Remember Me escrita por Tamy Black


Capítulo 11
Tempo


Notas iniciais do capítulo

E enfim eu volto com a fic que eu mais gosto...



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No capítulo anterior:


Voltei a chorar e senti todo o arrependimento me consumir, mais ainda.

 

-x-


BELLA POV.


Tomorrow – Avril Lavigne

(n/a: eu os obrigo a escutar!)


Eu não agüentei ficar naquela cidade depois daquilo. Não interessava o pedido da minha irmã. Eu tinha passado vinte anos sem nem ao menos saber de sua existência, o que adiantaria tentar conhecê-la depois de morta? Sei que posso estar sendo egoísta, mas o impulso que tive de vir pra Forks não me trouxe nada de bom.

 

Minha mãe deu chilique quando eu disse a ela que estava voltando para Oxford, mas eu me fiz de durona, bati o pé e disse que o meu lugar não era ali. Voltei ao lugar que não deveria ter saído no dia seguinte a minha choradeira, Oliver estava me esperando com os nervos a flor da pele no aeroporto. Assim que me vira passar pelo portão de desembarque, me agarrou num abraço apertado e dizendo para nunca mais eu sumir daquela maneira, sem ao menos avisá-lo.

 

Simplesmente disse a ele que aquilo não se repetiria novamente, se dependesse de mim isso realmente não iria voltar a acontecer. Nós fomos para o meu apartamento e ele passou o dia lá comigo, matando as saudades, eu lhe contei tudo que tinha acontecido, Oliver simplesmente ficara assustado e surpreso, logicamente, mas eu disse a ele que não voltaria mais a Forks, nem nos meus sonhos. Como sempre, Oliver era um perfeito cavalheiro e se solidarizou com a minha dor, dizendo que eu tinha todos os motivos do mundo para estar mal e até ter agido daquela maneira. Ele podia dizer tudo isso, mas é tão fácil falar... Queria que ele sentisse o que eu sentia no momento.

 

Sabe quando você não sabe nem ao menos quem é ou o que está fazendo ali? Pois é dessa maneira que eu estou me sentindo. Completamente perdida e sem saber o que fazer. Acho que somente o tempo pode curar as feridas, pode apagar a memória ou simplesmente te fazer esquecer...

 

EDWARD POV.


Eu fiquei internado por mais dois dias no hospital. Voltei para casa dos meus pais e fiquei trancado a maior parte do tempo no meu quarto. Aquele ambiente tinha tantas lembranças dela, da minha Lizzie... Foi neste quarto que tivemos a nossa primeira vez, foi aqui que eu a pedi em namoro, aqui que nós ficamos vários momentos juntos, sorrindo ou simplesmente curtindo o silêncio confortável um do outro... E isso tudo somente eu tenho na memória.

 

Minha mãe me disse que a irmã da Liz voltara para onde ela nunca deveria ter saído. Eu tinha raiva da Isabella, por ela vi várias vezes a Liz chorar... O que custava a ela conhecer a irmã? Era tão fácil. Fácil como respirar. Não queria saber dela, ela que se explodisse com seu arrependimento. Isso não traria a minha doce e adorada esposa de volta. Depois de praticamente quinze dias enclausurado, contemplando a minha dor, resolvi sair de casa. Acho que estava na hora de voltar à vida, por mais que eu não quisesse.

 

Decidi voltar para Harvard, no dia em que iria viajar, passei no cemitério mais uma vez. A chuva fina caía pela cidade de Forks, minha mãe ficara no carro e eu fui rapidamente até a lápide da minha esposa, passei a mão por cima da mármore branca com o nome dela e sorri em meio as lágrimas, esperava que ela estivesse feliz aonde estivesse. Deixei um lírio branco, as flores que ela mais gostava, e saí dali.

 

Voltei para o carro e minha mãe deu partida. Fomos o caminho para o aeroporto de Port Angeles no mais absoluto silêncio. Ao chegarmos lá, meu vôo sairia em dez minutos, já estavam chamando os passageiros. Fiz o check-in rapidamente e me despedi da minha mãe com um abraço demorado.

 

- Se cuide, Edward. – ela disse – E saiba que toda a sua família o ama. – me deu um beijo na bochecha.

- Eu sei disso mãe, mas... – murmurei.

- Não importa. – interrompeu-me – Você tem que ser forte, meu amor... Tem que ser forte. – sorriu entre as lágrimas que já escorriam por sua face.

- É. – concordei e lhe dei um beijo na testa.

 

Separei-me de minha mãe e fui para o portão de embarque, estava na hora de voltar a Boston e sem ela

 

(...)


Sete anos depois.


BELLA POV.


O tempo passa quando você nem ao menos percebe. Já se passaram sete anos desde que a minha irmã morrera e muitas coisas mudaram... Eu já não tenho mais um noivo. Deixei Oliver no altar no dia do casamento há cinco anos, não me arrependo disso. Eu não o amava e sabia que estaria cometendo o maior erro da minha vida se casasse com ele por conveniência. Hoje o mesmo está noivo de uma amiga minha de faculdade, o casamento está marcado para daqui a um mês e eu serei a madrinha de casamento, sendo que se eu tivesse casado com o Oliver, Sabrina – minha amiga e noiva dele – iria ser a minha madrinha na época, pura ironia não é?

 

Meus pais resolveram voltar, estão juntos novamente há seis anos. Eles voltaram a ser um casal depois da missa de um ano de morte da minha irmã, que eu não compareci. Não queria voltar a Forks, tinha me prometido que jamais voltaria àquela cidade chuvosa. Eu já tinha uma relação saudável com o meu pai, acabei por perdoá-lo, apesar de que não tinha nada a se perdoar, mas isso é um detalhe. Minha mãe voltou a Forks, para ficar com meu pai e os dois são felizes lá, isso é bom. Eu voltei para Phoenix assim que me formei em medicina no há três anos e hoje vivo para o trabalho depois de ter terminado a residência em Oncologia, assim como o Oliver e a Sabrina – mas ele fez residência em neurologia e ela em cardiologia −, o Oliver ficou com raiva de mim depois que o larguei no altar, mas depois que ele encontrou o verdadeiro amor com a minha amiga e nós dois conversamos sobre o ocorrido, ele acabou por me dar razão.

 

Eu tenho alguns encontros, mas nada muito sério. Ainda não encontrei alguém que fizesse meu coração palpitar, enquanto não o encontrar, vou levando a minha vida dessa maneira. Eu me especializei em oncologia, como o meu padrinho Carlisle, porque o caso da minha irmã me levou a querer saber mais e a querer ajudar a salvar vidas de pessoas com câncer.

 

EDWARD POV.


Sete anos.


São sete longos anos sem a mulher da minha vida.

 

Depois que voltei a Boston, só tinha uma coisa em mente: formar-me e me especializar em oncologia. A doença infeliz da Lizzie me fez querer saber mais sobre câncer, não somente o dela, mas vários outros, eu queria estar na batalha contra essa doença. Eu voltei a Forks depois de tudo, já que a minha cidade é a número um em tratamentos de câncer. Estava trabalhando com o meu pai, isso era bom. Eu não tinha mais vida social depois que a Lizzie morrera, só vivia para o trabalho. Eu não conseguia ver as outras mulheres, nenhuma chegava aos pés da minha esposa e eu não queria ninguém, só queria ela.

 

Sei que isso preocupava a minha família, mas eu não conseguia. Falando em família, meu irmão mais velho – Emmett – se casou com a Rosalie há cinco anos e os dois tinham me dado um presente, minha sobrinha – Anna –, ela era linda, parecia uma bonequinha de porcelana, além de me lembrar muito a Lizzie. Anna puxara os cabelos da mãe e herdara os olhos verdes do meu pai, ela tinha quatro anos e é muito inteligente para sua idade.

 

Alice, minha pequena e irmã mais velha – ela é a do meio − já tinha se casado com o Jasper – irmão mais novo da Rose – e ambos estavam tentando dar netos aos pais, mas não estavam obtendo sucesso. Parece que Alice tem problemas para engravidar e isso a estava deixando maluca, minha irmã era formada em moda e tinha algumas lojas espalhadas pela Península de Olympc.

 

Eu estava andando até a sala do meu pai e antes de bater a porta, eu ouvi uma conversa, não era comum eu escutar as conversas alheias, mas um nome me chamou a atenção.

 

- Será que Bella voltaria para nós se eu oferecesse uma vaga aqui no hospital de Forks? – perguntou meu pai a alguém.

- Eu pensei nisso, Carl. – disse Charlie, meu sogro – Bella sozinha naquela imensa cidade me preocupa, sei que ela já tem vinte e oito, mas ainda é minha filha.

- Ela acabou por tomar o mesmo rumo que o Edward, ambos com a mesma especialização... – dizia meu pai, pensativo pelo tom de sua voz.

- Eu notei isso também. – riu Charlie – Mas Bella rejeita qualquer coisa que a faça voltar a Forks, apesar de ter mudado bastante... De não ser mais aquela garota, ela amadureceu muito, mas tem repulsa por voltar aqui... – Charlie vagava em pensamentos.

- Eu acho que sei o motivo, Esme me contara que ela e Edward tiveram uma pequena conversa antes de ela sair chorando, há sete anos. – disse meu pai.

- Sério? – Charlie indagara.

- Sim, pelo que conheço o meu filho, ele deve ter dito algo a ela que a magoou. – dizia – Mas, isso já faz muito tempo... Ambos estavam feridos naquela época, ambos tinham os seus conflitos pessoais...

- Sei... – murmurou Charlie – Independente de qualquer coisa, eu vou ligar pra ela. Bella pode ser teimosa, mas ainda é minha filha.

- Ela é igualzinha a você, Charlie. – meu pai disse, rindo – Isabella e Elizabeth são completamente o oposto uma da outra, mas se ambas tivessem vivido juntas, vocês veriam como ambas se completam, cada uma com seu jeito e por mais que divergissem, seriam um completo yin-yang.

- Eu sinto falta da Liz, ela era a minha companhia, a lembrança da mãe dela na minha vida. – Charlie admitiu.

- Mas você tem a Renée de volta, amigo. Agora só falta a Bella. – disse meu pai.

 

Eu já estava farto de escutar, era a hora de me fazer presente. Bati a porta da sala do meu pai e ouvi um “entre”, sem cerimônias, eu abri a porta e entrei.

 

- Edward! – meu me recebeu com um sorriso, retribuí forçadamente.

- Oi pai, oi Charlie. – cumprimentei ambos.

- Olá Edward. – Charlie sorriu – Bem, já fiquei muito tempo conversando aqui. – ele disse, risonho – Vou resolver meus assuntos na cardiologia, licença rapazes. – disse se levantando.

- Até mais, Charlie. E não se esqueça de fazer aquela ligação. – meu pai o lembrou, sorrindo.

- Claro, claro. – Charlie disse e saiu.

- E então, a que devo a honra da sua ilustríssima presença, Dr. Cullen? – meu pai era um palhaço, sério.

- Algumas dúvidas... – disse, encarando-o – Mas antes de resolvermos isso, quero te perguntar uma coisa... – hesitei, não queria dar uma de intrometido.

- O que? – indagou.

- Sério que o Charlie quer trazer a filha de volta? – perguntei sério.

- Escutando atrás da porta? – riu e eu assenti – Que feio! – disse num tom falso de recriminação, eu revirei os olhos – Sim, é sério mesmo. Por quê?

- Eu acho que ele deveria deixar a garota onde está. – disse firme – Não preciso de ajuda no setor, estou me virando bem sozinho.

 

Meu pai gargalhou.

 

- Não estou te entendendo, meu filho. – disse ainda risonho – Você disse mesmo o que eu acabei de ouvir? – o olhei sério – Edward, você não tem que achar nada. Bella é filha dele tanto quanto Elizabeth foi. Ambas são gêmeas, não se esqueça disso!

- Mas eu...

- “Mas” nada. – disse sucinto – Você não tem que se intrometer nesses assuntos, filho. Isso é de família. Se a Isabella aceitar a proposta do pai, eu a receberei de braços abertos aqui no hospital e em nossa família. Ela é minha afilhada e da sua mãe também. Por que privá-la de ter uma família? Sendo que ela mora em Phoenix praticamente sozinha? Não seja egoísta, Edward! – bufou – Eu não te criei assim.

 

Eu bufei irritado.

 

- Agora, acho que já esclareci o que você queria saber. – ele disse calmo – Vamos resolver nossos assuntos profissionais agora.

 

Eu assenti, não iria discutir com meu pai, principalmente por causa dela.

 

BELLA POV.


Tinha acabado de sair de mais um plantão exaustivo do hospital. Cheguei ao meu apartamento e me joguei no sofá. Suspirei cansada. E meu celular começou a tocar. Era o meu pai.

 

- Oi pai. – atendi.

- Oi querida, como vai? – ele disse, contente.

- Bem, e você e a mamãe? – indaguei.

- Estamos bem, mas estamos sentindo a sua falta. – riu – Se eu e sua mãe não saímos de Forks pra te visitar, você não vem aqui.

- Você sabe que eu não tenho boas recordações daí. – eu disse.

- Eu sei querida, mas não é só você. Lembre-se disso. – disse calmo – Mas eu quero conversar com você sobre outra coisa que envolve Forks.

- E o que é? – suspirei.

- Eu sei que a sua residência já terminou aí em Phoenix. – começou, sério – E eu gostaria de fazer uma proposta em nome do Forks General Hospital... – hesitou – Será que a Dra. Swan daria a honra de trabalhar na equipe de oncologistas daqui?


Levei alguns segundos para processar a pergunta.

 

- Espera... – hesitei – Você está me oferecendo um emprego no hospital daí?

- Sim e não. – riu – Na verdade é o seu padrinho, Carlisle. Ele está precisando de mais médicos na equipe. Só o que ele tem não está dando conta. – disse sério – E como você é especializada na área, pensei que você poderia gostar da proposta.

- Isso não tem nada a ver com o fato de você e a mamãe me quererem por perto, não é? – perguntei irônica, mas é óbvio que tinha a ver.

- Também. – e ele riu de novo, eu o acompanhei – Mas acima de tudo, nós estamos pensando em você, na sua carreira.

- Pai... Eu não sei se...

- Bella, querida, você é quem decide. – ele disse calmo e sincero – A vida é sua amor, mas Bella... Já se passou tanto tempo, não acha que está na hora de superar tudo isso? Tudo bem que eu e sua mãe erramos, que você não tem a sua irmã para poder reparar o erro, mas a vida continua... E não foi só você que sofreu um baque terrível. Lembre-se que existem outras pessoas que ainda sofrem, (talvez até mais que eu, você e a sua mãe)...

- Eu sei disso pai... Sei que a Elizabeth deixou um marido. – disse num sussurro, não queria me lembrar dele – Bom, posso pensar?

- Claro que pode, amor! – riu – Pense com carinho e depois nos ligue.

- Ok então. – disse.

 

Despedimo-nos e encerrei a ligação. Larguei o celular no sofá e fui tomar um banho. Forks era a cidade que tinha o melhor tratamento para os portadores de câncer, seria excelente para o currículo. Além do mais, eu conheceria melhor meus pais, teria uma família de verdade.

 

E meu pai tinha razão: estava na hora de superar o que aconteceu.

 

EDWARD POV.


Um mês se passou. E todos estavam em festa com a chegada da tal Isabella. Soube que o Charlie conversou com a filha e depois de duas semanas que a garota estava pensando, ela ligou e aceitou a proposta. Então eu a teria como colega no hospital. Eu resolvi meter a cara no trabalho mais ainda, não queria me envolver em nada. Eu já estava saindo do hospital, cansado, quando meu celular tocou, era da minha casa.

 

- Alô?

- Edward! Cadê você? – era Alice.

- Ah... Estou saindo do hospital agora? – eu não entendi o motivo das perguntas, mas...

- Mas é uma cabeça de vento mesmo, viu? – ralhou – Então Senhor Esquecido, o jantar hoje é na casa dos nossos pais... Sem exclusão na sua casa hoje, Edzinho. – riu.

- Eu realmente esqueci. – suspirei, nem me lembrava – Então, eu vou só tomar um banho e vou pra lá.

- Ok. Tchauzinho! – disse alegremente e desligou.

 

Ri sozinho. Alice nunca seria normal. Dirigi até meu apartamento e assim que cheguei lá, fui direto para o banheiro. Tirei a roupa e fui para o Box. Enquanto a água quente caía sob meu corpo, eu relaxava. Depois de um bom banho, eu saí e me arrumei. Coloquei uma calça jeans, uma blusa branca e um casaco cinza, calcei um par de tênis e penteei o cabelo. Já pronto, peguei minha carteira, celular e chave do carro.

 

Do meu prédio até a casa dos meus pais eram apenas cinco minutos. Estacionei em frente à casa e toquei a campainha.

 

- Edward! – minha mãe me recebeu, sorridente.

- Oi mãe. – sorri e a abracei.

- Vamos entrando... – disse me dando passagem.

 

Fomos conversando amenidades até a sala. E foi quando eu vi a minha pimpolha correndo pra mim.

 

- Tio Eeeeed! – ela dizia, feliz, e se agarrando em minhas pernas.

- Oi Anna! – a peguei no colo e dei um beijo em sua testa.

 

A cada dia a pequena me lembrava mais a Lizzie, agora ela está com quatro anos.

 

- Oi irmão. – o Emmett me cumprimentou.

- Oi irmão. – sorri com a Anna no colo.

- Tio Ed, eu tenho tanta coisa pra te falar... – a Anna começou a falar, animada.

- Jura? Então me conte. – sorri e me sentei.

- Depois você conta amorzinho. – Rosalie se manifestou, sorrindo – Oi Edward.

- Oi Rose. – dei-lhe um beijo na bochecha.

- Alice quer falar com você, ela tá no antigo quarto dela. – disse e pegou a filha do meu colo.

- Ok. – disse e subi as escadas.

 

Encontrei o Jazz descendo e o cumprimentei rapidamente, já no andar de cima, fui até o quarto da anã. Abri a porta e a vi sentada em uma poltrona de frente pra janela. Fiz barulho para dizer que estava presente, Alice se virou pra mim e sorriu.

 

- Oi Ed, sente-se aqui. – me cumprimentou e apontou pra cama dela.

 

Sorri em cumprimento e me sentei aonde ela indicou.

 

- O que quer conversar? – indaguei-a.

- Você sabe por que todos estão aqui, né? – ela disse, séria.

- Não é para jantar? – perguntei, confuso.

- Também. – ela disse – Mas hoje que a Isabella chega.

 

Droga! Eu tinha me esquecido completamente que era hoje que a dita cuja chegava.

 

- Me esqueci que era hoje. – bufei – Eu não devia ter vindo. – murmurei.

- Chega de palhaçada Edward! – ela ralhou – Quando você vai superar isso? Já está na hora, irmão. – bufou.

- Eu nunca vou superar isso, Alice. – disse ríspido – A Lizzie morreu, sabia? Sua melhor amiga não está mais aqui, se lembra? – eu já estava me irritando.

- Eu sei disso! – exaltou-se – Mas parece que você não sabe! – me olhou irritada.

 

Eu a encarei seriamente. Ficamos alguns segundos em silêncio.

 

Ninguém iria me compreender. Ninguém entende o que eu sinto.

 

Alice suspirou e me olhou, calma.

 

- Olha Edward, eu não vou mais te falar nada sobre esse assunto. – ela disse, séria – Eu cansei de ver você se afundar cada vez mais. – suspirou – Mas eu quero que você se lembre que você não se afunda sozinho... Eu sofro por você e com você, nossos pais e nosso irmão também. Sem contar os seus amigos. Eu não direi mais nada, não mais. – bufou e eu continuei a encará-la – Mas não foi só sobre isso que eu queria conversar com você...

- E o que é? – indaguei-a.

- Eu só quero te pedir um pequeno favor. – me olhou, suplicante – Eu sei que você não gosta da Isabella, todo mundo sabe. Mas não demonstre sua implicância com a garota, ela está chegando para conhecer uma família. Uma família que ela nunca teve. Então, seja educado, como eu sei que você ainda é, e a trate bem, pelo menos hoje. – disse séria – Pode fazer isso?

- Vou tentar. – bufei.

- Ótimo! – sorriu – E agora quero compartilhar uma novidade com o meu amado irmão. – ela dizia radiante agora.

 

Olhei-a meio confuso. Ela sorria largamente agora. Alice era difícil, às vezes.

 

- O tratamento de fertilidade deu certo! – ela disse não se contendo.

 

Eu me esqueci dos problemas e sorri junto com ela. Eu sabia que o maior sonho da Alice era ser mãe e o fato de ela estar conseguindo isso me deixava feliz.

 

- Sério mesmo? Já está grávida? – perguntei animado.

- Sério. – ela riu – E sim, eu estou grávida de quatro semanas. – sorriu mais ainda.

 

Eu me levantei da cama e a abracei, tirando-a da poltrona. Alice ria e ao mesmo tempo me pedia para colocá-la no chão porque estava ficando tonta.

 

- E você já contou ao Jasper? – indaguei-a.

- Ainda não. – disse nervosa – Pretendo contar no jantar.

 

Eu ri.

 

- Ele vai pirar. – disse, ainda rindo.

- Eu sei. – e ela me acompanhou – E a notícia ainda é maior: são gêmeos!

- Trabalho dobrado. – ri – Mas nos tratamentos de fertilidade a probabilidade de ser gêmeos é gigantesca. – disse a ela – Meus parabéns pequena. Que sejam muito bem vindos os novos integrantes da família Cullen.

 

Abracei-a calmamente. Ela me pediu segredo por hora e depois nós descemos as escadas. E assim que chegamos, eu a vi: da mesma altura que a Lizzie, mesmo rosto, cabelos castanho-avermelhados, e os olhos tempestuosamente verdes. Aqueles olhos... Tão iguais aos da Lizzie, mas eram diferentes, eram hipnotizantes e mais atrevidos do que os da Lizzie.

 

Eu sei que fazia anos que não a via. Sabia que éramos estranhos um para o outro. Mas assim que nossos olhares se encontraram, eu perdi o fôlego.

 

-x-


n/a: OMG! Quanto tempo né? O problema do meu pc já foi resolvido e eu já peguei tudo que era meu de lá! *-*

 

O que esperar da Remember Me? Posso dizer que ainda vai ter alguns mistérios envolvendo a Lizzie. Como por exemplo, um diário que a Lizzie escrevia... Teremos algumas revelações, destas quais a Bella vai se surpreender... Podem apostar que Bella e Edward ainda vão discutir muito. Sonhos estranhos aconteceram, mais choros e dramas... Ainda temos muito chão pra percorrer...

 

Amo vocês, espero que tenham gostado na volta da fic.

 

Beijos,

Tamy Black.


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