Expecto Patronum escrita por Carolina Evans


Capítulo 1
Sobre Feitiços, Exames e Revelações


Notas iniciais do capítulo

Fanfic reescrita.



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Evans e Mckinnon conversavam aos sussurros na sala de aula de Feitiços, enquanto o professor não chegava.

— Por Morgana, o que eu faço? — Lily perguntou ligeiramente aflita. — Não posso me recusar a conjurar um patrono corpóreo, os N.I.E.M's estão chegando! Marlene, eu não quero reprovar!

Marlene piscou algumas vezes, ainda sonolenta, tentando processar o que amiga tinha lhe contado. Não podia ser verdade. Ela devia ter escutado errado.

— Você tá parecendo uma maluca com esses olhos arregalados. — Foi a única coisa que ela conseguiu dizer. Lily lhe lançou um olhar feio. — 'Tá, calma. Vamos por partes, beleza?

Lily assentiu chorosa.

— Me explica de novo. Como assim seu patrono mudou de forma? Não é mais uma leoa? — Perguntou impressionada. — Que droga! Eu adorava aquela leoa. Quero dizer... isso é possível? Tem certeza de que você sonhou?

— É claro que tenho, Marlene! — Bufou irritada. — Eu já até li sobre isso. Só é meio... incomum, sabe?

A loira assentiu se sentindo cada vez mais perdida. Olhou para a janela, divagando, quando um pensamento lhe ocorreu.

— Hum, Lils?  — Chamou. — Qual é a forma do seu novo patrono?

As bochechas da garota ficaram muito vermelhas e ela se remexeu na cadeira, subitamente desconfortável.

— Ah, sobre isso... confie em mim. É complicado. — lançou um olhar para a amiga deixando claro que esse tópico estava encerrado.

Marlene revirou os olhos. Estava pronta para argumentar que ela não poderia ajudar se não entendesse o problema, quando a porta se abriu e o Professor Flitwick entrou, dando passos apressadinhos a animados até sua mesa, silenciando a turma.

Ele subiu em cima de sua mesa e olhou satisfeito para sua turma.

— Muito bem, sétimo ano. Como sabem, assim espero, estamos à apenas alguns dias do N.I.E.M's. Toda a matéria já foi dada e, à partir de hoje, usaremos as aulas apenas para revisar o conteúdo e esclarecer as dúvidas remanescentes. Levantem-se, por favor. — Pediu e assim que estavam todos de pé, acenou com a varinha e todas as mesas foram para o canto da sala. — À pedido do seu professor de DCAT, que ainda se recupera na Ala Hospitalar, começaremos pelo feitiço do Patrono.

Lily engoliu seco.

— Quais as chances? — Marlene sussurrou ao seu lado, maravilhada.

—X—

Faltando apenas alguns minutos para acabar a aula, quase toda a sala havia sido capaz de realizar o feitiço com maestria, com exceção de Peter Pettigrew e, claro, Lily Evans.

Já não bastasse a vergonha pelos olhares esquisitos que havia recebido dos colegas, James Potter parecia genuinamente preocupado com ela. Lily sabia disso por causa do bilhete que ele havia feito aterrissar na mesa dela.

Marlene abriu um sorriso quando viu a assinatura na mensagem.

— Ah, quieta você. — Foi tudo o que Lily conseguiu dizer.

Virou-se para trás e deu um sorriso rápido para o garoto.

— Excelente! Excelente! — aprovou Flitwick. — Sr. Black, se importaria de ajudar seu amiga a descer as carteiras do teto? — perguntou com falsa paciência, vendo Peter sacudir a varinha sem parar com força. — Aqueles que não conseguiram ou estiverem com dificuldades em algum outro feitiço de DCAT, podem me procurar amanhã pelo período da tarde.

O professor fez questão de enfatizar essa última parte, uma vez que seu humor matinal não era dos melhores. Todo ano um aluno desesperado ignorava isso. Todo ano ele tinha que se lembrar que não se deve azarar alunos, mesmo durante a suas folgas.

— Srta. Evans — o professor acrescentou mais baixinho. — Está com algum problema? Vi que a senhorita teve dificuldades e, pelo o que eu me lembre, o seu professor me disse que é uma das melhores na matéria. Disse que você daria uma ótima Auror.

Lily abriu a boca querendo dar uma desculpa razoável, que deixasse claro que ela poderia sim ser Auror, só estava... Merlin. Seu cérebro parecia estar meio fora de ordem hoje. Foi quando Marlene resolveu ajudá-la.

Antes não o tivesse feito.

— Sabe o que é, professor? Acontece que a nossa Lilikins aqui  — abraçou a amiga pelo ombro. — teve a forma do seu patrono alterado. É perfeitamente compreensível que ela não queira se expor para a turma, o senhor não acha?

Deu uma piscada para o professor antes de se virar para Lily, que a encarava lívida, parecendo disposta a azara-lá na primeira oportunidade.

O professor Flitwick tinha os olhos arregalados.

— Um patrono alterado... pelas barbas de Merlin — parecia estar falando consigo mesmo. — Isso é fantástico!  — exclamou. Agora toda a atenção da turma estava neles. — Revigorante, sem dúvidas. Em tempos tão difíceis quanto esse, são os jovens apaixonados que nos dão esperança!

— Apaixonada? — Marlene engasgou finalmente entendendo.

Felizmente, para Lily, o sinal tocou indicando o fim das aulas por hoje, a salvando de ter que responder mais perguntas. Ou talvez salvando Marlene, uma vez que ainda estava meio puta com a amiga.

As meninas se apressaram em guardar o material. Lily já estava pondo a mochila no ombro, quando alguém passou apressado, esbarrando nela sem querer.

— Cuidado! — Falou no seu melhor tom de Monitora-Chefe.

Peter e Remus apareceram do seu lado, ajudando a pegar os livros que tinham caído. Só então que Lily se tocou de quem havia passado correndo.

— James... Merda, espera! — Sirius gritou. Estava pronto para correr atrás do amigo, mas foi impedido por Lily. — O que foi? — Perguntou irritado.

— Deixa comigo. — jogou sua mochila em cima do garoto. — Eu cuido disso.

Não é preciso dizer que, depois de quatro anos jogando quadribol, James tinha uma vantagem considerável. Lily quase o perdeu de vista algumas vezes, mas, como uma boa Grifinória, não se deixou acovardar nem mesmo pela massa de alunos que saiam das salas de aula.

É claro que ficou mais fácil quando ela finalmente entendeu para onde ele estava indo.

Parou em frente a porta da Sala dos Monitores, se sentindo subitamente envergonhada. Ela deveria bater? Entrar direto? Aquela sala também era dela.

Sacudiu a cabeça e entrou.

A Sala, magicamente decorada predominantemente com as cores da Grifinória, uma vez que seus dois Monitores-Chefes pertenciam à casa, era pequena e aconchegante. Por hora, Lily só conseguia se sentir grata por ele ter escolhido ali e não o dormitório dele, do qual ela não tinha a senha.

James estava sentado no sofá, aparentemente examinando os relatórios dos Monitores. Aparentemente, porque seus olhos não se mexiam.

— James. — Lily chamou com cautela se aproximando.

Ele pareceu sair do transe.

— Evans. — Acenou brevemente com a cabeça. Sua voz saiu meio rouca, o que fez ela se arrepiar involuntariamente. — Lembrei que preciso checar isso aqui antes de entregá-los para a McGonagall.

Honestamente, ela não dava a mínima para esses papéis ou para a professora nesse momento. O que diz muito sobre a situação atual dela.

— Desde quando eu voltei a ser Evans? — Arqueou uma sobrancelha, não conseguindo deixar de se sentir divertida.

Quando ele não disse nada, ela sentou ao seu lado.

— Lily... por favor, agora não.

De novo aquele tom de voz.

— James — pediu suavemente —, olha pra mim.

Ele obedeceu. Mesmo agora, James Potter se via incapaz de ignorar um pedido de Lily Evans.

Havia uma intensidade naqueles olhos castanho-esverdeados que parecia engolir os dela.

— Tá tudo bem, Lily. De verdade.

— Eu sei que está — garantiu sorrindo, apoiando sua cabeça no ombro dele. — Se for o que eu acho que é, não poderia estar melhor.

James tentou se desvencilhar, desconfortável.

— Eu sei que isso não era pra me afetar tanto. Fui eu quem propus que virássemos amigos e eu juro, Lily, que eu não tinha segundas intenções quando disse isso.

— Eu sei, eu te entendo. Mas agora você realmente precisa me escutar — garantiu segurando seu rosto entre as mãos. Isso pareceu calá-lo. — E você sempre disse que eu presumia as coisas rápido demais... — disse meio que para si mesma.

Encostou sua testa na dele, encarando-o intensamente. Precisava fazer isso direito. Precisava tirar qualquer dúvida que ele pudesse ter.

Acariciou seu rosto de leve com a ponta do nariz. James prendeu a respiração, antecipando sua próxima ação. 

Com um beijo forte, que gritava o "Eu te amo" ainda não dito, Lily Evans se declarou para James Potter.

— Estou confuso... — admitiu assim que se separaram. Mas foi impedido de continuar por Lily, que gentilmente colocou seu indicador em seus lábios. — O que isso significa?

— Eu tenho um jeito bem fácil de explicar. — sorriu — Mas para isso, eu precisava de uma lembrança muito boa.

Com o rosto ainda próximo ao dele, procurou sua varinha e sussurrou baixinho: 

Expecto Patronum.

Uma corça prateada surgiu.


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Notas finais do capítulo

*Ainda não tive tempo de revisar, relevem qualquer erro, por favor.

Espero que tenham gostado!