Sob o Brilho da Lua escrita por Bia Kishi


Capítulo 15
Capítulo 15 - Iguais e Diferentes


Notas iniciais do capítulo

Vê? Não somos tão diferentes assim.
Eu queria estar com raiva dele. Eu queria gritar, e xingar e bater nele por ser tão idiota! Mas eu estava tão feliz em não ser mais a única, que eu não consegui. Ao invés disso, eu o abracei.



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Alguns segundos depois, eu senti o carinho de Stefan me inundando. Ele passou os braços em torno de mim, forçando-me a abraçá-lo – como se precisasse disso. Eu encostei minha cabeça em seu peito e suspirei bem fundo. Eu não sabia o que dizer, mas eu sabia que ele entendia.

-           Venha, eu vou levá-la para casa.

Eu assenti com a cabeça, ainda afundada em seu peito. Stefan não disse mais nada, apenas caminhou comigo em seus braços. Entramos na pensão e Stefan me levou diretamente para o meu quarto.

Eu sentia algo estranho. Era como se eu não pertencesse mais aquele lugar. Eu me sentei na cama e coloquei o rosto entre as mãos, chorando feito uma boba. Eu não havia percebido ninguém mais no quarto, até que senti uma mão humana em meus cabelos – Elena. A garota não disse nada também, acho que ela nem sabia o que dizer diante da cena. Eu só conseguia chorar. Ela só afagava o meu cabelo.

-           Acho que ela não devia ficar aqui – Elena disse de repente.

Stefan não respondeu. Acho que ficou pensando, porque eu fiquei. Então, as palavras dela começaram a fazer sentido – eu não poderia mesmo ficar ali! O que eu estava pensando? Aquela era a casa dele!

-           Elena tem razão – eu choraminguei.

Stefan sentou-se do meu outro lado e levantou meu rosto entre suas mãos. Meus olhos estavam vermelhos e provavelmente eu estava parecendo tudo, menos um anjo! Ele secou o que deu das minhas lágrimas com a palma da mão, suavemente, como se estivesse fazendo carinho no meu rosto – eu rezei para que não tivesse nenhum tipo de meleca estranha no meu nariz.

-           Eu não quero ficar longe de você – e então ele completou – não agora, não sem saber quem exatamente Alaric é.

Por um momento eu havia me esquecido todo o problema com Alaric.  A briga com Damon havia ocupado tanto espaço que eu havia me esquecido. Eu queria dizer a Stefan que eu não tinha idéia da razão, mas que algo me fazia confiar nele, sei lá, eu não conseguia pensar mal do cara! Mas achei que falar bem dele neste momento só iria piorar as coisas. Eu não precisei me preocupar com o que responder, porque Elena me salvou.

-           Ela não vai estar sozinha – ela passou os braços em volta de mim – eu vou estar com ela. Além disso, você pode ir vê-la sempre que quiser – e ela disse a frase mais importante de todas – você sabe que Damon não pode entrar no meu quarto.

-           Isso seria ótimo – eu respondi, ajeitando a bagunça do meu cabelo.

-           Tem certeza? Stefan perguntou para mim, embora esperasse ouvir uma resposta conjunta.

-           Sim, eu tenho.

-           Será muito bom ter um anjo no meu quarto! – Elena disse, na esperança de melhorar os ânimos.

-           Eu não acho que seja um bom exemplar da minha raça neste momento.

-           Uma vez anjo, sempre anjo! Stefan brincou.

Eu os abracei, um de cada lado.

-           Obrigado! Vocês são maravilhosos.

Peguei uma das minhas malas da Victoria Secret’s e coloquei o essencial. Algumas roupas e sapatos e produtos de higiene e beleza. Stefan me prometeu que mandaria tudo que eu precisasse para a casa de Elena depois, além disso, eu não queria que a tia da garota pensasse que estava de mudança para lá.

Stefan despediu-se de mim com um beijo na testa e um longo abraço, prometendo que me visitaria mais tarde. Virei de costas e entrei no meu carro, esperando que os dois se despedissem.

Quando entramos na casa de Elena, eu nem precisei fingir muito para me parecer inocente e desamparada. Elena disse que eu havia brigado com Damon e precisava de um lugar para ficar até as coisas se acertarem. Para minha sorte, a tia dela aceitou de imediato.

Subimos para o quarto dela e ficamos conversando até que a noite já estava bem alta.

-           Stefan está chegando.

-           Como sabe? Ele nem tocou a campainha.

-           Eu sinto.

-           Sente?

-           Sim, eu sinto a energia dele. Na verdade eu sempre sinto a energia das coisas. Pessoas, lugares, casas, vampiros. Cada um tem uma energia diferente.

-           Legal.

Elena continuou olhando para mim – este era um daqueles momentos em que eu me sentia uma aberração completa – e então continuou.

-           Você não sente a energia de Alaric?

Uh pergunta interessante! Eu pensei um pouquinho e depois respondi.

-           Sinto. Mas não consigo classificar. A energia de Alaric não é algo que eu conheça, é estranho.

-           Acha que ele é, sei lá, algum tipo de mutante?

-           Não seja boba. Mutantes não existem! Mas lobisomens sim.

Elena sorriu e eu percebi que estava ficando melhor – afinal eu tinha conseguido até fazer uma piadinha!

Alguns minutos depois, Stefan tocou a campainha. Elena desceu as escadas correndo e voltou em seguida, com ele.

-           Como se sente?

-           Vou melhorar.

-           É claro que vai – ele fez uma pausa e sentou-se ao meu lado, puxando minha cabeça para o seu colo e alisando meu cabelo – eu estou aqui.

A semana que se seguiu, foi difícil e muito dolorosa. Eu só descobri o quanto amar podia ser doloroso, depois que Damon se foi. Eu também evitei Alaric o máximo que pude e evitei sair da casa de Elena quase que o tempo todo. Eu me sentia protegida ali, eu sentia que nenhum dos dois poderia me alcançar e isso era bom. Aos poucos, os pensamentos foram se ajustando e comecei a entender melhor algumas coisas. Talvez o que Miguel quisesse dizer fosse exatamente isso, eu precisava viver um pouco para crescer. Eu estava crescendo, sem dúvida.

No dia seguinte, eu e Elena nos arrumamos para a escola e descemos as escadas – atrasadas – por sorte meu carro era rápido o suficiente para que não nos atrasássemos muito.

Eu me comportei direitinho, até o intervalo. A próxima aula era de Alaric e sinceramente, eu não tinha a menor intenção de encontrá-lo tão cedo. Caminhei pelo corredor tentando desaparecer em uma bolha. Não que eu não pudesse fazer isso, mas eu não estava á fim de ser uma aberração naquele momento. Eu ouvi alguns passos pesados atrás de mim e em um segundo as mãos carinhosas de Matt, encontraram meus ombros.

-           O que acha de dar uma voltinha?

-           Uh cabular aula! Parece bem interessante para hoje – eu brinquei com ele.

Matt passou o braço em meu ombro e nós saímos da escola. O garoto era inteligente e provavelmente não seria um problema para ele, além disso, eu precisava mesmo de toda a paz que Matt me dava. 

 Eu entrei em meu carro e Matt sentou-se ao meu lado. Não tinha a menor idéia de para onde ir, então, eu só dirigi. Ter Matt ao meu lado, mesmo que em silêncio, era confortador. Na verdade, eu acho que o mais confortador no garoto era exatamente o silêncio dele. Não era um silêncio estranho, daquele tipo que você não sabe o que dizer. Era mais um silêncio proposital, de quem sabe exatamente o que o outro está pensando e por isso, dispensa palavras.

Quando estávamos quase na divisa da cidade, em uma estrada estreita, cercada de abetos por todos os lados, eu vi uma figura negra materializar-se um pouco à frente, na estrada. Eu sabia exatamente quem era, e meu coração também. Matt colocou a mão sobre minha perna.

-           Não precisa falar com ele, se não quiser.

-           Eu não vou.

Eu acelerei o carro ainda mais, esperando que ele tivesse bom senso e saísse da minha frente. Ele não saiu. Eu senti Matt congelar do meu lado, quando eu continuei arrancando com o carro.

O BMW não bateu em Damon, obviamente. Ele o segurou. Uma fumaça escura começou a sair dos meus pneus, quando Damon o parou com as mãos no capô. Eu continuei acelerando o máximo que pude, não adiantou então eu parei – eu não iria de jeito nenhum fritar os pneus novinhos do meu BMW.

-           Quer fazer o favor de sair da minha frente, Damon Salvatore!

-           Não!

Ah, aquilo me irritou! Uma semana longe eu estava começando a me esquecer o quanto ele podia ser irritante.

-           Como assim, Não? Ficou maluco?

-           Não. Até nós dois conversarmos.

-           Eu não tenho nada para conversar com você. Achei que tínhamos resolvido as coisas uma semana atrás!

Damon fechou a cara. Seus olhos eram profundamente negros.

-           Desça deste carro Ayllin, agora. Precisamos conversar.

-           Não. Nós não precisamos!

-           Agora, Ayllin!

É claro que eu não tinha a menor intenção de descer. Por mim, eu ficaria ali, o dia todo só implicando com ele, mas Matt teve a idéia – idiota – de descer do carro. Eu fiquei apavorada sem saber o que fazer. O garoto não tinha a menor noção do perigo que ele estava correndo.

            Matt apertou os olhos e cerrou as mãos em punho – como se fosse possível ele acertar um soco em Damon. Eu senti como se estivesse colada no banco. Eu queria levantar – eu devia levantar – mas eu não conseguia mover minhas pernas. Era como se uma força externa me prendesse no banco.

-           Damon Salvatore, me solte!

Damon virou-se para mim, como se não tivesse a menor idéia do que eu estava falando.

-           Eu não estou fazendo nada!

Eu não podia mexer minhas pernas, mas pelo menos, eu ainda podia gritar.

-           Matt corre!

Matt não se moveu. Seu rosto era absolutamente rígido e sério, nem parecia o mesmo garoto que eu conhecia.

            Eu estava em pânico total. Olhando de Matt para Damon e de Damon para Matt. Eu podia sentir o ódio em Damon quando Matt se aproximou mais.

-           Saia da minha frente garoto estúpido!

Matt ainda não se moveu, sua boca apenas abriu um pouco para deixar escapar as palavras.

-           Ela não quer falar com você.

-           Isso não é da sua conta!

-           Sim, isto é. Isto é muito mais da minha conta do que você pode imaginar.

-           Matt saia de perto dele, rápido! Eu gritei novamente.

Eu continuei me esforçando feito uma louca para sair do carro. Quando parecia que meu coração iria saltar pela boca e consegui me mexer um pouco, forçando minhas pernas para fora. Era como se um campo magnético, ou uma bolha, sei lá, estivessem me prendendo.

            Meu coração começou a acelerar mais, e mais. Matt e Damon estavam a alguns centímetros e Damon estava completamente transformado, mostrando as presas para Matt. Eu não conseguia entender porque diabos aquele garoto não estava correndo ainda, talvez se ele corresse muito, ele ainda pudesse fugir. Eu tinha que ajudar ele. Concentrei-me o máximo que pude e consegui ficar em pé.

            Eu tentei correr e me colocar entre os dois, mas uma mão pesada e quente me segurou.

-           Mattew sabe se cuidar sozinho.

Alaric? Era isso mesmo que eu estava ouvindo? Pensei que estivesse ficando completamente louca, mas não estava. Alaric estava mesmo ali. E eu descobri quem estava me mantendo no carro. Quando sua mão tocou meu ombro, a mesma força invisível me prendeu novamente. Eu não conseguia fugir.          

Damon estava tão assustado como eu, olhando a cena. Matt era um poço de calma.

Como eu não conseguia correr, eu me virei para ele e gritei.

-           Ficou maluco? Damon vai matá-lo!

-           Não Damon não vai – ele olhou nos olhos de Matt e sorriu – não é Mattew?

Matt não respondeu, ele apenas sorriu em resposta. E de repente, eu pensei que fosse desmaiar. Matt abriu os braços e começou a brilhar como... Como... Eu nem podia acreditar no que estava vendo, mas era verdade: como um anjo! Ele abriu as longas asas brancas de uma só vez, lançando uma lufada de vento através de Damon. Damon segurou no capô do carro para não cair. Seus olhos eram esmeralda novamente. Matt caminhou suave até ele, e tocou o ombro de Damon com a sua mão cintilante.

-           Eu não vou machucá-lo, Damon. Eu sempre soube o que você sente por ela, e não posso condená-lo por isso, mas deve aprender a respeitá-la. Eu não vou permitir que a magoe novamente – ele olhou dentro dos olhos de Damon, com uma autoridade divina – entendeu?

            Damon se levantou e o encarou também.

-           Eu não vou machucá-la. Só preciso falar com ela.

Eu estava quase feliz – apesar de absolutamente em choque – quando ouvi a voz de Alaric e percebi que os mistérios estavam apenas no começo.

-           Ela vai falar com você “se” e “quando” ela achar que deve Damon Salvatore.

Damon esbravejou a começou a andar até onde eu estava. Antes que ele pudesse me tocar, uma força o forçou a voltar, exatamente como estava fazendo comigo. Damon olhou para mim como se eu pudesse explicar alguma coisa, eu respondi o olhar mostrando que não tinha a menor idéia do que estava acontecendo.

            Alaric tirou a mão do meu ombro e olhou nos meus olhos.

-           Querida, eu preciso falar com você.

Ah eu com certeza precisava falar com ele também, mas eu não tinha mais certeza se queria ficar sozinha com ele. Na verdade eu estava completamente apavorada com a idéia. Eu estava tão irritada que queria fuzilar os três.

Respirei fundo, tentando organizar – pelo menos um pouco – as idéias em minha mente.

-           Você! – eu apontei para Alaric. E você! – eu apontei para Damon – eu não quero falar com nenhum dos dois então, saiam da minha frente!

Alaric não me conteve, Damon também não.

Eu andei até Matt e o segurei pelo braço, ignorando o fato de que ele parecia totalmente “anjo” naquele momento.

-           E você – eu falei olhando bem fundo nos olhos azuis dele – entre naquele carro, porque nós precisamos conversar.

Eu arrastei Matt até o BMW. Não foi difícil, uma vez que ele não se recusou. Eu liguei o carro e arranquei, ignorando completamente os dois que ficaram para trás.

Matt continuou em silêncio. Era novamente o garoto da minha turma de colegial.

-           Então, vai me dizer por que me enganou este tempo todo, ou vai continuar fingindo que nada aconteceu.

-           Pare o carro Ayllin, vamos conversar.

Eu obedeci, meio à contra gosto. Parei o carro em uma pequena clareira e nós dois descemos. Matt sentou-se no tronco de uma árvore caída e eu permaneci em pé. Ele me estudou cuidadosamente. Olhando-me com seus lindos olhos azuis.

-           Você está sendo hipócrita comigo.

Ai, esta doeu! E doeu principalmente porque era verdade, mas eu não iria admitir. Eu fiquei em silêncio.

-           Não é? – Matt insistiu.

Eu me aproximei um pouco dele. Ele segurou minha mão. A mão dele começou a cintilar, mostrando a pele de anjo, o que fez a minha cintilar também – é meio que uma reação involuntária, quando um anjo toca o outro sem disfarce, o disfarce do outro desaparece também.

-           Vê? Não somos tão diferentes assim.

            Eu queria estar com raiva dele. Eu queria gritar, e xingar e bater nele por ser tão idiota! Mas eu estava tão feliz em não ser mais a única, que eu não consegui. Ao invés disso, eu o abracei. Era estranho abraçar o corpo de Matt e sentir as asas. Eu deslizei minhas mãos nas plumas brancas. Eram tão suaves. Olhando no rosto de Matt, ali, em sua verdadeira imagem, eu percebi que combinava muito mais com ele. Na verdade, ele sempre foi mesmo um anjo para mim. Sempre se comportou como tal. Eu sorri.

-           Do que você está rindo?

-           Eu sempre pensei em você como um anjo.

Matt sorriu, deslizando as mãos em meu rosto. Seus dedos gentis passaram aos meus cabelos, esticando uma mecha ondulada.

-           Estranho, porque eu nunca me imaginei assim.

-           Como assim?

-           Eu não sei disso á muito tempo.

-           Não?

-           Não. Miguel me contou alguns meses atrás.

-           Você conhece Miguel?

-           Sim, ele conhece! – uma voz forte e gentil ressoou atrás de nós.

Miguel caminhou com sua desenvoltura de sempre. Parou de frente para mim e Matt, ainda abraçados. Ele colocou uma mão em meu ombro, outra no ombro de Matt.

-           É bom vê-los assim, finalmente.

Eu tinha um milhão de perguntas para fazer á Miguel, mas como sempre, ele era prático.

-           Mattew é quase como você Ayllin, a diferença é que ele é metade mortal.

Puxa. Isto é mesmo uma coisa interessante – eu pensei. Miguel continuou.

-           Mattew é filho de um grande amigo meu. Alguém que já não está conosco. A mãe dele é humana e por isso, ele foi criado na terra. Nós precisávamos ver como Mattew se comportaria, antes de revelar o segredo.

-           Porque você não me contou?

-           Pela mesma razão que não contei ao Mattew. Vocês dois tem assuntos á resolver aqui na terra. Vocês Precisam descobrir o próprio caminho. Eu fico muito feliz que possam contar um com o outro.

Miguel sorriu e meu beijou a testa, depois beijou Matt.

-           Sempre que precisarem, eu estarei aqui. Contem comigo. São meus filhos queridos e eu os amo muito.

Ele desapareceu e eu percebi que ainda estava abraçada á Matt. Seja lá o que o garoto fosse o que importava era que ele era meu amigo e sempre seria.

-           Então, vamos continuar aqui o dia todo, ou o quê? Sabe, não é muito bom para a reputação de um semi-anjo ficar por aí abraçando uma vampira! - Matt falou sorrindo e fazendo piada.

-           Semi-vampira! – eu falei, apontando o dedo para ele.

Quando eu deixei Matt em sua casa, meu coração estava leve e feliz. Eu nunca tive ninguém com quem contar de verdade, agora eu tinha.

Eu ainda estava sorrindo como boba, quando a parte negra dos meus problemas se manifestou. Em uma estrada secundária, próxima ao antigo cemitério abandonado, as rodas do meu carro de repente pararam no lugar. Elas giravam, giravam e nada mais que fumaça saia. Era como se tivesse atolado, embora o chão estivesse completamente seco – a mesma sensação que eu tive na estrada! Eu sabia exatamente quem era novamente, mesmo porque, o cheiro inconfundível dele estava em toda á parte.

Eu abri rapidamente a porta do BMW e desci. Respirei fundo e tentei não parecer assustada demais, enquanto caminhava em direção ao aroma.

-           Que tipo de coisa é você? – eu gritei para o vento.

E então, algo começou a tomar forma. Ele estava lá, parado em frente ao túmulo. Atrás dele havia uma imensa estátua de anjo, com as asas abertas. Para quem olhasse, ele até parecia mesmo um anjo. Seu cabelo marrom cuidadosamente jogado de lado. Seus olhos profundamente âmbares. Era como se perder em ouro líquido. Alaric sorriu para mim, mostrando uma fileira de dentes perfeitamente brancos, enquanto caminhava em minha direção. Ele era absolutamente lindo. Lindo e perigoso – agora eu sabia.


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