Stefan

Eu não podia voltar pra casa. Não sem Lily, não poderia olhar nos olhos de Caroline e dizer que falhei em encontrar nossa menininha. Me sentei na calçada exausto, destruído. Imagens nossa no parque brotavam e minha mente. Do seu sorriso, seu olhar acanhado, mas altivo quando desejava algo.

Por uma peça do destino eu tinha encontrado aquela garotinha, me apaixonado loucamente por minha melhor amiga. Naquele ano em que pensei que seria o pior da minha vida. Eu tinha ganhado algo que sempre desejei enquanto humano. Sempre desejei uma mulher que me amasse,  ter filhos com ela, formar uma família normal. Mesmo não sendo exatamente o caso, quando chegava em casa e encontrava Caroline e Lily, eu me sentia em casa. Pela primeira vez e muito tempo, eu fui realmente feliz. Sem dúvidas, sem medo de perder a mulher que eu amo para meu irmão, sem culpas e remorsos.

Talvez esse foi meu grande erro. Esquecer de tudo isso, achar que podíamos sem felizes. Damon tinha razão afinal, o que eu estava pensando? Que seriamos felizes pra sempre, que poderíamos ser uma família comum e feliz de margarina? Como eu fui tolo e descuidado esquecendo qual amaldiçoado eu era. 

— Stefan

— Jeremy.... Onde esteve? Conseguiu... — Jeremy olhou para o chão, percebi que suas roupas estavam sujas, seu rosto escurecidos pelo que juguei ser cinzas. O barulho de sirenes começava a ressoar — O que aconteceu?

— Eu achei… Achei ela — ele apontou para outro lado. Corri até lá escutando ele me chamar, mas não parei.

Uma casa velha pegava fogo, olhei para Jeremy que maneou a cabeça chorando. Tentei entrar lá dentro mas ele me segurou, quis empurrá-lo para longe

— Chegamos tarde Stefan

— Não… Não, ela não está lá. Ela está viva — ele negou com a cabeça.

— Não, ela não esta! — berrei. Sacudi Jeremy pelo colarinho de sua camisa, ele não reagia parecia em choque — É mentira! Você não a viu, foi outra garota...

— Era ela, eu tentei… Tentei salvá-la, ela segurava minha mão… — ele começou a chorar o sacudi com violência desesperado

— Fala!

— Ela me empurrou antes de tudo explodir, ela me salvou — contou. Soltei Jeremy que olhava para a casa destruída chorando. Cai ajoelhado no chão, sentindo gotas de chuva começarei a cair. Não podia ser verdade. Não podia! Não era ela, não podia ser Lily.

Joey

— Pobre garoto — Lilith murmurou fingindo sentir pena de Jeremy

— Como fez isso?

— Isso o que? — Lilith suspirou pesadamente

— Eu não me lembro da explosão, eu não me lembro de nada… Como ele pode lembrar? Ele disse ter visto você…

— Ele viu o que eu queria que ele visse.

— Compeliu ele? — Lilith riu maneando a cabeça

— Claro, que não. Eu o enfeiticei. Apaguei tudo da mente dele, ele sabe sobre mim. Preferia tê-lo matado, mas meu contrato com seu amigo me privou da parte divertida.

— Gray, onde ele está? — ela apontou para casa, e um bombeiro saiu dizendo algo a Jeremy e Stefan. Podia ver a dor estampada no rosto de ambos. Senti imensa pena deles, Lilith maneou a cabeça me censurando com olhar

— Você é realmente fraca. Está com pena deles? Eles iam tomar sua filha de você.

— Ela nunca foi minha filha — confessei — Nunca consegui…

— Amá-la — ela completou — Uma mãe que não ama sua filha — ela estalou os lábios inclinando a cabeça para lado — Isso realmente surpreendente.

Fiquei olhando para Lilith, era estranho olhar para minha filha agora, mesmo sendo o mesmo corpo eu sentia que não era mas Lily. O bombeiro veio em nossa direção tentei adverti-la que eles nós veria ali. Mas ela apenas cruzou os braços parecendo entediada. O homem tirou o capacete, então reconheci quem era… Gray.

— Bom trabalho meninas — ele nos felicitou. Lilith lhe lançou um olhar mortal que não o intimidou — Fez exatamente como mandei.

— Então era esse o acordo, enganar seu filho? — ela desdenhou — Não podia fazer isso sozinho, me invocou pra isso?

— Oh não, isso foi só começo.

— O que disse a eles?

Grey ficou sério veio até mim apertando meu ombro

— A verdade querida, que a Lily esta morta.

Katherine

Por pouco eu não tinha sido descoberta. Precisa de um modo de mandar a Barbie para um inferno, se ela tivesse continuado até mesmo a idiota da Elena descobriria que tinha algo errado. Fui para apartamento de Nádia. Entrei sem bater e me deparei com Matt amarrado em uma cadeira, pálido com os pulsos cortados.

— Matt? Meu deus, quem fez isso com você? Ele ergueu a cabeça e piscou algumas vezes parecendo despertar.

— Nádia — ele murmurou com voz fraca

— Por que ela fez isso? — recuei desconfiada

— Não sei, ela louca… Me ajuda Caroline, me solta.

Fui até ele desamarrando suas mãos e pernas, o ajudei a levantar, mas o cheiro de sangue estava me desconcentrando.

— Vamos embora daqui

— Primeiro me conta o que aconteceu, porque Nádia fez isso com você — tentei soar preocupada, ele estreitou os olhos e suspirou

— Eu descobri que ela estava tentando colocar a mãe doente no corpo de Elena — respirei aliviada. O ajudei a sair dali — Não vai me dar seu sangue?

— Sangue… Sim, claro — mordi meu pulso e lhe dei um pouco do meu sangue aos poucos a cor voltada para seu rosto, ele sorriu agradecido.

— Mais um pouco eu acho que seria meu fim.

Forcei um sorriso, tive que levá-lo até seu bar. Ele se sentou molhou o rosto na pia e voltou bebendo uma garrafa de água, me perguntou sobre a pirralha desaparecida, mais uma vez tive que parecer triste, mas estava sem tempo para teatros.

— Você bebeu verbena?

— O que?

— Bebeu verbena Matt?

— Sim, mas acho que a Nádia conseguiu tirar tudo do meu corpo.

— Ótimo!

— Ótimo?

— Sim ótimo, agora não vou ter que fingir choro ou que me importo com você — joguei contra parede e o ergui segurando seu pescoço.

— Caroline o que está fazendo?

— Onde a Nádia esta?

— Eu não sei.

— Não sabe? — desconfiei — Diga agora, eu não vou exitar matar você e pelo que vejo esta sem seu anelzinho mágico — ele estremeceu

— Caroline, essa não é você sem que está mal pela Lily, mas…

— Ah pelo amor de deus, cala essa maldita boca! Eu não do a mínima pra aquela pirralha. Sabe o quando e cansativo ter que fazer cara de choro todo tempo? — larguei-o no chão — Eu pensando que ser a Barbie seria mais divertido, deveria ter ficado com Elena mesmo.

— Eu não entendo.

— Uau, você tem sorte de ser bonitinho, porque e completamente desprovido de inteligência — zombei, olhei em seus olhos — Vai esquecer tudo que descobriu sobre a Nádia e sobre nossa… Conversinha amistosa entendeu?

— Entendi — ele disse automaticamente suas pupilas se dilataram ele piscou os olhos — Caroline… Tem notícias da Lily?

— Não — disse com voz embargada

— Eu sinto muito.

— Eu sei Matt, obrigada pelo apoio — ele sorriu me dando um abraço

— Vamos encontrá-la logo, você vai ver — assenti com a cabeça. Coloquei o anel em cima de uma mesa qualquer e sair. Tinha que encontrar Nádia

Nádia

Liguei mais uma vez para Katherine. Mas uma vez caixa postal. Eu tentei não pensar no que Matt tinha me dito, mas era inevitável pensar nisso. Katherine não me dera a mínima desde que possuirá Caroline. Eu procurava pensar que ela estava se adaptando a um novo corpo, tento que fingir ser outra pessoa. Mas Katherine Pierce tirava aquilo de letra, cada palavra que saia de sua boca eram mentiras, ela faria de tudo para sobreviver e não duvidaria que me usa-se pra isso. Afinal, ela era uma sobrevivente, era isso que importava pra ela. Sobreviver e mais nada. Voltei para o apartamento desanimada e sem paciência para ouvir Donavan e seus discursos. Mesmo assim trouxe comigo algumas coisas para alimentá-lo, ele estava quase a dois dias, preso naquela cadeira desconfortável com seu sangue gotejando em balde, eu não queria machucá-lo, mas ele não me deu muita escolha. Mas quando entrei em meu quarto, deixei as sacolas caírem, ele não estava lá tinha fugido. Ele contaria tudo, tinha que impedi-lo.

Bonnie

Estava na varanda da casa de Caroline esperando por ela ou Jeremy. Liz tinha me pedido para ficar de olho nela, mas ela tinha saído sem que eu percebesse e me amaldiçoei por isso, por estar tão distraída preocupada com Jeremy sentindo um pressentimento ruim sobre ele. Foi quando Damon se aproximou com semblante sério, ele entrou sem me cumprimentar, acho que procurava por seu irmão. Saiu olhando para os lados.

— Cadê o Stefan?

— Procurando a Lily — ele fez uma careta de desaprovação se sentou ao meu lado em silêncio — Cadê Elena? — ele deu ombros em resposta. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos em conflito com algo.

— Barbie ainda não chegou? — ele franziu a testa intrigado

— Não… Você viu a Caroline a onde?

— Na minha casa, ela foi lá desesperada atrás de Stefan e desmaiou, quando acordou disse que vinha pra cá.

— Estranho.

— Estranho ela ainda não ter voltado, não acha? Alias ela parece ainda mais esquisita do que de costume — revirei os olhos

— Claro que sim, caso não tenha notado a garotinha que ela tinha como filha sumiu — Damon deu um sorriso de desprezo em resposta

— Bem feito — ele cruzou os braços, riu da minha expressão indignada

— Bem feito? Como pode dizer isso, seu irmão esta desesperado…

— Eu disse a ele que aquela pirralha traria problemas, ele decidiu não me dar ouvidos e vejam só... Deu no que deu — ele disse em tom displicente. Me levantei irritada olhei de canto para Damon e sua expressão despreocupada, aquela máscara de indiferença

— Então não dá a mínima para sofrimento do seu irmão? —ele não respondeu, preferiu ignorar minha pergunta. Encostei na viga e cruzei os braços olhando para ele, analisando seu rosto inexpressivo

— O que é?

— Nada — menti

— Nada — ele implicou imitando minha voz.

Ia retrucar mas Matt surgiu correndo com expressão angustiada

— Matt o que aconteceu?

— Caroline, ela ainda não chegou, não é?

— Não…

— Ótimo.

— O que está acontecendo…

— Katherine… Ela está no corpo da Caroline.

— O que? — eu e Damon dissemos ao mesmo tempo, olhando confusos para um Matt ofegante . Mas parecia que tudo estava acontecendo de uma só vez. Porque Jeremy e Stefan chegaram. Jeremy estava sujo e molhado. Stefan entrou na casa sem dizer nada seguido por Jeremy.

— Jer — chamei tocando seu ombro foi quando notei que ele chorava. Olhei para Stefan que estava sentado estático olhando com o olhar fixo no chão — Jer…

— Ela está morta — ele sibilou chorando alto agora. O abracei forte, não conseguindo conter as lágrimas. Damon desviou os olhos de mim para o irmão, ele se sentou ao lado do irmão sem dizer nada, apenas apertou seu ombro.

— Ela morreu Damon… Eu não salvei a Lily, não salvei — Stefan contou com voz embargada. Damon olhou para o irmão, depois para mim, sem saber o que dizer o fazer a seguir.