–Eu só não consigo entender o porquê de terem deixado vocês vivos. - disse Maryse

–Nossa parece que você aguarde esse momento com muita ansiedade e porque mais você acha que nos manteriam vivos, nós somos simplesmente FA-BU-LO-SOS. –disse Jace enquanto Maryse revirava os olhos.

–Não seja irônico Jace, - não sei se entendi direito, mas acho que ela acabou de nos chamar de não fabulosos, e sinceramente eu tenho “fabulosidade” de sobra (ai meu Raziel, estou passando tempo demais com Jace) – o que quer que esteja acontecendo não é bom. - Maryse tinha uma cara preocupada e não parava de andar pela biblioteca. -Clary o que o demônio disse para você?

–Basicamente que eles estavam melhores do que eram antes. –disse, resumindo a frase do demônio.

–Grande coisa eles continuam sendo demônios...

–Jace isso é sério, vocês terão que dar depoimento a Clave. - Maryse estava preocupada com tudo, desde todos os últimos ocorridos.

–Tudo bem, não temos problema com isso. - ele se atirou um pouco mais na poltrona ao meu lado.

–Jace, não sabemos os riscos que corremos, nem quem esta por trás disso. - disse ela que continuava a caminhar por ai agora passando as mãos no rosto. - Talvez tenhamos que ficar em Idris até sabermos com o que estamos lutando ou se é perigoso, e todos ficaremos lá até sabermos- ela olhou diretamente para mim e depois para Jace pelo visto meu inverno será... Diferente. Tudo bem até eu me lembrar de um pequeno detalhe que realizamos todos os anos.

–Mas dia 25 é Natal!- disse, pensando em perder uma das minhas datas favoritas, não só porque ganhamos presentes, mas porque ficamos em família.

–Natal é um costume mais mundano que nosso. Não passa de uma festividade- É, mas EU passei boa parte da minha vida achando que era mundana, pensei- Mas vocês podem comemorar lá em Idris, isso é o de menos Clary, vão descansar um pouco e curem esses machucados. -Disse ela apontando para nosso estado deprimente, só tínhamos conseguido fazer um Iratze quando chegamos e ele não ajudou muito... -No jantar passarei as decisões e os recados.

E então fomos praticamente expulsos da biblioteca pela Maryse.

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Estávamos na enfermaria e Jace tinha erguido a blusa verde, que tinha posto quando cheguei, para ver o estado de minhas costas.

–Nossa... - disse Jace com uma cara de assustado- Se doer avise.

Ele começou a limpar os machucados com uma esponja com água, eu devia ter um corte feio do lado direito, deve ter sido feito quando fui atirada no bar porque estava doendo. Estava mais preocupada com Jace, pois ele tinha um corte profundo no braço esquerdo e ainda estava aberto.

–Jace você também precisa limpar os machucados, me alcança isso. -disse pegando a esponja de sua mão é claro que ele era mais rápido que eu e afastou a sua mão antes de eu conseguir pegar.

–Se você quer vem pegar Fray.

Então ele correu para um canto erguendo a esponja provocantemente, sai da maca e fui correndo até ele derrubei o balde que continha água suja (provavelmente de meus ferimentos) ah! Dane-se o balde. Cheguei até ele que estava com um braço erguido segurando a esponja (como eu amo ser baixinha) eu sabia eexatamente os pontos fracos de meu oponente, comecei a fazer cosegas nele até abaixar o braço para poder pegar, consegui e sai correndo pela enfermaria com Jace atrás de mim, acabei escorregando,indo direto para o chão, mas Jace me segurou por uns dois segundos porque ele acabou caindo também, por cima de mim, começamos a rir loucamente e quando paramos nos olhamos e nos beijamos um beijo longo e suave depois ele me ajudou a levantar e ficamos na janela, abraçados, olhando para fora vendo a neve que começava a cair, com sorte o Instituto estava quente, pois eu estava com uma manga longa fina, mas tinha Jace para me aquecer.

Jace virou-se rapidamente, pegou a esponja de minha mão e disse:

–Eu termino de te cuidar e depois deixo você me cuidar combinado?

Balancei a cabeça, concordando só porque minhas costas e braços estavam doendo. Deitei-me na maca e ergui minha blusa, deixei que limpasse os ferimentos e fizesse as runasdepois de um tempo a dor já estava esvaindo, fiz o mesmo em Jace que tinha mais cortes nos braços do que nas costas diferente de mim. Fiz dois Iratze, um no braço direito e outro nas costas.

Ficamos olhando para fora, quando ouvimos Church miar, provavelmente estava na hora da janta.

–Vamos- disse Jace, ele passou a mão em meu ombro e fomos até a cozinha, ele tinha uma expreção preocupada por mais que tentasse esconder eu conseguia ver sua preocupação e esse não é o normal dele. No meio do corredor já conseguia ouvir as vozes, pelo visto Maryse já tinha começado a explicar tudo a eles, a cozinha estava cheia, até minha mãe estava lá. Maryse olhou percebendo a nossa chegada e falou:

–Então a Clave nos recomendou ir a Idris para podermos resolver as coisas, partiremos amanhã ao entardecer, e depois dos depoimentos dos presentes no caso... - disse ela passando os olhos por mim, Jace e Isabelle. - Veremos o que iremos fazer. Não se esqueçam dos casacos quando forem arrumar as malas. - Disse ela sevindo os pratos que estavam proximos

Depois de jantar despedi-me de Jace e fui para casa com minha mãe.

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Na noite passada fiz minhas malas com tudo que achei que fosse usar, admito que foi difícil de fechar a mala, botei de tudo nela, casacos, blusões de lã, moletons, calças jeans, botas, meu all star velho e tudo mais que fosse confortável sem esquecer obviamente do meu kit de desenho. Tinha chegado ao Instituto mais cedo para poder ficar com Jace, ficamos na estufa vendo a neve começando a se acumular em Nova York, estava deitada na barriga de Jace que estava apoiado em seu braço e acariciando meu cabelo, ficamos assim quietos esperando Maryse nos chamar. Jace me ajudou com as malas e levou-as até o quintal onde eu abriria um portal (dessa vez, permitido pela Clave) para Idris, Jace me entregou sua estela e comecei a desenhar a runa que ainda me lembrava, eu fui a primeira a passar, a única coisa que consegui pensar quando cheguei (além da queda, que eu já estava começando a me acostumar) foi como um lugar consegue ser tão belo como Idris.