Skinny Love escrita por Queen


Capítulo 11
Mardy Bum.


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeee!!!
Sentiram saudades, neh? Pois é, desculpem, mas é que ai eu tive um bloqueio daqueles. Depois começou as aulas, ai veio carnaval, depois fiz uma aposta com a Jubs que se ela postasse em I Wanna Be Yours eu iria posta aqui, mas ai essa vaca ruim do carale nao atualizou porque usou a desculpa de que iria assistir skins. E ai apareceu a VAGABUNDA HERA VACA da MICHELE e nao comentou na fic, ai eu nao posteo enquanto ela nao comentasse.
BORA BATER NELA LETS GO.
Entao galerinha do bem, suas skinners lovers (acabei de inventar isso) aqui esta um capitulo novinho em folha. CHEIO DE THALUKEEEEEE. THALUKE PORRA. THALUKE NA VEIA.
Olha eu nao to normal viu.
E MUITO OBRIGADA VCS PELOS QUINZEEEEE COMENTARIOS NO CAPITULO PASSADO.
E LIA FROSTER MINHA MARIDA AMOR DA MINHA VIDA EU TE AMO, OBRIGADA PELA RECOMENDAÇAO LINDA PRFT MARAVILHOSA EU CHOREI RIOS SUA COISA, AIN.



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Eu tenho duas teorias relacionadas ao fim do sono/acordar: A primeira é quando seu corpo se cansa de ficar naquela mesma posição, sua mente já está calma e é hora de levantar. A segunda é quando algo ou alguém atrapalha seu sono, te obrigando a acordar.

Naquela manhã eu não sabia qual das duas opções acima tinham me feito acordar, mas de qualquer forma eu sabia que havia sido a hora certa. Primeiro eu ouvi um barulhinho de bips, depois vozes abafadas e eu estava com a terrível sensação de que todo o meu corpo estava detonado. Abri os olhos rapidamente mas fechei logo depois, reprimindo um xingamento por eu ser tão estupida a ponto de abrir os olhos em uma claridade nada muito convidativa. As vozes ao qual eu estava ouvindo aumentaram e meus ouvidos ficaram aguçados, por isso eu lentamente abri meus olhos, encarando o forro branco.

Espera, desde quando o forro do meu quarto é branco? – Pensei, e quando olhei para o lado vendo uma maquina de batimentos cardíacos e senti o cheiro de desinfetante subitamente senti um frio na espinha, lembrando-me da festa. Eu estava em um hospital, em um fugging de um hospital.

Tentei abrir a boca para falar algo e chamar por alguém, mas minha boca parecia que estava colada. Então deslizei meus olhos para frente e vi Jason e mamãe sentados próximo ao meu tronco. Jason tinha uma aparência abatida, como se não estivesse dormido há dias enquanto mamãe estava intacta. Isso provava o quanto tanto faz tanto fez minha saúde, ela nunca se importou comigo, nunca, para ela tudo era Jason, Jason, Jason, o menino de ouro, que trazia troféus de basquete para casa, com um sorriso galanteador enquanto eu era a punk esquisita que só trazia problemas.

– Estou decepcionada com você. Não deveria ter deixado leva-la para aquela festa.

– Mas mãe, ela estava tão... Normal. Vi ela comendo, dançando e até mesmo conversando. Ela estava ao lado do filho do nosso vizinho, o Castellan, e depois ela sumiu. Então Reyna apareceu desesperada dizendo que ela tinha apagado. Mas eu não liguei muito porque as drogas eram tão francas e...

– Fracas a ponto dela ter uma overdose, Jason? – A voz da minha mãe estava um pouco alterada – Francamente. Eu achando que vocês fumavam nicotina e aí descubro que tenho é, na verdade, dois drogados dentro de casa.

Olhei para Jason, seu rosto estava um tanto quanto vermelho de raiva. Nenhum dos dois pareciam ter percebido que eu estava acordada, vendo e ouvindo tudo.

– Eu sei. Eu sei. Eu... Eu me sinto tão culpado. Thalia é minha irmã mais velha e eu a amo tanto – senti sua mão sobre a minha, ela estava suada, mas eu não me importei – Dois dias. Ela não dá sinal de vida há dois dias, mãe, as vezes acho que ela.. Ela está mor..

Antes mesmo de ele pronunciar a tal palavra eu apartei com força a sua mão, ao qual ele correspondeu olhando para o meu rosto totalmente surpreso por eu estar acordada. Por mais que ele estivesse com olheiras nos olhos, rosto abatido, cabelos desgrenhados e uma preocupação visível em sua áurea ele estava tão lindo. Sorri e então ele me abraçou.

– Nunca mais faça isso comigo, okay? – sua voz estava desesperada, ouvi minha mãe soltar um suspiro como se deixasse claro que preferia que eu estivesse morta – Fiquei tão preocupado, sua louca.

Sorri passando os braços em suas costas, eu estava tão fraca, havia ficado apagada por dois dias mas eu estava realmente grata por saber que o molenga do meu irmão se importava comigo. Então, eu sorri, feliz por saber disso.

***

Logo após que acordei eu recebi alta. O caminho de carro até a minha casa foi silencioso, mamãe tinha uma cara de desgosto em minha direção pelo retrovisor, minha cabeça estava na perna de Jason por eu estar deitada, eu estava um tanto quanto cansada e sentia uma fome infernal, mas eu precisava lembrar a mim mesma que deveria emagrecer. Jason afagava meus cabelos enquanto estava imersa em seus próprios pensamentos. Assim que chegamos mamãe foi para o trabalho deixando claro que Jason deveria cuidar de mim, como se ele fosse o irmão mais velho e não eu.

Joguei-me no sofá e ele apenas me dirigiu um sorriso, subindo as escadas para seu quarto logo em seguida. Liguei a tv e fiquei vagando pelos canais, eu estava sem absolutamente nada para fazer, então decidi telefonar para Annabeth.

Ela não atendeu a primeira ligação, mas quando eu persisti em ligar novamente ela atendeu e parecia estar eufórica e ofegante com algo.

– Alô? – Ela deu um suspiro.

Que estranho.

– Onde você tá?

– Quem ta falando?

– Ahn? Como assim quem ta falando? Você sabe muito bem quem é.

– Não sei não. Vai falar ou não, estou um tanto quanto apressada, pois...

– É a Rachel. – Menti de lavada, forçando minha voz ficar um pouco lunática e fina igual da Dare.

– Rachel? O que você quer? Quem te deu meu numero?

– Sim Annie, a Rach! É que eu tenho algumas novas pinturas, sabe? – eu tentei não sorrir da forma como minha voz estava saindo e em como eu era uma bela atriz – então queria saber se você, sendo tão inteligente, poderia me dar umas ideias...

– Não vai dar, flor. Eu estou em casa agora e...

– Eu posso ir na sua casa!

– Não, eu to ocupada, então acho que...

– Eu te ajudo a ficar desocupada, amada.

– Não Rachel! Flor, eu estou com uma companhia, entende? Então, o Percy sabe? Aquele eu te falei uma vez na aula de química, nós estamos ocupados com umas coisas e...

Aquilo foi o cumulo. Senti um grande nó em minha garganta e meu estomago pesar. Meus olhos lacrimejaram e eu comecei a pisca-los descontroladamente impedindo as lagrimas. Respirei fundo lembrando-me a mim mesma de que eu não deveria se importar, mas cara, eu tive uma overdose! Uma fugging de uma overdose e fiquei fora do ar por dois dias e ela nem sequer foi me visitar, os únicos nomes na lista de visitas eram de Luke, Reyna, mamãe, Leo e Tia Ártemis. Engoli o nó que estava em minha garganta e travei o maxilar. Estava na hora de acabar com aquela palhaçada.

– Annabeth eu só tenho a dizer que quando você quebrou o braço eu estava ao seu lado, quando o seu irmão fugiu eu estava ao seu lado, quando você chorou eu estava ao seu lado. Eu sempre estive ao seu lado. Então, eu pensei que você pudesse ser uma pessoa mais educada sabe? Eu tive a merda de uma overdose e você nem sequer foi me ver no hospital. Aí eu resolvo te ligar decidida a conversar com você sabe sobre o que? Sobre mudar, sobre finalmente abri a janela do meu quarto e puxar a curtinha, sobre me interagir, entrar na banda e me apaixonar. Mas aí você atende e em uma brincadeira eu falo que sou a Rachel e então você diz que está com o Jackson? Legal. Só espero que da próxima vez que você quebrar a cara não venha até mim. Passar bem.

Então desliguei o telefone em sua cara e joguei ele na parede. Sim, eu joguei meu celular na parede, e daí? Joguei-me no carpete e liguei a tv em um outro canal, eu estava um caco, um completo caco. Meu corpo parecia pesado e minha vontade era de me matar por comer SALGADINHOS que é pura gordura e REFRIGERANTE, estava mais gorda do que já era.

Depois de ficar gastando meu tempo procurando por algo interessante na tv e não encontrar vi que eu estava um tanto quanto sufocada, precisava falar com alguém, então lembrei-me de Reyna e me levantei para ir a sua casa. Porém, assim que fiz isso vi Jason atravessar a sala fungando. Segui ele com os olhos e observei ele beber um pouco de água, enquanto ainda tentava parar de fungar. Aproximei mais para saber o que havia acontecido e então percebi o motivo de ele estar assim: Ele estava chorando.

Aquele molenga estava chorando e eu nem ao menos tive coragem de quebrar meu orgulho e perguntar o que ele tinha. Por isso, sentei-me na cadeira e não desgrudei meus olhos dele, cruzei os braços e quando ele me olhou fiz uma pergunta muda mexendo os lábios: O que havia acontecido.

Jason respirou fundo e passou os dedos sobre a testa, parecendo nervoso.

– Eu fiz uma cagada – arqueei uma sobrancelha, ainda sem entender –Quer dizer, eu sempre faço uma cagada, mas dessa vez não tem volta, eu fiz uma grande merda. Começa por eu iludir a Reyna, puxa, ela é tão problemática e eu estou trazendo mais problemas ainda pra ela ao faze-la se apaixonar por mim. Depois minha irmã mais velha, você, tem uma overdose. Brigo com meu melhor amigo por ele ter te dado drogas. E, por último eu digo coisas horríveis para Piper. Ela nunca mais vai querer olhar para a minha cara.

Ele franziu o cenho e bebeu um copo de água, logo depois se sentou na mesa ao meu lado e tombou a cabeça no meu ombro, e logo depois começou a chorar, chorar de verdade. Afaguei seus cabelos tentando engolir o nó que estava em minha garganta. Eu não poderia ser fraca perto dele, eu deveria ser como um escada de apoio, eu era sua irmã mais velha, deveria ser uma pessoa melhor.

– Puxa, Tha, eu sinto tanta falta dele – o nó estava ficando insuportável em minha garganta, respirei fundo – quero dizer, já faz dois anos e só ontem, quando você estava deitada naquela maca em coma com a mamãe sem saber o que fazer eu pensei : puxa, como o velho faz falta.

Jason e papai nunca se deram muito bem. Pois eu era a queridinha do meu pai e Jason o xodó da minha mãe, o que resultava em ele não ter muita intimidade com nosso pai. E eu com a minha mãe.

– Nossa família tem estado tão estranha sem ele. Olhe só para você – ele se afastou de mim e encarou-me, sustentei o olhar – Ficou depressiva, não sai do quarto, tem síndrome de aceitação, não come, não fala com ninguém, parece que tem distúrbios alimentares e nunca demonstra sentimentos. Eu, eu to um cuzao ultimamente, um completo cuzao, fazendo borradas. E a mamãe foi a única que aparenta não ter sido atingida, esta ate saindo com um cara ai.

Pensei no que ele disse assim que ele se levantou e saiu murmurando " está tudo bem" enquanto subia as escadas. Me senti tão pequena. Tao desolada. Tao inútil. Meu irmão estava enfrentando problemas e eu não estava ajudando, não estava ao menos aparentando se importar com algo. Me senti uma pessoa horrível. Precisava pensar em algo que pudesse anima-lo ou pudesse resolver algum dos seus problemas. Então, com um click, pensei em Piper.

Levantei-me indo ao sofá pegar meu celular e alguns trocados, sai de casa e cruzei os braços, estava na hora de fazer algo bom.

Estava na hora de fazer algo que valia a pena.

***

– Não acredito que estou fazendo isso. – Murmurei baixinho.

Eu estava nervosa. A todo instante olhava pela janela para ver se ele estava em casa ou na sala de estar, mas nem sinal de vida. Meus dedos estavam coçando enquanto imploravam para eu tocar logo a campainha e chamar Luke, mas parte de mim queria dar a volta e ficar no meu quarto, porém eu não poderia voltar atrás.

Porque eu estava ali, parada na frente da casa de Hermes Castelan? Simples, eu estava sem transporte algum e meu dinheiro não era o suficiente para paga um taxi, além de que Luke havia deixado bem claro que estava me ajudando enquanto eu o ajudava, o que significava que ele tinha a obrigação de estar presente e me levar ate Piper.

Então, respirei fundo, contei até três e toquei a campainha.

Loucura, eu sei. Eu nem ao menos sabia se ele estava na casa do pai dele ou da mãe, mas resolvi arriscar. Meus pés estavam inquietos, arrastei meus coturnos pelo piso de mármore da varanda impaciente e então a porta foi aberta.

Um homem alto, magro, com uma roupa de corrida e tênis abriu a porta (N/A: Meu pai, lindo maravilhoso perfeito, filhos de Hermes sambam). Ele tinha as sobrancelhas arqueadas e um olhar travesso que fazia cumplice com seu sorriso zombeteiro, Luke tinha aquela mesma expressão quando parecia tramar algo.

– Pois não?

– Hum, er, o.. O... O Luke... – Vamos lá Thalia, lembre-se do que Luke lhe disse, é bom dialogar com as pessoas, vamos lá, você consegue, você sabe que consegue – O Luke está?

Sr. Castellan arqueou uma sobrancelha e estalou a língua antes de abrir mais a porta e me dar espaço para entrar.

– Subindo as escadas, segunda porta a esquerda.

Murmurei um " obrigada " e fui em direção a escada, subi e parei na frente do quarto indicado, respirei fundo e bati na porta.

– Agora não pai, estou ocupado.

Bati novamente.

– Pai, estou ensaiando agora, depois o..

– Sou eu, babaca, a Thalia.

Ouvi um barulho de varias coisas caindo no chão e sendo arrastadas, demorou exatamente três minutos até Luke abrir a porta. Na verdade ele não abriu, foi só uma brechinha de nada e ele meteu o a cabeça para fora com os olhos esbugalhados segurando a porta, como se deixasse claro que eu não podia entrar.

– Você não deveria estar no hospital?

– Oi pra você também – resmunguei revirando os olhos – fui liberada hoje, e ai eu estava pensando em umas coisas e, bem... Eu preciso da sua ajuda.

– Te ajudo no que precisar, você sabe.

– É, eu sei – respirei fundo e tentei espiar dentro do quarto, porém ele continuava ali, parado, dificultando minha visão – então, você tem algum transporte tipo carro, moto, bicicleta, sei la...?

– Tudo o que eu tenho é um skate.

Senti meu rosto ficar vermelho de raiva e frustação. Um skate. Tudo o que esse puto de dezenove anos tinha era o raio de um skate.

– Ah que maravilha – minha voz estava carregada de sarcasmo e ironia – pela primeira vez na vida paro de pensar em mim mesma e fazer algo bom, e aí preciso de um transporte para completar esse “algo” e tudo o que esse idiota tem é um skate, tudo o que esse skatista sentimental do caralho tem é um fugging de um skate. Desisto. Desisto de viver.

– Ei, olha lá como você fala comigo sua vaca mal comida – Luke murmurou irritado saindo de vez do quarto, nem tive tempo de dar uma espiada, pois estava muito focada em seu peitoral nu – Para a sua informação ter um skate é bem melhor que qualquer transporte. E, meu pai tem uma caminhonete ao qual ele sempre deixa eu usar. Então controla a língua ai viu?!

Eu ainda olhava para seus ombros largos. Ele estava sem camisa, vestindo apenas uma bermuda e estava descalço. Seu cabelo totalmente bagunçado como se não estivesse visto um pente há anos, e sua cara avermelhada. Ele estava tão lindo. Quer dizer, ele estava parecendo o Evan Peters, por isso tratei de desviar meus olhos para qualquer coisa que não fosse ele. Aquele friozinho na barriga era algo que eu nunca tinha experimentado antes. E o pior, eu estava gostando daquilo.

Alguma coisa estava errada comigo. Tenho certeza.

– Desculpa – murmurei baixinho e olhei para seus olhos, me desconcentrando um pouco naquelas orbitas azuis – Eu.. Eu estou um pouco... Chata. Eu sei. Desculpe. Enfim, vai me ajudar ou não?

– Claro. Mas com uma condição.

– Qual?

– Depois de você fazer o que tiver de fazer, vamos para a pista de skate

– Certo, mas com outra condição acima dessa, você terá que me ensinar a andar de skate.

– Fechado.

– Fechado. – Sorri.

Luke assentiu e entrou no quarto novamente, ficou lá por alguns segundos e depois saiu, vestindo uma blusa do Arctic Monkeys regata, all star e uma touca preta. Novamente, fiquei encarando-o de um jeito esquisito.

Céus, eu tinha que parar de achar ele tão lindo. Eu definitivamente tinha que afastar esse pensamento para o mais longe possível.

Descemos as escadas e fomos até a garagem, entrei na caminhonete vermelha do Sr. Castellan, sentei no banco do passageiro e esperei Luke entrar. Observei pelo canto do olho ele jogar o skate no banco traseiro.

– Seu skate é legal.

– Eu sei – sua voz estava debochada, como se esse elogio não fosse nada de mais. Revirei os olhos com isso – Então, madame, para onde você deseja ir?

– Sabe onde fica a boutique da Dite?

– Sei mas... – ele fez uma careta estranha - O que uma pessoa como você vai fazer lá? Uma punk do satã em uma boutique?

– Não te interessa, apenas dirija ate lá.

– Punk do satã– ele murmurou.

– Skatista sentimental do caralho.

A boutique da mãe da Piper não era muito conhecida, mas tinha bastante fregueses. Eu só havia ido lá umas quatro vezes, para ver se tinha algo novo que fizesse o meu estilo, em todas elas eu saia arrastando coturnos e botas de couro. Mas, naquele dia, não fui com a intenção de comprar algo e sim ver o lado do Piper na historia.

Respirei fundo e entrei. Estava frio, pois o ar estava com apenas dezenove graus, Afrodite estava no caixa sorrindo para mim e as atendentes espalhadas pela loja. Vi Piper de longe, dando opiniões de cintos para uma garota. Ela estava diferente: usava roupas largas, cabelo solto com apenas duas trancinhas e o rosto limpo, sem nenhuma maquiagem. Abaixo dos olhos observei olheiras e eles estavam inchados.

É, Jason realmente fez uma merda das grandes.

Me aproximei assim que a garota foi em direção ao caixa, Piper me olhou com os olhos cerrados mas depois relaxou os ombros, ficando mais calma a medida que eu me aproximava.

– Olá, Lia. – ela deu um sorriso doce, mas seus olhos estavam distantes – Veio comprar algo? Coturnos? Botas de couro? Camisetas? Nada?

Neguei em todas e vi seu sorriso murchar.

– Veio falar sobre o Jason? – ela sussurrou baixinho e eu assenti – Olha, se foi pra vir deixar algum recado ou dar algum presente achando que eu vou perdoa-lo tão facilmente assim pode dar meia volta, o que aquele filha da puta fez foi...

– Escuta aqui Piper, primeiramente eu tenho muito mais o que fazer do que vir trazer recadinho do Jason – minha voz estava um pouco alterada, eu nunca havia falado com a Piper antes, nunca, e ela não parecia surpresa em eu estar falando com ela – e segundo olha lá como você fala da minha mãe. Estou aqui pra conversar com você, pra saber o que realmente aconteceu entre vocês dois, desde o começo.

Ela piscou os olhos, um pouco atônita, olhou para mim com receio e abaixou a cabeça.

– Aqui não, vamos para a pracinha aqui na frente.

Assenti, enquanto andávamos em direção a saída, Afrodite tinha um olhar preocupado, mas ignoramos.

***

Sabe aqueles filmes de romance que passa à tarde? Aqueles antigos e juvenis, cheio de melo e blah blah blah? Bom, era assim que eu imaginava ser a historia do rolo entre o Jason e a Piper, totalmente bleh e conto de fadas.

Mas não era exatamente assim.

Meu irmão, definitivamente, era um tremendo filho da puta.

Desculpe mamãe, mas essa é a verdade.

Jason e Piper haviam se conhecido em um dia qualquer, há dois anos atrás. Fazia uma semana que meu pai havia morrido, Jason perambulava pela cidade de cabeça baixa, magoado pela perda, enquanto Piper andava feliz da vida por ter conseguido passar para o seletivo da nossa escola. E então, enquanto ambos atravessavam a rua para destinos opostos, eles se toparam, ambos caíram no chão e depois de um ajudar o outro a levantar, pediram desculpas e depois seguiram seus próprios caminhos. No dia seguinte se toparam novamente no shopping e então conversaram, Piper contou que ela fez ele sorrir para aliviar a tensão após ele contar que o meu pai havia morrido, viraram amigos e tudo mais. Três meses depois Piper se apaixonou e aí começa todo o clima romântico, em que eles ficam e tudo mais, o único problema era: Por esses dois anos, eles apenas ficavam, mas não assumiam namoro.

– Eu estava cansada disso, sabe? Eu fazia o possível para que ele me pedisse em namoro. Até mudei o meu estilo, passai a usar maquiagem, roupas curtas e coladas. Sendo que, o meu verdadeiro estilo é esse, simples. – Piper deu um suspiro pesado, olhando as pessoas andando pela praça. Estávamos sentadas em um banco – Bom, quando eu já ia desistir de nós dois, ele me chamou para um jantar. Então tá, nós fomos para esse jantar, superchique, e depois ele me levou para casa. Ficamos conversando por um tempo na varanda e ai eu o convidei para entrar, meus pais não estavam em casa. Minha intenção era só que a gente continuasse conversando, mas as coisas saíram do controle, começamos com pequenos beijos e no fim, nós dormimos juntos.

Arregalei os olhos. Tá, eu não era virgem, mas, era muito estranho saber que seu irmãozinho de dezesseis anos, um bebê, não era mais tão... Puro.

– Tá, você não precisava saber disso. No outro dia, ele me ignorou na escola. E no outro, no outro e no outro. Isso durou cinco dias ao todo, ele simplesmente me ignorava e me evitava, então, não aguentei mais e explodi, fui até ele pedir satisfação. Cara, isso foi meu maior erro. – Piper engoliu a própria saliva, como se estivesse com um bolo na garganta – ele me disse coisas horríveis na frente de muita gente. Falou que não me devia nada, pois não éramos namorados, que eu era sem graça e retardada, deveria aprender a falar menos e fazer mais. Que estava interessado em outra garota, uma tal Reyna, e que ela era melhor do que eu. E, por ultimo, falou que eu deveria “treinar” para a próxima vez que fosse transar com um cara, pois eu era horrível na cama.

Filho da puta.

Jason Asher Grace, meu irmão, era um tremendo filha da puta.

Eu não sabia o que dizer a Piper, eu não sabia o que fazer, então apenas suspirei e soltei um ”sinto muito” baixinho. Ela assentiu enquanto olhava para o horizonte, com os olhos marejados.

– Eu... Eu acho que já vou.

Assenti. Mas ela permaneceu no mesmo lugar, olhando pra mim.

– Porque você nunca fala? Porque sempre se exclui? Porque hein? – ela olhou pra mim com as sobrancelhas arqueadas e eu desviei o olhar para a caminhonete em que deixei o Luke. Ele não estava mais lá – É porque ninguém se importa, não é? Ninguém se importa com você, se você fala ou não, se come ou não, não é mesmo Thalia?

Apenas assenti enquanto fingia que ouvia, ela deu um suspiro e alevantou-se, voltando para a boutique.

Continuei ali, sentada, vendo as pessoas passarem de lá para cá. Estava sem animo algum para fazer nada, eu poderia ficar ali até a noite, ou dormiria naquela praça como alguém de rua, meus pensamentos estavam tão confusos.

Encostei a cabeça no banco da praça e olhei novamente para a caminhonete, Luke estava do lado de fora com os braços cruzados enquanto bufava. Nossos olhares se cruzaram e eu vi um misto de coisas: raiva, curiosidade, impaciência e segredos. Luke Castellan era um enigma.

Levantei a cabeça e endireitei o corpo quando ele veio andando em minha direção, bufando mais que o normal. Sentou-se ao meu lado e ajeitou sua touca

“ Volto em dez minutinhos, eu prometo Luke, vai ficar tudo bem. Não vou demorar” – ele fez uma péssima imitação da minha voz e eu sorri – Desses dez minutinhos se passaram mais vinte. Poxa, eu fique mofando dentro daquele carro esperando você voltar e olha só onde você está: de boa em um ar fresco enquanto eu cozinhava lá dentro.

– Para de drama, tá parecendo uma mulherzinha.

Luke revirou os olhos.

– E ae, o que foi que deu?

– Deu que meu irmão fez uma merda.

– Típico.

– Sério, ela me contou toda a historia e no momento eu não sei se rio ou choro. Mas não me importo muito com isso. Que se foda os dois

– Nossa mas você é mal – Luke fez cara de incrédulo e eu sorri novamente, ele me fazia dar boas gargalhadas as vezes – Sem sentimentos. Coração de gelo.

– Sou mesmo, mas é bom ser assim, melhor do que ser sentimental igual você.

–Eu não sou sentimental – ele rebateu, olhando para cima – Nunca fui.

– Você é sentimental, Luke. Você é fraco, você se importa com o que as pessoas pensam ou falam de você. Você tem um coração muito bondoso e um dia vai se machucar por isso. Você é a fim de uma garota que tá de olho no seu melhor amigo. Você chora em um tumulo de uma garota morta em um cemitério vazio. Então, querido Luke, você é sentimental, um skatista sentimental do caralho.

Luke ficou quieto. Eu queria não ser tão arrogante assim, queria ser uma pessoa melhor, mas achava tão ruim vê-lo ajudando os outros, se importando com os outros e nunca recebendo nada em troca. Ele merecia quebrar a cara para aprender a não ser tão bobo.

– É, talvez eu seja mesmo sentimental, talvez eu... – ele parou e olhou pra mim com os olhos esbugalhados – espere, como você sabe sobre o cemitério?

Meu sangue gelou. Burra.

Como eu pude ser tão burra a ponto de revelar isso? Burra.

Engoli em seco e alevantei-me rapidamente, limpando a minha jaqueta de couro para disfarçar meu pânico em ser descoberta.

– Hey! Acho que está na hora de irmos, não é? E não se esqueça de me ensinar a andar de skate!

Isso pareceu ter feito algum efeito de distração, pois ele piscou os olhos e balançou a cabeça, como se estivesse em um transe.

– Ah, sim, claro. Vamos lá, o skatista sentimental aqui, lindo gostoso e maravilhoso, vai te ensinar umas coisinhas.

Entramos no carro e fomos para a pista de skate mais próxima.

Enquanto Luke fazia suas manobras eu observava os grafites que tinham ali, era um mais lindo e interessante que o outro. Quase não tinha pessoas lá, e as que tinha estavam ocupadas se divertindo em cima de seus skates.

Após Luke terminar ele me deu o skate e umas dicas de como andar, caí quatro vezes seguidas enquanto ele apenas ria, quando eu ia desistir Luke disse que eu precisava ficar relaxada. Então, ele me arrastou até as pistas maior, me pôs em cima do skate e subiu logo atrás, colocando as mãos ao redor da minha cintura e o queixo no meu ombro (N/a: só eu que quando imagino isso, eles nessa posição, tenho um ataque fangirl? Awnt).

– Relaxe. Sei que você tem medo de altura, mas saiba que eu sempre vou estar aqui – sua respiração se chocava no meu pescoço, causando leves arrepios repentinos – Feche os olhos e relaxe.

Arregalei os olhos a medida que descíamos a rampa, soltando um grito ao sentir o forte vento contra a minha pele. Me desesperei e pulei do skate.

Sabe aquelas esteiras da academia, que estão em uma velocidade super rápido, e então sem mais nem menos você resolve subir em cima? Então, descer do skate foi exatamente assim, caí de cara no chão, arrastando Luke comigo.

Doeu, doeu bastante, minha coluna latejava e eu estava tonta. Luke estava praticamente deitado em cima da mim se contorcendo de rir, bufei e o empurrei para o lado, enquanto ele ainda ria.

– Porque esse riso todo, babaca?

Ele riu mais ainda com isso.

– Você precisava ver a sua cara – ele tentou respirar, mas foi em vão, logo começou a sorrir novamente – os olhos arregalados e você começou a gritar pra logo depois dar a louca e pular do skate.

– Ai, para, eu tenho medo de altura.

– Mas isso não justifica. Cara, você estava tremendo, literalmente.

– Você usa incorretamente o termo “literalmente”.

– Além de ser uma punk do satã é nerd. Uma punk nerd do satã.

– Não sou nerd – empurrei seu ombro e ele riu – e muito menos do satã. Apenas sei que você está usando esse termo incorretamente. Eu odeio aquela escola, não tem como eu ser nerd.

– Eu também odeio, para falar a verdade – ainda estávamos deitados, aconcheguei minha cabeça no seu ombro próximo a curva do seu pescoço – a maioria das pessoas lá são chatas, e ninguém gosta de rock, ou curte as mesmas bandas que eu.

– Eu curto rock – ele arqueou as sobrancelhas indicando que eu era uma exceção – quais bandas você curte?

––Arctic Monkeys. Nirvana. Link Park. OneRepublic. Jake Bugg. Slipknot. The Pretty Reckless, The Maine e etc. Duvido que você conheça ou goste de alguma dessas bandas.

Segurei a língua para não dizer que eu conhecia todas, e eu, de fato, conheço, mas ele estava com aquela cara tão presunçosa que então eu resolvi deixar quieto.

– Certo, você curte várias, mas quais você é meio que fã? Tipo, não vive sem e tal.

– Arcitc Monkeys e Nirvana. E você? É fã de que?

– Green Day e Imagine Dragons.

– Não curto muito, mas é legal.

– Pois é...

Continuamos apenas ali, parados, deitados no chão, sem nada para fazer. Enquanto minha cabeça continuava em seu ombro e meu rosto perdido na curva do seu pescoço, aproveitei para sentir seu cheiro. Era tão bom. Colônia masculina misturada com sabonete de lavanda e seu cheiro natural. Luke Castellan tinha um cheiro único. (n/a: desculpem-me por essa parte estar tão melosa, serio)

– Sabe, estou lembrando de umas coisas agora – Luke respirou fundo e eu me afastei dele, para dar espaço, mas ele logo voltou a se aproximar deixando claro que estava tudo bem em ficarmos tão próximos – quando eu era criança vinha sempre que possível aqui com meu pai e Percy. Enquanto ele ficava fazendo grafites meu pai me ensinava a andar de skate. Era tão bom. Quando o trabalho do meu pai começou a ficar mais pesado passei a vir só com o Percy, tínhamos cerca de doze ou catorze anos, não sei ao certo. Ficávamos bombeando por aqui e depois sentávamos no chão, conversávamos enquanto tomava um sorvete e aí fazíamos uma brincadeira de “Sete desejos”. Era o seguinte: Tínhamos que falar os setes desejos que queríamos fazer antes de morrer. A toda semana os meus mudavam, mas os deles sempre eram os mesmos: Viajar pelo mundo. Pegar muitas mulheres. Formar uma banda. Ser biólogo marinho. Fazer algum ato de vandalismo, fazer uma tatuagem e ajudar as pessoas. Creio que ele já fez uma boa parte dos desejos.

– Quais são seus setes desejos?

– Como eu disse, eles mudavam a cada semana, bom, eu ainda tenho alguns desejos, todo mundo tem.

Assenti enquanto me sentava. Meu corpo ainda doía por culpa da queda, mas era bem menos. Luke ainda continuou deitado, olhei-o por cima do ombro.

– Vamos brincar?

– Ahn?

– Quero dizer, vamos fazer esse lance dos sete desejos?.

Ele sentou-se ao meu lado e limpou os braços.

– Você ta falando sério?

Assenti com um olhar distante, observando os grafites do outro lado da praça.

– Okay. Eu começo. – ele estalou a língua e fechou os olhos, como se pensasse em algo – Primeiro desejo, ter um amor correspondido.

– Todo mundo tem um amor correspondido, Luke, isso nem se pode se considerar um desejo.

– Okay, você está certa. Primeiro desejo, ganhar uma guitarra fodastica, bem bacana sabe? É

– Isso sim é um desejo – sorri enquanto ele assentia – Meu primeiro desejo é: conhecer todos os integrantes do Green Day.

–É um desejo legal. Caso eu vire famoso, sabe? Pela banda e tudo mais, eu posso conhecer esses carinhas aí e te ajudar com seu primeiro desejo.

– Aham, tá, você famoso? Tao tá né, falo nada.

– Meu segundo desejo é por fogo em uma escola.

– Que droga você fumou, cara? – perguntei olhando em seus olhos. É, ele estava falando sério mesmo. – Porque iria fazer isso? Isso é um desejo?

– É um desejo, oras. Porque sim, odeio a escola e você também, estamos quietes.

– Ta, meu segundo desejo é ganhar um box super legal cheio de camisetas e itens de coisas que eu curto, sabe? Cheio de camisas e cds do Green Day, canecas, bonecos, essas coisas, uma coleção inteira.

– Esse é o meu terceiro desejo, Grace.

Oh, perdão. Até que enfim algo em comum. Okay, meu terceiro desejo é superar o medo de altura e pular de um penhasco.

– Você é louca, só porque superou o medo vai pular de um penhasco? Louca. Meu quarto desejo é comer a Scarlett Johansson.

– Nossa, que original. A Scarlett? Super original, pense. Meu quarto desejo é que o Billie Joe Armstrong me foda.

Haha, mais original ainda. Tenho certeza que ele é um gay passivo.

Revirei os olhos.

– Você tá é com inveja, porque ele vai me comer e você não.

O rosto de Luke ficou meio corado, sim, corado de vergonha, meu Deus, que revelação.

– Certo. Vamos ignorar isso. Desejo numero cinco, escrever um livro.

– Isso é um desejo engraçado, sobre o que você iria escrever?

– Não é engraçado, Thalia. Escrever sobre sei lá, um romance talvez.

– Escreva sobre mim! A vadia manipuladora punk nerd do satã! As pessoas iriam adorar!

– Vou pensar no seu caso. Então, qual seu quinto desejo?

– Transar ao som de “Do I Wanna Know?”. E não faça essa careta estranha, é um desejo normal.

– Não sei se fico surpreso por um desejo como esse ou pelo fato de você conhecer alguma musica do Arcitc Monkeys. Quero dizer, é o sonho de todo fã de Arcitc Monkeys transar ao som de “Do I Wanna Know?” Apesar de não fazer parte da minha lista de sete desejos, ainda não.

– Hum... – eu não queria revelar minha obsessão por AM, não que eu seja fã, sou obcecada, é diferente. – Legal, e ae, sexto desejo?

– Viajar pelo mundo.

– Bacana. O meu é passar em uma faculdade em Oxford.

– Oxford? Uou. Então, agora esta na hora do sétimo desejo, certo? -–assenti e vi ele ficar meio receoso, como se não quisesse falar – É que meu sétimo desejo é estranho...

– O meu também. E eu meio que não quero falar. Mas é a regra. São sete desejos, devemos falar todos os sete.

– Tá, mas é um desejo estranho.

– Já disse que o meu também. Faz assim, vamos falar juntos, okay?

– Tá.

Respirei fundo enquanto Luke murmurava baixinho um, dois, três.

É agora.

– Trazer meu pai de volta há vida.

– Trazer minha ex namorada de volta a vida.

Falamos juntos. Arregalei os olhos enquanto Luke parecia estar confuso.

– Seu pai está morto?

– Sua namorada morreu?

Perguntamos juntos e isso me fez rir. Era tão cômico.

– Sim.

Ambos respondemos novamente, só que dessa vez ele foi quem riu.

– Eu hein – sorri e Luke me acompanhou. Olhei as horas, estava ficando tarde, minha mãe poderia chegar em casa a qualquer momento e Jason iria sair a noite – Então, acho que devemos ir.

– É.

Enquanto íamos até a caminhonete peguei meu celular e abri na pasta de musicas do AM. Escolhi a minha preferida e conectei a cabo usb do carro. Assim que Luke começou a dirigir, coloquei Mardy Bum para tocar.

Passei o cinto de segurança com um sorriso presunçoso. Luke olhava para mim surpreso, então, a musica finalmente começou.

Now then Mardy Bum I see your frown and it's like looking down the barrel of a gun and it goes off – Cantei acompanhando o Alex e sorri ao ver o grande sorriso no rosto do Luke – And out come all these words Oh there's a very pleasant side to you A side I much prefer

Respirei fundo antes de continuar, só que dessa vez Luke me acompanhava.

It's one that laughs and jokes around remember cuddles in the kitchen yeah, to get things off the ground – nossas vozes juntas fazia uma sintonia tão legal – and it was up, up and away Oh, but it's right hard to remember that on a day like today when you're all argumentative

Continuamos cantando, e assim que a musica acabou Arabella começou a tocar. Abaixei o som e murmurei:

– Tenho mais um desejo: Ficar com uma menina ou fazer uma tatuagem

– Eu também: Colocar um piencerg e participar de uma parada gay, só pra saber como é que é.

Gargalhamos juntos. Eu nunca sorria tanto perto de alguém, Luke causava isso em mim, essa euforia, essa felicidade, essa vontade de viver.

– Sua voz é bonita, Thalia.

– Obrigada.

Ele desviou a atenção do transito por alguns segundos e nossos olhares se cruzaram, pela segunda vez naquele dia. Mas o que eu vi foi tão diferente: Alegria. Zoação. Felicidade e os mesmos segredos. Os mesmos enigmas. Gostaria de saber o que ele via em meus olhos azuis elétricos, espero que seja muito mais misterioso que seus olhos azuis claros.

Continuamos em silencio até o resto do percurso. Luke já não sorria mais quando chegamos na sua casa. Na verdade, ele parecia tenso com algo. E ele estava super quieto. Quando ele desligou o carro, não desceu de imediato, por isso continuei ali, sentada, esperando alguma ação dele.

Eu sabia porque ele estava assim, sério, foi o que eu havia dito quando estávamos lá na praça perto da boutique.

Ele havia aguardado até esse momento para falar comigo.

– Quando... Quando foi que você viu?

– No dia do show do pub.

– O que foi que você ouviu?

– Tudo. Olha não foi porque eu quis, tá, eu estava passando por lá e ai vi você e ia te cumprimentar com um tchauzinho mas você estava chorando e dizendo umas coisas então resolvi ficar ali, observando. Mas relaxa, eu não entendi nada que você disse.

Ele assentiu, seu olhar estava distante dali, como se estivesse em outro mundo.

– Eu só... Só peço que você não fale sobre isso pra ninguém, okay?

– Pode deixar, dude. Se segredo está guardado comigo.

Abri a porta do carro e desci com um pulo. Fui em direção a minha casa enquanto Luke me acompanhava. Não que eu o chamasse, ele simplesmente me acompanhou, como se se assegurasse que eu chegaria sã e salva em casa.

– Então, acho que é isso. Hoje foi um dia legal.

Ele assentiu, estávamos em frente a minha casa.

– É. Deveríamos sair mais vezes, você sabe, encontro entre amigos e tal.

– É.

O celular do Luke tocou e ele pegou, continuei ali parada, não queria entrar. Era uma mensagem, ele leu, guardou o celular no bolso e olhou para mim novamente.

– Era a Annabeth.

– Humm....

– Ela pediu para eu falar com você. Pedir perdão pelo que ela fez.

Humm...

– Qual é Thalia, ela é sua melhor amiga.

– E você é meu melhor amigo. Nossa. Isso é tão irônico de se dizer. Meu melhor amigo a fim da minha melhor amiga, e eu segurando vela. Cara, Ela Não. Te. Quer. Ela quer o Jackson!

– Mas ele não gosta dela! Ele só quer levar ela pra cama.

– Ah é? E você? Quer o quê? Dar uns beijinhos igual um virgem? Com as mãos no rostinho dela em vez da bunda? É ?

– Quero namorar com ela, é diferente.

Isso machucou. Isso machucou bastante. Quer dizer, eu não sabia porque aquilo havia me magoado, mas eu estava machucada por essa confissão. Então, usei meu método de sempre: sorri e ignorei. Eu não era fraca igual ele. Eu não me abalava por qualquer coisas.

Não tinha sentimentos suficiente pra isso.

– Okay, tudo bem, beleza. Desculpa ae. Diz pra ela que eu a perdoo. Tá tudo bem, foi só um drama da idiota aqui, né? Da dramática que não reconhece ser anoréxica – isso era palavras da Annabeth, para ela eu tinha anorexia e não reconhecia. Porra, eu estava me sentindo gorda, e dai? Isso não significava que eu tinha um distúrbio alimentar – Beleza.

– Thalia... – Luke tentou se aproximar mas eu me afastei – Não vamos discutir, foi tão legal hoje. Saímos, conversamos, rimos e cantamos. Não vamos ficar assim, por favor.

– Tá, desculpe. Desculpa eu... Desculpa. Chama a Annabeth para ir até o museu amanhã, ela ama aquele lugar, vai que sei lá, rola alguma coisa.

– Ela vai sair com o Percy – lhe lancei um olhar de “tá vendo?!” mas ele ignorou – quem sabe na próxima.

– Uh. Certo. Então, já vou indo.

Antes de virar as costas, Luke me abraçou. Não correspondi, meus braços continuaram da mesma forma que estavam. Eu não gostava de abraços.

– Fica bem, okay?

– Obrigada. Obrigada por desejar que eu fique bem. Obrigada por estar aqui comigo. Obrigada por me fazer rir, Luke, muito obrigada.

– Nada, isso é o que os amigos fazem.

– Melhores amigos – corrigi.

– Melhores amigos.

Dei meia volta e entrei dentro de casa. Eu estava bem.

Tudo estava bem.

Pelo menos, por hora.


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Notas finais do capítulo

Eae, gostaram? Espero que sim.
nao vou demorar pro proximo!!! Eu prometo. E os comentarios passados eu vou tentar ao maximo possivel responder pelo celular pq meu teclado do pc ta uma bosta, se clica no L vai pro google, se clica no O vai pra caixa de musica e assim vai.
EI EI EIEI EI EI.
Que tal criarmos um grupo no wpp so para os leitores de Skinny Love? Eu eu poderia estar la falando com voces de boas, dizendo quando iria postar, tirando duvidas, reprimindo spoiler, e ai a galera fica tudo junto. Awnt. Se quiserem ou concordarem digam no review e me mande o numero em MP.

BEIJKs e Nowhere vou te responder em breve, prometo maninha!

Reviews? Recomendaçoes? Critcas? Lets Go!