– Eu te amo, John.– Sherlock disse preguiçosamente, deitado na cama. A cabeça estava apoiada no ombro do médico, que se encontrava sentado no chão, escorado contra a cama, folheando desinteressadamente um livro qualquer. Usava seu habitual robe de seda azul com a blusa cinza e a calça folgada; O cabelo, a mesma confusão de cachos negros de sempre, fruto da recusa do detetive a pentear o cabelo.

John sorriu tristemente. Quantas vezes Sherlock já havia dito aquilo? Ele perdera a conta. Fechou os olhos com força para pôr os pensamentos em ordem, sentindo a habitual dor de cabeça sempre que pensava no detetive. John já estava cansado daquilo. Decidiu não confrontar, desta vez.

Abriu os olhos marejados e inchados de tantas noites em claro, de tantas crises de choro, de tanto sofrimento e deu um meio sorriso, ainda temeroso. Olhou para baixo, sentindo a respiração de Sherlock perto de sua orelha, um leve sopro quente. Céus, quantas vezes mais? Ele ia ficar aparecendo e desaparecendo? Indo e vindo? Maldito seja o único detetive consultor do mundo. A dor de cabeça aumentou e John suspirou, abaixando o livro e pondo-o de lado.

– ... Eu sei.– Sentiu um leve sorriso ao seu lado e ele sorriu de volta. Por que estava sorrindo? Claro, rir da própria desgraça era divertido. Virou-se para olhar para o lado, encontrando apenas um espaço vazio e um peso inexistente em seu ombro.– ... Idiota.