Acidentes do amor escrita por Arisinha


Capítulo 3
Capítulo 3 - Paciente


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– Estou sem tempo para as discussões de vocês. - sr. Adams pegou uma pilha de papéis e começou a entregar para cada dupla. - Se vocês não formarem uma dupla, serei obrigado a dar-lhes uma ocorrência por desrespeito. - nesse momento, Evans levantou-se rapidamente e sentou ao meu lado. Sr. Adams deu um sorriso de satisfação. Recebemos a prova e percebi que era mais fácil que fazer miojo. - Vocês terão as três aulas para resolver a prova. Boa sorte, crianças. - esclareceu sr. Adams.
– Awn, os seus amiguinhos te abandonaram Evans? Que peninha! - provoquei. Não iria perder a chance de tirar sarro dele em momento como esse.
– Cala a boca e faça essa prova. - disse Evans, ríspido. Abri um sorriso e bufei.
– Se quiser ganhar nota por essa prova, faça ela você mesmo. - respondi no mesmo tom de voz que ele.
– Você não quer ficar sem nota, não é? Então faça logo! - ordenou. Quem ele acha que é? Meu pai?
– Preste atenção, Evans. Eu não preciso de nota. Estou passada de ano desde trimestre passado. Agora, você? Você eu acho que mesmo com um milagre é capaz de reprovar. - sussurei para que o professor não me olhasse com cara feia, como fizera antes.
– Ótimo! - disse Evans, vencido e começou a tentar resolver os problemas, enquanto eu apenas desenhava na folha de rascunho.
Faltavam 15 minutos para a aula acabar e Evans não tinha conseguido resolver nem metade da prova. Sorri satisfeita.
– Precisa de ajuda, Evans? - perguntei só para chamar ele de burro indiretamente.
– Não! - respondeu ele, ainda tentando resolver a segunda questão. Revirei os olhos e peguei a prova da mão dele. Comecei a resolver os exercícios, inclusive os que ele já havia resolvido. Terminei em menos de 10 minutos. Cruzei os braços na mesa e deitei sobre eles, aproveitando para tirar uma soneca enquanto a aula não acabava. Não verifiquei a expressão de Evans, mas sabia que ele estava de boca aberta e me olhando incrédulo.
– Se olhar demais vai se apaixonar, Evans. - disse, ainda com o rosto em meus braços.
– Nem que você seje a única garota desse mundo iria me apaixonar por você.
– Ainda bem. - respondi com um sorriso escondido. O sinal bateu. Todos entregaram as provas e saíram da sala.
Caminhava em direção à clínica. Era meu último dia de estágio lá, então aproveitaria para almoçar com o outro garoto que fazia estágio comigo.
– Anne! - ouvi alguém chamar por meu nome. Virei-me e vi um garoto alto e loiro vindo em minha direção.
– Jesse! Oi! - disse com um sorriso. Sei ser educada também. Lembra quando eu perguntei onde estavam os garotos engraçados, educados e inteligentes? Então, há um bem na minha frente.
– Oi! Já almoçou? - perguntou Jesse. Seus olhos azuis encantam qualquer garota, assim como os do Evans, mas é outra história. Os do Jesse eram cheios gentiliza, algo que não verei nos de Evans.
– Ainda não. Acabei de sair de uma prova surpresa de matemática. - disse fingindo estar desanimada por causa da prova.
– Pare! Eu sei que você AMA matemática. - respondeu ele rindo e me puxando com o braço. - Vamos! Estou faminto!
– E quando é que você não está com fome? - perguntei, mesmo sabendo a resposta.
– Quando não estou com você, é claro! Você será a culpada se um dia eu ficar obeso. - respondeu rindo. Eu sou má influência para pessoas magras. Se você quiser engordar é só sair comigo. Garanto que você voltará para casa com alguns quilinhos a mais.
Chegamos na lanchonete em frente à clínica. Era o lugar em que eu e Jesse passamos a maior parte de nosso tempo quando estamos juntos.
– Boa tarde! O que vão querer? - uma garçonete chegou em nossa mesa perguntando.
– Boa tarde! Vamos querer dois x-bacon e dois energéticos, por favor. - disse Jesse, antes que eu pudesse falar o meu pedido.
– Está anotado. Daqui a pouco estará pronto. - disse a garçonete, saindo de perto de nós.
– Eu nem disse o que eu queria! - briquei com Jesse.
– Eu sei que você ia pedir x-bacon e energético! - disse ele, convencido de que estava certo e o pior é que ele estava.
– Babaca. - disse rindo, assim como ele.
Passamos nosso almoço conversando sobre o quanto estudar é cansativo, sobre o que iríamos fazer no futuro e sobre a faculdade. Jesse também queria ser médico, o que me agradou muito. Entramos na clínica e já encontramos nossa supervisora na entrada.
– Anne! Querida! Finalmente você chegou. Preciso que você atenda um paciente para mim. - disse Clarisse. O problema é que eu nunca atendi nenhum cliente. Eu apenas recepcionava as pessoas e cuidava para que nenhuma tivesse problemas durante a espera.
– Mas, Clarisse, eu nunca atendi ninguém! Como vou saber fazer isso? - perguntei, não acreditando no que ela me pedira.
– Não se preocupe. É só cuidar para que ele não faça nenhuma besteira. - disse Clarisse. - Ele está no quarto 21. - e saiu.
– Ótimo. - disse irônica para mim mesma. Jesse, que ainda estava ali, riu.
– Pense pelo lado bom: isso é experiência de vida para você. - disse e saiu, me deixando brava por ele nem sequer tentar me ajudar.
Andei pelo corredor e procurei pelo quarto 21, até encontrá-lo no final do corredor. Peguei a prancheta com os dados do paciente e entrei. Não olhei para a pessoa deitada na cama e apenas comecei a falar com ele, lendo seus dados.
– Muito bem, sr. Evans. O que aconteceu com você para estar aqui? - perguntei séria, ainda lendo as folhas da prancheta.
– Eu que pergunto isso, Walker: o que aconteceu para você estar aqui? - foi então que eu percebi.
– Evans?! - gritei, me lembrando logo após que estávamos em um hospital.
– Não, não. O papai noel. - disse irônico.
– Conta uma piada melhor da próxima vez. - disse revirando os olhos. - Mas, então, o que faz aqui? - perguntei.
– Estou doente. - respondeu.
– Que doença? - perguntei preocupada. Não sabia que ele tinha alguma doença.
– Por que não olha para seu formulário na prancheta? - perguntou cínico. Olhei para a prancheta e vi que ele havia sofrido um acidente com sua perna.
– Retardado! Pensei que você tinha uma doença de verdade! - briguei com ele.
– Ficou preocupada, Walker? - perguntou ele, sedutor.
– Claro que não! - disse e fiquei calada por alguns instantes. - Sabe quantas pessoas queriam apenas estar com a perna machucada ao invés de ter uma doença? Nunca mais faça uma brincadeirinha como essa. - disse e fui tratar do machucado dele. Ele ficou quieto a partir disso e pude terminar de cuidar de seus ferimentos tranquilamente.
–Pronto. - disse indo em direção à porta.
– Não vai nem me perguntar como consegui fazer isso com a minha perna? - ele acha mesmo que eu não sei?
– Jogando basquete, é claro. - disse e saí, sem ao menos esperar ele me dar a resposta.
Me dirigi à recepção e disse à Clarisse que tinha terminado de cuidar do paciente.
– E então? Como foi cuidar de um paciente? - disse Jesse, se aproximando de mim.
– Tranquilo, tirando o fato de eu quase ter matado ele. - disse sussurrando para ninguém ouvir.
– Como assim? - perguntou ele assustado.
– Relaxa, não matei ele. Lembra daquele garoto que eu te falei que era uma pedra gigantesca na minha vida?
– Não acredito? Era ele que estava lá? - perguntou Jesse, incrédulo.
– Exatamente. - disse e fui recepcionar os pacientes que estavam chegando.
O dia terminou tranquilo e fui para casa. Estava muito ansiosa: final de semana era a viagem de formatura e amanhã já é sexta-feira.
– Mãe, pai, cheguei! - disse, fechando a porta da casa.
– Oi, filha! - disseram eles e eu fui ao banheiro tomar um banho relaxante.
Coloquei uma roupa básica e liguei o computador. Abri o facebook e vi que tinha uma mensagem não lida da Kate.
"Oi amiga, então, estou te mandando essa mensagem para dizer que amanhã não vou para o colégio. Meu pai está partindo para a California hoje a tarde e vai me levar junto para conhecer o lugar antes da nossa mudança. Estarei de volta quando você voltar da viagem para o Caribe. Desculpe não me despedir, fiquei sabendo há pouco tempo e você não tem um celular, para variar. Enfim, boa viagem e tome cuidado com os gatinhos! Beijos e eu te amo muitão!"
Fiquei de boca aberta. Minha amiga viajou e eu não vou ver ela por um tempão! Que droga! Não vou ao colégio amanhã. Não irá ter provas, porque só faltava a prova do sr. Adams, então só vai ter bagunças amanhã. Para que ir então?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, please! Abraçoos!



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