Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow
Enzo sorriu divertido ao discar para um numero do seu celular. A cada instante divertia-se mais ao imaginar a confusão em que a mente de Raoul se encontrava. Colocou os pés em cima de seu sofá e esperou escutar a voz de Enrico.
–Como anda? – disse animado – liguei para saber onde anda se escondendo do ice man.
–Eu nem fiz nada de tão errado – defendeu-se sorrindo – só o deixei bêbado e os despir. Isso não é nada demais e aposto que ele já sabe o que fiz a essa hora.
–Na verdade não.
–Como não? Aquele idiota não lembra de nada? – perguntou suspirando – eu deveria ter gravado?
–Fique tranquilo, a garota sabe.
–E como ele não sabe? Estou ficando confuso.
–Não fique – sorriu – já ouviu falar que um é pouco, dois é bom, mas três é demais?
–Claro, o que anda pensando?
–Que deve vir a Itália. Acho que poderíamos tornar esse casamento mais divertido.
–Vou preparar o meu testamento antes – gargalhou – irei ajeitar algumas coisas e irei. Faço questão de perturbar Raoul e devo admitir que achei Emma, uma gracinha.
–Estarei esperando sua ligação e enquanto isso farei o trabalho sozinho. Ate mais – disse antes de desligar. – Então Emma realmente quer se aproximar dele. Se eu não ajudá-la estarei sendo um homem mesquinho, certo? – se perguntou sorridente. Ergueu-se entusiasmado do sofá, enquanto imaginava o melhor modo de ajudar sua cunhada.
***
Raoul odiava os finais de semana, pois a segurado ficava vazia e não havia ninguém para fazer os pormenores do seu trabalho. Ele estava olhando para um programa qualquer na televisão quando avistou Emma indo ate a cozinha. Ela trajava um short curto, uma blusa larga e os cabelos encontravam-se presos. Aquela poderia ser uma visão normal para qualquer homem, mas para ele era como relembrar do pecado que havia cometido. Afastou o seu olhar do corpo dela tentando concentrar-se na televisão, sem sucesso. Ao escutar os passos dela vindo em sua direção, engoliu em seco.
–Não vai trabalhar hoje? – Emma indagou timidamente ao se aproximar. Observou o olhar dele distante e sua respiração calma.
–Não – falou simplesmente sem a olhar.
–Então... Não fará nada o dia todo?
–Não.
–Entendi – murmurou desanimada – eu também não tenho nada para fazer e estava pensando se... Gostaria de sair comigo – ao ver o olhar desconfiado que ele lhe lançou tentou sorrir – não é sair... é mais para não ficar o dia todo sem fazer nada.
–Emma, não é porque eu.... – antes de terminar a frase lembrou-se das palavras de Enzo, suspirou e a encarou – Não sou seu marido, sou apenas alguém responsável, legalmente, por você por um ano. Não quero que sinto algum sentimento por mim.
Emma o encarava em silencio sem expressão no rosto.
–Acha que sinto algo por alguém 15 anos mais velho que eu? – indagou surpresa – desculpe, não tinha essa intenção, apenas imaginei que seria divertido sair no final de semana.
–15 anos mais velho? – repetiu sem reação. – está dizendo que não sentiria nada por mim pela minha idade? – a questionou sem acreditar em suas próprias palavras. – sabe o quão ridículo é o que está dizendo?
–Eu... Não quis ofende-lo – falou tentando amenizar a situação. Ao vê-lo se levantar ficando em sua frente com o semblante sério tentou pensar em algo para dizer, mas sem que percebesse ele segurou em seu queixo, forçando-a a encará-lo.
–Irei lhe dar uma lição, Emma – pronunciou o seu nome roucamente – Nunca, mas nunca subestime um homem de verdade. Eu poderia tomar isso como desafio e fazer com que se apaixonasse por mim, mas não farei. Irei lhe dar uma amostra, apenas uma sensação de como um homem de verdade pode fazer uma mulher se sentir – ao dizer isso quase sorriu de satisfação quando os olhos dela brilharam. Viu os lábios se entreabrirem e juraria sentir uma expectativa vindo dela. Abaixou-se, passou o braço pela cintura dela, aproximou os seus corpos, acariciou o seu rosto ao mesmo tempo em que aproximava os seus lábios.
Ao colocar os seus lábios nos dela sentiu ansiedade de aprofundar o beijo, mas controlou-se. Mordiscou o lábio inferior dela fazendo com que abrisse, um pouco, os lábios dando passagem para a sua língua. Aos poucos, algumas lembranças começavam a povoar a sua mente a medida que aprofundava o beijo. Sentiu as mãos dela em seu pescoço e quando a sentiu completamente entregue, se afastou com um sorriso nos lábios. Um sorriso zombeteiro e sexy.
Sem dizer nada virou as costas para ela indo em direção ao seu quarto.
–Arrume-se, sairemos em meia hora – anunciou antes de fechar a porta do quarto.
Emma levou os dedos ate os lábios avermelhados. A sua expressão era de perplexidade, enquanto em seu intimo sentia que já havia o beijado. Ainda sentia o gosto de sua boca, sentia a sua fragrância e não conseguiu evitar um, leve sorriso.
–Doce e amargo – murmurou sozinha no meio da sala – como eu imaginava que seria.
“Desde quando imagino o gosto dos lábios dele?” pensou confusa “Eu só penso em Rupert, certo? Apenas nele” repetiu como se aquilo pudesse tirar as suas duvidas.
–O que acabei de fazer? – Raoul se perguntou ao trocar de roupa – admito beijá-la não é nada comparado ao que fiz na Toscana, mas não estou passando dos limites? – meneou a cabeça ao vestir sua calça jeans e uma blusa de manga comprida. Lembrou-se do beijo dela ao mesmo tempo em que as lembranças da viagem começavam a povoar a sua mente – parece que o beijo dela esta melhorando – murmurou para si mesmo ao sair do quarto.
***
Emma entrelaçou as mãos ao ver Raoul caminhar imponente em sua direção atraindo olhares femininos. Ela ainda não conseguia entender como alguém como ele havia cedido aos caprichos de alguém e ter se casado com ela. Eles estavam em um cinema sentados em uma das mesas esperando a sessão começar.
“Será que parecemos um casal?” ela pensou ao olhar em volta dando-se conta que deveriam imaginar que ela fosse a filha dele ou irmã.
–Precisamos esperar poucos minutos – ele disse ao sentar-se em frente a ela, depositando o refrigerante em sua frente.
–Obrigada – falou sentindo as suas faces avermelharem-se. Olhou para ele e não viu nenhum resquício de culpa ou vergonha. – Não senti nada? – perguntou sem perceber.
–O que?
–Culpa talvez, por ter me beijado.
–Não sinto nada – declarou esboçando um leve sorriso – não costumo sentir nada disso ao beijar uma mulher, ainda mais quando se é minha esposa, certo?
–Mas nosso casamento é... – interrompeu-se ao se lembrar que ele não sabia que não haviam tido nada. Assentiu tomando um gole do refrigerante gelado, o qual fez contraste com o calor que vinha do seu rosto.
–Se sente incomodada?
–Hã
–Sua expressão – a olhou cuidadosamente – não esconde nada. Desde desejo, medo e vergonha. Posso afirmar que és bem transparente.
–E você é o inverso – disse ao olhar em seus olhos – sempre aparenta ser irônico, mas não acho que seja assim ou queira ser desta forma.
–Acha que tenho algum trauma? – perguntou divertindo-se.
–Na verdade não – o surpreendeu sem perceber – acho que é assim para controlar as pessoas. Acredito que em seu intimo queria ser como Enzo.
–Porque eu iria querer ser como ele? Ele é um irresponsável, brincalhão que não leva nada a serio. Vive para... Nada. Não tem força para ir atrás do que quer.
–Então você tem? Quero dizer, casou-se com uma garota para.. Nem eu sei bem o motivo – sorriu levemente – prendeu-se durante um ano há alguém que não conhecia. Não acho que isso seja ir atrás do que deseja. Acho que isso é incapacidade de ser livre. Enzo pelo que percebi faz as coisas que veem a mente sem importar-se com nada.
–Pelo visto tem Enzo em ótima estima. De qualquer forma ambos são jovens e imaturos, não imaginam o quanto a vida pode ser dura – olhou para o relógio em seu pulso e se levantou – está na hora do filme.
Emma o seguiu recriminando-se em pensamento. Ela percebeu que havia falado mais do que deveria, mas sentia-se bem com isso. Queria mostrar a ele que estava tentando entende-lo para que o ano que fossem passar juntos se tornasse diferente.
–É estranho eu estar me esforçando assim? – sussurrou ao segui-lo pelo corredor.
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