A Bet escrita por Nick Montanari


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Boa leituraa galeraaa,
nos vemos lá em baixoo :D



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A roleta dá mais duas voltas em uma velocidade surpreendente. Os olhos do velho Swan a encaram de modo ansioso.

8 vermelho! 8 vermelho!

Repete mentalmente em um mantra.

Suas mãos estão tão geladas como a de um defunto. E suadas, assim como sua testa.

De certa forma nunca esteve tão ansioso para ver o resultado do jogo, ao qual certamente mudará sua vida.

De um modo bom, ou ruim.

Havia os dois lados sempre. Mais ele está confiante, certo que vai ganhar.

Porém uma voz chata fica repetindo constantemente em sua cabeça, que não deveria ter dado a escritura de sua casa como aposta.

Mais o que poderia fazer?

Aquela rodada é praticamente a mais alta da semana. Se não for à do mês.

E o melhor de tudo é que haverá apenas dois ganhadores.

Charlie está apostando alto e sabe disso. Mais quem não arrisca não petisca.

Em um jeito retardo a roda começa a parar, junto com a bolinha que a cada quique, perde velocidade.

Os dois homens ao seu lado mostram impaciência.

-Algo me diz que hoje é meu dia de sorte. - o fortão diz feliz, elevando a taça com Martine até os lábios.

Um sorriso presunçoso exibe o ruivo de olhos incrivelmente verdes.

-Veremos amigo. - sua mão se espalma duas vezes nas costas do moreno, que permanece fixo de olhos na bolinha.

Ela bate no 5 vermelho e pula pro 6 preto com certa dificuldade. Seu impulso está cada vez menor.

Atinge o 7 verde, e cai no 8 de uma vez.

O coração de Charlie dispara ao ver que estava ganhando.

Por segundos ele se sente vitorioso.

Somente por segundos. Com mais um leve quique a bolinha branca cai no número 9 de cor preta.

E ali ela fica. A roleta volta ao estado de repouso, enquanto Charlie é domado pelo desespero.

Isso não pode estar acontecendo!

Pensa engolindo em seco. Sua mão esquerda se apóia na quina da mesa de carpete verde, quando uma leve tontura o abate.

Seu suor, antes de ansiedade, agora é de medo.

-Parece que hoje é seu dia, meu amigo. - com os olhos turvos ele encara os homens ao seu lado. –Parabéns. - o homem de grande porta cumprimenta o outro, que não deixa escondido o sorriso orgulhoso.

-Sempre tive muita sorte. - se gaba, ajustando a gola do smoking de corte perfeito. – Mais hoje... - ele ri uma risada rouca que causa arrepios. De pavor.

Quando aqueles olhos se verdes, se voltam para o Swan, um frio percorre sua espinha, e novamente a tontura o abate.

-Então Charlie. - o ruivo dá dois passos a sua direção, e se dirige a ele com um ar soberbo. –Pelo visto eu ganhei uma casa. - gargalha de modo cruel. –E você perdeu uma. - a saliva desce queimando pela garganta de Charlie.

Só pode ser um pesadelo.

-Escute. - murmura com a voz fraca. –Eu não. Posso perder minha casa. Não tenho mais nada de valor, a não ser ela. - sua mão esfrega os cabelos de modo nervoso. –Por favor... Não, a tome de mim. - implora quase se ajoelhando a frente do magnata.

-Sinto muito caro amigo. - a mão pesada e grande se apóia no ombro do Swan que quase cambaleia. –Mais você apostou e... Perdeu. - finge uma tristeza, que não sente no momento. –Sabe quais são as regras... E regras são feitas para serem cumpridas. -

-Por favor. - pede novamente.

-Já disse que não. - o corta com a voz fria. Particularmente nunca foi com a cara de Charlie. Acha que o Cassino Montreal é lugar para pessoas de boa classe. Não para suburbanos como o velho bigodudo.

Charlie sempre foi cheio de si, sempre tentou ser o que não era. Mais agora ele lhe mostrou se devido lugar.

Onde quem não tinha dinheiro nem poder, deveria estar. Por baixo, se mostrando ser o perdedor, que a vida fez.

-Podemos então apostar novamente?- seus olhos verdes o encaram. Ele está desesperado. E isso era impagável.

-Você mesmo disse que não tem nada de valor alem de sua casa. - desdenha. –Sinto muito, querido. - o tom sínico em sua voz chega a ser palpável. –Desocupe a casa até amanhã à tarde, senão a destruirei com você lá dentro. - avisa rudemente.

Uma satisfação cresce dentro de si, ao dar as costas para um Swan desolado.

-Você não tem pena dele?- o amigo lhe pergunta quando se aproxima. O ruivo dá de ombros.

-Não. Já lhe disse uma vez. Aqui não é lugar para pessoas de segunda classe. Não é bom que nos misturemos com eles.- o amigo sorri concordando. –Agora é menos um na lista.- os dois brindam triunfantes, enquanto o administrador da roleta reúne o premio ganho na aposta.

Inclusive a escritura da casa dos Swan .

[...]

-Waylon, você precisa me ajudar.- pede, a cada minuto que passa Charlie se torna mais aflito.

-Charlie, eu não posso fazer nada.- diz sem paciência. –Não sou o dono daqui, e duvido muito que o Sr. Call vá querer desafiá-lo.- completa enquanto ajeita as cartas do baralho sob a mesa de mármore.

Quer ajudar o pobre Swan. Mais não pode fazer nada. Infelizmente Waylon está de mãos atadas.

-Tem de haver um jeito. Não posso perder minha casa Waylon.- sussurra de modo desesperado.

-Eu lhe avisei Charlie. Apostar sua casa, foi um termendo erro.- o repreende.

Os olhos negros do Swan rolam em suas pálpebras. Odeia sermões, principalmente quando está errado.

-Eu sei, eu sei.- exclama com as mãos arqueadas. –Mais poxa! Viu quanto eles colocaram na mesa? Mais de 500 mil euros.- por instantes seus olhos brilham. –Eu estava tão confiante.- Waylon observa a decepção apareceu nas orbes negras do amigo.

Ele se compadece, claro. Charlie sempre o ajudou quando preciso.

Como na vez em que descobriu que sua esposa estava com câncer, fora o amigo que lhe apoiou e até emprestou dinheiro, para o tratamento de Margaret.

Ele suspira, quando sua mente se ilumina com uma ideia, não muito brilhante, mais se Charlie tivesse um pouquinho de sorte...

-Escute eu pensei em algo...- um alívio percorre por suas veias, sempre teve certeza que Waylon o ajudaria.

Dá três passos em sua direção, e inclina o rosto começando a sussurrar.

-Olhe em direção a mesa de poker.- pede a Charlie, que vira seus olhos sem disfarçar o olhar.

-O que tem?- questiona sem entender a intenção do amigo.

-Repare bem em quem está lá.- pede. Os olhos negros voltam a reparar na mesa com quatro homens sentados.

Porém um de cabelos vermelhos chama sua atenção.

-É ele.- conclui.

-Sim Charlie, é ele. Agora repare bem....- faz uma pausa dolorosa. –Acho que você possui algo que o deixará interessado.-

-O que..- ele começa a falar mais se cala, ao ver uma garota loira em pé ao lado do homem que acabou com sua tranquilidade.

Um lampejo passa por sua mente, e ele capta o que Waylon quis dizer.

Não pode deixar de sorrir. Era isso, acabou de descobrir a solução perfeita para seus problemas!

Ainda concentrado no jogo, deixa seus olhos fixos nas cartas em suas mãos.

Já está com a partida ganha, mais um suspense é sempre bem vindo.

Os dedos de sua jovem acompanhante massageiam seu ombro magro, lhe causando um relaxamento confortável.

-Desci.- bate o senhor a sua frente, que pelo brilho nos olhos acha que esta com vantagem.

Ele bufa baixinho. Será que não há nenhum jogador a sua altura?

-Bom, eu desço também. Mais...- o outro lamenta e abaixa seu jogo que chega a ser ridículo.

-E vocês?- todo confiante o apostador pergunta. Ele ri chacoalhando a cabeça.

-Meu jogo não está bom.- o ultimo esconde suas cartas, com um certo rubor nas bochechas.

-Nem o meu..- comenta. De modo vagaroso ele põem carta por carta na mesa de mármore fria.

Assim que deixa o ultimo ás sob a mesa, gargalha percebendo os olhares estupefatos dos seus oponentes.

-Parece que venci novamente.- se gaba ficando em pé. –É sempre um prazer apostar com vocês!- empurra a cadeira de estofado vermelho.

Seu braço enlaça a cintura magra de sua acompanhante, que sorri traçando beijos por seu pescoço.

-Demitri, pode por tudo em minha conta.- manda ao empregado que sem objeções captura todos os euros ao canto da mesa.

-Você é um ótimo joogador.- a moça o elogia enquanto o ruivo toma um gole de seu drinque.

-Sou ótimo em tudo que faço.- responde sem se importar em ser exibido.

Dois toques em seu ombro, o faz virar.

Seus olhos fitam com arrogância o Swan, que lhe encara triunfante.

-O que quer?- indaga ríspido. Não sabe o que aquele pé rapado ainda faz ali, diante dele.

- Tenho algo para apostar com você.- seus olhos verdes rolam.

-Duvido que tenha algo que me interessará.- desdenha, virando o drinque na boca novamente.

-Pois eu tenho.- afirma Charlie confiante.

-E o que seria?- arqueia as sobrancelhas a ele que esfrega seu bigode antes de rir em tom elevado.

-Minha filha.- a surpresa invade o ruivo que permanece intacto.

Uma filha. O velho Swan tem uma filha.

Um sorriso se abre em seu rosto, esta começando a gostar do rumo dessa conversa.


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Notas finais do capítulo

Espero mesmo que tenham gostado...
Logo logo estarei de volta com o primeiro cap...
Beijinhoooosss
Nick.!!



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