxi – eu disse, um pouquinho inquieto com a nossa proximidade – E vim porque... Não sei. Talvez porque briguei com a Rachel. Não sei.

– Bom, eu achei que você iria ficar lá e com ela, por que... Espera! – ela me olhou incrédula – Você... Você brigou com a Rachel? Por quê?

– Não gostei do que ela fez com você. Tentei explicar a ela porque ela tinha razão, e acabamos brigando. Não foi nada.

– Ah.

– Mas, e você? Como se sente?

Ela remexeu-se e se sentou a cabeceira da cama. Colocou as mexas dos dois lados do cabelo atrás da orelha. Ergueu os joelhos e os abraçou.

– Como acha que eu me sinto, Jackson? – perguntou.

– Não sei. Eu nunca consigo te enxergar por trás de toda essa sua birra!

Ela riu.

– Tente.

Dou de ombros.

– Chateada? – digo.

– Chateada?! – ela pergunta indignada – Eu estou muito mais do que chateada, Jackson! – a voz dela foi ficando embargada, como se estivesse prestes a chorar – Eu estou completamente indignada! Com raiva, muita raiva. Eu tentei ajuda-la. Sempre estive do lado dela e ela... – ela desatou a chorar, abaixando a cabeça nas mãos. – Ela nunca vai me perdoar por isso! – e continuou chorando.

Olha-la assim era... Não sei descrever. Era como se arrancassem meu coração e o picasse em pedacinhos.

Sentei-me bem ao seu lado e passei o braço ao seu redor. Ela tirou a cabeça dentre os joelhos e se aconchegou em meu peito. Fiquei ali passando a mão em seu braço, carinhosamente, enquanto ela chorava.

– Ela vai sim – soltei de repente.

– Como pode ter certeza?

A fiz olhar pra mim, de frente. Então, olhei bem em seus olhos.

– Porque, Annabeth, você é melhor amiga do mundo. Você a ajuda, a protege, a faz rir em momentos difíceis e não mede esforços para vê-la bem. Nem mesmo a própria amizade. Tenho certeza de que ninguém a ama mais do que você.

Ela me olhou curiosa.

– E você? Não a ama?

Me fiz a mesma pergunta. Eu amo a Rachel? Sim, claro que sim, mas acho que não a amo como namorada. É mais como... Amizade.

Suspirei. Estava disposto a dizer a verdade a ela.

– Não vou mentir pra você: eu não amo a Rachel, Annabeth. Gosto muito, muito mesmo dela, mas... Não eu não amo. Não desse jeito.

– Ah... Eu pensei...

– Pensou errado. – disse limpando as lágrimas do seu rosto – E é por isso que ela vai voltar falar com você.

– Mas... E se não falar, Percy? Rachel é minha irmã! Graças a ela, eu estou aqui. Se ela...

– Você é tão pessimista!

– Eu não estou brincando, Percy! Se ela não falar comigo...

– Se ela não falar com você – a interrompi – Saiba que eu vou estar sempre com você. Sempre. Pode contar comigo pra tudo, não importa o que for.

Ela me olhou tão intensamente que seus olhos cinzentos pareciam mais cinza que de costume.

– Obrigada, Percy – ela disse e depois se deitou no meu peito de novo.

E ficamos assim por incontáveis minutos: Annabeth aconchegada em meu peito, e eu a abraçando, acariciando e fazendo até um cafuné.

Algum tempo depois, olhei pra Annabeth, e a loira estava dormindo como um anjo. Com muito cuidado, levanto-me e deito-a na cama. Tirei seu tênis, coloquei-os ao pé da cama, peguei uma coberta e a cobri. Com a proximidade do inverno, o clima estava cada vez mais frio.

Saí devagar, depois de dar-lhe um beijo na testa, e fechei a porta com cuidado.

Olhei para meu relógio em meu pulso. 09h30min. Eu fiquei lá dentro por duas horas.

Não me lembro o que aconteceu depois que dormir também no sofá, depois de assistir três filmes para passar o tempo. Só sei que, quando acordei, a primeira coisa que fiz foi olhar no relógio e ver que era seis da tarde. O que foi?! Ontem eu dormi de madrugada, e a loira me acordou ás seis! Era de se esperar que eu dormisse muito tempo!

Sentei-me no sofá. Escutei um barulho vindo da cozinha. Levantei-me e fui ver.

Annabeth estava na cozinha mexendo nos armários e derrubando panelas. Havia alguns ingredientes na mesa e aquele livro de culinária estava aberto.

Cheguei perto da garota. Uma panela caiu na minha testa.

– Ai! – reclamei, pondo a mão aonde havia acertado.

– Percy! – Annabeth se virou – Me desculpe.

Sentei na cadeira da mesa. Annabeth se aproximou de mim.

– Me deixe ver – ela tirou minha mão com delicadeza do local com a sua e o examinou – Ora, Jackson – ela apertou o local e eu reclamei – Nada que um gelinho não resolva.

E foi pegar o gelo. Colocou-o em um pano.

– Eu passo – disse.

E assim fez.

Depois de alguns minutos encarando os olhos de Annabeth e resolvi perguntar.

– O que estava fazendo antes de me acertar?

– Vai ficar roxo – ela murmurou antes de tirar o gelo da minha testa e responder – Eu ia fazer panquecas. Passei o dia todo sem comer e me deu fome.

– Ah, sim – eu disse, pondo a mão na testa – É bom saber que tudo isso não cortou seu apetite.

– Ficar sem comer está fora de cogitação pra mim – ela andou até o armário pegando uma tigela redonda de vidro – E me deu vontade de comer panquecas recheadas.

– Posso ajudar?

– Não! Você quebraria a cozinha!

– Bem eu, né! – indiquei a cozinha cheia de panelas pelo chão.

– Tá bom – ela cedeu, sorrindo – Vamos cozinhar de novo, Jackson.

***

Annabeth me fez juntar todas as panelas do chão só pra começar. Depois começamos a trabalhar.

Coloquei uma música animada pra tocar enquanto mexíamos, cantávamos e trabalhávamos.

Enquanto ela mexia a massa, eu colocava a frigideira limpinha no fogo.

Ela cantava a música enquanto fingia que a colher era seu microfone, dançando sem sair do lugar.

Então a puxei pela mão e dançamos juntos, fazendo passos simples que eu nem sabia que fazia. Rodei tanto Annabeth que, com a tontura, e ela caiu em cima de mim. A segurei, enquanto ela olhava pra mim e ria.

– A panela – ela disse, se soltando de mim.

Pegou a massa e jogou um pouco na frigideira, depois de ter jogado manteiga e ter esperado a mesma derreter.

– Espia só – ela disse, segurando o cabo da frigideira, dando impulso, jogando a panqueca pra cima e fazendo-a cair com perfeição dentro da frigideira novamente.

– Wow – bati palmas.

Ela tirou a panqueca da frigideira e pôs mais massa.

– Sua vez – ela me ofereceu o cabo da frigideira.

– Não é uma boa ideia – ela disse.

– Que nada. Tente.

Ok. Foi um mico total.

A panqueca caiu bem na minha cabeça. Annabeth deu tanto gargalhada que achei que ela iria explodir.

– Jackson, vai lavar o cabelo – ela disse, enquanto gargalhava – Eu termino. Você é pior que Rachel!

Bom, ela estava me zoando muito, mas era bom vê-la sorrir.

Fui fazer o que ela mandou, aproveitei e tomei um banho.

Quando voltei, ela já tinha feito com toda a massa, já tinha recheado e enrolado e já estava colocando pra assar.

– Que rápida – eu disse.

– O lerdo aqui é você, eu já disse isso – ela brincou.

Eu ri.

– Quanto tempo? – perguntei.

– 20min. Vou tomar um banho. – e saiu sem mais nem menos.

***

Alguns minutos depois, nós estávamos na mesa da sala de jantar, comendo panquecas e bebendo Coca-Cola.

Estávamos de frente pro outro. Annabeth vestia sua calça de dormir, e uma blusa de frio. Tinha meias nos pés, e seu cabelo loiro estava solto. Eu estava com uma bermuda e uma camiseta de manga normal, pois o frio ainda não tinha me pegado.

– Hum! – Annabeth admirou a comida enquanto mastigava.

– Sabe, Sabidinha, eu nunca pensei que você sabia cozinhar tão bem! – dei mais uma garfada.

– Bom, se não percebeu, seu lerdo, sou uma pessoa cheia de surpresas. E, sua anta, eu já cozinhei pra você. Como não sabia?

– Qualquer um sabe fazer Cupcake! – dei de ombros.

– Você não está incluído nessa lista.

Rimos. E acabamos de comer em silencio.

– Adorei Annabeth – eu disse, irônico – Agora pode lavar a louça.

Esperei que ela tacasse um prato em mim, mas a garota estava com o cotovelo apoiado na mesa e a cabeça na mão, e olhava para o nada.

– Annabeth?

– Hein? Ah, sim, já vou!

Alguém ai pirou mais do que eu? Eu ouvi mesmo isso, Produção?

Inclinei-me mais pra frente por cima da mesa.

– Annabeth, tudo bem? – encostei a mão em seu rosto.

– Sim – ela olhou pra mim.

– Não está não.

– E porque?

– Você acabou de, praticamente, obedecer a uma ordem minha.

Ela me olhou incrédula.

– Eu fiz isso? – perguntou.

Eu assenti.

– É. Eu não estou bem – ela empurrou minha mão de seu rosto.

Eu ri. Levantei-me de minha cadeira e me ajoelhei ao lado dela. Ela virou-se pra mim.

– Tá tudo bem? – perguntei, passando a mão em seu rosto.

– Tá. É que... – ela suspirou – É... Eu só imagino como é que a Rachel está lá sozinha. Você deveria ter ficado com ela.

– Brigamos, Annabeth. Se eu ficasse lá, teríamos brigado mais.

– Mas pelo menos você estaria lá. – ela respirou fundo – Percy, eu e a Rachel... Nós nos mudamos pra cá, porque não aguentávamos mais a rejeição dos nossos pais. Ela ficar sozinha lá... É como ser rejeitada de novo. Eu também não gostaria disso.

Pensei. Sim, claro que ela tem razão. Mas eu não acho bom eu ficar lá com ela logo depois de uma briga. No estado emotivo que ela estava, provavelmente, brigaríamos de novo.

E tinha a Annabeth. Eu não queria deixa-la sozinha. Ela estava tão fragilizada... Rachel tinha a mim, e, mesmo que ela não quisesse, a Annabeth. Sem falar naquele monte de médicos que a poderiam fazer companhia. Já a Annabeth não tinha ninguém.

– Eu entendi – respondi.

– Me promete que vai ficar com ela. Que vai lá lhe dar apoio. Por favor. – Annabeth segurou minhas mãos.

– Mas... E você?

– Eu o que? Eu não sou nada! Eu estou bem e me viro sozinha. Sempre me virei. Me promete que vai pra lá. – e aperto mais as minhas mãos.

Ela falava com tanta ternura... Estava realmente preocupada com Rachel.

– Eu vou amanha – eu disse – vou lhe dar mais essa noite pra esfriar a cabeça. Mas amanha prometo que vou.

– Obrigada – e me abraçou.

Ela cheirava a creme hidratante de baunilha, um dos meus preferidos. Infelizmente, o abraço foi rápido, e ela me soltou logo.

– Acho que estou com sono – ela disse, bocejando – Vou dormir.

– Sono, de novo? Você acabou de acordar!

– E que se dane, Jackson. Eu quero dormir.

Levantou e seguiu para o quarto.

Logo em seguida, eu também fui pro meu.

Me lembro de ter ficado um bom tempo no meu quarto apenas olhando para o teto.

Tentei pensar em qualquer coisa pra tentar dormir logo, mas o sono não me vinha. Tentei pensar em comida, futebol, vídeo games, tudo isso que garoto ama pensar, mas a única coisa que me vinha a cabeça era a Annabeth.

Annabeth em seu jeito turrão. Annabeth em seu jeito implicante. Annabeth em seu jeito sarcástico. Irônico. Possessivo. Vingativo. Cabeça dura. Doce. Inteligente. Amigável. Tudo.

Ela simplesmente não saia da minha cabeça!

Então escuto um “Toc-Toc-Toc”. Alguém batia não porta.

– Pode entrar – digo.

A porta se abre e Annabeth entra. Levanto-me da cama quase imediatamente.

– O que foi? – perguntei.

– É... – ela parece um pouco nervosa – Lembra daquele quadro misterioso da Rachel?

– Sim – ponho os pés no chão.

– Vem comigo – e saiu do quarto.

Levantei-me e a segui.

O quarto da Rachel ainda era aquela bagunça de tinta, quadros e pinceis. Annabeth estava parada na frente de um, coberto por um lençol branco. Mau me aproximei, e ela o descobriu.

Eu não sabia o que esperar. Talvez uma paisagem, talvez um buquê de flores, uma csta de frutas. Mas não isso.

– Somos nós – murmurei.

– É – os olhos de Annabeth brilhavam com lágrimas – Será que eu posso me sentir mais culpada?

Sob um fundo azul escuro, três pessoas, amigas, estavam pintadas: eu, Rachel e Annabeth. Os braços de Rachel ao redor de mim e da loira. Sorrimos. Felizes. Como grandes amigos.

– Ela sempre quis que parássemos de brigar. Que fossemos amigos. – digo.

– Eu nunca teria permitido isso antigamente.

Olhei pra ela.

– E agora permite?

Annabeth sorriu, com uma lágrima descendo.

– É claro, Jackson. – Annabeth andou ate mim e me abraçou.

Dois abraços em um dia? Isso tudo só prova o quão mal e o quão carente ela estava.

– Tá, chega – ela se separou de mim – Não quero mal acostumar você.

– Vai dormir, Sabidinha – pus a mão em seu rosto – Você não estava com sono?

– Vai dormir você, Cabeça de Alga – ela diz – Você tem que ir pro hospital amanhã cedo! – começou a me empurrar pra fora do quarto.

– Ei!

E eu vou lá discutir com ela?

O problema foi que não consegui dormir. Simples assim. Eu ter dormido tanto durante a tarde que acabou com meu sono.

Fiquei olhando pro teto, até que vi as fotos que tiramos no Parque de Diversões ontem a noite. Só peguei as fotos com Annabeth fazendo suas melhores caretas, pois era as que ela mais lançava pra mim.

Depois de olhar as fotos, a sede me bateu. Fui a cozinha pegar um copo de água.

Lá vi coisas estranhas. Uma lata de leite condessado jogado na pia; achocolatado aberto; boca de fogão quente. Annabeth esteve aqui.

Procurando-a, acabei parando no terraço.

E lá estava ela, sentada na rede, comendo brigadeiro em uma panela e enrolada em uma coberta.

Aproximei-me.

– O que você está fazendo aqui? – ela perguntou com uma colher na boca.

– Insônia – respondi, me alto abraçando, demonstrando frio – Posso?

– Claro.

Sentei-me ao seu lado e ela me cobriu com seu cobertor.

– Não consegui de parar de pensar naquele quadro – Annabeth comeu uma colherada de brigadeiro.

– Eu também – tomei a colher dela e também comi uma colherada – Isso te causou insônia?

– Sim. – ela me tomou a colher e comeu – Não paro de me sentir culpada. Se eu não tivesse feito nada daquilo...

– Eu também não facilitava pra você – tomei-lhe a colher e comi brigadeiro – Então também sou culpado.

– Não. – ela me tomou a colher e comeu – Meus estresse eram pura frescura.

– É, eram mesmo – tomei-lhe a colher, mas antes que conseguisse comer, ela me tomou.

– Está me chamando de fresca?

– Exatamente! – tomei-lhe a colher – Mas agora, como você mesma disse, somos amigos. E você vai aguentar calada as ofensas que um amigo diz ao outro! – peguei brigadeiro e comi.

– Pare de comer meu brigadeiro! – ela me tomou a colher.

– Que amiga você é, em!

– Não sou sua amiga!

– Ah, é serio? – sorri sarcasticamente – Agora a pouco você era. Me deu até um abraço.

Ela cruzou os braços, emburrada. Continuei sorrindo sarcástico.

– Você não sabe como esse sorriso me irrita! – disse Annabeth.

– Sei sim, você já disse.

– Porque te inclui na minha lista de amigos mesmo?

– Então eu estou incluído?

– Jackson, deixe de ser lerdo!

– Credo, mais que mau humor!

– O que você queria? Minha melhor amiga está hospitalizada e eu tenho que ficar em casa com o namorado dela, a pessoa mais repugnante do mundo!

– Já sei como te animar – disse, como se ela não tivesse dito nada.

– Argh!

Tomei a colher da mão dela e a recheei de brigadeiro.

– O que você vai fazer? – Annabeth me perguntou.

– Abra a porta que o aviãozinho quer entrar! – fui chegando a colher perto da boca dela.

– Ah, não, Cabeça de Alga! – ela se desviava – Sai pra lá com isso! Não!

– Abra a boca, Annabeth! O avião tem que entrar!

– Jackson, você é uma criança.

– Chase, você é uma desobediente!

Eu sei o que vocês devem estar pensando: Percy, cresça e apareça, meu filho! A garota está ai toda preocupada com sua namorada e você aí brincando com ela que nem um idiota?

Exatamente!

Não queria vê-la chorando, se lamentando ou se culpando. Era de mias pra mim. Vê-la estressada comigo era comum e divertido.

Tentei faze-la comer o brigadeiro por um bom tempo, até que ela se jogou pra trás e a rede virou, fazendo-nos cair no chão, com cobertor, panela de brigadeiro e tudo. O cobertor embaixo de nós. Minha mão havia parado em baixo de sua cabeça, evitando que ela a batesse não chão. Eu estava erguido sobre o cotovelo. A outra mão ainda segurando a colher de brigadeiro.

– Está vendo o que voc... – antes que ela terminasse de falar, a colher de brigadeiro preencheu a boca dela.

E, bem, ela não iria recusar brigadeiro, né? Quem recusa?

– Boa menina – eu disse.

Annabeth tirou a colher da boca e a tacou longe. Depois, me lançou aquele típico olhar.

– De novo esse olhar? – eu disse, um pouco inquieto com a nossa proximidade.

– Que olhar?

– Você sabe qual.

O olhar sumiu. Agora ela me olhava de outro jeito. Uma mistura de sarcasmo, indignação, e até um pouco de... Desejo, culpa... Desafio.

– Melhorou? – ela pôs as mãos involuntariamente em meu cabelo.

– Não – nos encarávamos olho no olhos, sem interrupções.

– É o meu melhor.

– Eu sei.

Não sei o que me deu, não sei o que aconteceu e não sei de mais nada da minha vida naquele momento. Só sei que a beijei. Profundamente e intensamente.

Achei que ela iria me empurrar, me bater, ou até me chutar em lugares impróprios, mas ela não fez isso. Ela não fez nada. Apenas me beijou de volta.

Segurei sua cintura sob a blusa de moletom, enquanto ela fazia meu cabelo ficar mais desgrenhado do que naturalmente.

Esqueci que tinha Rachel, esqueci que ela tinha problemas, esqueci que estava sendo infiel, esqueci que Annabeth era a melhor amiga dela e simplesmente me deixei levar pelar emoções.

Após o fim do beijo, depois de me separar dos lábios com sabor de brigadeiro da Annabeth, tudo o que não tinha me vindo veio a tona, além de outra coisa: Annabeth poderia contar pra Rachel, depois de comprovar que realmente estava certa.

Eu não merecia a Rachel.

– Desculpe – murmurei.

Ergui-me e sentei de costas pra ela, abraçando os joelhos. Senti uma mão em meu ombro.

– Você não fez isso sozinho – Annabeth disse.

Então ela levantou-se e andou até a escada.

– Não me beije de novo, Jackson – ela disse antes de descer.

Se tivesse brigado comigo, me xingado, me enforcado, me batido, eu acho que teria me sentido menos culpado.


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Notas finais do capítulo

SATISFEITAS, SATISFEITAS, SATISFEITAS? hehehehe'
Gente, eu estava morrendo de medo de decepcionar alguém! Decepcionei? Ficou bom? Me digam, Okay? Sério, eu fiz esse capitulo com apenas Percabeth só por causa da quantidade de reviews! Ou seja, se repetirem, no próximo tem mais hihihihihihi'
Bom, sobre a próxima postagem, acho que vai dar pra postar outro essa semana! Mas só depois de atualizar minhas duas outras fanfics! Porque não dão uma olhadinha? Todas tem Percabeth! Além disso, essa semana tenho dois dias sem aula, e vai dar pra adiantar a postagem! Mas tudo depende dos reviews, Okay? E se tiver recomendações, vai vir mais rápido ainda! hehehehe'
Por hoje é só, peoples *-* Beijos da Naty e até o próximo ♥