Sobre Mentiras e Casamentos escrita por sobrehumana


Capítulo 11
Aquele da Manhã


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEEEEEEEEEEI E AGORA É PRA FICAAAAAAAAARRR, POR QUE AQUI AQUI É MEU LUGAR!!!!!!! Sqn
OI GENTEEE como estão vocês???? MIL DESCULPAS PELA DEMORA, ando tão ocupada que nem sei como tenho tempo pra respirar. Enfim, obrigada pelo carinho de todossssss e pelos comentários, visualizações, favoritos, etc etc. OBRIGADA À ALICE DELACOUR PELA CAPA LINDA E FOFA (ver na discrição o link, obg dnd) E À TIME LADY PELA OUTRA CAPA LINDA E FOFA
Então é isso gente, não tenho data de outra atualização, infelizmente :c Como vou começar a fazer cursinho, não sei quando terei tempo, mas não se preocupem que NUNCA vou abandonar a fic, okay?
Espero que entendammmmm
Esse capitulo saiu do jeito que eu queria, e espero que vocês aproveitem os flashbacks (SIMMMM SÃO DOIS!!!!), Jud e Harry e, eu sei, a Jessica faltou no capitulo mas ficaria grande demais então coloco ela no próximo, prometo



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Nymphadora Tonks

XXXXXXXX

É um conhecimento universal que não há coisa melhor do que acordar com o cheiro de café da manhã após uma boa noite de sono. É de enorme satisfação, de fato, abrir os olhos e sentir aquele aroma maravilhoso de torradas e bacon.

Porém, também se é de conhecimento universal de que não há coisa melhor do que acordar com o cheiro de café da manhã após uma boa noite de... Bem...

Atividades extracurriculares? Movimentos bruscos em prol do prazer e lazer? Afogar o ganso, molhar o biscoito, enfim... Uma boa noite de sexo.

O fato é que, em manhãs em particular, quatro moças acordaram após uma noite de muita diversão e se depararam com, além de contentamento, sentimentos um tanto contraditórios.

Lily Evans acordou confusa.

Nymphadora Tonks acordou pensativa.

Marlene McKinnon acordou arrependida.

Jessica Fields acordou, além de duvidosa, se sentindo extremamente culpada.

Sentimentos confusos para situações respectivamente confusas, mas que não serão tratadas de imediato, mas sim gradativamente.

Mas para isso deveremos começar, obviamente, do começo.

XXXXXXXX

UCLA, Universidade da Califórnia – 18 de agosto de 1999

A música eletrônica ecoava em seus ouvidos, fazendo sua cabeça doer. Somado com a quantidade de álcool em seu sistema e o cansaço, tudo o que James Potter queria era uma cama para se deitar e dormir.

Andando pelo corredor da fraternidade que se encontrava, foi testando portas aleatórias, até que uma se abriu. A primeira coisa que viu ao entrar foi um sofá, e não demorou muito ao se jogar no mesmo.

Estava prestes a cochilar quando a porta se abre novamente e uma garota entra por ela.

“Olá estranho.” A voz falou e ele franziu o cenho. O quarto não era lá muito bem iluminado, então ele apenas enxergava a sombra das coisas.

“Hm... Olá?” Ele murmura. A garota caminha cambaleando e soltando risadinhas, sentando-se ao lado dele.

De perto, ele a reconheceu.

“Ruiva gata.” Ele sorriu.

“Idiota prepotente.” Ela acenou, surpresa, mas não pareceu irritada. James culpou o álcool. Tinha certeza que se estivesse sóbria, estaria discutindo com ele.

“Você ainda me deve uma blusa.” Ela murmura e apoia a cabeça no encosto do sofá, sorrindo abobada ao jogar os pés sobre as penas de James.

“E por isso se acha no direito de invadir meu espaço pessoal?” diz ele, observando as curvas da ruiva. Belas pernas, aliás.

“Obrigada.” Ela riu.

“Espera... Eu não disse isso em voz alta, disse?” Ele pareceu mortificado, envergonhado até. James Potter não se envergonhar.

Novamente, pôs a culpa no álcool.

“Não se preocupe, eu sei que tenho belas pernas.” Ela sussurra e senta direito, encarando James de perto. “Até que você não é feio...Qual o seu nome mesmo?”

A respiração dela bate no rosto dele. Hmmm, tequila. E morango?

“James.” Ele consegue dizer, meio hipnotizado pelos olhos da garota. Eram como... Esmeralda misturado com lápis-lazúli. Soltou a respiração que não sabia que havia prendido. “James Potter.”

“Hmm.” Diz a ruiva, sorrindo feliz. “Lily. Lily Evans.”

“Eu sei.” Ele não se lembrava como, mas sabia. “Quer dizer, eu lembro?”

Ela apenas o encara com os olhos de gato, parecendo se esforçar muito para pensar.

“Obrigado.”

Ela franze o cenho, confusa.

“Pelo o que?”

“Por dizer que eu não sou feio. Até que você não é feia, também.”

Eles riem.

“Bem. Obrigada.”

Eles estão perto de novo, seus narizes quase se tocando.

“Me desculpe. Sabe, por ter sujado sua blusa e... Ser um idiota desrespeitoso.”

Lily o encara surpresa.

“Bem... Tudo bem.” Ela se inclina e por um momento, James pensou – e esperou – que ela iria beijá-lo, mas ela desviou e encostou os lábios na bochecha dele. “Obrigada por se desculpar, eu acho.”

E então, simplesmente por que estava com vontade, ele a beija.

Por um segundo, ela arregalou os olhos em surpresa, e então o estava beijando de volta. Eles mal se conheciam, estavam bêbados e bem... Os hormônios estão presentes em todos.

Em um momento eles estavam apenas se beijando e no próximo, Lily sentava-se no colo do moreno, as mãos dele correndo por suas costas, segurando sua cintura firmemente.

Os dois devem ter pensado, por apenas um segundo, que aquilo era uma péssima ideia.

Mas já estava feito e, que se dane, eles estavam bêbados. Tudo seria corrigido pela manhã... Não seria?

XXXXXXX

2014 - Algumas Semanas Atrás, na festa do Lockhart...

Remus estava entediado.

Bem, pelo menos o máximo de entediado que se pode ficar em uma festa com bastante tequila.

Havia chegado duas horas atrás, e nada de algo – ou alguém – interessante acontecer. Como sempre, Sirius estava flertando e James se afogando na esperança- e em bebidas- de que Lily pudesse aparecer.

Suspirando, ele passou os olhos pela pista de dança, batendo os dedos no tampo da mesa ao ritmo da musica. Olhou o relógio em seu pulso.

Meia noite e vinte e três.

“Tem algum compromisso, bonitão?” Uma loira usando batom rosa extremamente chamativo e toneladas de máscara para cílios piscou para ele, parecendo um tanto tonta.

“É...” Ele balbuciou, observando a moça com as sobrancelhas erguidas. Se não fosse pelos quilos e quilos de maquiagem, Remus diria que ela até poderia ser bonita. “Não, nenhum compromisso.”

“Hmmmm...” Ela sentou-se ao seu lado no bar, piscando os enormes cílios enquanto apoiava o cotovelo no balcão do bar. Ela cheirava a vodka. “Argh, não acredito!”

Ele sabia que se arrependeria de perguntar, mas não quis ser mal educado.

“Não acredita em que?”

“Aquele cachorro!” Exclamou a loira enquanto observava um ponto atrás da cabeça de Remus. “Mal flertou comigo já está na saia de outra. Homens! Honestamente...”

Ele olhou para a mesma direção da garota, e não ficou surpreso ao ver Sirius Black conversando com uma garota de cabelos cor de rosa um tanto familiar... Tonks?

“Se a senhorita me dá licença, acho que vi alguém que conheço...” Murmurou e saiu sem olhar para trás, ignorando as reclamações da outra sobre falta de educação e cavalheirismo.

Sirius logo o viu o amigo caminhar em direção a ele e acenou.

“Grande Lupin!” Ele estava feliz demais para o gosto de Remus. Quando os adjetivos começavam, estava na hora de parar. “Olha só quem voltou de New York!”

Ele sorriu e fitou a garota.

Nymphadora Tonks não era mais a garota que ele conhecera anos atrás. Seus traços continuavam o mesmo, e a maneira divertida de se vestir também, mas a infantilidade se fora.

Ela definitivamente crescera nos últimos... Seis anos?

“Dora! Quanto tempo, como... Como você está?” Ele perguntou ainda embasbacado. O rosa era algo que combinava com ela extremamente, e ele nunca pensou que acharia atraente uma pessoa com tal escolha para a cor do cabelo.

“Estou muito bem! Não vai imaginar as maravilhas que NY faz com uma pessoa.”

Ah, posso imaginar sim, ele pensou. Com toda certeza.

“Gostei do cabelo.” Ele comentou, um tanto sem graça. A ultima vez que vira a prima de Sirius fora anos atrás, quando ela tinha apenas dezesseis e ele, vinte e sete. Sempre fora uma pessoa atrapalhada e agitada, mas extremamente engraçada e inteligente. Quando fez dezessete, conseguiu uma bolsa para a melhor universidade de moda em Nova York e morava lá desde então.

“Gostei da barba.” Ela sorri de lado. “Está parecendo um homem de família, Lupin. Como anda o coração?” Ela pisca divertida. Dora adorava ser inconveniente, e falava tudo àquilo vinha a mente. Ele realmente admirava essa característica.

Ele cora.

Ainda não havia esquecido Marlene, não completamente. Mas a história com Sirius o fez perceber que ele não era apaixonado por ela. Lene era extrovertida, esperta e muito, muito bonita, mas depois do “acidente”, Remus não conseguia se imaginar com ela.

Simplesmente não clicava.

“Bem. Eu acho.”

“Acha, huh?” Ela beberica um pouco de sua cerveja e coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha. Ele nota três pequenas argolas na parte superior do ouvido e dois furos com brincos pequenos e brilhantes. Dá um sorriso pequeno. “Não há nenhuma senhora Lupin?”

Ele ri.

“Você realmente acha que eu iria me casar e não te convidar, Dora? Sirius iria me matar... Ué, cadê ele?”

Os dois franziram a sobrancelha e procuraram pelo moreno, o encontrando perto da piscina conversando com um cara alto de cabelos pretos. Parecia até... Remus sacudiu a cabeça. Nah, não poderia ser.

“Bem, você já está ficando velho.” Provocou ela. “Dos três, pensei que seria o primeiro a se casar.”

“Dos três, huh? Achei que você tinha dito que o James seria o primeiro.”

Dora suspira.

“Se ele e Lily não estão nem namorando, duvido que isso vá parar em algum lugar.”

Remus riu. Todas as pessoas que conhecia, em algum ponto de suas vidas, dissera algo parecido para ele.

“Argh, minha cerveja acabou. Se importa de me acompanhar na busca pela bebida perfeita, Senhor Lupin?”

Ela estende o braço. Remus segura sua mão.

“Ficarei encantado em fazê-lo, Senhorita Nymphadora.” Ele segurou sua mão. Ela fez uma careta.

“Não me chame de Nymphadora.”

Ele apenas riu.

“Tudo bem, Nymphadora.”

XXXXXXXXXXXX

No dia após O Encontro...

Lily Evans acordou confusa.

As cortinas do seu quarto nunca deixavam um feixe de luz sequer entrar, e ela sempre as fechava antes de dormir, pois odiava acordar com tamanha luminosidade. Se remexeu e percebeu também que nem Judy nem Harry se encontravam na cama com ela – era um hábito dos dois irem para o quarto dela cedo de manhã – e oh, onde foram parar suas roupas? Abrindo os olhos devagar, ela piscou algumas vezes até se acostumar com a luminosidade.

Aquele não era seu quarto. Não era sua cama, nem seu armário, ou mesa de cabeceira. A blusa social masculina jogada em uma cadeira definitivamente não era sua, muito menos a gravata na maçaneta da porta. Além de a maioria de suas roupas estarem jogadas a esmo pelo chão, ou por cima de computadores, aquele cheiro de café da manhã maravilhoso nunca viera de sua casa.

Ah, mas que a noite passada fora dela, disso Lily teve certeza.

Relembrando dos acontecimentos divertidos, ela pega sua calcinha, sutiã e uma blusa qualquer de Oliver – adorava usar roupas números maiores – e foi em direção à cozinha, onde se deparou com a cena deliciosa de um homem delicioso cozinhando deliciosamente usando apenas uma calça de pijama.

Oh, Oliver Harper, que maravilhosas costas ele tinha. E maravilhoso gosto, pelo pequeno porém bem decorado apartamento, admirável gosto musical – Lily adorou dançar Frank Sinatra com ele - , magníficas escolhas para vinhos e, é claro, ótimo desempenho na cama.

“Bom dia, bela adormecida.” Ele disse sorrindo e ela se sentou, aceitando a xícara de café que a estendia. A cozinha era separada apenas por uma bancada, e a sala era bem iluminada com sofás de couro preto. Ele realmente tinha bom gosto, ela reparou.

Riu com a comparação à princesa, lembrando-se de como Sirius costumava comparar ela à um dragão nas manhãs mais caóticas. Não que eles já tenham acordados juntos na mesma cama, exceto uma vez na faculdade em que... Bem, essa é outra história.

A questão é que Lily não parecia uma princesa de contos de fada, mas se sentiu lisonjeada com a comparação.

“Bom dia.” Respondeu ela, bebericando o café. Deuses, aquilo estava delicioso. “Hmm, esse é o melhor café que bebo em séculos. Além de ser atlético, herói em horas vagas e um excelente contador de histórias, cozinha bem. Está tentando me impressionar, Harper?”

Ele ri, se sentando ao lado dela e também bebendo seu café.

“Está funcionando?” Ele pisca. “Não fui eu quem roubou a blusa de um pobre coitado e seminu, sabe que homens ficam impressionados com isso.”

“Bem, se você roubasse as minhas roupas, aí sim eu estaria impressionada.” Diz Lily, prendendo o cabelo em um coque.

“Nah.” Oliver faz um gesto de descaso com a mão. “Aquele modelo de vestido não é para meu tipo de corpo, sabe.”

Eles riem e Lily fita de relance o relógio na parede.

“Ai meu Deus, já são 10:30?!” Exclama alarmada. Lembrou que Harry insistira em tentar fazer o almoço naquele final de semana, e por mais que quisesse prolongar sua estadia com Oliver, não perderia seu filho com um chapéu de mestre cuca por nada no mundo. Era adorável demais.

“Eu acho que merecemos o descanso. A noite foi bem... Conturbada.” Ele sorri amarelo.

Lily suspirou. Movimentada era a palavra mais correta.

“Ollie, me desculpe. Eu realmente preciso ir, prometi uma coisa a Harry e...”

Oliver pareceu um tanto surpreso, mas foi compreensivo. Ele realmente esperava que ela ficasse um pouco mais, talvez almoçasse com ele.

“Oh. Tudo bem, não se preocupe.” Tentou disfarçar a expressão desapontada, mas Lily não tardou em notá-la, levantando-se para ir ao lado dele.

“Por favor, não pense que estou fugindo de você. Foi uma das noites mais divertidas que já tive em um bom tempo.” A ruiva sorriu e abraçou-o pelo pescoço. “Muito obrigada pelo encontro maravilhoso, senhor Harper.”

Ele sorriu e a beijou.

“Disponha senhorita Evans. Talvez devêssemos repetir a dose um dia desses.”

Lily piscou.

“Você tem meu número.”

“E sei onde você trabalha.”

Ela riu.

“Esse é o espírito.”

Lily não sabia exatamente aonde essa história com o colega de trabalho iria, mas Oliver Harper era definitivamente algo que valia a pena esperar para ver.

E bem... Ela bem que estava precisando de um namorado.

XXXXXXXXXXXX

Sirius se revirou na cama, grogue de sono, e apalpou os lençóis a procura de um travesseiro extra para abraçar. Ao invés disso, encontrou... Cabelo?

Abriu os olhos e, tomando conta da situação, encarou a parte detrás da cabeça de Marlene, que dormia pacificamente.

Ah, merda.” Ele não pode evitar sussurrar. Dormira com McKinnon de novo. Das duas uma: ou Sirius era um completo tapado por se meter em tamanha enrascada, ou ele quis repetir a dose por que, bem... O sexo era maravilhoso.

Pensando bem, das duas, duas.

Massageando as têmporas, ele senta-se devagar para não acordar a morena e procura, ainda lento de sono, por suas roupas que se encontravam espalhadas pelo quarto.

Toda aquela situação fora um erro, disso ele sabia com maior certeza do mundo.

Remus iria matá-lo.

Ele iria cortá-lo em pedacinhos, colocar numa mala e despachar para o Triangulo das Bermudas, onde os monstros marinhos o jantariam e ninguém encontraria um resquício sequer de Sirius Black.

Remus e James e, ah droga... Lily iria castrá-lo, isso sim.

Vestiu-se cuidadosamente, e procurou por seu celular. Enquanto o fazia, deixo-se observar o quarto, absorvendo detalhes que não tinha reparado da primeira vez que estivera ali.

Não era um local muito espaçoso, mas grande o suficiente para caber uma cama de casal, uma mesa de cabeceira e uma estante com sapatos. Prateleiras cobriam praticamente toda a parede rosa onde a cama ficava encostada, repleta de livros, CD’s, bonecos e coisas estranhas como um porta-retratos com a foto de Einstein e uma pequena vaca de pelúcia.

Na parede ao lado da cama, abriam-se duas portas: a do banheiro e a do closet, que não era muito grande, e nem muito organizado. Nas paredes havia pôsteres filmes, bandas das quais Sirius nunca tinha ouvido falar e um mural repleto de fotos.

Ele caminhou cuidadosamente até o mural e ficou surpreso ao encontrar uma dele ali.

Certo, não especificamente dele, sendo que havia Lily, James e Remus também, mas ele estava ali. Ele se lembrava desse dia. Marlene havia comprado uma câmera nova e estava louca para usá-la, então tirou fotos de todos ali, menos dele. Sirius odiava fotos, e Marlene amava tirá-las, e mesmo não se dando bem com ele, insistiu para que o moreno saísse naquela em particular.

“Vamos, Black, não vai doer.” Ela dissera. “Coloque um sorriso nessa sua cara de cafajeste e tire a maldita foto.”

Ele apenas revirara os olhos, mas antes que pudesse fazer algo, James o puxou pela gola da camiseta e houve um flash. Lily dissera que nunca em sua vida havia visto um semblante tão rabugento quanto o de Sirius naquela fotografia em particular.

Permitiu-se sorrir ao observar o resto das fotografias. Houve uma que chamou sua atenção.

Nela, James parecia gesticular animadamente para Lily, que mantinha a expressão neutra, mas um sorriso contido no canto da boca, sentados num bar. No fundo, Marlene encarava os dois com um sorriso de lado, como se soubesse algo.

Sem saber por que, Sirius pega a foto e guarda no bolso de sua calça. Ele vê seu celular no chão e, sem vontade alguma de olhar para trás, sai porta afora, checando os recados do seu celular.

Havia duas mensagens de voz de Remus, uma de sua prima Andrômeda e... Quinze mensagens de texto de James.

James Pontas

Cara, onde você tá? Jess furou comigo. - 10:03 p.m.

Remus não atende o telefone... Kd vc? – 10:11 p.m.

...Espera. Você não tá com a Lene de novo, tá? – 10:25p.m.

Por favor, Sirius, me diz que não. Sério. – 10:25p.m.

Lily saiu com o idiota do Harper. Ela estava usando o vestido que eu comprei, dá pra acreditar na falta de respeito? – 10: 33p.m.

Ela disse que não pretende voltar pra casa. Padfoot, eu to ficando preocupado com essa ruiva. – 10:35p.m.

Ela nunca ouviu falar em responsabilidade? Ela tem dois filhos, pelo amor de Deus! – 10:36p.m.

Harry e Judy estão dormindo. Bonnie está apagada com o celular na cara. Nada de Lily dar notícias. – 12:02p.m.

Sirius, e se algo aconteceu? E se o carro dela parou de funcionar? – 12:15 p.m.

Pior, e se ela dormiu na casa dele?!?!?!!!!?! – 12:16p.m

Se ela não voltar lgo eu juro q lig pra poolicç=– 12:47p.m.

Opa, cochilei no teclado. – 12:51

Sirius revirou os olhos. Sempre era assim quando Lily tinha um encontro. Não lhe surpreende o fato do amigo ter dormido esperando ela chegar a salvo.

Se os dois não se tocassem logo, algo drástico iria acontecer.

Entrando em seu carro, deu a partida e ligou o som no máximo, tentando esquecer a grande burrada que havia feito pela segunda vez seguida.

XXXXXXXX

Judy sempre acordava, exatamente, às 07h34min da manhã.

Seu relógio biológico sempre achou que a hora perfeita para acordar seria o mais cedo do que ela era preparada física e psicologicamente.

A família Evans não é do tipo que gosta de madrugar, veja só.

Então, assim que acordava, Judith se espreguiçava, coçava os olhos e, sonolenta, ia se arrastando de olhos semicerrados até o quarto da mãe. Ela se jogava na cama e voltava a dormir, só acordando novamente quando Harry aparecesse.

Certo sábado de manhã, algo estava errado.

Quando acordou, eram 07h37min. Três minutos de atraso.

Ela sempre, desde que se conhecia por gente, acordou exatamente às 07h34min da manhã.

Franziu o cenho. Talvez estivesse cansada demais na noite passada.

Deu de ombros e seguiu sua rotina normalmente, espreguiçando-se, coçando os olhos, caminhando lenta até o quarto da mãe.

Quando se jogou na cama, ouviu um grito.

“O QUE? ONDE O QUE... Judy?”

Pulando do colchão, ela seguiu a voz, e encontrou um James Potter um tanto acabado no chão do quarto.

“James? O que está fazendo aqui?!” Ela exclamou. “Onde está a minha mãe?”

James balançou a cabeça, parecendo bêbado de tanto sono, tanto que seus olhos já estavam fechados novamente.

“Sim.” Ele murmurou.

Judy revirou os olhos. Àquela hora da manhã, em pleno sábado, e ainda tinha que lidar com uma coisa daquelas.

“Potter, levante-se.” Ela caminhou até ele, que tinha encostado a cabeça no colchão e estava dormindo ali mesmo, sentado no chão.

James roncou.

“POTTER!” Judy exclamou e ele levantou-se sobressaltado, ajustando os óculos tortos no rosto.

“O que, Lily? A reunião só começa as oito... Judy.”

“Não.” Respondeu a garotinha. “Madre Teresa de Calcutá.”

O outro suspirou, subindo na cama e tirando os óculos, jogando-os na cabeceira de Lily.

“Sua mãe saiu pra... Comprar pão.” Murmurou contra o travesseiro. “Daqui a pouco ela chega aí.”

“Hm.” Foi a sua resposta. “James?”

“Hmmm?”

Judy riu. A boca do maroto estava aberta levemente e os cabelos tão bagunçados e amassados que parecia ter levado um choque.

“Qual a capital dos Estados Unidos?”

“É.” Ele murmurou.

“Tenho certeza que sim. James?”

“Hm?”

“Se sua casa estivesse pegando fogo, qual a primeira coisa que salvaria?”

Com os olhos fechados, James franziu o cenho.

“Sei lá, Washington?”

Judy se segurou para não rir alto.

“Qual a cor dos olhos da Lily?”

Ele se remexeu.

“Uhum... Lily. É, verde. Verde e azul. Azul?”

A garotinha o observou por alguns segundos e então ouviu o ronco. James estava completamente apagado.

Suspirou e caminhou até a cozinha, o sono há tempos perdido, e encontrou ao passar pela sala uma Bonnie acordando.

“Bom dia, Bon.”

A loira se remexeu, seu rosto de coração fazendo uma careta ao perceber que havia dormido no sofá.

“Argh. Esse sofá é bom demais para ser verdade.”

Judy riu. Ela gostava de Bonnie. Ela geralmente não gostava de adolescentes em geral, nem eles dela – algo relacionado à compatibilidade de neurônios – mas a vizinha/babá era realmente muito legal.

Sem contar que fazia as melhores panquecas do mundo.

Como se tivesse lido seus pensamentos, Bonnie levantou-se e foi até a cozinha.

“Panquecas?”

Judy suspirou feliz.

“Sim, por favor.”

Enquanto a loira fazia o café da manhã, Judith zapeava pelos canais de televisão, procurando algo além de telejornais e desenhos animados.

“Jud? O que o James tava fazendo aqui ontem?”

“Ah, sabe como é. Sempre que mamãe tem um encontro ele acampa aqui em casa, esperando ela chegar.”

Bonnie sorri de lado.

“Ah. Quer dizer que ele ainda está aqui?”

Judy revirou os olhos.

“Babando nos travesseiros da senhorita Evans. Espero que Harry não o acorde.”

“JESUS CRISTO!” Um grito é ouvido do quarto.

“Eeeeee ele acordou.”

Bonnie ri e coloca as panquecas em cima da bancada, preparando os ovos e o bacon.

“Acha que sua mãe vai chegar cedo?” pergunta.

“Não sei. Provavelmente. Eu daria de tudo para ver a cara dela ao encontrar James roncando em sua cama.”

Elas riem e comem suas panquecas, e enquanto isso, James dorme novamente e Harry volta para sua cama.

Algumas horas depois, a porta da frente se abre, entrando por ela uma Lily Evans descalça e de aparência satisfeita.

Ela caminha silenciosamente pelo hall de entrada, esperando que ninguém tivesse acordado. Mas é claro, ela estava enganada.

“Ué, onde está o pão?” Judith é a primeira a falar, sentada no sofá de braços cruzados e sorriso presunçoso. Lily fez uma careta de confusão.

“Pão?”

Bonnie, sentada ao lado da garotinha, acena.

“Oi, Lily. Como foi a noite?” E sorri maliciosa.

Lily revira os olhos. Ótima influência para seus filhos, Bonnie era.

“Esplêndida.” Não pode evitar o sorriso. “Harry ainda está dormindo?”

Judy assente.

“E... James, ainda está por aqui?”

Bonnie, sendo uma ótima atriz, responde inocente.

“Por que ele dormiria aqui?”

Lily suspira, parecendo aliviada.

“Por nada, por nada...Bem, eu vou tomar um banho.”

“Não vai tomar café?” Bonnie pergunta, cruzando as pernas e fazendo um coque no cabelo cacheado.

“Eu já tomei café.” Lily diz corada. Judy arqueia as sobrancelhas. Bonnie reprime outro sorriso malicioso.

A ruiva mais velha vai em direção ao quarto, dando graças a Deus por ter a filha mais inteligente do mundo e não ter que dar desculpas sobre passar a noite fora. Já tivera “a conversa” com Judy, e a menina compreendia, mas deixava claro seu nojo pelo assunto.

Tirou o vestido logo no corredor, colocando os sapatos na porta do quarto. Abriu seu closet e pegou uma toalha, indo para o banheiro, mas algo chamou sua atenção.

“James....?”

O amigo estava estirado em sua cama, a boca aberta e ainda estava calçado. Lily revirou os olhos. Se cobrindo com a toalha, cutucou o moreno.

“Potter. Potter, acorda.”

Ele resmungou, virando-se para o outro lado.

“Vai embora, Judy.”

“James, levanta da minha cama agora!” Lily grita e ele acorda, pela terceira vez, sobressaltado.

“O que... Lily! Você voltou!” Ele sorri e então parece pensar em algo. Sua expressão se fecha. “Você voltou só agora.”

“Sim.” Ela cruza os braços e bate os pés no chão, irritada. “Posso saber o que diabos está fazendo dormindo na minha cama? Se precisasse de um lugar para dormir, sabe que é bem vindo aqui, mas no quarto de hóspedes. Não na minha cama!

James se levanta, tenta – em vão – arrumar os cabelos e coloca seus óculos.

“Você.” Ele aponta pra ela, impaciente. “Você não passou a noite em casa.”

Lily revirou os olhos.

“Pelo amor de Deus, essa de novo não.”

“Como você faz uma coisa dessas, Evans?! Sai com um desconhecido-”

“...Oliver é seu funcionário, ele não é desc...”

“...Não atende o celular-”

“...tem a obrigação de saber quem são seus funcionários!”

“E se alguma coisa tivesse acontecido? E se ele fosse um assassino, ou pior! Quisesse te seduzir e...”

Lily ri alto.

“Me seduzir? Quem seduziu fui eu querido. Você não tem o direito de falar sobre noitadas, ok? Não seja hipócrita a ponto de-”

“...não acredito que dormiu com ele, Lily, e quando às crianças?!” Ele exclama.

Lily arregala os olhos, ultrajada.

“Como é que é?” Ela diz lentamente. “Repete.”

De repente, James se sente envergonhado. Não tinha o direito de falar sobre Harry e Judy, não quando Lily era a mãe mais exemplar e adorável do mundo.

“Eu não quis dizer isso, ok? Lily...”

“Não.” Ela pareceu realmente chateada. “Chega. Eu não quero ouvir isso, eu não quero ouvir sua voz, eu estou por aqui de James Potter. Você não é dono da minha vida, eu durmo com quem eu quiser. E se abrir a boca para seque insinuar que eu estou falhando com meus filhos por que estou em uma relação amorosa, eu juro que corto sua língua.”

James engoliu a seco. Aquilo estava ultrapassando os limites. Por que ele se sentia tão preocupado, tão ,tão... Ciumento?

Por que Oliver Harper?

“Me desculpe.”

Lily aponta para a porta, segurando a toalha com a outra mão.

“Sai.”

“Lil...”

“Vai. Sai daqui e vai ver sua Jessica, sei lá. Depois a gente conversa.”

De cabeça baixa, James pega seu celular que estava jogado na cama e sai porta afora, suspirando.

Tinha que encontrar uma maneira de se redimir por todas as besteiras que andava falando para Lily.

Ele iria recompensá-la.

Bonnie Figg


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Notas finais do capítulo

É issooooooo!
Então gente, qual a opinião de vocês sobre atitude do James? E a Lily, vocês acham que ela foi egoísta ao dormir com o Oliver? E A BONNIE VCS GOSTARAM DELA???? nhanhanha
Deixem suas opiniões, criticas, elogios, tudo que quiserem nos comentários SEM VCS N SOU NINGUÉM VDD.
Beijos de açúcar da tia Carol