Reverie escrita por Zyzi


Capítulo 6
Voltando


Notas iniciais do capítulo

Oi! Demorei, mas voltei. RsRs. Confesso que não voltaria tão logo se não fosse a fofíssima vava, obrigada pela força! Me motivou bastante e é claro não posso me esquecer de agradecer a recomendação, que coisa mais linda, fiquei toda boba quando vi... capítulo dedicado a você. Li e ainda não estou satisfeita, mas não podia deixar que esperassem mais espero mesmo que gostem. Bjks!!



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“Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…”

Fernando Pessoa

P.O.V Renesmee

Depois de falar com Jacob fui até a sala e todos estavam lá inclusive meus pais, Bella estava sentada lendo morro dos ventos uivantes e aquilo já estava se tornando uma obsessão, chegava a parecer que tinha apenas aquele livro, mas não adiantava falar sobre isso, ela o amava.

Desde que fiquei sabendo pela manhã que em alguns dias iriamos a Forks por duas semanas fiquei muito contente, esta seria a chance que teria de visitar meu avô e todos os meus amigos, eu sempre senti muita falta de todos até mesmo da floresta e claro de Jacob, em pensar nisso ele andava muito estranho ultimamente, nossas conversas por telefone estavam tensas e pesadas, queria vê-lo logo para que tudo se normalizasse novamente, desconfiava que essa estranheza toda se devia ao nosso distanciamento e isso logo seria normalizado eu não queria e não podia perder Jacob, ele era o mais próximo que eu tinha de um amigo e isso era algo do qual eu não abriria mão.

— Isso sim é uma cabeça pensante, essa mente não para sequer um minuto. — Edward sorriu.

— Alguém poderia me dar um minuto de privacidade e isso sim seria algo incrível! — alfinetei.

— Já falei que odeio conversas mentais, não? Fico me sentindo completamente alheia a tudo. — Bella largou seu livro de lado enquanto nos reprovava, e aquilo era no mínimo engraçado quando as vezes ela parecia uma super mãe ralhando com os filhos.

— Renesmee está preocupada com Jacob, minha querida. — Edward afagou os cabelos de sua esposa imortal.

— Ah! Muito obrigada papai, mais uma vez a privacidade manda lembranças.

— Você é minha filha. É meu dever saber tudo que acontece com a senhorita super irritada.

— E o que está te preocupando? — Bella inquiriu-me.

— Não é bem uma preocupação, está mais para um pressentimento ruim.— Não adiantaria me esquivar de Bella, quando o assunto era Jacob ela era uma expert.

— E isso seria?— perguntou enquanto franzia o cenho.

Suspirei. Como eu explicaria aquilo? Na verdade não passava de uma bobagem ele só andava um pouco estranho, nada de mais! Eu deveria estar demasiadamente sensível.

— Ele só anda um pouco estranho... Um pouco irritadiço talvez, mas... Isso deve ser o cansaço, ele tem muito sob sua responsabilidade.

— Humm... E porque não pergunta a ele o que está acontecendo? Melhor! Você terá a oportunidade de fazer isso pessoalmente, não sofra por antecipação querida. Acredite! As coisas se ajeitam com o tempo e isso você tem de sobra.— tocou meu rosto enquanto falava.

— É o que eu queria que ela colocasse nessa cabeça dura! Ela herdou isso de você Bella. — gracejou meu pai.

— Tudo bem! Será que podemos mudar de assunto agora?.

— Claro! — disseram em uníssono, rindo logo após.

— Como estão os preparativos para a viagem?

— Já temos tudo preparado. Iremos ficar na nossa cabana, ela fica em meio a floresta e não vai chamar atenção para a nossa “volta”, ficaremos por pouco tempo e por isso acredito que não teremos maiores problemas, já que os únicos que saberão de nossa presença, são Charles e os Quileutes. — Edward respondeu de forma técnica, uma de nossas maiores preocupações era não atrair atenção e faríamos isso.

— Nossa! Vocês não deixam nenhum fio solto mesmo. — Ri um pouco da seriedade do momento. — Será que nós nunca teremos uma daquelas viagens em família em que tudo dá errado? Vocês são muito perfeccionistas, até parecem vampiros!— gargalhei.

— Ah! É mesmo. Você anda muito engraçadinha minha cara! Ainda mais para quem não caçou nos últimos dias. — Papai bagunçou meu cabelo.— Que tal uma caçada agora?

— Eu aceito. Uma corrida até lá? — Desafiei.

— Trinta segundos de dianteira, negócio de pai para filha. — Não esperei ele terminar de falar, sai em disparada pela floresta, a tempo de escutar minha mãe rir e perguntar se nós não crescemos.

Não demorou muito para escutar Edward atrás de mim ele era o mais veloz de todos nós, não havia como competir. Só fazíamos isso pela diversão, ele se emparelhou a mim e foi ali que parei para que pudesse escolher minha presa. Cervos...

Eu não parava muito para pensar em como se fazia aquilo, era algo muito natural e instintivo eu parecia estar desligada entre o momento em que visualizava meu alvo e o atacava, em busca do próximo que pudesse aplacar a ardência em minha garganta, que neste momento estava em chamas.

Quando dei por mim já haviam dois cervos aos meus pés, a carcaça lívida longe da vivacidade que exalavam os machos que agora estavam secos ali, era um pouco estranho pensar que a minha existência dependia disso... Do sangue e da vida de outros seres, era disso que eu e minha família necessitávamos.

O mundo pode ser mais perverso do que se imagina e a escuridão da ignorância pode ser um bom e sossegado esconderijo.

— Você só não consegue me irritar mais que sua mãe , pois no quesito se esconder de mim ela é a melhor.— Edward se aproximava de mim, eu havia até mesmo me esquecido de sua presença ali enquanto me perdia em pensamentos.

Gargalhei um tanto quanto nervosa e repliquei.

— Não sei por que se interessa tanto pelos pensamentos das pessoas, isso já não é um pouco cansativo, nunca ser surpreendido por nada e nem por ninguém.

— Xeque- mate! Você consegue ser a mais evasiva de toda esta família, que garotinha mais perspicaz. — ele riu.— tem razão. É bastante irritante para que não se diga insuportável, estar a par do que todos pensam, mas não quando se trata das pessoas que mais amo.

Edward tocou meu rosto em um afago que faria com que me envergonhasse eternamente por trazer preocupações para aqueles que me amavam.

— Se não quiser dividir conosco tudo bem! Só não quere que pense que está sozinha. A qualquer momento que precisar estarei aqui... Ou melhor! Estaremos aqui. Você foi a melhor coisa que nos aconteceu Renesmee e nós te amamos incondicionalmente, nunca se esqueça disso.

— Eu não me esqueço! Eu também amo vocês, faria qualquer coisa para que estivessem bem!— abracei meu pai.

— E então, podemos ir senhorita?— falou meu pai, enquanto me cedia seu braço direito para que me apoiasse.

— Acredito que sim, senhor. A não ser que ainda queira algo dentro do vasto cardápio que temos aqui, vi que não apreciou nada desde que chegamos. — acabei por entrar em sua brincadeira.

— Oh não! Estou completamente satisfeito. — ele riu. — Podemos?

— Eu chego primeiro!— gritei enquanto corria em sua frente.

— Está trapaceando, não pode fazer isto com seu velho pai!

— Já fiz. — falei enquanto entrava na varanda da casa Cullen, e ele me pegava pelas pernas e jogava em suas costas.

____________________________________________________

Os dias se passaram mais rápido do que pude perceber e quando dei por mim, já estávamos nos preparativos finais para nossa viagem, enquanto os outros estavam cuidando dos últimos detalhes para nossa mudança para Esther, uma cidadezinha de pouco mais de 20.000 habitantes era úmida e chuvosa, localizada no norte do Estado canadense, eu nunca me importava com o lugar escolhido, seria a mesma coisa sempre, portanto não haviam motivos para me preocupar ou opinar.

Estavam todos já de saída nossa estadia naquele lugar havia chegado ao fim, se não tivesse estado ali por aquele mês poderia até duvidar que era um local habitado, agora parecia mais um casarão abandonado.

Era manhã e nós levaríamos cerca de doze horas para chegarmos a Forks, desci a escadaria carregando uma mala média, algo que já havia motivado uma pequena batalha com Alice que gostaria que estivesse levando no mínimo três malas, já que segundo ela temos que estar preparados para qualquer situação e nunca se sabe quando precisaremos de peças e mais peças de roupas, coisa que só era justificada por sua cabeça de vento.

Todos se encontravam na soleira da entrada da casa onde estava estacionado o carro em que seguiríamos até o aeroporto, todos com exceção é claro de Rosalie que estava inconformada com nossa visita aquela cidade, e preferiu por ficar na sacada.

Abracei toda minha família dizendo que estaríamos em duas semanas em nossa nova casa e consequentemente em nossa nova vida, antes de entrar no carro virei-me para a sacada e assoprei um beijo para minha tia e disse que iria ligar, ela apenas assentiu com um sorriso tímido nos lábios, aquele era o seu jeito e eu já havia me habituado a tal maneira de agir, eu amava a todos com seus defeitos e qualidades, eram a minha família de seu jeito meio torto mas eram.

O trajeto até o aeroporto não foi muito longo, e fomos conversando amenidades a respeito dos nossos entes queridos de quem sentíamos falta e caminhávamos ao encontro, que as cinco horas passaram voando em meu Ipod, chegamos à sala de embarque e estávamos aguardando Bella e eu enquanto papai resolvia alguns problemas de ultima hora com as passagens, talvez um equivoco com as poltronas solicitadas, nada com que devêssemos nos preocupar, Edward resolveria a questão a maneira Cullen, ou seja, nada que uma generosa quantia não resolvesse.

Quando embarcamos nem me atentei as horas em si, só percebi que já estávamos no fim da tarde, chegaríamos a noite em Seattle e faríamos de carro o trajeto que restaria ao nosso destino final, estávamos na primeira classe algo que não se trata de uma mania fútil quando se fala de vampiros, afinal quanto menor a concentração de pessoas mais confortavelmente todos poderiam viajar.

E toda aquela maratona já estava me cansando, aquilo poderia até ser fácil para meus pais imortais mas eu certamente já estava exausta e provavelmente chegaria em Forks esgotada e isso na hipótese mais otimista, ainda estaria acordada.

O voo não durou muito pelo menos isso é o que pensava, já que despertei com a voz de Bella me avisando que havíamos chegado e agora só nos restava um breve caminho para que eu pudesse finalmente descansar, levantei-me ainda um tanto sonolenta e cambaleante enquanto me esquivava pelas pessoas do saguão e Edward carregava as malas para o carro, ao me deitar no banco do passageiro novamente fui sugada pela inconsciência, tendo um leve despertar apenas quando senti-me ser içada do carro sentindo o cheiro de Bella, não tardando ser depositada em um local macio, deixando-me ser tragada novamente pelo meu sono.

Acordei sobressaltada com uma fresta de luz em meu rosto, observei o espaço em minha volta enquanto me espreguiçava, estava em um quarto, em meu quarto! Jamais o esqueceria cada detalhe que encontrava nas paredes me trazia algum tipo de recordação de alguns momentos de minha infância, havia apenas uma cama simples agora, no quarto que em minhas lembranças sempre estava cheio de brinquedos e tinha uma decoração que beirava ao exagero.

Fiz minha higiene matinal o mais rápido possível, ainda não podia acreditar eu realmente estava ali! Um sorriso ameaçava estampar minha face permanentemente enquanto observava pela janela de meu quarto aquela floresta que a mim era tão familiar, tudo ali tinha cheiro de lar, dizem que não importa para onde se vá. Apenas um lugar será reconhecido como seu, o lar onde se sente protegido e amado.

Desci o pequeno lance de escadas que havia em nossa cabana me encontrando com meus pais em uma cozinha improvisada que pelo que pude notar havia sido montada durante a noite e o meu apagão, minha mente estava muito agitada! Eram muitas emoções e sentimentos para coordenar.

— Bom dia, dorminhoca!— gracejou Bella.

— Você realmente me decepcionou, estava tão animada para nossa aventura em Forks e perdeu nossa entrada triunfal. — retrucou papai enquanto preparava algo que identifiquei sendo panquecas.

— Bom dia! Alguém precisa dormir nesta casa, e uma maratona de revezamento entre carro e voo não é exatamente algo que eu chame de relaxante e animador.— ironizei enquanto me encostava no balcão.

— Acho que vai gostar de saber que enquanto você dormia nós entramos em contato com alguém que você gostaria muito de ver.— não pude me conter, já estava sorrindo— Charlie está muito ansioso para revela.

— Charlie! Claro eu também estou louca para ver meu avô— falei um pouco decepcionada, é obvio que queria rever Charlie mas neste momento outra pessoa ocupava minha lista de preocupações.

— É uma surpresa lembra! A não ser pelo cheiro vampírico, Jacob ainda não tem certeza que estamos aqui, então se quiser manter esta expectativa é melhor se apressar antes que Charlie espalhe para todos as boas novas, ele está ficando velho e fofoqueiro, não era assim quando abandonamos Forks.— riu Bella.

— Então vamos!— me exaltei.

— Nem pensar Renesmee, seu café está pronto. O acordo de se alimentar humanamente pelo menos uma vez por semana você se lembra?— Edward me refreou enquanto depositava meus alimentos sobre a mesa.

Não posso dizer que comia, na verdade engolia e tentava não pensar no gosto, acordos eram acordos e um trato não podia ser rompido, e eu precisava me apressar.

Saímos em direção a casa de meu avô, ela continuava a mesma de anos atrás com algumas sutis mudanças é claro, mas quase imperceptíveis, tocamos a campainha e pra minha surpresa ou não quem atendeu foi Sue, que se assustou levemente quando nos viu acredito que Charlie ainda não tinha contado nada pra ninguém.

Ela não sabia muito o que fazer começou a olhar para os lados e abria a boca sem saber o que falar.

— Bella...— foi o que ela conseguiu sussurrar enquanto nos olhava atônita.— Vocês? Ah! Entrem eu... eu não esperava, sinceramente eu...

— Bells!— Gritou Charlie do topo das escadas, enquanto corria para abraçar minha mãe.— Não aguentava mais esperar, se demorassem mais um pouco iria pessoalmente busca-los.

Cumprimentou Edward secamente com um aperto de mãos e um acenar de cabeça não muito satisfeito, ele ainda não se adaptava muito a meu pai isto era um fato, eles estavam tão perdidos entre si que minha presença parecia camuflada enquanto observava tudo o que acontecia a minha frente.

— Onde está a pequena... — ele virou aos poucos para o canto onde me encontrava, e parecia surpreso. — Nessie?— sorri em resposta.— Você está tão...

— Eu sei. — respondi enquanto gesticulava as mãos em volta de mim mesma, em uma tentativa de mostrar meu crescimento.

— Ah garota venha cá!— Falou se aproximando para um abraço um pouco desajeitado entre nós.

Eu tinha me esquecido de como Charlie poderia ser o policial durão e o avô amoroso, tudo ao mesmo tempo! E aquilo era algo tão surpreendente e humano que o fazia muito mais belo como pessoa.

— Oh! Renesmee, mil perdões eu também não a tinha visto, estava tão surpresa! Charlie bem que poderia ter me avisado da visita de vocês.— repreendeu Sue enquanto me cumprimentava sutilmente.

— Creio que a culpa seja nossa, pedimos este segredo. Queremos fazer uma surpresa a certa pessoa que mora por estas bandas. — Aliviei a culpa de meu avô.

Ela gargalhou, e fez um comentário de que se essa pessoa se tratava de Jacob ele não iria caber-se em si quando soubesse de nossa visita.

— Meu Deus! Como você está linda, eu não a reconheceria se esbarrasse em você por aí.— Sue comentou.

— Bondade sua, a semi deusa da família é Isabella. — gracejei fingindo cochichar a ultima parte.

— Você tem algo especial, acredite em mim. Eu sei o que digo...— Ela iria continuar a falar algo quando ouvimos um movimento estranho fora da casa, uma certa confusão eu diria, e era acompanhada de um cheiro característico e tão conhecido por mim.

Apuramos nossos ouvidos, acho que somente três ali naquela sala podiam ouvir oque estava acontecendo, já que os humanos ali a nossa frente estampavam na face um semblante confuso por nosso repentino silencio, não demorei muito a ouvir a voz que tanto amava ecoar, um minuto talvez dois. Era o que demoraria até chegar à pequena casa.

— Cara! Eu sinto. vocês não podem perceber? Eles estão aqui eu tenho certeza, eu sinto, tenho que ir até lá.

— Jacob! Vai com calma, você tá parecendo um maluco, vai por mim e eu também posso sentir o cheiro dos Cullen, mas chegar lá parecendo um lunático não me parece nada legal. Você pode pelo menos tocar a campainha ou bater na porta?

— Não mesmo!

Esta foi a ultima frase que ouvi até que segurasse minha respiração e visse a porta ser aberta abruptamente, e um homem de quase dois metros de altura adentrar pela soleira da porta, seu semblante parecia um tanto quanto desesperado enquanto seus olhos varriam a sala que agora se encontrava estática, ou será que só eu estava me sentindo em câmera lenta?

Seus olhos passaram por todos até que finalmente me encontraram e o que aconteceu foi surpreendente, o semblante antes duro e sério se tornou calmo e... aliviado. Suas pupilas pareciam se dilatar, perder o foco e o encontrarem novamente, enquanto eu me sentia perdida naquela imensidão negra e profunda.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente não sei quando volto a postar, mas tenham paciência comigo, eu tardo mas não falho. Bjks!!!